Depois de desligar o telefone, Rubem virou-se para sair sem olhar para trás. Afinal, Mônica era uma mulher, e seria mais apropriado chamar uma funcionária para ajudá-la. No entanto, ele não deu dois passos antes de sentir a barra da sua camisa sendo puxada com força. — Rubem... — Mônica havia de alguma forma conseguido sair da banheira. A água do chuveiro escorria por todo o seu corpo, encharcando-a por completo. Os cabelos longos grudavam no rosto ruborizado. A voz suave e melosa dela o fez parar por um instante. Rubem ficou surpreso ao perceber que, aparentemente, as cordas vocais dela haviam se recuperado. O braço fino de Mônica agarrava sua camisa, e sob a luz quente do quarto, a cena parecia quase irreal. Rubem engoliu em seco, afastando a mão dela com firmeza: — Vou lá fora chamar alguém para ajudá-la. Mônica puxou novamente a barra da camisa dele. Sob o efeito da substância que corria em suas veias, seu olfato estava extremamente apurado. O cheiro de Rubem era agradá
— Sim. O celular de Rubem, que estava sobre a mesa de centro, começou a vibrar com uma mensagem de um número desconhecido. Ao abrir, o homem franziu a testa.Na foto, Íris estava com as roupas desarrumadas, as mãos e os pés amarrados a uma cadeira. Ela parecia em péssimas condições. Atrás dela, o mar revolto parecia que ia engolir a cadeira e a mulher a qualquer momento.Tomás também viu a foto e sua expressão mudou ligeiramente. — Sr. Rubem...Ao notar que a nova mensagem vinha de um número no Line, Rubem manteve a calma e adicionou o contato. Após a verificação, ele imediatamente fez uma videochamada. Na tela, apareceu o rosto de um homem.— Sr. Rubem, olá. — O homem parecia impassível, mas sua saudação foi cortês. Ele segurava o celular, e ao fundo estava Íris, ainda amarrada na cadeira, com pedras amarradas aos pés.Rubem olhou para trás, o tom de voz carregado de raiva: — Mande seu chefe falar comigo.O homem à sua frente tinha cara de segurança. Com certeza, estava sendo contr
— Sr. Rubem, você pode dizer isso, está tudo bem. — Douglas sorriu, antes de continuar. — Mas este dedo não tem muita utilidade para mim, no fim das contas, vou mandar entregar para você.— Libere minha pessoa. — Rubem respondeu de forma fria, seus olhos sem emoção. Ele não se importava com o que Douglas fizesse com Virgínia, mas se mexesse com Íris, aí seria outra história. — Eu também tenho um temperamento bem ruim.Douglas rejeitou com um sorriso. — Não dá, ela cometeu um erro e precisa aprender a lição. Aqui vai: se ela conseguir ficar três minutos no mar, vou deixá-la ir.Os músculos dos braços de Rubem se tensionaram, seu sorriso nunca tocando seus olhos. — Tente.Ele nunca foi um homem que tolerava provocação.A pressão ao redor de Rubem era quase palpável, até Douglas, mesmo através da tela, podia sentir. Ele sorriu ainda mais suavemente, pronto para dar a ordem para que Elder jogasse Íris no mar.De repente, um barulho veio do lado de Elder. A tela balançou, como se algo tiv
— Não é só um remédio afrodisíaco? — Rubem franziu a testa. — Eu faço ela ficar imersa em água gelada, e isso resolve.A médica teve que explicar a Rubem.Foram apenas algumas palavras, mas, depois de ouvir, Rubem ficou parado, sem se mover, criando uma tensão no ar. A médica tremia nas pernas, mas não ousava sair, permanecendo ali, firme, embora nervosa.A sala estava aterradoramente silenciosa. Do outro lado da porta, no quarto, um gemido abafado e angustiante podia ser ouvido. A voz era suave e sedutora, mas carregada de dor, quase como se estivesse chorando.Depois de longos quinze minutos, os dedos de Rubem, que estavam descansando sobre os jeans, se mexeram lentamente. Ele olhou para a porta do quarto, com os lábios apertados, exalando um frio cortante.— Saia. — A voz foi baixa e fria.A médica correu para pegar o que precisava no quarto. Quando a porta se abriu, o som dos choros da mulher ficou ainda mais claro. Rubem sentiu os músculos de seu corpo se tensionarem e uma veia sa
