07.

Quarenta minutos depois, ouço uma buzina em frente da casa.

Praticamente voou escada abaixo, quase me encontrando o fim dela, tentando controlar o nervosismo antes de sair.

Rodrigo terminava de trancar o carro quando me aproximo do portão. Assim que me vê, um leve sorriso surge em seu rosto.

- Você acredita que nunca vim aqui?

- Nunca veio em Paraisópolis? - Não era algo que precisava para ter surpresa, já era esperado. Só era preciso fingir surpresa.

- Não - Ele continua sorrindo, olhando ao redor - Mas é melhor do que imaginava. Está longe do que imaginei.

- E... como você imaginava? - pergunto cruzando os braços.

- Um lugar hostil e perigoso.

Talvez por ter crescido naquele lugar, não o considerava o inferno, muito menos o céu. Era um lugar, assim como os demais, que tinha certo periculosidade e infelismente, já nos sentíamos fadados à isso.

- Mas parece ser tranquilo aqui - Ele volta a me olhar - Faz muito tempo que seu irmão mora aqui?

- Faz - digo sem pensa
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