KesieUma história de ficção, um livro, nem sempre se trata de um conto de fadas. Minha história foi escrita com base na minha realidade, foram momentos obscuros e dolorosos, mas em algum desses momentos, tive a oportunidade de ser feliz, a vida sorriu pra mim. Pude concertar meus erros do passado e começar de novo, escrevendo minha própria história.Nossa cerimônia de casamento foi muito simples, apenas em um cartório da cidade, Elizabeth e Giovanni como padrinhos e Bruno nosso convidado. Não desejava todo glamour de uma cerimônia tradicional, meu único desejo era de me unir ao homem da minha vida para sempre. Nem preciso dizer que Elizabeth está radiante com a notícia da gravidez, ela não me deixa em paz, as vezes me trata como se eu estivesse doente, mas no fundo eu sei que apenas está cuidando da gente.Estou de dezoito semanas, ainda não há muito volume em minha barriga, Elizabeth diz que é por eu ser bastante magra. Não sabemos o sexo do bebê, mas Hugo esta completamente mudado,
Kesie FerrazQuando entro na editora a primeira imagem que vejo é a de minha irmã, Elizabeth, ela está com sua pasta em mãos conversando com Michele, nossa secretária. Usa um terno amarelo com uma blusa de seda por baixo, azul-marinho, que se destaca em sua pele negra e seu cabelo curto liso.— Michele, está tudo pronto para a reunião? — ouço ela perguntar enquanto sigo para minha sala. Cumprimento às duas e sigo direto, tenho a impressão de que Michele tentou me dizer algo, mas já estou entrando e não lhe ouço, quando penso em voltar para lhe dar atenção fico em estado de choque ao ver o botão de rosa na cor amarela em cima da minha mesa. Meu coração se acelera nos batimentos, sinto que começo a suar frio. Caminho em passos lentos até chegar onde a flor está, ainda trêmula a pego, levo até minhas narinas desejo cheirar, mas minhas memórias me invadem trazendo dor, eu sei que foi de Maicon, mas após tanto tempo...?Um acesso de fúria me invade e começo a despedaçar a flor em mil peda
Kesie FerrazDesde ontem não consigo dormir bem, passo horas pensando no que fazer para desmascarar Maicon e pôr um fim nisso de uma vez. Desejo justiça, mas conhecendo bem ele como conheço, Maicon é capaz de desmentir nosso relacionamento e colocar tudo contra mim.Comecei ontem a tarde a escrever meu novo livro, talvez o trabalho me ajude a fugir um pouco da minha realidade. Sou tomada por uma explosão criativa e não consigo parar de escrever, porém, logo noto que a personagem da história, vive um relacionamento abusivo, que seu atual namorado não passa de um criminoso e de repente vejo que estou descrevendo momentos dos quais eu própria vivi. Não sei se é uma boa ideia, porém, depois de muita angústia, algumas coisas começaram a passar em minha mente e uma delas é usar o meu trabalho como ferramenta. Começo a relatar com riquezas de detalhes tudo. Violência, roubos e crimes, cometidos por Maicon, porém através de personagens fictícios. Há momentos no qual preciso parar, respirar f
Alerta de gatilho....Este capítulo contém cenas de uso de drogas.Hugo CastroDesafrocho o nó da minha gravata aliviado por toda cerimônia ter se encerrado. Odeio esses eventos sociais, cheios de pessoas hipócritas da alta sociedade se fazendo de bons samaritanos apenas porque dão pequenas doações que nem fazem cócegas em seu milionário patrimônio.Bufo me direcionando ao bar, enquanto o mestre de cerimônia encerra o evento, esta é a melhor parte de todas. Pena que não servem nada forte. Estou aqui apenas, porque, Arthur Bacellar insistiu muito, o presidente da empresa. Alguém precisava representar o escritório. Existe um bom relacionamento entre minha família e a família Bacellar há anos, muito mais que profissional.Neste exato momento avisto um Bacellar, o único mal caráter que conheço, isto se o filho não seguir o mesmo caminho de Maicon. Ele veio representar as empresas comerciais da qual ele é o CEO. Nunca me afeiçoei a ele, sempre envolvido em escândalos. Evelyn merecia
