— Ei.Uma batida leve na janela atraiu minha atenção.Assustada, olho para cima e vejo a jovem de cabelos escuros de antes, a que achei ser a namorada dele.— Ei — Ela repetiu, encostando o nariz no vidro. — Qual é o seu nome?— Me chamo Bruna — digo, decidindo que não tinha nada a perder conversando com a garota. Pelo menos, desta vez eu não estava nua. — Quem é você?— Bruna — Ela repete, como se estivesse gravando meu nome na memória. — Você é a namorada do Átila — diz aquilo como uma afirmativa, não uma pergunta.Olho para ela em silêncio, sem deixar que meus pensamentos transparecessem. Eu não tinha ideia de quem ela era nem do que queria de mim. E não pretendia dizer nada que pudesse me deixar encrencada.Ela assenti, como se estivesse satisfeita com minha falta de resposta.— Por que ele trouxe você para cá?Em vez de responder, pergunto:— Quem é você? O que quer?Esperei que ela também não respondesse, mas pelo jeito estava errada. — Meu nome é Rose. Trabalho pro chefão daqu
Minutos depois com a van ainda em movimento, decido que precisava por a segunda parte do meu plano em execução. Olho para o senhor de meia idade, sorrindo levemente.- O senhor teria um celular? Ele desvia a atenção da estrada, me olhando rapidamente.- Celular? Tenho sim - Ele se inclina um pouco para a frente, pegando sobre o painel do carro, pegando um pequeno celular de botão - É simples, mais tem crédito. Assinto pegando o aparelho, forçando minha mente a lembrar a sequência de números do celular de André. Sabia que era uma sequência boba, fácil de se lembrar e precisei recitar algumas sequências, até meu cérebro cooperar e me ajudar com a sequência certa. Meu dedo indicador tremia, a medida que apertava os pequenos botões e em seguida pressionava o aparelho contra a orelha, pedindo mentalmente que André não achasse que era alguma operadora ligando para ele. Caiu direto na caixa-postal e isso só me fez ligar novam
Pelo menos duas horas se passaram, até que Kevin voltasse e meu estômago estava dolorosamente vazio quando chegou.De acordo com o relógio na parede, era seis horas da tarde quando a porta da frente se abriu, o que significava que já fazia algum tempo que havia conseguido fugir e sido pega antes mesmo de sair daquele lugar.Apesar da fome, um arrepio de autoconsciência dançou sobre minha pele quando ele se aproximou, andando com o passo atlético e despreocupado de um guerreiro.Como horas antes, ele vestia calça jeans e uma camiseta sem mangas. O corpo dele parecia incrivelmente forte e os músculos bem definidos se flexionavam com cada movimento.Acabei por me lembrar, de um herói eslavo antigo, mas a comparação com um viking provavelmente seria mais adequada.Átila me lembrava claramente um viking e Kevin era irmão dele.— Deixa adivinhar — diz ele, se ajoelhando à minha frente. Os olhos pretos brilharam. — Você está com fome.— Não me importaria de comer — respondo enquanto ele desa
- Vai fazer o que com ela? - O cara em minha frente pergunta de repente, mesmo assim, não consigo desviar a atenção de André. Kevin dá de ombros impaciente.- Deixar viva que não vou. O cara me olha com um sorrisinho no rosto.- A gente bem que poderia se divertir um pouco com ela.- Faz o que quiser. Vou ter que dar fim nela mesmo - diz saindo da sala, me deixando com os dois soldados. Minha mente queria que meu corpo estremecesse com a ideia de ser estuprada diante do corpo do meu irmão, mas não consigo. Me sentia paralisada.Ergo os olhos sentindo o pânico surgir lentamente dentro de mim e um grito rouco sai da minha garganta, um grito que foi instantaneamente abafado por uma mãopesada sobre minha boca.— Quietinha — sussurrou ele enquanto eu me contorciahistericamente, tentando afastá-lo. — Não queremos que outras pessoas apareça aqui, não é?A mão dele sobre minha boca esmagava o maxilar. A outra mão apertava meus pulsos com tanta força que meus ossos
