— Tenho, mas não seria melhor vender esse carro? — Sugeriu Mônica. — Apesar de ter sido sorteado no meu perfil, foi você quem compartilhou o post. No fim das contas, o prêmio é seu.Emma balançou a mão, despreocupada.— Ah, que nada! O importante é que ganhamos. Não vamos vender, não. Você tem carteira de motorista, então podemos começar a ir de carro pro trabalho. Metrô todo dia cansa demais.Diante da decisão firme de Emma, Mônica apenas riu e assentiu.…Quando chegaram na empresa, Mônica mal entrou no escritório e já deu de cara com Patrícia. A outra recuou dois passos ao vê-la e, assim que percebeu de quem se tratava, fechou a cara, demonstrando claramente sua irritação.— Bom dia, Patrícia. — Cumprimentou Mônica, com um sorriso educado.Patrícia soltou um resmungo pelo nariz, desviando e passando por ela sem sequer responder. Mônica não se incomodou. Seguiu para sua mesa, mas a cena que encontrou a deixou ainda mais contrariada. Mesmo depois de ter trocado de lugar, Douglas pare
— Que estranho, uma simples tradutora ter sido chamada para esta sala de reuniões. — A mulher ao lado de Patrícia comentou, a voz baixa, mas carregada de sarcasmo. — Agora é isso? Qualquer um entra aqui?Mônica ergueu os olhos, sem pressa, e encarou a mulher. Confirmou: era Rebeca Pimentel, prima de Rubem.Mônica também não estava nada satisfeita. Já tinha deixado claro para Rubem que, mesmo que ele trouxesse alguém da filial de Nova York, ela não queria se envolver com aquele problema. Mas, no fim, aqui estava ela, sendo chamada para uma reunião de chefia.— Gerente Rebeca, quanto tempo. — Mônica sorriu ao cumprimentá-la, com aquele tom que misturava leveza e provocação. Não suportava gente que falava com ironia, como se fosse dona do mundo. — Pois é, o departamento de tradução agora tem duas representantes aqui. Eu, sinceramente, achei que não tinha competência para estar em um lugar como este, mas, sabe como é, recebi um e-mail pessoal do chefe. E, sendo uma simples funcionária, não
Phineas fez uma leve reverência para todos na sala: — Conto com a colaboração de vocês a partir de agora. — Sr. Rubem, isso não é apropriado, não acha? — Rebeca finalmente se recuperou do choque e quebrou o silêncio. — A filial Horizonte Oriental é tão diferente do Grupo Pimentel... O senhor traz alguém diretamente de lá sem sequer fazer uma avaliação? — Justamente por conhecer bem a competência dele é que o trouxe direto da Horizonte Oriental. — Rubem respondeu com um sorriso leve, mas o olhar era frio e insondável. — Assim como João reconheceu a sua capacidade. Rebeca entendeu o recado imediatamente. Seu rosto ficou ligeiramente pálido. — Além da questão do novo ministro do departamento de tradução, há outra coisa que preciso informar a todos. — Rubem anunciou, lançando um olhar pela mesa. Por um breve momento, pareceu que seu olhar parou em Mônica antes de continuar. — Atualmente, o Grupo Pimentel conta com apenas um departamento de secretariado, mas o volume de trabalho
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f
A atuação daquela mulher era tão ruim que qualquer um perceberia de imediato, mas, ainda assim, havia algo de interessante.— Tio Rubem... Tio... O olhar afiado do homem parecia atravessar Mônica, como se ele pudesse ver através de suas pequenos truques, fazendo o coração dela tremer, um pouco intimidada.No entanto, no segundo seguinte, Mônica sentiu seus pés se levantarem do chão, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ela havia sido pega no colo, como uma princesa, por Rubem!A sensação de perda de peso a fez agarrar o pescoço dele instintivamente. O peito de Rubem era largo e quente, e todo o ar estava impregnado com o cheiro dele, fazendo seu rosto esquentar e seu coração bater aceleradamente.Tão direto assim? Não era ele quem estava se fazendo de cavalheiro alguns minutos atrás?— Ainda dói o pé? — A voz sem emoção de Rubem soou acima de sua cabeça.— Hã... — Mônica engoliu em seco. — Não... Não dói mais...Ela ficou encantada, incapaz de desviar o olhar do perfil impecável de
— Não precisa se preocupar, tem ali na mesa. — Rubem achou que ela estava falando de camisinha, e inclinou o queixo na direção do criado-mudo, onde uma elegante cesta guardava várias opções de modelos.Mônica ficou sem palavras. Agora os hotéis estavam tão atenciosos assim?— En...então eu vou tomar um banho. — Mônica tentou empurrar Rubem de cima dela, sentindo seu coração bater descontroladamente.Ela já conseguia prever o que Rubem faria a seguir.Droga, ela não era quem deveria estar no controle da situação? Como é que, no fim, ela se tornou a presa indefesa, à mercê dele?Será que Rubem estava, o tempo todo, fingindo ser um cordeirinho só para atacá-la no momento certo?Ela o olhou com desconfiança, seus olhos revelando um toque de pânico.Rubem percebeu cada nuance da expressão dela e, sem esforço, adivinhou seus pensamentos. Ele já conhecia muitas mulheres que ambicionavam o lugar ao seu lado, e provavelmente essa era a única mulher que queria desistir na última hora.Isso estav
Ao sair do lobby do hotel, o coração de Mônica ainda batia acelerado. A brisa fresca que acariciava seu rosto ajudou a clarear um pouco sua mente.Ela realmente havia passado uma noite com Rubem, essa grande figura! Não era um sonho, era a realidade!Como ela pôde fazer isso?Mônica deu um soco na própria testa e, com um suspiro de resignação, retirou a última nota da carteira e pegou um táxi.Não havia mais nada a fazer além de voltar para a casa da família Pimentel.Antes de entrar em casa, Mônica certificou-se mais uma vez de que não havia deixado nenhum vestígio suspeito em sua roupa e só então entrou.Ao entrar, Mônica encontrou a sogra na mesa de café da manhã.— Bom dia, sogra. — Ela disse, tentando manter a voz suave.— Você ainda tem coragem de voltar! — Talita Gonçalves, lembrando da discussão no telefone na noite anterior, estava cheia de raiva ao ver Mônica. — Divórcio! Vá e se separe do meu filho imediatamente!Vendo o desprezo da sogra, como se desejasse que ela sumisse d