— Sr. Rubem, Srta. Íris. Íris bufou com desdém, deixando claro que não estava interessada em dar atenção a Bruno. — Entra no carro. — Disse Rubem, com um tom seco, gesticulando para que ela obedecesse. — Leve-a para casa. Daqui a pouco Kelly vem me buscar. — Certo. — Bruno respondeu de imediato, mas hesitou antes de ligar o carro. Ele olhou de lado, como se algo chamasse sua atenção, e comentou com uma pontada de dúvida. — Sr. Rubem, acho que aquela ali sentada nos degraus é a Srta. Mônica. Quer que eu a leve também? Rubem arqueou uma sobrancelha e seguiu o olhar de Bruno. De fato, nos degraus, havia uma figura magra, com um vestido cinza claro que se espalhava pelo chão como se fosse uma flor desabrochada. A cabeça dela estava apoiada nos braços, parecendo perdida em algum outro mundo. Ele não esperava encontrá-la ainda ali. Tinha certeza de que já havia ido embora. Será que ninguém iria buscá-la? — Pode ir. Eu cuido disso. — Certo. Logo, Bruno deu partida no carro e l
— Eu não quero. — Mônica respondeu com honestidade. Mesmo com as inúmeras vezes em que Patrícia a colocara em situações difíceis, ela sempre escolhia o silêncio. Não tinha a menor intenção de tomar o lugar de chefe, apenas queria garantir que Patrícia não conseguisse subir ao cargo. Desde a conversa que tivera com Vitor no campo de golfe, Mônica já sabia que aquela cadeira era desconfortável demais. Agora que Vitor estava morto, ela não acreditava nem por um segundo que ele tivesse morrido de infarto. O Grupo Pimentel era um verdadeiro ninho de serpentes. A organização estava dividida entre os aliados de João e os de Breno, todos disputando posições com olhos cheios de ganância. Mônica só queria ganhar seu dinheiro e se manter longe daquela guerra. Ela já havia feito mais do que o suficiente ao acompanhar Rubem na viagem à Turquia para fechar negócios. — Dá pra ver que você não tem muita ambição. — Rubem riu baixo, olhando para Mônica com um interesse evidente. Mônica se reme
Nesse momento, Mônica, que estava no banco de trás, soltou um gemido de dor. Sem aviso, seu corpo tombou de lado e acabou caindo no colo de Rubem, encolhendo-se como uma criança. — Mônica? — Rubem percebeu imediatamente que algo estava errado. O rosto dela estava pálido, quase sem cor. Ele bateu levemente em sua bochecha, franzindo as sobrancelhas. — O que aconteceu? — Minha barriga... Dói. — Mônica respondeu com a voz trêmula e queixosa, enquanto pressionava o abdômen com uma das mãos. Rubem ia ordenar que Kelly dirigisse direto para o hospital, mas então notou algo. Um pequeno borrão vermelho aparecia na saia cinza dela, e no ar, um leve cheiro metálico de sangue começava a se espalhar. Ele ficou completamente imóvel por um segundo, ligando os pontos. “Ah... É a menstruação.” Rubem massageou as têmporas, exasperado. Era só o que faltava. Da última vez, ela havia vomitado no carro dele, agora, havia manchado o estofado. — Parece que eu devo alguma coisa pra você, hein? — Mu
Emma rapidamente pediu que Rubem entrasse no apartamento e mostrou a ele onde ficava o quarto de Mônica.Rubem carregou a mulher até o quarto e, quando estava prestes a colocá-la na cama, sentiu algo pegajoso no braço. Seu rosto escureceu imediatamente, e ele deu meia-volta, levando-a direto para o banheiro.Emma o seguiu, preocupada.— O que houve, Sr. Rubem? — Ela está menstruada. — Rubem colocou Mônica dentro da banheira. Ao levantar o braço, viu que sua camisa branca estava manchada de vermelho. Ele franziu levemente a testa, visivelmente incomodado.Depois de lavar rapidamente o braço e tentar limpar a mancha, ele se dirigiu a Emma:— Cuide dela, por favor. Eu já estou indo.— Claro, Sr. Rubem. Boa noite.Rubem saiu, fechando a porta atrás de si. A manga da camisa ainda estava úmida, grudando em sua pele, com um leve traço avermelhado que não saiu por completo. Ele arregaçou as mangas, revelando os músculos firmes de seus braços.Enquanto descia pelo elevador, sua mente vagava at
