Kesie FerrazQuando o elevador fecha, finalmente consigo respirar e nem havia notado que estava prendendo o fôlego. Hugo se foi, não sei se sinto alívio, sei lá, há um vazio dentro de mim. Sinto como se o conhecesse há anos. Hugo me salvou de ser abusada pelo maldito, me salvou do roubo, me salvou com o concerto do celular e me salvou com a advogada! Nossa, eu precisava dar aquele abraço. Foi um impulso. Percebi como ficou desconcertado com meu toque, ele não parece ser o tipo de homem que se envolve fácil. Entretanto, não há como negar que havia algo diferente entre nós, porém seja lá o que for, acabou. Hugo se foi. E é melhor assim, pois Maicon é um homem perigoso, e principalmente com aqueles que se aproximam de mim, ele é possessivo e doentio, temo por Hugo, não merece ser prejudicado por minha causa.Elizabeth veio ao meu quarto assim que chegou hoje pela manhã, estava eufórica pra saber quem era o deus grego dormindo em nosso sofá, contei tudo o que aconteceu e ela ficou louca,
Hugo CastroQuase um mês se passou, me dediquei ao máximo ao caso dos Job's. Foi excelente para ocupar minha mente. Às vezes me pego sonhando com uma certa morena de olhos grandes e castanhos, tomo um bom banho frio e acabo me aquietando. Uma coisa é certa, preciso urgente me divertir um pouco, sair pra beber, conhecer alguma mulher que esteja a fim de apenas uma transa, sem compromisso é claro. Ainda não acredito que peguei o caso que Evelyn tanto insistiu para defender seu filho, Eduardo, a cópia viva do mal caráter do pai. Ele sempre deu trabalho para os Bacellar, na época de sua adolescência foi pego em vários atos ilegais, vandalismo, desacato, e até mesmo uso de drogas, tudo isso sendo ainda menor de idade. Desta vez ele foi pego em direção perigosa, bêbado, o irresponsável atropelou um homem e não prestou socorro. Felizmente a vítima sobreviveu, mas quer a todo custo vê-lo atrás das grades. Já falei mil vezes com Evelyn que não queria defender seu filho, também nunca nos damos
Hugo Castro A semana passou rápido, felizmente. Ocorreu tudo bem na audiência do imbecil do filho de Evelyn, Eduardo. Consegui provar ao juiz de que meu cliente foi ameaçado de linchamento, pra sorte do infeliz, um familiar da vítima postou em suas redes sociais que mataria o responsável pelo acidente. Assim consegui convencer os promotores. Infelizmente.Não me sinto satisfeito por isso, apesar de não ter mentido para conseguir, pois realmente o idiota fugiu porque é um grande covarde. Eu desejava no fundo que ele fosse condenado. Fiz meu trabalho, que muitas vezes não é tão prazeroso, apesar de que agora no escritório estão todos comemorando a vitória com champanhe, e estou sendo aclamado como profissional.— Eu só trabalho com os melhores! — Ouço Artur dizer durante a comemoração erguendo sua taça para um brinde. Está satisfeito com o resultado do processo.Não faço caso, e ele finge não perceber, Artur sabe muito bem a minha opinião sobre os atos irresponsáveis de seu neto e ge
Kesie FerrazNão posso dizer que me sinto cansada. Estou me sentindo muito realizada com esse livro. Hoje é a nossa primeira noite de autógrafos, foi organizada uma estrutura para receber alguns convidados entre eles clientes, patrocinadores, mídia e fãs. O evento iniciou há quarenta minutos, devo ter autografado cerca de trinta exemplares e feito mais do que isso de selfies. Meus sapatos estão me matando, mesmo assim em momento algum abri mão do meu sorriso, afinal se trata de um momento muito especial.Continuo fazendo dedicatórias, a fila está longa e me sinto entusiasmada com isso.— Pra quem devo dedicar?— pergunto e estou tão concentrada que não olho para quem estou escrevendo.— Pra mim mesmo!— a voz masculina do outro lado me responde.Sinto cada parte do meu corpo estremecer com tom rouco da voz. Apesar de não ouvi-la há muito tempo e de termos nos conhecido por menos de vinte quatro horas, eu seria capaz de reconhecê-la mesmo que fosse a quilômetros de distância, pois é a me
