— Você não tem dúvidas, não é? – A pergunta surgiu depois de um tempo em silêncio dentro do carro.Levi Santiago, herdeiro e sócio do próprio pai, levava uma vida calmamente e serenamente secreta quando estava diante de uma mulher a qual ele escolheu para dominar. Mas desde que Mel entrou na sua vida, muitas coisas foram mudando e mudando, e uma delas, era a forma a qual vivia, pagando por amor, pagando para todos fazerem o que ele queria como se não fosse digno de ser amado, ou ao menos ter respeito. As pessoas não sabem quando estão diante de alguém por qual se apaixonou. Prefere ignorar, deixar de canto, fazer tudo para o outro se afastar, Levi foi o contrário, fez o possível e impossível para prender aquela mulher ao seu lado até entender o que sentia e quando descobriu que era o mais puro amor, sofreu com isso.Sofreu por amá-la e entender que não era o suficiente para a doçura de mulher que Mel era, criando uma insegurança tão forte dentro de si que mal dava para a respirar, o c
Outra vez naquela noite, Mel passava pelas portas do apartamento com os olhos atentos em busca de suas crianças, para sua sorte, não havia mais ninguém na sala. Deixou suas coisas sob os cuidados de Levi e subiu as escadas com Mael em seu colo. Deveria acordá-lo para que tomasse um banho, mas era melhor deixar que o menino descansasse. Já tinha vivenciado muitas coisas naquela noite, não precisava de mais um trauma. Entrou no quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível e procurou por todas as garotas que dormiam tranquilamente espalhadas pelos quartos. Achava engraçado que todas montaram barracas feiras de lençol com colchões e flores e dormiam como se estivesse mesmo em um acampamento, era o sonho delas fazerem isso em sua casa, e agora, quem poderia negar? Colocou Mael em sua cama o embrulhando, sorriu para o menino que mesmo dormindo, era tão adorável quanto o pai… seu querido pai.— Mamãe? – Mel procurou pela doce voz de Liz, podiam ter a mesma aparência, voz e corpo, mas
O amanhecer daquele sábado pareceu vir cheio de alegria e saúde… brilhando além das cortinas chegando a cama da criança que acordou aos poucos brigando consigo mesmo por não ter fechado… Ah bom, não era problema dele fechar a janela. Sentou na cama aos poucos tentando lembrar como foi parar ali. Lembrava apenas de ter chorado nos braços de Mel. Ah sim, Mel, e como ela está agora? Tentou se mexer quando enfim notou a garota deitada ao seu lado. — Liz… – Sussurrou o nome da garota que despertou na mesma hora erguendo a cabeça — O que está fazendo? Você vai cair.— Mamãe disse para eu cuidar de você então estou fazendo isso. Não quero sair daqui – Ele sorriu e a convidou para sentar também. — Você chegou tarde.— Eu fiz uma coisa errada – Contou para a menina que não entendeu, mas queria chorar junto a ele — O papai vai ficar muito bravo.— Não se preocupe com isso, nossos pais nunca ficam bravos conosco. – Riu de canto bagunçando os cabelos dele.A porta abriu devagar e os dois se assu
— Esse vai ser meu quarto? – Perguntou assim que abriu a porta, tudo estava como o seu antigo, só que melhor. Suspirou animado. — Eu vou poder decorar, certo? Quero cortinas escuras.— Você e as garotas vão poder escolher tudo de acordo com o seu gosto, mas queria te mostrar primeiro, porque é o mais velho, não é?Mael sorriu com aquela informação finalmente iluminando seu próprio dia. Sabia que não era o mais velho, mas era o mais alto e o que mais iria proteger aquelas três malucas. Gostava de dividir o quarto com elas, mas sempre soube que isso era temporário, logo estariam separadas.— Precisamos voltar logo, Maurício contou às meninas que te trouxe aqui e agora elas estão morrendo de ciúmes. Ou podemos esperar elas aqui, seria divertido elas olharem seus quartos. — E o papai vem junto? – O menino tremeu a cabeça aos pés — ele está bravo não é? Liz disse que os pais não ficam bravos com os filhos, mas isso é mentira, né?— Não, não, querido. É verdade, a gente não fica bravo com
