Ramon Tudo me dizia que ela estava com vergonha de mim. Seu jeito tímido, sempre tirando o cabelo do rosto e pondo atrás da orelha eram sinais de que ela estava prestando atenção nas coisas que eu estava dizendo. Conversamos sobre Lúcio, sobre como foi seu primeiro dia de trabalho e como ela estava se sentindo. — Eu estou me esforçando para dar o melhor para o meu pai, mas às vezes sinto que vou fraquejar. Sei lá, tenho medo de conseguir dar conta de muitas coisas. — Ela sorria sem graça e levou a taça de vinho até seus lábios, dando uma leve saboreada. Eu herdei as empresas do meu pai, portanto já nasci digamos que rico. Lúcio teve uma vida instável, mas não tão boa assim. Quando ele tinha 12 anos eu o conheci, o tempo passou e com 20 anos ele era um homem bem sucedido, por seu mérito. Não quis trabalhar comigo, mas aceitou a minha ajuda para conseguir um bom emprego. Tirou a mãe de Judy das drogas, mas após seu nascimento ela teve uma parada cardíaca e veio a óbito. Mas, nunca lh
Judy — Bom dia, Srta. Di Lua. Hoje o chefe está de bom humor e solicitou uma reunião com todos os funcionários às 14hrs. — Obrigada por me avisar, Mary. Mary foi uma das poucas pessoas que continuou falando comigo após o meu primeiro dia. O restante se achavam superiores aos novos contratados, o que me dava um pouco de receio. Passei o dia tentando me concentrar em tudo que estava fazendo, anotei cada recado, cada vírgula e ponto para que não me prejudicasse no futuro, na hora do almoço liguei para Ulisses. Quando saí ele ainda dormia, não estava se sentindo bem contudo que vinha acontecendo com ele, mas o seu ex-namorado babaca não perde por esperar. Ligação Ativa— E aí, já tomou café? — Perguntou ouvindo seu riso abafado do outro lado. — Parei para almoçar agora, mas já tomei café sim. E você, como está se saindo aí? — Suspirei tentando não deixar que nada me abalasse, mas a verdade é que, eu não estava em um clima muito legal. Minha menstruação estava perto e meus hormônios
Ramon Judy estava com o rosto vermelho e parecia não estar racionando direito o que estava acontecendo.— O assunto que tenho a conversar hoje é de extrema importância para todos vocês. Ano passado estávamos migrando a empresa para um espaço maior. Contratamos novas pessoas, assim como perdemos algumas também. Aqui somos mais que uma empresa, somos uma família. Contudo, a mudança para o novo espaço, terão duas semanas de férias, contudo, continuaram recebendo e nada será descontado. Não haverá interrupções nas férias, mas o trabalho será maior desde então. Nosso gerente cuidará de todos os mínimos detalhes, mas hoje só queria dizer a vocês que conseguimos atingir o percentual de 70% a mais nos lucros, comparado ao valor líquido do que atingimos no ano anterior. Ah, quase esqueci, quero desejar boas-vindas a todos os novos integrantes, espero que aqui encontrem o que precisam. Vê-la ali me deixou sem muita ação. Planejei a semana inteira essa reunião e deveria ter sido algo sério, ma
Andrew Antes da hora marcada eu resolvi ir até a casa da Judy, já eram quase sete da noite e ela já deveria estar em casa. Queria pedir desculpas pela minha ausência, certas vezes fui um idiota ao deixá-la sozinha e agora, mais que nunca era hora de tentar reparar as coisas erradas que já fiz no passado. Ela é solteira e eu também, não quero nada sério, apenas a conhecer melhor. Cheguei em frente a casa e procurei hoje então usei o interfone: — Judy? Sou eu, Andrew. Eu sei que ainda está cedo e talvez possamos conversar um pouco enquanto não dá a hora que marcamos de sair, espero que não esteja tão com mágoas de mim. — Judy ainda não chegou, Andrew. Ela foi ao hospital ver o pai e ainda não chegou. Que história é essa de que vão sair hoje à noite? A Mel já chegou? — Para minha decepção foi Ulisses quem atendeu. — Chegou a pouco tempo. Achei que Judy já estava em casa! Ela vai demorar a chegar? — Deixei as flores quase caírem no chão e resolvi que voltaria depois já que ela havia e
