Judy Estava tudo perfeito, me senti inútil por tantas atitudes infantis que tive com Ramon. Ele não merecia tantas coisas e, só então, estou enxergando isso… Com os olhos vendados, ele me conduzia para fora do carro, segurando minha mão e me mantendo cada vez mais firme. — Está pronta? — Respondi com um sorriso, eu estava muito nervosa e se eu falasse, não iria parar. Quando Ramon retirou a venda dos meus olhos, estávamos diante de uma casa, ou melhor, uma mansão. Com a vista de frente para o mar, o único barulho que poderia ouvir era o das ondas quebrando na beira da praia, tornando aquilo tudo um sonho. — Surpresa! — Pasmem, permaneci olhando aquela perfeição que estava diante meu olhos. — Eu sei o quanto gosta de sua paz e agora que vamos ter três bebês, pensei que você iria gostar da sua nova casa. — Ramon… — Segurei sua mão e queria lhe pedir perdão por todas as vezes que o machuquei, mas a voz falha não me permitiu tal coisa. — Nossa casa, Judy. Espero que goste! — Beijand
JudyA fadiga estava me dominando, estava enjoando o cheiro de Ramon, o cheiro da comida de Suzana. Não queria deixá-los tristes com isso, pois Suzana cozinhava maravilhosamente bem e estava sempre fazendo minhas vontades. Mas, o que estava me preocupando eram as horas, estava quase na hora de eu ir me aprontar, mas a mistura de ansiedade e medo me dominam… Mensagem de texto ativa “Como estão meus bebês? Está nervosa?”“Como está se sentindo?” — Ulisses era sempre muito atencioso, parecia até meu segundo pai.“Estou nervosa, o resto é besteira!” — Confessei, apreensiva e realmente com medo. Mesmo sabendo que não preciso porque ter medo, não consigo evitar, acaba acabando comigo. “Estou aqui, abre logo a porta. Eu ia te fazer uma surpresa, mas não quero correr risco.”Joguei o celular na cama e corri, na verdade andei rápido e quando abri a porta, me deparei com Ulisses, Mary e sua filha.Logo atrás estava Vivian, com um sorriso largo no rosto e uma maleta de maquiagem, ela era real
Vivian Ver meu pai feliz era a melhor sensação que já havia sentido na vida. Não imaginei que ele fosse casar-se com Judy, minha amiga de infância, mas sou feliz por ela fazer dele um homem melhor a cada dia que se passa. Organizei o buffet com Ulisses, Mary e Suzana que era como uma mãe pra mim também. Mas havia alguém que não estava tão feliz assim, e esse alguns era meu irmão. — Daqui há alguns dias nossos irmãos irão nascer, daí a família vai aumentar e nós dois seremos esquecidos. — Ele agia como uma criança, porém já era bem crescido para isso. — Nunca fomos esquecidos, não por ele. Ramon sempre nos amou, tenho certeza que isso não vai mudar do dia pra noite. Ele está feliz, Judy está feliz e vamos ter três novos irmãos, não acha que tem motivos o suficiente para estar feliz também? Nossa família está crescendo e eu tô feliz. — Eu não estou triste, mas… — Judy nunca te amou, Andrew. Ela sempre foi nossa amiga e eu acho injusto suas atitudes com o nosso pai e com ela. Somos
Algumas semanas depois… Judy Andar doía, respirar doía, ficar em pé e tudo mais. O quarto do hospital está sendo meu lar temporário, após o casamento eu passei mal e desde então estou aqui. Os bebês se mexiam o tempo inteiro, faltavam apenas algumas horas para me internarem, pois a gravidez era de risco e já não poderia mais esperar. Minha barriga já não tinha mais espaço, eu estava com falta de ar a todo momento e nem fazia ideia de como as coisas iriam ocorrer. — Oi… eu vim te dizer que já está tudo preparado para os meus irmãos. Olha só, fiz tudo como você pediu. — Ulisses e Vivian me mostravam as fotos do quarto dos bebês, já que eu não tive tempo de fazer isso. — Eu adorei, obrigada… — Chorei ao passar as fotos e ver que estava tudo do jeito que havíamos conversado. Estava com medo de como isso iria ocorrer; medo de não resistir ou algo do tipo. — Quando você sair, a gente vai estar aqui, esperando você e os nossos bebês, Judy. Vai dar tudo certo, pode ter certeza. Você é f