Acordei e vi Átila sentado na beirada da cama, me observando. Instantaneamente, as lembranças da noite anterior voltaram e corei, constrangida pelo colapso inexplicável.— Desculpe — murmurei, segurando o cobertor contra o peito ao me sentar. — Não sei o que deu em mim.Átila não se moveu. — Você não precisa se desculpar,querida. — Apesar das palavras reconfortantes, o olhar dele era inescrutável. A expressão dele ainda estava fechada e distante. — Você merecia chorar. Não estava sendo nada fácil ser mãe, muito menos dona de casa em tempo integral.— Sim, bem, certamente chorei. — Sentindo-me constrangida, saí da cama e peguei um roupão.Em seguida, fui para o banheiro adjacente para tomar um banho rápido e escovar os dentes antes daronda matinal das mamadas.Quando saí, vi que Átila ainda estava sentado na cama sem se mover.As cicatrizes no rosto dele por causa da luta com soldados de Kevin tinham quase desaparecido. E, com a luz da manhã batendo nas feições masculinas
Sem dúvida dormir 6 horas por dia, havia deixado de ser suficiente a bastante tempo, já que com o tempo percebi que era uma pessoa noturna, trocando facilmente o dia pela noite. Mas isto não aconteceu por opção, mas sim por necessidade. Desligo o despertador do celular que toca pontualmente todos os dias às 7 da noite, com os olhos semicerrados. Afundando meu rosto no travesseiro, respiro fundo, lutando contra a vontade de voltar a dormir, saindo aos poucos da cama. Ainda sonolenta, pego minha toalha e vou para o banheiro no corredor, ouvindo o som da televisão vindo da sala. O banho sempre era responsável em me acordar parcialmente, depois café. Sentada no sofá velho que tinha na sala, Tati prestava atenção em uma novela.- Tem café pronto - diz quando passo pela sala, entrando na cozinha. Em cima da mesa redonda, estava a garrafa de café bege. Pegando um copo no armário pequeno, me sirvo um pouco de café, pegando bolach
Sorrio sem mostrar os dentes, os acompanhando até o lado de fora da lanchonete, não ficando para observá-los entrar no HB20 preto. Rodrigo nunca havia me levado em casa, mesmo com os pedidos dele. O máximo que já o deixei fazer, foi me levar até um determinado ponto no qual dizia ser perto, mas que na verdade, estava mais do que longe. No ponto de ônibus, espero impaciente o ônibus que precisava para ir para o terminal. Quando finalmente chega meia hora depois, me sento no fundo, colocando meus fones. Aquela parte da manhã, não era muito movimentada, o que fazia com que o percurso fosse mais calmo. No terminal, o segundo ônibus já estava parado, o que me poupou tempo de espera. Quando entrei no condomínio em que morava, o sono já começava a se intensificar e pelo horário, já sabia que estaria sozinha em casa. Então depois de um banho e vestir meu pijama, finalmente teria o sono dos justos. Que naquele dia, não durou muito.- Bruna! Bruna - A voz
Na cozinha, Rita se move de um lado para o outro, terminando de preparar a janta.- Pensei que nunca mais ele iria sair da cadeia - murmura, lavando alguns utensílios que havia usado.- Parece que não tinham motivos o suficiente para manter ele lá - Suspiro.- Por mim, você pode ficar.- E o André? - Ela se vira para mim.- Ele nem passa muito tempo em casa. Além do mais, você é irmã dele. Contudo já fazia algum tempo que não tínhamos uma certa aproximação. E eu até sentia falta disso. Acabou que Rita cedeu o quarto de hóspedes, que ainda estava sem cama e guarda-roupa. Mas para uma pessoa que só precisava de um lugar para dormir, o colchão de solteiro que ela pegou emprestado com a vizinha até o dia seguinte, ajudou bastante. Depois de jantar com ela, saio da casa em direção ao ponto de ônibus, recalculando mentalmente o tempo que gastaria para chegar na boate. E para meu azar, chegaria atrasada. A maioria dos funcionários já haviam chegado,