Alerta de gatilho
....Este capítulo contém cenas de uso de drogas.Hugo CastroDesafrocho o nó da minha gravata aliviado por toda cerimônia ter se encerrado. Odeio esses eventos sociais, cheios de pessoas hipócritas da alta sociedade se fazendo de bons samaritanos apenas porque dão pequenas doações que nem fazem cócegas em seu milionário patrimônio.Bufo me direcionando ao bar, enquanto o mestre de cerimônia encerra o evento, esta é a melhor parte de todas. Pena que não servem nada forte. Estou aqui apenas, porque, Arthur Bacellar insistiu muito, o presidente da empresa. Alguém precisava representar o escritório. Existe um bom relacionamento entre minha família e a família Bacellar há anos, muito mais que profissional.Neste exato momento avisto um Bacellar, o único mal caráter que conheço, isto se o filho não seguir o mesmo caminho de Maicon. Ele veio representar as empresas comerciais da qual ele é o CEO. Nunca me afeiçoei a ele, sempre envolvido em escândalos. Evelyn merecia algo melhor. Sempre ouço falar das orgias das quais ele promove junto a seus amigos tão mal caráter quanto ele, e Evelyn desconhece, ou finge que desconhece.Hoje não é um dia bom, pelo menos pra mim, na verdade nenhum tem sido. Ao me lembrar do motivo principal da minha raiva, viro a taça de champanhe em um só gole e observo Maicon bem a minha frente conversando com o deputado Mateo Duran do outro lado, outro pervertido. Alguns dos meus amigos do escritório já tiveram que limpar muitas sujeiras desse safado. Sua fama está relacionada a drogas, sua especialidade é trazer "novidades" para as "festinhas". E o infeliz também é casado, aliás muito bem casado. Os dois conversam como se tramassem algo. Certamente após o encerramento devem sair para se divertirem de verdade. Maicon parece tenso. Olha em seu relógio de pulso várias vezes. Peço ao garçom mais uma taça e continuo observando os cavalheiros. Vejo Maicon conversar ao telefone e ao desligar sua expressão muda, fica bastante irritado. Parece xingar um palavrão. E Mateo ri como se fosse uma piada. Logo retomam a conversa, Maicon pede a mesma bebida que eu e neste momento ele me nota. Nunca fomos grandes amigos e talvez por isso ele me olhou daquela forma hostil, depois se vira para Mateo e fala algo para ele. Certamente está contando sobre o quanto imbecil eu sou, talvez eu mereça este título, pois sou um idiota por acreditar em amor. Sim, eu acreditei, e essa foi a primeira e espero que seja a última vez, pelo menos no que depender de mim. Peço a terceira taça enquanto tenho uma brilhante ideia.Talvez eu precise tentar algo novo, me distrair um pouco. Chega de ser o cara sempre certinho, que vive de trabalho e responsabilidade. Talvez uma boa noite de farra me ajude a colocar a cabeça no lugar. Mesmo que no fundo eu saiba que estou completamente errado. Respiro e inspiro, abandonando minha taça vazia na bancada e devagar me aproximo dos dois folgazões. Cumprimento os rapazes que estavam muito alegres até eu me aproximar.Sou recebido com desconfiança.— Boa noite. Mais alguém entediado aqui ou sou somente eu?— Está tudo bem, Hugo?— Maicon pergunta em tom sarcástico.Os dois se entreolham.— Estou muito bem. Melhor vou ficar se sair desse lugar pra algo mais animado.Mateo dá um gritinho muito discreto.— Eita! Alguém aqui resolveu aproveitar a vida!Mesmo assim, Maicon ainda parece desconfiado. Afinal sabe do apreço que tenho por sua esposa e sogro. Faz sentido não confiar.— Preciso experimentar algo novo.— Nunca é tarde pra mudar — Maicon fala sorrindo entre os dentes. — Pena que é isso que temos pra hoje — fala pegando o champanhe e bebendo sem tirar os olhos dos meus.