Este capítulo contém alguns gatilhos..... Violência e abuso sexual. Kesie FerrazAssim que entro na suíte reservada, percebo que tem algo de errado. O som está bastante alto e vejo roupas femininas espalhadas pelo chão. Caminho mais um pouco em passos lentos e fico surpresa com a cena que vejo: Maicon e algumas garotas dançando, sendo que elas estão usando um microbiquíni e esfregando a bunda no corpo dele. Ainda observo dois amiguinhos de Maicon, um é Mateo, tão cretino quanto ele, o conheço bem. Mas o outro, não sei quem é, ele é alto, branco e tem corpo atlético, seus olhos parecem claros não sei, pois não costumo admirar os amigos de Maicon, primeiro porque ele é muito ciumento e segundo porque normalmente não valem a penaTento concentrar-me no meu foco principal, conseguir gravar Maicon confessando todo mal que me fez. Aliás, ele parece um cachorro que caiu da mudança quando me ver. Essa ceninha à minha frente é bem típica dele, já o peguei assim, em sua festinha particu
Kesie FerrazCaminho em passos largos distraída ao desbloquear meu celular. Sem ao menos notar que as ruas estão desertas, vejo que são quase três da manhã. Um vento frio bate em meu rosto, e quando percebo um homem estranho parado encostado na parede, fico preocupada, a frase de Hugo me invade à mente "A cidade é perigosa neste horário." depois de tudo que passei é quase impossível não sentir medo.Passo pelo homem misterioso e começo a caminhar mais rápido quando noto que seus olhos vem em direção ao meu corpo mal coberto, logo sinto que estou sendo seguida, aquela sensação de insegurança me invade novamente, arrependo por não ter ouvido Hugo.— Droga!— resmungo baixo e trêmula de medo.Olho sobre meus ombros de forma sutil e vejo que o homem está muito perto, meu coração bate mais forte e de repente ele se apressa ficando à minha frente e grita;— Me passa o telefone! Desesperada, fico sem reação. Não posso deixá-lo levar meu celular, pois não salvei o áudio, na verdade nem ao me
Kesie Ferraz Entramos na portaria do meu edifício e peço a Clemente, nosso porteiro, que libere a entrada do veículo de Hugo. Ele estaciona no subsolo do prédio, então, descemos do carro e seguimos para o elevador. Ainda me sinto incomodada por tê-lo convidado para entrar. Talvez eu acreditasse que ele não fosse aceitar, e que meu convite se tratasse de uma pergunta retórica.Entramos no elevador, e aperto o botão, são doze andares, e ainda não sei que assunto desenvolver para quebrar o nosso silêncio. Quando o elevador para, pego minhas chaves na bolsa. Parados bem a minha porta, abro ainda insegura com o que estou fazendo.— Bem vindo, este é meu lar!— falo lhe convidando a entrar e se sentar, na tentativa de disfarçar o quanto estou nervosa. — Fique à vontade.Jogo minha bolsa no sofá e retiro meus saltos.— Vou preparar um café bem forte, você parece exausto.Ele me olha com a expressão mais fechada que já vi.— Eu… não bebo café.Lhe encaro absorta como se ele tivesse me ofend
Hugo CastroQuando abro meus olhos, me sinto confuso. Por um instante não sei onde estou. Porém rapidamente as lembranças da noite anterior invadem minha mente, quando ouvi os gritos femininos pedindo ajuda, não pensei, apenas invadi o quarto e vi o que aquele maníaco desejava fazer com a moça. Eu sempre soube que Maicon não valesse muito, entretanto chegar àquele ponto me deixou enojado. Ele bem que mereceu cada soco que levou.Quanto a Kesie, eu não desejava me envolver mais naquilo, não sabia o que na verdade havia entre eles, ela parecia decidida a não denunciá-lo, aquilo me deixou irritado. E já que depois ela me virou as costas eu não precisava me importar mais. Porém não foi assim, peguei o carro e percorri por todas as ruas atrás dela, eu sabia que deixá-la ali sozinha era perigoso.Não entendo o motivo que me fez importar tanto assim com ela, jurei a mim mesmo que não me envolveria. Porém, acho que tudo isso faz parte de uma maldita missão, ou qualquer coisa parecida, eu não