Judy Acordei sonolenta, sentindo um vazio repetindo e completamente sem muita noção das coisas, mas se havia algo que eu estava sentindo falta, era da minha barriga. Tentei levantar e sentir meu corpo pesado e dormente, o acesso em minha mão que segurava o soro e ao lado da cama estava meu pai, com um olhar meio e um grande sorriso nos lábios. A enfermeira entrou feliz e logo atrás dela veio mais três, cada uma empurrando um carrinho com uma incubadora, onde estavam meus filhos tão preciosos. — Olha só quem veio ver a mamãe. — A voz doce da enfermeira não era desconhecida, mas no momento isso era o que menos importava. Meu pai estava ao meu lado, olhando para seus netos com os olhos cheios de lágrimas, enquanto me olhava compadecido e com orgulho em seu olhar. — Ele me lembra você quando era um bebê, e hoje eu sou avô dessas bênçãos. — A lágrima escorreu em seu rosto, me deixando sensível e chorando logo em seguida também. — Eu posso segurar em meus braços? — No momento eu só que
Vivian Esperava por Abner na porta do hospital, quando Victoria passou dentro do carro com Jenna, a mulher que me abandonou. De onde elas se conhecem? Será que Rambon sabe disso e se sim, porque será que nunca me disse nada sobre isso? Abner estava visivelmente cansado, estava passando o fim de semana em sua casa, já que ele morava em outra cidade devido ao trabalho e eu não poderia morar com ele devido aos estudos. — O que houve? Você parece que viu algum fantasma. — Entrei no carro tentando disfarçar minha cara de sem graça, mas era quase impossível não perceber como aquilo me deixava mal.— Victória estava no carro com a minha mãe… será que elas se conhecem e meu pai nunca me contou sobre minha mãe por algum motivo? — Se isso for verdade, deve ter sido algo muito sério. Não acho que seu pai faria isso com você e seu irmão, além do mais, por tudo que você já me disse sobre Victória, essa mulher deve ser capaz de fazer qualquer coisa. E se ela descobriu alguma coisa sobre ela e e
Três anos depois… Ramon— Pai, o senhor viu onde eu deixei minha bolsa? Esqueci a chave do carro dentro dela e eu preciso ir buscar Judy. — Vivian, minha filha que agora estava grávida, mais que nunca estava mais grudada a Judy. Sua bolsa estava em cima da cama das crianças, que no momento estavam na escola. Judy trabalhava com crianças, mas estava apenas esperando a licença para abrir seu orfanato, ou como ela prefere chamar, o lar solidário. Andrew continuava fazendo as mesmas coisas, porém, com mais responsabilidade agora que tem dona e toda dona tem razão. (...)Todos reunidos à mesa, nossa família era grande e Celeste estava entre nós. As crianças corriam pela casa com a filha de Mary, que se tornou nossa família também. A mesa estava posta para o jantar, havia algo que meu amigo queria fazer e eu como apoiador, tive que fazer o cenário bonito valer a pena. — Você tá com uma cara de quem está escondendo alguma coisa de mim. — Judy cravou suas unhas em minha mão põe debaixo da
Judy Os dias estavam sendo corridos. Os preparativos do casamento do meu pai estavam em dia. Finalmente Andrew havia se resolvido com Isabelle, enquanto Vivian entrava no último mês de gestação. Porém, havia algo que estava me incomodando, Ramon estava ficando cada dia mais ausente, de mim, dos nossos filhos e tudo que envolvia nós dois. Faltam dois dias para a inauguração da casa de acolhimento, estou tendo que me virar sozinha. Enfim… era um sábado a noite e ele saiu após chegar do trabalho, não falou comigo, nem mesmo disse onde iria e eu fiquei parecendo uma idiota diante aquilo. Ligação Ativa“Mary, vou direto ao assunto. Teria como passar a noite com as crianças? Eu preciso resolver umas coisas importantes”. “Claro que posso. Pode ir tranquila resolver teus problemas que teus filhos estarão longe dos perigos noturnos”. “Você é um anjo, Mary meu amor”. Ligação Inativa Me arrumei conforme seria preciso para a ocasião em que eu estava indo, deixei as crianças na casa da Mary