— Sei que é mentira, Maicon. Vocês sabem como se divertir. E eu só quero um pouco disso.— Hugo, você não deveria acreditar em tudo que escuta por aí.— Você mesmo sempre me diz que eu deveria levar as coisas menos a sério, Maicon, olha eu aqui, disposto a tentar qualquer coisa! Mateo fica empolgado e é nítido em sua expressão.— Qualquer coisa?Maicon desvia o olhar.— Sim, qualquer coisa que envolva prazer e diversão.Talvez eu ainda não esteja sendo convincente o suficiente, vejo um pequeno sorriso sarcástico surgir no canto da boca de Maicon.— Pare Hugo. Não seja patético.Dou um passo para trás e ergo as mãos.— Tudo bem. Sabem que tenho outros meios de conseguir diversão? Vocês dois não são os únicos que conhecem o caminho. A noite está apenas começando…Falo e dou as costas, já que são babacas não pretendo insistir. Então, ouço Mateo:— Dá uma chance pro cara, Maicon, vai ser divertido.Porém, Maicon permanece irredutível. Deve me achar muito correto para participar de suas festinhas.Então sinto Maicon tocar meus ombros. Paro por um instante e volto para eles.— Caramba, você quer isso mesmo, Hugo?Ele me analisa como se me desafiasse.— Você não imagina o quanto.De repente sua expressão muda, acho que o convenci.O cara é mais imbecil do que eu imaginava.Sinto um tapa nas costas. — Talvez seja uma boa ideia te mostrar o quanto a vida pode ser boa.Mateo fica cada vez mais animado.— Se prepare para ter a melhor noite da sua vida!Maicon pede uma bebida para um brinde. Nada mudou, continuo sem grandes afetos por ele, pois tenho outros interesses, um que envolva, muita bebida e sexo, e o caminho para me desfrutar disto ele conhece muito bem.Maicon mostra as chaves de um luxuoso hotel da cidade.— Uoooou!— Mateo fala mais animado.— Tenho uma reserva na suíte principal.Vou fazer alguns contatos pra não ficarmos sozinhos.O garçom nos entrega mais bebidas e fazemos um brinde.— E aquela encomenda, Mateo?— Maicon pergunta.Ele sorri malicioso.— Alguma vez te decepcionei? Tenho uma grande novidade. Vou receber a entrega no caminho, já fiz o pedido.No mesmo instante imagino que seja algum tipo de droga. Mas que se dane, essa noite pretendo experimentar tudo que possa me trazer prazer. Minha vida já é a porra de uma droga!— Ainda dá tempo de desistir.Maicon fala com ar de deboche.Me irrito com suas piadinhas. Já que estamos do lado de fora, retiro um cigarro do bolso e acendo. Não sou fumante, mas há três dias comprei esses, a fim de tentar acabar com minha ansiedade. Dou o primeiro trago sobre o olhar de Maicon.— Espero realmente que supere minhas expectativas — Maicon fala incrédulo.Dou mais um trago e jogo o cigarro no chão.Os manobristas trazem nossos carros e sigo os dois. E quanto a mim, espero que realmente tudo isso vá valer a pena.*A suíte estava toda preparada, tive a impressão de que os planos de Maicon eram outros e que talvez estivesse mudado de ideia. Com apenas uma ligação ele providenciou três garotas, todas lindas, dignamente de capa de revista. Talvez se tratasse de uma agência de modelos. Elas estavam super animadas. As bebidas também já estavam lá. Fui retirando o paletó e me servindo de um whisky, precisava de algo forte. A ruiva já queria sexo. Me acompanhava tentando tirar o restante das minhas roupas, pedi que fosse para hidro e me esperasse por lá, assim me livrei dela por um momento, e ela foi obediente. O som estava alto em uma música dançante. Me sento numa poltrona ainda tentando compreender por qual motivo ainda estava insatisfeito. Olho para o lado e vejo igualmente Maicon com seu olhar vagando enquanto a morena tentava o excitar a qualquer custo. Percebo que ambos não estávamos muito satisfeitos.