AméliaDemorou alguns minutos para entender onde estava e por que um braço forte envolvia sua cintura, aconchegada em um corpo musculoso e viril. As cortinas pesadas taparam uma claridade do sol a pino, o relógio digital no móvel mostrava que eram quase uma da tarde. Que merda!Ao seu lado, Ícaro se mexeu levemente, sua expressão ficava serena quando estava adormecido, isso fez com que quisesse continuar em seus braços. Mas a essa hora, Sam já estaria em desespero pelo seu desaparecimento. Tinha que sair dali rápido, e voltar para casa.Um flashback da noite passada passou pela cabeça, ainda sentia a letargia de uma noite inteira sem descanso. Retirou o braço dele com cuidado para não acordá-lo e se levantou sentindo cada centímetro do seu corpo protestar dolorido. Aquele medo desesperador começou a corroer suas entranhas, a cabeça começou a latejar, se Ícaro despertasse agora, ele a veria nua com todo o seu horror exposto a luz do dia, certamente ficaria enojado por ter transado c
ÍcaroO bom humor de Ícaro estava evidente nesta manhã, principalmente para as pessoas que trabalhavam a sua volta todos os dias. Mesmo que sempre fosse cordial com todos, ele gostava de manter sua privacidade, portanto se tornou extremamente reservado.Neste aspecto, diria que era muito parecido com Alberto, que foi rotulado pela mídia como antissocial. Mas hoje, quando chegou no prédio da empresa, cumprimentou o porteiro com um meio sorriso; o que praticamente chocou as recepcionistas da Acrópole e o próprio bom homem idoso que nunca viu o presidente da companhia interagindo dessa forma. O ar quente daquela manhã fez com que desejasse estar no mar, velejar por horas, como a muito tempo não fazia. Uma vitalidade diferente corria por suas veias. Ícaro soltou uma gargalhada intimamente ao se lembrar de Amélia completamente apavorada juntando suas roupas em silêncio e saindo correndo de seu apartamento aquele manhã. Pensou em impedir sua fuga covarde, afinal ainda nem tinham almoçado
AméliaA cafeteria do quinto andar estava cheia hoje. Geralmente os funcionários preferiram sair do prédio na hora do almoço, mas hoje parecia que uma parte de todos os departamentos estavam ali.Ticiano bebia chá preto gelado, e esperava um lanche frio ser preparado. Enquanto ela, tomava um machiatto intenso até que seu pedido ficasse pronto.Algumas pessoas sentadas a uma mesa próxima olharam na direção dela e diminuíram o tom de voz, analisando sua figura de cima a baixo. Pensou que já tinha passado da fase da discriminação ali na empresa.Mas pelo visto estava enganada.- Nossos lanches ficaram prontos, vou buscar. – Ticiano disse, chamando sua atenção.- Pode deixar que faço isso. Eu sei que você está terminando um documento para ser enviado em vinte minutos.- Obrigado Amélia. – ele respondeu com um sorriso simpático.Os dedos dele trabalhavam furiosamente no tablet à sua frente. Amélia se levantou, caminhando devagar em direção ao balcão. No meio do caminho, ouviu uma das conve
Não deveria se sentir mal pelo que aquela mulher disse, já sabia o que representava para Ícaro. Mas essa pontada de dor insistia em incomodar, alfinetando seu peito.Quem na terra pensaria nela como um par de Ícaro Darius?! Obviamente ninguém. Seus objetivos aqui não tinham nada a ver com romance e sexo. Estava aqui para trabalhar, para crescer como profissional, e nada mais.Então por que doía assim? ...Frente a porta da presidência, inspirou profundamente. Reuniu forças para enfrentar a presença dele que mexia com ele de forma inexplicável. “Pense nele como se fosse o Caetano, Amélia. Assim poderá se manter longe dessas emoções “Bateu na porta, e esperou a resposta dele para que entrasse de vez no escritório.Ícaro trabalhava atrás de sua mesa com uma expressão compenetrada. Ele nem mesmo levantou os olhos dos documentos que assinava. - Vai ficar parada aí? – disse num tom seco. - O que precisa que eu faça, Sr. Darius? – perguntou se sentando na poltrona de couro frente a ele.