Do outro lado, Lucas também colocou Íris no carro, agora livre das amarras, a caminho do hotel. Íris, sem a aparência radiante de antes, estava completamente desleixada. Sua saia xadrez estava rasgada, e seus pulsos e tornozelos estavam marcados pelos cordões que a haviam amarrado. Ela tinha estado inconsciente até então, sem conseguir sentir nada, mas, depois de Lucas lhe dar um pouco de água, ela foi lentamente voltando à consciência, fazendo alguns gemidos baixos e puxando a manga da camisa dele. — Lobo, não está ligado o ar-condicionado? Estou morrendo de calor! Por que estava tão quente? Enquanto falava, ela começava a se mexer sem parar, fazendo a jaqueta que cobria seu corpo escorregar, revelando a saia xadrez e, com isso, sua blusa, deixando à vista o busto. — Srta. Íris, por favor, se acomode. — Lucas pegou a jaqueta e a jogou sobre ela, com o rosto fechado. — Pelo amor de Deus, não arrume mais confusão, vai dar trabalho para o Sr. Rubem. Íris fez um biquinho com o
Rubem estava com a expressão fechada: — O médico não vai adiantar, não temos tempo para o antídoto. Senão, ele não teria se envolvido com Mônica...Lucas não percebeu o desconforto fugaz no rosto de Rubem, só notou que Íris, ainda em seus braços, parecia mais quente e inquieta. Começou a ficar impaciente: — Sr. Rubem, você precisa cuidar da Srta. Íris, não? — Bom, Sr. Rubem, eu sei que você tem fôlego para duas mulheres, e se precisar de algo, me avise, eu compro o que for necessário e já trago...— Já chega. — Rubem quase se engasgou com as palavras dele, pela primeira vez sentindo-se desconfortável.Lucas não insistiu mais e entregou Íris para Rubem: — Então, Sr. Rubem, a Srta. Íris...Nesse momento, um som de mulher ecoou do quarto, uma voz doce e sedutora que fez os ouvidos de Lucas formigarem. Pensou consigo: “Ainda estamos na sala, e a voz dela já é tão alta...”— Eu sei que você é inteligente e vai dar um jeito, vou deixar ela com você. — Rubem temia que Mônica saísse e fos
— Nessa altura do campeonato, ainda vai querer bancar o cavalheiro? — Lucas resmungou irritado, arrancando a garrafa de água das mãos de Bruno. Sem hesitar, forçou a boca de Íris e despejou o líquido com pressa.Ele foi tão brusco que Íris começou a engasgar, tossindo descontroladamente enquanto a água escorria pelos cantos de sua boca, molhando seu rosto e pescoço.— Ai, chefe, vai com calma... — Bruno exclamou, a voz trêmula e as mãos inquietas. — Essa aí é a queridinha do Sr. Rubem! Se der alguma coisa errada, estamos ferrados!Lucas soltou um riso frio e sarcástico.— Queridinha, é? Se fosse mesmo, você acha que ele deixava outra mulher no quarto?Depois de se certificar de que Íris havia engolido todos os comprimidos, Lucas simplesmente largou-a de volta na banheira. O movimento brusco fez com que ela escorregasse, afundando parcialmente na água, o que deixou Bruno em pânico. Ele correu para segurá-la, todo atrapalhado.— Cof, cof, cof... — Íris tossia sem parar, o corpo todo ench
Ao ver Íris com o queixo apoiado na borda da banheira, o rosto corado e um olhar suplicante como se esperasse algo dele, uma irritação inexplicável tomou conta dele. Jogou a garrafa de água no lixo e caminhou em direção a ela.Íris levantou a cabeça, olhando para ele como um filhote que implora atenção. Sua voz saiu fraca, quase um ronronar:— Quero colo...— Colo, o cacete! — Lucas bufou, ainda mais impaciente. Sem dizer mais nada, agarrou os cabelos molhados dela e empurrou sua cabeça para baixo, mergulhando-a na água da banheira. Íris se debateu, desesperada por ar, mas a mão de Lucas não cedeu nem um milímetro.Enquanto ela se contorcia, ele começou a contar mentalmente. Quando chegou ao número esperado, puxou-a de volta para a superfície. Íris engasgou, tossindo violentamente, o rosto ainda vermelho, mas Lucas não lhe deu tempo para se recuperar. Assim que ela conseguiu respirar um pouco, ele a mergulhou novamente.— Você tá maluco, chefe? — Bruno correu para perto, quase tropeçan