— Me deixe! — Ouço Maicon gritar com a jovem se levantando. Ele parecia bem irritado. Vejo o copo se quebrando em várias partes, ele o lança na parede. — Não era você que eu queria. Porra!Assim eu tive a certeza de que ele tinha outros planos.Me lembro de um boato no qual falavam que ele tinha uma amante na cidade. Mas nada nunca foi comprovado. Seria essa tal mulher que ele estivesse esperando?Quer sabe, foda-se não é da minha conta.A morena que estava com ele vem ao meu encontro e começa a fazer uma espécie de striptease à minha frente. Vejo Mateo surgir somente de roupão todo molhado.— Isso que é vida, cara! — ele grita comemorando: — aquela loira é gostosa pra caralho, ela faz de tudo.Sorrio fingindo estar adorando.Ele caminha próximo de onde estou, retira vários saquinhos e deposita um pó na mesa.— Toma, gata!Vejo a mulher se aproximando sorridente, ela se ajoelha, enrola um papel e cheira aquilo.Mateo se junta a ela, na sequência os dois se beijam. Confesso que sinto mesmo é nojo daquela cena. Enquanto suas línguas são compartilhadas, a morena me convida a se juntar a eles. Logo penso em algo que justifique minha negativa.Pego um saquinho, preparo o pó bem ao meu lado em uma mesa de vidro e mostro a eles que vou estar ocupado. É uma loucura, nunca fiz isso. Mas prefiro do que me misturar naquela orgia nojenta. Tento preparar a mistura, não sou ingênuo a ponto de não saber como se faz. Utilizo meu cartão de crédito, depois faço um canudo com uma nota de cinquenta e início o processo. A princípio a sensação é estranha, mas logo sinto minha frequência cardíaca aumentar, o som parece mais alto, uma adrenalina invade meu corpo, tenho a sensação de que meu corpo pulsa, é estranho.Vejo Maicon comemorar eufórico se divertindo com a cena. Agora ele tem certeza de que eu vim pra me divertir.Após algum tempo, ainda estou lúcido, e por mais que tenha gostado da sensação que aquela porcaria me trouxe, vou deixar um pouco pra mais tarde, afinal a noite vai ser longa.A morena desfalece no sofá depois de toda droga que Mateo lhe deu.A tal loira da piscina surge e tenta convencer Maicon a transar com ela. Ela está por trás dele lhe massageando os ombros, mas não sei o que está acontecendo, ele parece não querer sexo nesta noite.Tomo mais um copo de whisky.A ruiva surge usando um micro biquíni, toda molhada, confesso que ela me deixou excitado. Talvez eu devesse aproveitar. A música está muito alta e começa a tocar um som dançante. A loira se junta com a ruiva e juntas começam a dançar um passo praticamente ensaiado. Pulam, cantam a letra usando as mãos como microfone. A ruiva me busca puxando a lapela da minha camisa e depois a loira busca Maicon. Os quatro estamos dançando, ele parece um pouco mais animado. Vejo passar as mãos no corpo da loira e beijá-lá. O clima começa a ficar quente, ela tira sua blusa enquanto rebola. Sinto a ruiva também rebolar em meu membro. Mateo surge bêbado feito um porco. Insiste em participar da dança. Ele se enrosca em minha parceira e já estou com nojo outra vez. Droga! Desse jeito não transo essa noite.Empurro Mateo, ele começa a balbuciar algo, mas o som está alto e não consigo compreender, Maicon começa a rir da cena. Porém aos poucos seu sorriso vai se empalidecendo e seus olhos estão fixos na entrada principal.Então, vemos uma mulher parada bem a porta chocada com a cena que assiste.Chego a pensar que fosse outra garota de programa, porém, essa é diferente, e sexy sem ser vulgar. Tem uma beleza diferenciada.Engulo seco enquanto Maicon mais parece ter visto um fantasma.Sinto as mãos da ruiva desabotoar minha camisa, ainda estamos dançando, mas fica difícil não olhar a nova visitante, sua pele é negra, tem curvas magníficas, rosto