ÍcaroO olhar de choque de Lucila petrificada na entrada de seu escritório, e o tremor do corpo de Amélia contra o seu, era uma receita catastrófica. Ícaro fechou o zíper da calça e desceu a saia de Amélia de volta ao lugar. Se recuperando do choque, ela arrumou a blusa e saiu correndo da sala tropeçando nos próprios pés. - Amélia, espere! – tentou seguir atrás dela, mas ela quase caiu ao som de sua voz. Ela precisava de um refúgio para o caos que estava sentindo. – Mais que porra!O toque suave de Lucila em seu braço, fez com que se voltasse. A expressão de confusão e indignação estampava seu lindo rosto. Pegou as mãos dela com gentileza. - Me desculpe por isso, querida. – beijou sua face com carinho. – Sei que nada justifica minhas ações, mas prometo explicar tudo mais tarde. Lucila assentiu, entregou uma folha de papel que ele nem tinha percebido que carregava. Ícaro passou os olhos pelo documento, sua fúria crescendo a cada palavra. - É por isso que veio aqui tarde da noite
Se serviu de uma generosa dose de whisky e se sentou na cadeira pegando a pasta na mão. As palavras que lia não faziam muito sentido, era como um quebra cabeças, seria necessário uma investigação mais aprofundada sobre o procurador geral e os seus negócios, tudo naquele relatório que recebeu cheirava mal. Melissa Rockfeller era a única filha de uma família rica do Rio de Janeiro, a mãe era uma empresária de sucesso, possuía uma companhia de cosméticos de beleza, que abrangia todo o continente. O pai, um jurista de carreira, foi promotor, juiz e desembargador. Agora estava aposentado. Mesmo assim, mantinha-se ativo no círculo da OAB e tinha uma associação com congressistas de Brasília.Inegavelmente, a família dela era rica e influente. Não conseguia encaixar Amélia, com aquela língua afiada e garra para enfrentar qualquer emprego; com essa menina rica nas fotos. Uma delas, a garota gordinha de aparelho nos dentes e tênis de cano alto, usava um uniforme de colégio de alto padrão.
AméliaDeveria estar estudando ou trabalhando em seu projeto. Mas depois do que aconteceu no escritório hoje, não conseguia se concentrar em nada.É por isso que envolvimentos românticos e sexuais só servem para bagunçar a vida das pessoas.Por sorte, ninguém viu quando ela saiu da sala daquele homem. Amelia entrou no carro do outro lado da rua sem nem mesmo perceber o que estava fazendo. Suas lágrimas não paravam de molhar seu rosto, sua blusa de seda creme. Ela ainda não conseguia assimilar o que aconteceu. Tomou um banho, vestiu uma roupa confortável e foi pra sala, ligou a tv em um filme idiota sobre terror na floresta. Os minutos foram se passando, ela ouvia a voz dele ecoar chamando seu nome, enquanto corria para fora da sala arrumando o sutiã e a blusa toda aberta.A mulher deve ter pensado que ela era uma funcionária vadia.Jogada no sofá, virou a garrafa de vinho vazia na boca, na esperança de que tivesse mais um gole. Amélia já havia bebido tudo, o álcool foi mais que nece
Ícaro a beijou ferozmente sem dar tempo de reação alguma, seus seios fartos arfarem contra peito viril dele, esse simples toque fez seu desejo galopar desenfreado novamente. Que corpo traidor. Não! Ele poderia estar mentindo, pensou Amélia, interrompendo o beijo lascivo. –Responda Amélia, por que está bêbada? – ela olhou para o rosto diabolicamente atraente, completamente perdida. - Posso fazer você falar de outra forma. Acho que é isso que você quer. Ícaro deslizou as mãos dos cabelos para o pescoço, em seguida desceu mais, para os seios que reagiram no mesmo instante. “Meu Deus! O que eu faço com o meu corpo! Eu preciso resistir!” O maldito sabia exatamente o tipo de efeito que tinha sobre ela. - Me solta... – suas forças escorriam de seu alcance. Amélia fechou os olhos quando as mãos dele começaram a brincar com o bico de seus seios, apertando com mais pressão de repente, para em seguida circular as auréolas suavemente . -Eu disse que você merecia um castigo. Os ma