Kesie FerrazDesde ontem não consigo dormir bem, passo horas pensando no que fazer para desmascarar Maicon e pôr um fim nisso de uma vez. Desejo justiça, mas conhecendo bem ele como conheço, Maicon é capaz de desmentir nosso relacionamento e colocar tudo contra mim.Comecei ontem a tarde a escrever meu novo livro, talvez o trabalho me ajude a fugir um pouco da minha realidade. Sou tomada por uma explosão criativa e não consigo parar de escrever, porém, logo noto que a personagem da história, vive um relacionamento abusivo, que seu atual namorado não passa de um criminoso e de repente vejo que estou descrevendo momentos dos quais eu própria vivi. Não sei se é uma boa ideia, porém, depois de muita angústia, algumas coisas começaram a passar em minha mente e uma delas é usar o meu trabalho como ferramenta. Começo a relatar com riquezas de detalhes tudo. Violência, roubos e crimes, cometidos por Maicon, porém através de personagens fictícios. Há momentos no qual preciso parar, respirar f
Alerta de gatilho....Este capítulo contém cenas de uso de drogas.Hugo CastroDesafrocho o nó da minha gravata aliviado por toda cerimônia ter se encerrado. Odeio esses eventos sociais, cheios de pessoas hipócritas da alta sociedade se fazendo de bons samaritanos apenas porque dão pequenas doações que nem fazem cócegas em seu milionário patrimônio.Bufo me direcionando ao bar, enquanto o mestre de cerimônia encerra o evento, esta é a melhor parte de todas. Pena que não servem nada forte. Estou aqui apenas, porque, Arthur Bacellar insistiu muito, o presidente da empresa. Alguém precisava representar o escritório. Existe um bom relacionamento entre minha família e a família Bacellar há anos, muito mais que profissional.Neste exato momento avisto um Bacellar, o único mal caráter que conheço, isto se o filho não seguir o mesmo caminho de Maicon. Ele veio representar as empresas comerciais da qual ele é o CEO. Nunca me afeiçoei a ele, sempre envolvido em escândalos. Evelyn merecia
Este capítulo contém alguns gatilhos..... Violência e abuso sexual. Kesie FerrazAssim que entro na suíte reservada, percebo que tem algo de errado. O som está bastante alto e vejo roupas femininas espalhadas pelo chão. Caminho mais um pouco em passos lentos e fico surpresa com a cena que vejo: Maicon e algumas garotas dançando, sendo que elas estão usando um microbiquíni e esfregando a bunda no corpo dele. Ainda observo dois amiguinhos de Maicon, um é Mateo, tão cretino quanto ele, o conheço bem. Mas o outro, não sei quem é, ele é alto, branco e tem corpo atlético, seus olhos parecem claros não sei, pois não costumo admirar os amigos de Maicon, primeiro porque ele é muito ciumento e segundo porque normalmente não valem a penaTento concentrar-me no meu foco principal, conseguir gravar Maicon confessando todo mal que me fez. Aliás, ele parece um cachorro que caiu da mudança quando me ver. Essa ceninha à minha frente é bem típica dele, já o peguei assim, em sua festinha particu
Kesie FerrazCaminho em passos largos distraída ao desbloquear meu celular. Sem ao menos notar que as ruas estão desertas, vejo que são quase três da manhã. Um vento frio bate em meu rosto, e quando percebo um homem estranho parado encostado na parede, fico preocupada, a frase de Hugo me invade à mente "A cidade é perigosa neste horário." depois de tudo que passei é quase impossível não sentir medo.Passo pelo homem misterioso e começo a caminhar mais rápido quando noto que seus olhos vem em direção ao meu corpo mal coberto, logo sinto que estou sendo seguida, aquela sensação de insegurança me invade novamente, arrependo por não ter ouvido Hugo.— Droga!— resmungo baixo e trêmula de medo.Olho sobre meus ombros de forma sutil e vejo que o homem está muito perto, meu coração bate mais forte e de repente ele se apressa ficando à minha frente e grita;— Me passa o telefone! Desesperada, fico sem reação. Não posso deixá-lo levar meu celular, pois não salvei o áudio, na verdade nem ao me
