Olá, preciosas! Vocês acham que Justine e Kevin serão capazes de esquecer o passado e se reconciliarem? Conte-me nos comentários. Quero saber a opinião de vocês. Informações sobre trechos usados neste capítulo. Friedrich Nietzsche foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX. Vocabulário. Hombridade: Retidão de caráter; dignidade; honradez. "Cazzo" é um palavrão em italiano. (Acho que não posso traduzir aqui) A expressão "dar com a língua nos dentes" significa dizer algo que não deveria ser dito, revelar segredos, ou trair a confiança de alguém.
Revoltada, Justine passou pelo homem alto e foi direto para sala, parando ao lado do telefone. — Se não sair da minha casa agora, vou ligar para polícia. — Por que faria isso? — A testa de Kevin vincou. — Não te convidei para entrar na minha casa. — Sei que ouviu quando discuti com a Beatrice pelo celular. Briguei com minha noiva porque fui generoso ao trazer você até aqui… — Generoso? — Ela arqueou as sobrancelhas ao ouvi-lo. — Você só está me seguindo para reunir provas que te ajudem a tomar a guarda do meu filho. — Tenho certeza que o Bryan vai gostar mais da minha casa do que dessa espelunca. — Levantou as mãos ao criticar o ambiente. — Vá embora! — Exasperada, Justine indicou a saída. — Não vou sair. — Ele projetou o queixo em desafio. — Acho que vou tirar fotos desse lugar e enviar para o meu advogado. — Após pegar o celular, ele apontou a câmera para a janela quebrada. — Juro que irei procurar qualquer repórter e contarei todos os segredinhos dos seus negócios aqui n
Beatrice estava na sala de estar em uma mansão de prestígio do Século XV perto de Milão. Ela andou pelo piso de mármore polido e parou diante de uma das grandes janelas, puxou as cortinas de veludo vermelho, revelando a visão do pátio interno. A chuva caía fina, molhando o jardim privado, cujas flores e árvores ancestrais se erguiam como testemunhas silenciosas de gerações de intrigas e paixões. O som da água batendo nas pedras ecoava pela mansão, adicionando uma camada extra de solidão àquele momento.Faltavam poucos dias para ela se tornar a nova Senhora Harrison. Dias atrás, a perspectiva de finalmente tomar esse título a deixava em êxtase; no entanto, Justine voltou e estragou tudo. A ex-esposa de Kevin estava cada vez mais presente e Beatrice tinha certeza de que o noivo não estava no hospital apenas pelo filho, mas pela ex-mulher. A proximidade deles a irritava mais. Tinha que dar um jeito de separá-los outra vez.“Kevin ainda sentia algo por ela”, a constatação a incomodou. A p
Kevin tentava manter a calma enquanto o som do motor do Porsche Panamera ecoava pela cidade. Ele estava a caminho de casa, mas no meio do trajeto, o celular vibrou. Ao olhar para a tela, viu uma mensagem de Alessandro: “A sua noiva já está na ambulância”. O coração de Kevin acelerou ao ler, e ele sentiu uma onda de frustração por não ter conseguido chegar a tempo.A agonia o consumia a cada quilômetro percorrido até que, por fim, ele avistou o Humanitas Research Hospital em Rozzano. O carro mal parou e ele já estava fora, saltando para o asfalto sem se preocupar com quem pudesse estar ao redor. Seu único pensamento era Beatrice, a mulher que esteve ao seu lado quando Justine o traiu e no momento em que divórcio lhe roubou o chão. Beatrice o ajudou a reencontrar a vontade de seguir em frente, e desta vez, era ela que precisava dele. Não podia abandoná-la.Ao entrar no saguão do hospital, Kevin encontrou o assistente que tentou transmitir uma falsa tranquilidade. — Senhor, os médicos e
Justine chegou ao hospital de Torino e foi calorosamente recebida por uma equipe médica. O pequeno Bryan foi cuidadosamente conduzido para um enorme quarto VIP, enquanto Justine seguia atrás, absorvendo o ambiente novo e sofisticado. A diretora do hospital, vestindo um elegante terno preto, aproximou-se. — Bem-vinda, senhorita Delacroix. Sou Bianca Salvatore, diretora deste hospital. — Muito prazer! — Trocou aperto de mãos com a mulher de cabelos pretos. — Designei a melhor equipe médica para cuidar do seu filho. Se precisar de qualquer coisa, estarei à disposição. — Grazie! — Justine expressou sua gratidão. — Sinta-se à vontade para descansar no lobby — falou a diretora com um sorriso acolhedor. Logo depois, uma funcionária entrou com uma bandeja repleta de frutas, torradas, suco e café. O estômago de Justine roncou, e ela se envergonhou, torcendo para que ninguém tivesse ouvido o som. Após a recepção calorosa, Justine observou os médicos que examinaram seu filho com atençã
