Ao ver Íris com o queixo apoiado na borda da banheira, o rosto corado e um olhar suplicante como se esperasse algo dele, uma irritação inexplicável tomou conta dele. Jogou a garrafa de água no lixo e caminhou em direção a ela.Íris levantou a cabeça, olhando para ele como um filhote que implora atenção. Sua voz saiu fraca, quase um ronronar:— Quero colo...— Colo, o cacete! — Lucas bufou, ainda mais impaciente. Sem dizer mais nada, agarrou os cabelos molhados dela e empurrou sua cabeça para baixo, mergulhando-a na água da banheira. Íris se debateu, desesperada por ar, mas a mão de Lucas não cedeu nem um milímetro.Enquanto ela se contorcia, ele começou a contar mentalmente. Quando chegou ao número esperado, puxou-a de volta para a superfície. Íris engasgou, tossindo violentamente, o rosto ainda vermelho, mas Lucas não lhe deu tempo para se recuperar. Assim que ela conseguiu respirar um pouco, ele a mergulhou novamente.— Você tá maluco, chefe? — Bruno correu para perto, quase tropeçan
Rubem pegou uma pílula da pequena caixa transparente, abriu uma garrafa de água mineral e caminhou até a cama.Mônica estava deitada na cama macia, o rosto já não estava mais tão corado como antes. Parecia tranquila, respirando profundamente, como se nada tivesse acontecido.Rubem subiu na cama, apoiando um dos joelhos no colchão, e se inclinou na direção dela.Ele nunca foi do tipo que reprimisse seus desejos, mas, nos últimos dois anos, estava completamente focado em expandir a filial do Grupo Pimentel em Nova York. Trabalho e mais trabalho o afastaram das mulheres que, vez ou outra, se jogavam aos seus pés. Ele simplesmente não tinha tempo para elas.No entanto, desde que voltou ao país Z e encontrou Mônica naquele bar, algo nele havia mudado. Aquela mulher havia despertado um desejo que ele nem sabia que ainda existia. Sempre que estavam juntos, mesmo no ambiente mais formal, algo dentro dele parecia sair do controle.Por um instante, enquanto olhava para ela, Rubem hesitou. Não qu
— Ah, tá. — Mônica respondeu, caminhando até a mesa de jantar e se sentando.Por algum motivo, mesmo tendo comido um lanche antes de dormir, sentia uma fome absurda, como se não tivesse se alimentado há dias. Pegou um sanduíche e deu uma grande mordida, quase engolindo de uma vez.Rubem terminou a ligação rapidamente e logo veio se juntar à mesa.— Mônica, dormiu bem ontem à noite? — Perguntou ele, com a voz grave e aveludada, um tom que parecia acariciar o ar e chegar direto aos ouvidos dela.Aquele tom mexeu com o cérebro de Mônica, que, sem querer, teve pensamentos que definitivamente não deveria ter. Sua mente trouxe imagens que a fizeram corar até as orelhas. — Uhum, foi tranquilo. — Respondeu, tentando soar casual, enquanto bebia um gole de suco de laranja para disfarçar o nervosismo. No entanto, pelo canto do olho, percebeu que Rubem estava olhando diretamente para ela, com aqueles olhos intensos e penetrantes. Isso a deixou ainda mais desconcertada, e antes que pudesse se con
Foi nesse momento que a porta do quarto foi golpeada com batidas altas e impacientes, fazendo Mônica levar um pequeno susto. Ela franziu a testa, irritada, pensando que só alguém muito sem noção bateria daquele jeito em vez de tocar a campainha.Mas quando viu Íris entrando furiosa, com um vestido de franjas vermelhas, Mônica rapidamente entendeu. Se era Íris, então fazia todo o sentido.Da última vez que Íris foi à casa de Rubem, aconteceu exatamente a mesma coisa: a campainha estava lá, mas a “princesinha” preferiu bater, como se o mundo inteiro devesse parar para atendê-la.— Rubem, por que você quer me mandar pro País M fazer intercâmbio? — Íris perguntou sem rodeios, atravessando o espaço como um furacão e sentando-se no colo de Rubem sem nenhum aviso, com uma expressão de puro drama. — Eu não quero ir!A verdade era que Íris tinha ido até a Turquia com planos de dar uma lição em Mônica. Mas, para seu azar, acabou sendo surpreendida. Quando finalmente conseguiu se livrar das corda