perfeito, lábios carnudos. Seus traços mostram delicadeza e elegância, um conjunto perfeito, é alta, cabelos médios com leves cachos nas pontas, usa um sexy vestido de renda que parece ter sido costurado em seu corpo. Logo tenho uma leve sensação de que já a vi em algum lugar.Apesar de tanta beleza, a mulher não parece muito satisfeita com a cena que vê. Ela observa tudo com seus braços cruzados arqueando as sobrancelhas.Vejo Maicon largar a loira que continua dançando sozinha e ir atrás da recém chegada. De repente, a dança não tem mais graça, a ruiva não me atrai mais.As mãos da ruiva se livram de minha camisa, entretanto, lhe afasto pedindo por um instante. Maicon foi atrás da mulher misteriosa que saiu do nosso campo de visão.Não entendo por qual motivo fico tão inquieto.Talvez seja pura curiosidade. Afinal quem será ela e por que está aqui? De repente fico interessado em descobrir. Estou perturbado, escolho me afastar para pegar mais uma bebida, porém decido por uma garrafinha de água, chega de bebidas por um momento. Ainda me esforço para saber onde Maicon teria ido com a moça, mas não consigo vê-los.Mateo se diverte, aliás acho que foi o único que aproveitou tudo e de todas as formas. As duas mulheres se esfregam nele pra completar minha antipatia da noite. Mas fico imaginando se Mateo sabe de algo, sobre a tal garota que Maicon levou. Me aproximo dos três patetas dançando a minha frente e me esforço para entrar na dança carregado de outra intenção.— Maicon guardou a melhor garota só pra ele — falo.Mateo dá uma enorme gargalhada. Mas vale a pena, pois ele sabe de tudo e logo abre a boca.— Que nada, aquela não é garota de programa. — ele ri — Aquela é somente dele! E nem chegue perto dela ou Maicon te mata!A ruiva invade meu espaço tentando me beijar, eu me esquivo. Quase comemoro quando a música termina. Mateo busca uma garrafa de champanhe e bebe no bico da garrafa mesmo. E pra minha infelicidade se inicia outra música tão animada quanto a última.— E por que ela é tão especial?— A única coisa que eu sei é que estão juntos... — ele para pra beber mais champanhe. Mateo está tão bêbado que despeja o líquido para fora mais do que ingere.Já estou cansado. Me jogo no sofá e quando a ruiva me acompanha eu a dispenso. Ela aproveita a droga deixada na mesinha e se abaixa para usar.Começo a fazer uma reflexão sobre tudo. Percebo que de nada adiantou vir até aqui. Não fiz sexo, apenas bebi um pouco mais e usei um pouco de droga. Entretanto não quero mais.Me levanto e sigo para varanda me lançando sobre o guarda corpo de vidro. Observo a noite e acendo um cigarro. Me sinto entediado, frustrado talvez, não desejava que essa noite terminasse assim. Mas sei que isso aqui não tem nada a ver comigo, acho melhor eu ir embora e me esquecer de tudo isso. Talvez ainda haja tempo de ir para outro lugar.Então sigo para o hall, passo por Mateo que desta vez está usando outro tipo de droga.Pego meu paletó, quando termino de vestir escuto os gritos vindo do quarto. A voz feminina soa desesperada, pedindo socorro.Merda! O que está acontecendo ali dentro?Este capítulo contém alguns gatilhos..... Violência e abuso sexual. Kesie FerrazAssim que entro na suíte reservada, percebo que tem algo de errado. O som está bastante alto e vejo roupas femininas espalhadas pelo chão. Caminho mais um pouco em passos lentos e fico surpresa com a cena que vejo: Maicon e algumas garotas dançando, sendo que elas estão usando um microbiquíni e esfregando a bunda no corpo dele. Ainda observo dois amiguinhos de Maicon, um é Mateo, tão cretino quanto ele, o conheço bem. Mas o outro, não sei quem é, ele é alto, branco e tem corpo atlético, seus olhos parecem claros não sei, pois não costumo admirar os amigos de Maicon, primeiro porque ele é muito ciumento e segundo porque normalmente não valem a penaTento concentrar-me no meu foco principal, conseguir gravar Maicon confessando todo mal que me fez. Aliás, ele parece um cachorro que caiu da mudança quando me ver. Essa ceninha à minha frente é bem típica dele, já o peguei assim, em sua festinha particu