Hugo CastroMas que merda eu estava fazendo ?Xinguei todos os palavrões enquanto estava a caminho do hotel, afinal o que eu pensava que estava fazendo quando decidi beijá-la, me aproveitando de uma mulher que está passando por um momento emocional difícil? Entretanto a atração que sinto por Kesie tem me tirado a sanidade! Ela estava muito vulnerável com tudo o que está acontecendo, chorou em meus braços, porra! E eu só pensava em tomar sua boca, acariciar seu corpo, sentir seu calor! Isso é doentio. Eu não posso me tornar mais um Maicon em sua vida que deseja apenas satisfação física. Por outro lado, também não estou preparado para encarar um novo relacionamento, sei que não seria capaz de me entregar a uma mulher outra vez e Kesie merece muito mais do que um amante em sua cama, já passou por muita coisa.Chego ao hotel e tomo uma ducha fria, assim como tenho feito quase todas as noites desde que a conheci. *Kesie FerrazAinda demoro um instante tentando assimilar tudo o que acont
Kesie FerrazEnquanto aguardamos os rapazes, seguimos ao estacionamento, não pude deixar de chamar atenção de Elizabeth, ela não deveria tê-lo convidado para um almoço, minha irmã sabe muito bem o quanto estou perturbada com a presença de Hugo, e depois daquele quase beijo tudo ficou ainda mais intenso. Uma coisa é saber que ele poderia aparecer ao jogo pois havia prometido a Bruno, mas outra bem diferente era incluí-lo em nossa programação de domingo.— Eu acho que estamos forçando esta situação, talvez ele nem deseje esse almoço, e não saiba como negar.— Pare, Kesie! Não estamos forçando nada, Hugo aceitou de forma natural.— E você está insistindo em tentar me aproximar dele, eu já te falei que ele não tem interesse algum por mim.Damos a volta em um SUV para chegar até meu carro e assim que avisto meu Corolla estacionado, paro por um instante com algo que vejo. Elizabeth que ainda tagarelava tentando me convencer de que eu estava errada e que Hugo estava caidinho por mim, pára im
Hugo CastroKesie estava muito vulnerável, e isso acabou com todas as minhas tentativas de não aproximação. O que aquele canalha está fazendo com ela é um absurdo, uma perseguição, digna da porra de um psicopata.Sinto o corpo trêmulo dela entre meus braços e cada vez mais lhe aperto forte e beijo o alto de sua cabeça várias vezes a fim de que ela se sinta segura.Pego de sua mãos a tal carta e enfio no bolso, talvez possamos usar como algum tipo de prova contra Maicon no tribunal. Mas não desejo mais tocar nesse assunto, pelo menos por enquanto, não quero deixá-la mais nervosa. A conduzo até o elevador ainda em meus braços. Confesso que acabo gostando dessa posição em que me encontro, a de seu protetor. Aperto o botão para o andar que ela mora, em pouco mais de um minuto a porta se abre, ela ainda não disse uma palavra, e eu não me importo, contanto que ela fique bem.— Chegamos — falo quando saímos do elevador.Acho que somente neste momento ela nota que esteve em meu braços o te
KesieQuando abro a porta do meu apartamento, vejo Elizabeth na cozinha por detrás da bancada vestida com um avental e colocando algum tipo de tempero na panela. Ela nos analisa e é nítido sua satisfação em ver Hugo logo atrás de mim, imediatamente meu rosto queima, não sei como disfarçar o que acaba de acontecer lá fora, e pelo sorriso no rosto dela é nítido que desconfia de algo. — Elizabeth, Hugo vai ficar pro almoço — falo.— Que bom, estou fazendo Strogonoff.— O cheiro está delicioso — Hugo fala nitidamente empolgado.Bruno surge de repente em nossa frente.— "Que bom, Hugo, você voltou! Vamos jogar uma partida?" — Meu sobrinho se comunica empolgado.Logo Hugo me olha como se pedisse autorização e é nítido em seu olhos o desejo de jogar com Bruno, chega a ser engraçado. — " Somente até o almoço ficar pronto!" — falo em voz alta para Hugo enquanto gesticulo para Bruno me sentindo como uma mãe dando ordem aos seus dois filhos.Os dois seguem para sala e ligam o vídeo game, vou a