Tomás colocou uma almofada no chão.Mônica achou graça. Ela sempre imaginou que as punições de Rubem para Íris fossem algo mais leve, como ficar de castigo ou escrever cartas de desculpas. Mas, ao ver Íris bufar e ajoelhar-se na almofada com relutância, percebeu que estava errada.Rubem, sentado com as pernas cruzadas, falou com a voz calma, mas cheia de autoridade:— Cinquenta palmadas. Pode começar.— Cinquenta? — Íris, que já havia levantado a mão, imediatamente a abaixou, o rosto ficando pálido como papel. — Rubem, minhas mãos são tão delicadas... Você tem coragem de me dar cinquenta palmadas?— Antigamente eram só dez. Agora você aumentou cinco vezes, Rubem! — Ela começou a chorar, fazendo um drama exagerado. — Você é cruel demais!A paciência de Rubem parecia prestes a se esgotar. Ele franziu as sobrancelhas, e seu olhar ficou mais pesado. Se uma mosca passasse por ali, provavelmente ele a esmagaria com o olhar. Massageando as têmporas com os dedos, ele desviou o olhar para Mônic
— Ah, a Srta. Íris também está aqui? — Lucas finalmente baixou o olhar para ela, como se só agora tivesse percebido sua presença.Íris ficou tão irritada que chegou a bater o pé.— A entrega eu faço sozinho. — Tomás pegou a sacola da mão de Lucas, decidido a encerrar o assunto. — Leve a Srta. Íris para descansar.Sem esperar resposta, Tomás entrou pela porta e a fechou atrás de si em um movimento rápido. Não demorou nem dez segundos.— Tá olhando o quê? O Tomás já entrou. — Íris fez bico, impaciente. — Anda, me leva no colo para o quarto.Lucas arqueou as sobrancelhas, irritado.— Suas pernas pararam de funcionar?— Eu fiquei ajoelhada tempo demais, meus joelhos estão doendo! — Íris cruzou os braços, bufando. — E a culpa é toda daquela velha! Por que eu nunca consigo ganhar dela? É alguma macumba, só pode!— Srta. Íris, ela não é tão mais velha que você. — Lucas respondeu, revirando os olhos. Ele sabia que a intérprete que acompanhava Rubem tinha, no máximo, uns 25 anos, mas Íris insis
Só depois de falar é que ele percebeu que talvez tivesse sido indulgente demais.Tirando Íris, Rubem sempre foi extremamente exigente com as pessoas ao seu redor. Até mesmo Tomás, que tinha anos de confiança, não escapava: se o café não fosse bem feito, perdia parte do salário. E agora, estava ali, baixando suas expectativas para aquela mulher.— Sério? — Mônica perguntou, animada ao ouvir a avaliação de Rubem. Sua postura imediatamente ficou mais ereta, cheia de confiança.Ela ainda se lembrava vividamente da primeira vez que fez café para ele e de como foi criticada sem dó.Curiosa, pegou a xícara e tomou um gole. No segundo seguinte, sua expressão mudou completamente — o rosto se contorceu, e ela quase cuspiu. Que droga, que café mais amargo e azedo!Rubem, vendo a cena, deixou escapar um leve sorriso.— Se você não gosta de café feito no fogão, é claro que não vai achar agradável de beber.Mônica ficou pensativa. Sempre que ia a restaurantes para reuniões, já tinha bebido cafés de
Depois de fechar a porta de vidro da varanda, Mônica atendeu a ligação: — Noêmia, o que foi agora?— Ai, mana, é que eu tô com saudade de você! — Noêmia respondeu com uma risadinha. — Acabei de finalizar as gravações e pensei em te ligar. Que tal jantarmos juntas hoje à noite?— Eu não estou no país.— Como assim?Como era sua irmã, Mônica resolveu contar que estava fora do país acompanhando Rubem em uma viagem de negócios, mas evitou entrar em detalhes sobre o motivo exato.Noêmia encerrou a ligação logo depois, mas em seguida mandou uma chamada de vídeo.Mônica, sem saber se ria ou se reclamava, atendeu. No outro lado da tela, apareceu o rosto de Noêmia com uma máscara facial branca cobrindo quase toda a pele.— Que ideia é essa de vídeo? — Mônica perguntou, intrigada. — O que você quer agora?— Fica parada aí, deixa eu te olhar direito. — Disse Noêmia, aproximando o rosto da câmera para examinar Mônica com atenção. — Ouvi dizer que na Turquia tá um calor insuportável. E você não é