Kesie FerrazCaminho em passos largos distraída ao desbloquear meu celular. Sem ao menos notar que as ruas estão desertas, vejo que são quase três da manhã. Um vento frio bate em meu rosto, e quando percebo um homem estranho parado encostado na parede, fico preocupada, a frase de Hugo me invade à mente "A cidade é perigosa neste horário." depois de tudo que passei é quase impossível não sentir medo.Passo pelo homem misterioso e começo a caminhar mais rápido quando noto que seus olhos vem em direção ao meu corpo mal coberto, logo sinto que estou sendo seguida, aquela sensação de insegurança me invade novamente, arrependo por não ter ouvido Hugo.— Droga!— resmungo baixo e trêmula de medo.Olho sobre meus ombros de forma sutil e vejo que o homem está muito perto, meu coração bate mais forte e de repente ele se apressa ficando à minha frente e grita;— Me passa o telefone! Desesperada, fico sem reação. Não posso deixá-lo levar meu celular, pois não salvei o áudio, na verdade nem ao me
Kesie Ferraz Entramos na portaria do meu edifício e peço a Clemente, nosso porteiro, que libere a entrada do veículo de Hugo. Ele estaciona no subsolo do prédio, então, descemos do carro e seguimos para o elevador. Ainda me sinto incomodada por tê-lo convidado para entrar. Talvez eu acreditasse que ele não fosse aceitar, e que meu convite se tratasse de uma pergunta retórica.Entramos no elevador, e aperto o botão, são doze andares, e ainda não sei que assunto desenvolver para quebrar o nosso silêncio. Quando o elevador para, pego minhas chaves na bolsa. Parados bem a minha porta, abro ainda insegura com o que estou fazendo.— Bem vindo, este é meu lar!— falo lhe convidando a entrar e se sentar, na tentativa de disfarçar o quanto estou nervosa. — Fique à vontade.Jogo minha bolsa no sofá e retiro meus saltos.— Vou preparar um café bem forte, você parece exausto.Ele me olha com a expressão mais fechada que já vi.— Eu… não bebo café.Lhe encaro absorta como se ele tivesse me ofend
Hugo CastroQuando abro meus olhos, me sinto confuso. Por um instante não sei onde estou. Porém rapidamente as lembranças da noite anterior invadem minha mente, quando ouvi os gritos femininos pedindo ajuda, não pensei, apenas invadi o quarto e vi o que aquele maníaco desejava fazer com a moça. Eu sempre soube que Maicon não valesse muito, entretanto chegar àquele ponto me deixou enojado. Ele bem que mereceu cada soco que levou.Quanto a Kesie, eu não desejava me envolver mais naquilo, não sabia o que na verdade havia entre eles, ela parecia decidida a não denunciá-lo, aquilo me deixou irritado. E já que depois ela me virou as costas eu não precisava me importar mais. Porém não foi assim, peguei o carro e percorri por todas as ruas atrás dela, eu sabia que deixá-la ali sozinha era perigoso.Não entendo o motivo que me fez importar tanto assim com ela, jurei a mim mesmo que não me envolveria. Porém, acho que tudo isso faz parte de uma maldita missão, ou qualquer coisa parecida, eu não