Kesie Ferraz Entramos na portaria do meu edifício e peço a Clemente, nosso porteiro, que libere a entrada do veículo de Hugo. Ele estaciona no subsolo do prédio, então, descemos do carro e seguimos para o elevador. Ainda me sinto incomodada por tê-lo convidado para entrar. Talvez eu acreditasse que ele não fosse aceitar, e que meu convite se tratasse de uma pergunta retórica.Entramos no elevador, e aperto o botão, são doze andares, e ainda não sei que assunto desenvolver para quebrar o nosso silêncio. Quando o elevador para, pego minhas chaves na bolsa. Parados bem a minha porta, abro ainda insegura com o que estou fazendo.— Bem vindo, este é meu lar!— falo lhe convidando a entrar e se sentar, na tentativa de disfarçar o quanto estou nervosa. — Fique à vontade.Jogo minha bolsa no sofá e retiro meus saltos.— Vou preparar um café bem forte, você parece exausto.Ele me olha com a expressão mais fechada que já vi.— Eu… não bebo café.Lhe encaro absorta como se ele tivesse me ofend
Hugo CastroQuando abro meus olhos, me sinto confuso. Por um instante não sei onde estou. Porém rapidamente as lembranças da noite anterior invadem minha mente, quando ouvi os gritos femininos pedindo ajuda, não pensei, apenas invadi o quarto e vi o que aquele maníaco desejava fazer com a moça. Eu sempre soube que Maicon não valesse muito, entretanto chegar àquele ponto me deixou enojado. Ele bem que mereceu cada soco que levou.Quanto a Kesie, eu não desejava me envolver mais naquilo, não sabia o que na verdade havia entre eles, ela parecia decidida a não denunciá-lo, aquilo me deixou irritado. E já que depois ela me virou as costas eu não precisava me importar mais. Porém não foi assim, peguei o carro e percorri por todas as ruas atrás dela, eu sabia que deixá-la ali sozinha era perigoso.Não entendo o motivo que me fez importar tanto assim com ela, jurei a mim mesmo que não me envolveria. Porém, acho que tudo isso faz parte de uma maldita missão, ou qualquer coisa parecida, eu não
Kesie FerrazQuando o elevador fecha, finalmente consigo respirar e nem havia notado que estava prendendo o fôlego. Hugo se foi, não sei se sinto alívio, sei lá, há um vazio dentro de mim. Sinto como se o conhecesse há anos. Hugo me salvou de ser abusada pelo maldito, me salvou do roubo, me salvou com o concerto do celular e me salvou com a advogada! Nossa, eu precisava dar aquele abraço. Foi um impulso. Percebi como ficou desconcertado com meu toque, ele não parece ser o tipo de homem que se envolve fácil. Entretanto, não há como negar que havia algo diferente entre nós, porém seja lá o que for, acabou. Hugo se foi. E é melhor assim, pois Maicon é um homem perigoso, e principalmente com aqueles que se aproximam de mim, ele é possessivo e doentio, temo por Hugo, não merece ser prejudicado por minha causa.Elizabeth veio ao meu quarto assim que chegou hoje pela manhã, estava eufórica pra saber quem era o deus grego dormindo em nosso sofá, contei tudo o que aconteceu e ela ficou louca,
Hugo CastroQuase um mês se passou, me dediquei ao máximo ao caso dos Job's. Foi excelente para ocupar minha mente. Às vezes me pego sonhando com uma certa morena de olhos grandes e castanhos, tomo um bom banho frio e acabo me aquietando. Uma coisa é certa, preciso urgente me divertir um pouco, sair pra beber, conhecer alguma mulher que esteja a fim de apenas uma transa, sem compromisso é claro. Ainda não acredito que peguei o caso que Evelyn tanto insistiu para defender seu filho, Eduardo, a cópia viva do mal caráter do pai. Ele sempre deu trabalho para os Bacellar, na época de sua adolescência foi pego em vários atos ilegais, vandalismo, desacato, e até mesmo uso de drogas, tudo isso sendo ainda menor de idade. Desta vez ele foi pego em direção perigosa, bêbado, o irresponsável atropelou um homem e não prestou socorro. Felizmente a vítima sobreviveu, mas quer a todo custo vê-lo atrás das grades. Já falei mil vezes com Evelyn que não queria defender seu filho, também nunca nos damos