— Não é só um remédio afrodisíaco? — Rubem franziu a testa. — Eu faço ela ficar imersa em água gelada, e isso resolve.A médica teve que explicar a Rubem.Foram apenas algumas palavras, mas, depois de ouvir, Rubem ficou parado, sem se mover, criando uma tensão no ar. A médica tremia nas pernas, mas não ousava sair, permanecendo ali, firme, embora nervosa.A sala estava aterradoramente silenciosa. Do outro lado da porta, no quarto, um gemido abafado e angustiante podia ser ouvido. A voz era suave e sedutora, mas carregada de dor, quase como se estivesse chorando.Depois de longos quinze minutos, os dedos de Rubem, que estavam descansando sobre os jeans, se mexeram lentamente. Ele olhou para a porta do quarto, com os lábios apertados, exalando um frio cortante.— Saia. — A voz foi baixa e fria.A médica correu para pegar o que precisava no quarto. Quando a porta se abriu, o som dos choros da mulher ficou ainda mais claro. Rubem sentiu os músculos de seu corpo se tensionarem e uma veia sa
Do outro lado, Lucas também colocou Íris no carro, agora livre das amarras, a caminho do hotel. Íris, sem a aparência radiante de antes, estava completamente desleixada. Sua saia xadrez estava rasgada, e seus pulsos e tornozelos estavam marcados pelos cordões que a haviam amarrado. Ela tinha estado inconsciente até então, sem conseguir sentir nada, mas, depois de Lucas lhe dar um pouco de água, ela foi lentamente voltando à consciência, fazendo alguns gemidos baixos e puxando a manga da camisa dele. — Lobo, não está ligado o ar-condicionado? Estou morrendo de calor! Por que estava tão quente? Enquanto falava, ela começava a se mexer sem parar, fazendo a jaqueta que cobria seu corpo escorregar, revelando a saia xadrez e, com isso, sua blusa, deixando à vista o busto. — Srta. Íris, por favor, se acomode. — Lucas pegou a jaqueta e a jogou sobre ela, com o rosto fechado. — Pelo amor de Deus, não arrume mais confusão, vai dar trabalho para o Sr. Rubem. Íris fez um biquinho com o
Rubem estava com a expressão fechada: — O médico não vai adiantar, não temos tempo para o antídoto. Senão, ele não teria se envolvido com Mônica...Lucas não percebeu o desconforto fugaz no rosto de Rubem, só notou que Íris, ainda em seus braços, parecia mais quente e inquieta. Começou a ficar impaciente: — Sr. Rubem, você precisa cuidar da Srta. Íris, não? — Bom, Sr. Rubem, eu sei que você tem fôlego para duas mulheres, e se precisar de algo, me avise, eu compro o que for necessário e já trago...— Já chega. — Rubem quase se engasgou com as palavras dele, pela primeira vez sentindo-se desconfortável.Lucas não insistiu mais e entregou Íris para Rubem: — Então, Sr. Rubem, a Srta. Íris...Nesse momento, um som de mulher ecoou do quarto, uma voz doce e sedutora que fez os ouvidos de Lucas formigarem. Pensou consigo: “Ainda estamos na sala, e a voz dela já é tão alta...”— Eu sei que você é inteligente e vai dar um jeito, vou deixar ela com você. — Rubem temia que Mônica saísse e fos
— Nessa altura do campeonato, ainda vai querer bancar o cavalheiro? — Lucas resmungou irritado, arrancando a garrafa de água das mãos de Bruno. Sem hesitar, forçou a boca de Íris e despejou o líquido com pressa.Ele foi tão brusco que Íris começou a engasgar, tossindo descontroladamente enquanto a água escorria pelos cantos de sua boca, molhando seu rosto e pescoço.— Ai, chefe, vai com calma... — Bruno exclamou, a voz trêmula e as mãos inquietas. — Essa aí é a queridinha do Sr. Rubem! Se der alguma coisa errada, estamos ferrados!Lucas soltou um riso frio e sarcástico.— Queridinha, é? Se fosse mesmo, você acha que ele deixava outra mulher no quarto?Depois de se certificar de que Íris havia engolido todos os comprimidos, Lucas simplesmente largou-a de volta na banheira. O movimento brusco fez com que ela escorregasse, afundando parcialmente na água, o que deixou Bruno em pânico. Ele correu para segurá-la, todo atrapalhado.— Cof, cof, cof... — Íris tossia sem parar, o corpo todo ench