Ela falou enquanto se virava para pegar um copo de água, sem perceber que, ao mencionar a relação entre Rubem e Mônica, uma fúria intensa passou rapidamente pelo rosto de Douglas, desaparecendo quase no mesmo instante.— Ah, lembrei. — Kelly olhou para Douglas com curiosidade. — Ouvi dizer que você teve um caso com a Mônica no passado. O que achou dela?— Foi algo breve, nada relevante. — Douglas sorriu de leve. — Com o histórico dela, nem mesmo seria aceita como empregada na Mansão Keslier. Por que eu me interessaria por alguém assim?— É mesmo? — Kelly lançou um olhar discreto para ele, mas manteve o tom casual. — Pois eu acho que ela é bem esperta. Pense bem, Rubem, com o tipo de posição que ocupa, por que seria tão acessível com ela? Aposto que quer usá-la para alguma coisa.— O vice-presidente do Grupo Pimentel, o João, tem um poder enorme, quase absoluto. — Kelly continuou, pensativa. — Mas Rubem não toma nenhuma atitude. Diz que o João é um veterano da empresa e parece deixá-lo
Quando Mônica acordou, sentiu a cabeça pesada e uma leve cólica no baixo ventre. Parecia que sua menstruação tinha chegado. Ela massageou as têmporas, trocou de roupa e foi ao banheiro se lavar.Ao sair do quarto, ouviu barulhos vindos da cozinha. Parecia que Emma estava aprontando algo.— Olha só, hein! Já tá até fazendo café da manhã. — Vendo os sanduíches e o copo de leite na mesa, Mônica deduziu que era obra de Emma e elogiou com um sorriso enquanto se sentava.Emma saiu da cozinha carregando uma travessa com panquecas de ovos e exibiu um sorriso satisfeito.— Claro, né! Tudo bem que eu não sei cozinhar direito, mas sanduíche eu faço tranquilo. E prova essa panqueca! Comprei os ingredientes ontem no mercado.— Você foi ao mercado ontem? — Mônica parou de mastigar por um instante e perguntou. — E depois foi me buscar no Cantinho da Alegria?— Quem te trouxe de volta foi o Sr. Rubem.Nesse momento, Mônica começou a se lembrar de algumas coisas da noite anterior. Parecia que ela tinha
— Tenho, mas não seria melhor vender esse carro? — Sugeriu Mônica. — Apesar de ter sido sorteado no meu perfil, foi você quem compartilhou o post. No fim das contas, o prêmio é seu.Emma balançou a mão, despreocupada.— Ah, que nada! O importante é que ganhamos. Não vamos vender, não. Você tem carteira de motorista, então podemos começar a ir de carro pro trabalho. Metrô todo dia cansa demais.Diante da decisão firme de Emma, Mônica apenas riu e assentiu.…Quando chegaram na empresa, Mônica mal entrou no escritório e já deu de cara com Patrícia. A outra recuou dois passos ao vê-la e, assim que percebeu de quem se tratava, fechou a cara, demonstrando claramente sua irritação.— Bom dia, Patrícia. — Cumprimentou Mônica, com um sorriso educado.Patrícia soltou um resmungo pelo nariz, desviando e passando por ela sem sequer responder. Mônica não se incomodou. Seguiu para sua mesa, mas a cena que encontrou a deixou ainda mais contrariada. Mesmo depois de ter trocado de lugar, Douglas pare
— Que estranho, uma simples tradutora ter sido chamada para esta sala de reuniões. — A mulher ao lado de Patrícia comentou, a voz baixa, mas carregada de sarcasmo. — Agora é isso? Qualquer um entra aqui?Mônica ergueu os olhos, sem pressa, e encarou a mulher. Confirmou: era Rebeca Pimentel, prima de Rubem.Mônica também não estava nada satisfeita. Já tinha deixado claro para Rubem que, mesmo que ele trouxesse alguém da filial de Nova York, ela não queria se envolver com aquele problema. Mas, no fim, aqui estava ela, sendo chamada para uma reunião de chefia.— Gerente Rebeca, quanto tempo. — Mônica sorriu ao cumprimentá-la, com aquele tom que misturava leveza e provocação. Não suportava gente que falava com ironia, como se fosse dona do mundo. — Pois é, o departamento de tradução agora tem duas representantes aqui. Eu, sinceramente, achei que não tinha competência para estar em um lugar como este, mas, sabe como é, recebi um e-mail pessoal do chefe. E, sendo uma simples funcionária, não