Pouco a pouco, o pequeno Bryan começou a reagir. Com um olhar curioso, um menino examinava as paredes e os médicos que rodeavam sua cama no amplo quarto VIP do hospital. Ele tocou o gesso em seu braço e passou os dedos pela faixa em volta de sua cabeça, sentindo-a com cuidado. Após mais alguns exames, os médicos ficaram entusiasmados ao vê-lo falar e, principalmente, ao perceberem que ele se lembrava da mãe e da bola de futebol que ela lhe deu de presente.— Quero minha bola, mamãe! — Bryan insistiu, provocando risadas contínuas entre os médicos, encantados com sua recuperação.Em seguida, uma equipe entrou com balões, brinquedos e uma bicicleta, o que causou estranheza em Justine.— De onde veio tudo isso? — perguntou ela.— São presentes do senhor Harrison, — explicou a mulher que entrou no quarto. — Olá, Bryan! — A diretora do hospital saudou o menino com um olhar atento.Timidamente, Bryan se retraiu. Ficou evidente que a senhora Salvatore já havia informado Kevin sobre a situaçã
Furiosa, Beatrice estava lançando objetos pelo quarto. Kevin não atendia as suas ligações telefônicas desde que chegou a Turim, a capital do Piemonte.— Vadia! — Gritou a todo pulmão.Ela pegou um dos perfumes da Dolce & Gabbana e lançou contra a parede.O frasco de vidro bateu em uma réplica do quadro “O Nascimento de Vênus” de Sandro Botticelli, que despencou no chão. Apertando os olhos, ela fitou o cofre e avançou. Olhando para os botões, a mulher ardilosa refletia sobre a senha que Kevin usava para proteger seus tesouros.Ela colocou os números que correspondiam à data do aniversário dos pais de Kevin, mas a senha estava incorreta. Em seguida, ela tentou colocar a data de morte dos pais se seu noivo, mas deu erro. Segurando o queixo pequeno, Beatrice ponderou e então colocou a data do aniversário do noivo, mas o cofre não abriu. Quando estava a ponto de desistir, uma súbita percepção ajudou-a a decifrar os números que abririam aquela pequena caixa de metal embutida na parede. Ela
Ao lado do filho, o tempo passou rápido. Em seu computador portátil, Kevin terminava de assistir ao filme Batman vs. Superman com Bryan. Ele deu um olhar enviesado para a mulher de frente para a janela.Uma brisa acariciou o rosto de Justine. As suas pálpebras estavam semicerradas quando as mechas loiras foram jogadas para trás.Kevin ergueu os olhos e teve um vislumbre da mulher de braços cruzados, que permanecia silenciosa desde que o filho contou o motivo de ter sido repreendido na escola.Por vezes, Bryan chamava a mãe para se reunir com eles, mas Justine decidiu dar um tempo para que pai e filho ficassem juntos antes de separá-los.— Quer um café? — Kevin tentou quebrar o muro invisível do silêncio.Distanciando-se da janela, ela suspirou, contudo, resistiu ao impulso de perguntar “a que horas ele iria embora”. Estava tarde e já havia passado da hora do garoto dormir, mas Bryan dormiu por vários dias, então, achou que seria melhor abrir uma exceção.— Quer ou não, quer? — A voz g
— Vim trazer os documentos que o senhor pediu para autenticar no cartório. — O assistente apresentou os papéis com um olhar que parecia esconder uma estratégia. — Amanhã, os advogados virão para conversar com a Justine. — Com a ponta do dedo indicador, ele ajustou a armação dos óculos sobre o nariz.— Ótimo, isso é tudo! — O chefe dispensou o assistente com um gesto rápido.Antes de sair, Alessandro forçou um sorriso. Por sua vez, Justine foi consumida pela curiosidade. Seu pensamento girava em torno da visita dos advogados e o que eles poderiam querer discutir com ela.— Troque essa roupa e descanse um pouco! — Disse Kevin, quando entregou um dos copos de café. — Não tive tempo de voltar no meu apartamento para pegar mais roupas.— Dê uma olhada naquelas sacolas — apontou para a poltrona, indicando as bolsas vermelhas sobre o sofá. — Entraram na minha casa para pegar minhas roupas? — Justine perguntou, claramente surpresa.— Claro que não! — Respondeu ele antes de se aproximar da c