Ao ver Íris com o queixo apoiado na borda da banheira, o rosto corado e um olhar suplicante como se esperasse algo dele, uma irritação inexplicável tomou conta dele. Jogou a garrafa de água no lixo e caminhou em direção a ela.Íris levantou a cabeça, olhando para ele como um filhote que implora atenção. Sua voz saiu fraca, quase um ronronar:— Quero colo...— Colo, o cacete! — Lucas bufou, ainda mais impaciente. Sem dizer mais nada, agarrou os cabelos molhados dela e empurrou sua cabeça para baixo, mergulhando-a na água da banheira. Íris se debateu, desesperada por ar, mas a mão de Lucas não cedeu nem um milímetro.Enquanto ela se contorcia, ele começou a contar mentalmente. Quando chegou ao número esperado, puxou-a de volta para a superfície. Íris engasgou, tossindo violentamente, o rosto ainda vermelho, mas Lucas não lhe deu tempo para se recuperar. Assim que ela conseguiu respirar um pouco, ele a mergulhou novamente.— Você tá maluco, chefe? — Bruno correu para perto, quase tropeçan
Rubem pegou uma pílula da pequena caixa transparente, abriu uma garrafa de água mineral e caminhou até a cama.Mônica estava deitada na cama macia, o rosto já não estava mais tão corado como antes. Parecia tranquila, respirando profundamente, como se nada tivesse acontecido.Rubem subiu na cama, apoiando um dos joelhos no colchão, e se inclinou na direção dela.Ele nunca foi do tipo que reprimisse seus desejos, mas, nos últimos dois anos, estava completamente focado em expandir a filial do Grupo Pimentel em Nova York. Trabalho e mais trabalho o afastaram das mulheres que, vez ou outra, se jogavam aos seus pés. Ele simplesmente não tinha tempo para elas.No entanto, desde que voltou ao país Z e encontrou Mônica naquele bar, algo nele havia mudado. Aquela mulher havia despertado um desejo que ele nem sabia que ainda existia. Sempre que estavam juntos, mesmo no ambiente mais formal, algo dentro dele parecia sair do controle.Por um instante, enquanto olhava para ela, Rubem hesitou. Não qu
— Ah, tá. — Mônica respondeu, caminhando até a mesa de jantar e se sentando.Por algum motivo, mesmo tendo comido um lanche antes de dormir, sentia uma fome absurda, como se não tivesse se alimentado há dias. Pegou um sanduíche e deu uma grande mordida, quase engolindo de uma vez.Rubem terminou a ligação rapidamente e logo veio se juntar à mesa.— Mônica, dormiu bem ontem à noite? — Perguntou ele, com a voz grave e aveludada, um tom que parecia acariciar o ar e chegar direto aos ouvidos dela.Aquele tom mexeu com o cérebro de Mônica, que, sem querer, teve pensamentos que definitivamente não deveria ter. Sua mente trouxe imagens que a fizeram corar até as orelhas. — Uhum, foi tranquilo. — Respondeu, tentando soar casual, enquanto bebia um gole de suco de laranja para disfarçar o nervosismo. No entanto, pelo canto do olho, percebeu que Rubem estava olhando diretamente para ela, com aqueles olhos intensos e penetrantes. Isso a deixou ainda mais desconcertada, e antes que pudesse se con
Foi nesse momento que a porta do quarto foi golpeada com batidas altas e impacientes, fazendo Mônica levar um pequeno susto. Ela franziu a testa, irritada, pensando que só alguém muito sem noção bateria daquele jeito em vez de tocar a campainha.Mas quando viu Íris entrando furiosa, com um vestido de franjas vermelhas, Mônica rapidamente entendeu. Se era Íris, então fazia todo o sentido.Da última vez que Íris foi à casa de Rubem, aconteceu exatamente a mesma coisa: a campainha estava lá, mas a “princesinha” preferiu bater, como se o mundo inteiro devesse parar para atendê-la.— Rubem, por que você quer me mandar pro País M fazer intercâmbio? — Íris perguntou sem rodeios, atravessando o espaço como um furacão e sentando-se no colo de Rubem sem nenhum aviso, com uma expressão de puro drama. — Eu não quero ir!A verdade era que Íris tinha ido até a Turquia com planos de dar uma lição em Mônica. Mas, para seu azar, acabou sendo surpreendida. Quando finalmente conseguiu se livrar das corda