Kesie FerrazQuando o elevador fecha, finalmente consigo respirar e nem havia notado que estava prendendo o fôlego. Hugo se foi, não sei se sinto alívio, sei lá, há um vazio dentro de mim. Sinto como se o conhecesse há anos. Hugo me salvou de ser abusada pelo maldito, me salvou do roubo, me salvou com o concerto do celular e me salvou com a advogada! Nossa, eu precisava dar aquele abraço. Foi um impulso. Percebi como ficou desconcertado com meu toque, ele não parece ser o tipo de homem que se envolve fácil. Entretanto, não há como negar que havia algo diferente entre nós, porém seja lá o que for, acabou. Hugo se foi. E é melhor assim, pois Maicon é um homem perigoso, e principalmente com aqueles que se aproximam de mim, ele é possessivo e doentio, temo por Hugo, não merece ser prejudicado por minha causa.Elizabeth veio ao meu quarto assim que chegou hoje pela manhã, estava eufórica pra saber quem era o deus grego dormindo em nosso sofá, contei tudo o que aconteceu e ela ficou louca,
Hugo CastroQuase um mês se passou, me dediquei ao máximo ao caso dos Job's. Foi excelente para ocupar minha mente. Às vezes me pego sonhando com uma certa morena de olhos grandes e castanhos, tomo um bom banho frio e acabo me aquietando. Uma coisa é certa, preciso urgente me divertir um pouco, sair pra beber, conhecer alguma mulher que esteja a fim de apenas uma transa, sem compromisso é claro. Ainda não acredito que peguei o caso que Evelyn tanto insistiu para defender seu filho, Eduardo, a cópia viva do mal caráter do pai. Ele sempre deu trabalho para os Bacellar, na época de sua adolescência foi pego em vários atos ilegais, vandalismo, desacato, e até mesmo uso de drogas, tudo isso sendo ainda menor de idade. Desta vez ele foi pego em direção perigosa, bêbado, o irresponsável atropelou um homem e não prestou socorro. Felizmente a vítima sobreviveu, mas quer a todo custo vê-lo atrás das grades. Já falei mil vezes com Evelyn que não queria defender seu filho, também nunca nos damos
Hugo Castro A semana passou rápido, felizmente. Ocorreu tudo bem na audiência do imbecil do filho de Evelyn, Eduardo. Consegui provar ao juiz de que meu cliente foi ameaçado de linchamento, pra sorte do infeliz, um familiar da vítima postou em suas redes sociais que mataria o responsável pelo acidente. Assim consegui convencer os promotores. Infelizmente.Não me sinto satisfeito por isso, apesar de não ter mentido para conseguir, pois realmente o idiota fugiu porque é um grande covarde. Eu desejava no fundo que ele fosse condenado. Fiz meu trabalho, que muitas vezes não é tão prazeroso, apesar de que agora no escritório estão todos comemorando a vitória com champanhe, e estou sendo aclamado como profissional.— Eu só trabalho com os melhores! — Ouço Artur dizer durante a comemoração erguendo sua taça para um brinde. Está satisfeito com o resultado do processo.Não faço caso, e ele finge não perceber, Artur sabe muito bem a minha opinião sobre os atos irresponsáveis de seu neto e ge
Kesie FerrazNão posso dizer que me sinto cansada. Estou me sentindo muito realizada com esse livro. Hoje é a nossa primeira noite de autógrafos, foi organizada uma estrutura para receber alguns convidados entre eles clientes, patrocinadores, mídia e fãs. O evento iniciou há quarenta minutos, devo ter autografado cerca de trinta exemplares e feito mais do que isso de selfies. Meus sapatos estão me matando, mesmo assim em momento algum abri mão do meu sorriso, afinal se trata de um momento muito especial.Continuo fazendo dedicatórias, a fila está longa e me sinto entusiasmada com isso.— Pra quem devo dedicar?— pergunto e estou tão concentrada que não olho para quem estou escrevendo.— Pra mim mesmo!— a voz masculina do outro lado me responde.Sinto cada parte do meu corpo estremecer com tom rouco da voz. Apesar de não ouvi-la há muito tempo e de termos nos conhecido por menos de vinte quatro horas, eu seria capaz de reconhecê-la mesmo que fosse a quilômetros de distância, pois é a me