O som das águas da praia sempre passa calmaria, uma paz que não deve ser refutada, tão pouco achada em outro lugar. O som das aves no céu e até mesmo o vento que passa ao redor cobrindo seu corpo de frio e arrepios gostosos. Tudo isso numa brisa gostosa de fim de tarde. E mais perfeito que o som de tudo isso, é a deliciosa voz de Levi Santiago, toda as vezes que chama por sua amada. O tom forte e grosso, mas cheio de carinho e uma obsessão gananciosa. Seria pelo tempo que passaram separados e agora ele estava tentando colocar tudo no lugar? Nem mesmo se passasse mil anos. Jamais a dívida seria paga. Foram sete anos separados, e sete anos mudam muita coisa. No entanto, o amor deles não mudou, tão como o desejo ardente por aquela mulher, sua carência dos carinhos dela, da voz dela, dos cabelos, cheiro, dela por inteira... Nada mudou, mas se intensificou ao ponto de não aguentar sequer ficar longe de seu corpo. — Acordou cedo hoje. – Ele sentou ao lado dela, que sorriu ao sentir os lábi
— Escola nova? – Luna questionou diante da mesa de jantar. Encarou sua mãe, completamente chocada com toda a informação. — Quer dizer que voltaremos a estudar? — Vocês acham que vão ficar a toa dentro de casa e sem estudo? – Luna assentiu. — E como vocês terão uma profissão? Só pode trabalhar quem estuda para ter uma profissão. Meu pai falou isso – Mael se prontificou a falar tomando a atenção da mesa para si — Inclusive, vocês já sabem o que querem ser? — Eu quero ser uma blogueira famosa. – Luna rapidamente anunciou. Uma modelo internacional. Mel acabou sorrindo, sabia exatamente do sonho de todas as suas filhas. — Você descobriu que queria ser blogueira agora? Eu não sabia que isso era uma profissão. Pai isso é uma profissão? – Mael questionou ao pai e todos da mesa voltaram ao centro que mesmo calado acabou se envolvendo ali. — Sim. E se sua irmã quer ser uma blogueira, ela vai ser. Assim como você que quer me substituir na empresa. — Claro, eu sou o filho homem. — Mas nó
Depois de tudo que escutou, Mel retornou as escadas para o quarto do seu marido amável, precisava conversar sobre algumas coisas sérias para continuarem ali. Não queria mudar nada por ali, mas também não aceitaria ser desrespeitada, então alguém tinha que escutar alguma coisa. Sem contar que já tinha passado por isso e ganhou. E só lembrar isso, sentiu os pêlos arrepiar ao ver Becca diante de seus olhos como se estivesse bem ali, na sua frente, mas isso era um sonho distante. Abriu a porta do quarto se deparando Levi terminando de se vestir enquanto falava ao telefone, Mel por alguns segundos se deliciou com a imagem maravilhosa, mas não podia dormir para sempre, precisava urgentemente ter uma conversa sem ser na cama.— Isso Mirella, elas não podem mais perder um dia sequer, pague o quanto for necessário. – Virou para Mel entrando no quarto, não saberia explicar, mas o amor e o desejo que sentia por ela, era grandioso demais para continuar apenas olhando... Não, calma, relaxa! — Obr
— Eu não estou com fome – Mael repetiu pela terceira vez só naquele minuto enquanto olhava para Oli escolher algo para comer — Eu tomei café antes de sair, você viu, e eu adorei o que a Mel fez.— A você gostou, foi? Não vai me trocar por aquela mulher, não é? – Oli pagou rapidamente e saíram do café.— Não é questão de trocar você pela esposa do meu pai. Ela é a minha mãe agora entendeu? – Oli abriu a porta para o garoto entrar — Meu pai disse que não posso ir no banco da frente, não tenho altura e nem idade.— Entra logo, vamos conversar – Bateu a porta e rodeou o carro antes de entrar — Eu sei que ela é a esposa do seu pai, mas eu sou sua babá. Estive com você a mais tempo, ela não pode chegar e já começar a te acordar e fazer café, essa não é sua rotina. Por causa dela nem tomamos café direito juntos.— Mas quem devia fazer esse trabalho é você mesmo. Mas eu acordo sozinho e tomamos café aqui, e nem é bom.— Mael... Você nunca reclamou disso. Até me falou que era saboroso.— É, an