Ulisses — UAU, foi o gato do pai que te mandou essas aí? Eu adorei. — O buquê era lindo, uma pena que Judy não gosta de flores e nem se quer deu valor. Ela estava pensativa e triste, assim como eu também estava. Precisava tomar coragem para enfrentar meus pais e isso não iria ser uma conversa fácil, mas eu detestava ver minha amiga triste, ainda mais quando o motivo era desconhecido.— Não acha isso estranho demais? Primeiro ele só queria se aproximar de você depois do que aconteceu com seu pai, depois veio te chamando para jantar e agora até mandou mensagem se desculpando… qual será a próxima coisa que ele vai fazer? — Não vou fazer nada, Ulisses. Ramon é um cara rico, eu apenas trabalho na empresa dele. Aceitei sua ajuda porque ele e meu pai sempre foram amigos, mas pretendo pagar cada centavo depois. No máximo ele só quer alguma noite de diversão, o que não vai rolar comigo. Quanto ao Andrew, ele sempre me viu como uma irmã, agora de repente tudo mudou e ele acredita ter sentime
Um mês depois…Judy Os dias não têm sido nada fáceis, não por causa do trabalho, mas porque eu não estou conseguindo me concentrar em nada desde que Ramon tem se aproximado de mim. Hoje seria o último dia de trabalho antes de mudarmos para o outro prédio, Mary não estava muito afim de ir para festa que iriam fazer por isso, então convidei ela e a filhinha dela para irmos ao cinema. Ulisses era indeciso até para escolher vestido e nem era pra ele, porque sua roupa era apenas uma calça e uma camisa de gola alta com um sobretudo por cima e só. — Por que sempre se limita a usar vestidos? Você fica tão bonita. — Sei lá, me sinto menos desprotegida e por isso só uso quando você sai comigo. Como hoje é um dia desses, qual você prefere; o lilás ou o bege? — Segurei um em cada mão e levantei a altura dos seus olhos. Ulisses analisava nem cada um deles e eu sabia que ele iria escolher o lilás, afinal, pensamos muito parecido. — O bege é lindo, mas esse decote nos seios acho que não é uma c
UlissesMary era uma pessoa amável assim como sua filhinha que era tão pequena e frágil. Judy havia saído com Ramon para buscar pipoca e água, mas estavam demorando a voltar e Mary que estava querendo perguntar e sem jeito, então resolvi puxar conversa como o bom amigo que sou. — Eles dois são?... — Não, eles não são namorados, Mary. Ramon é o melhor amigo do pai da Judy, eles se conhecem há muitos anos, antes mesmo do nascimento da Judy. Embora eu ache que os dois formam um casal, Judy não acha isso. — O jeito que ele olha pra ela é como se a amasse. Acha mesmo que ela não gosta dele também? — Eu acho que ela também gosta dele, mas Judy tem muito medo de julgamentos da sociedade e para isso ela não está preparada ainda. Sem tirar que seu pai mataria o Ramon se isso acontecesse. — Eu também pensava dessa forma até perder o homem que eu amei mais que tudo na minha vida. Ele me deu tudo quando eu não tinha nada. Me tirou de uma profunda depressão, me acolheu em seus braços e quando
Ramon— Bom dia, pai! Precisamos conversar, o senhor não acha? — Andrew se mantinha de pé ao meu lado, enquanto eu caminhava até meu quarto. — Amanhã nós conversamos, Andrew. Vá dormir! — Não. Você não pode ficar cercando a Judy desse jeito, o senhor sabe que eu… — Que você foi o que sempre difamou ela por aí? Ou acha que eu também não tenho meu grupo de resenha aos finais de semana? Andrew, meu filho. Eu nunca disse isso a Judy por nunca sermos amigos, mas, não vai ser agora que direi. Mas, já lhe deixo avisado que não vou cobrir você quando isso acontecer. — Pai… quando foi que o senhor mudou tão rápido? Onde está aquele Ramon que sempre esteve comigo? — Ele continuará sempre aqui, mas não para coisas erradas. Ao decorrer dos anos você tem se tornado mais rebelde e isso tem me decepcionado. Já não é mais uma criança, o que deu em você e na sua irmã nesses últimos anos? Será que foi a falta de uma mãe? Será que eu não os criei direito? — Me desculpa, mas eu já não tenho mais 10