**Daniel**
Chego à Editora às 08:00 em ponto e logo avisto Suzy nervosa, se contorcendo na cadeira. — O que houve, garota? Não pode ficar assim tão nervosa para algumas entrevistas! Você já passou por isso antes. Como foi que contratou todos os outros funcionários? — pergunto, me aproximando dela. — Não seja insensível, Daniel! Essa parte é crucial. Eles serão meus olhos aqui; preciso dos melhores — responde ela, cautelosa. — Relaxa, estou com você — digo, sentando ao seu lado e explicando alguns sinais que darei se notar potencial em algum candidato. — Michele! — grita ela, chamando sua secretária. — Pode trazer o primeiro candidato, por favor. — Sim, senhora. Com sua licença. — A secretária se retira rapidamente, e logo entra um rapaz todo engomado. Ele se senta com ares de superioridade e começa a falar bobagens; percebo que ele está flertando com minha irmã, e vejo o desconforto dela. — Como é seu nome mesmo, rapaz? — pergunto, mirando-o com severidade, e antes que ele responda, continuo: — Richard Smith, você pode se retirar. Não é o que estamos procurando. Adeus. Ele sai esbravejando algo incoerente, e eu grito para a secretária: — Próximo! Conseguimos ouvir nove dos dez candidatos. Gostei de quatro; vi propósito e paixão, mas faltava o último. — Senhorita Rosalie Millar. — Olho para aquela pequena mulher e mal posso acreditar no que vejo. Rose. Ela me encara com os olhos arregalados e, assim que se senta, finge não me conhecer. — Senhorita Millar, já nos conhecemos antes? — indago, esperando sua resposta. Ela morde os lábios e faz um breve jogo de olhares entre mim e minha irmã. Como eu gostaria de estar mordendo aqueles lábios... — Então, senhorita? — insisto, um pouco mais firme. — Oh, senhor Rossi, creio que não. Tenho uma ótima memória e tenho certeza de que nunca o vi antes. — A irritação começa a me consumir; cerro o maxilar e volto a me concentrar na Suzy. — Muito bem, vamos prosseguir — digo, tentando ocultar minha frustração. Suzy me lança um olhar cheio de interrogações ,enquanto a conversa flui entre ela e Rose, Vejo paixão nas respostas de Rose, fogo e determinação. Elas têm uma química incrível. Suzy me olha de relance, e eu insinalizo que ela é perfeita. — Estou muito feliz em lhe conhecer, senhorita Millar. Terminarei a avaliação de todos os candidatos e entrarei em contato assim que obter uma resposta. Agradeço a sua presença. — O pequeno ser sai da sala sem olhar para mim. — Eu a amei! Ela já está contratada! — diz minha irmã, radiante. — Eu também gostei dela, mas 'amar'? Você só pode amar a mim, seu irmão maravilhoso — respondo, sorrindo. Ela me dá um tapa brincalhão no ombro. — Claro que te amo, seu bobo! Pegando sua mão, beijo-a com ternura. — Eu também te amo, baby. Nesse momento, ouço um chamado. — Senhorita Millar? Algum problema? — Vejo Suzy olhar para a porta, e me viro para encontrar Rose ali, que se vira rapidamente. — Desculpe interromper, senhora Suzany, eu esqueci minha bolsa. Me perdoe — diz ela timidamente, apontando para a cadeira, suas bochechas avermelhadas, o que me deixa absurdamente excitado. — Oh, claro! Entre, por favor. E pode me chamar de Suzy; não sou tão velha assim! — A risada da minha irmã ecoa na sala, e a alegria dela me contagia. Quando Rose se prepara para sair, insisto mais uma vez. — Senhorita Millar, você tem certeza de que nunca nos vimos antes? A resposta que ela dá me deixa sem palavras. — Senhor Rossi, já lhe disse que nunca nos encontramos. E, se um dia nos cruzamos, não foi tão especial assim, pois não me lembro de você. — Ela sai da sala como um foguete, enquanto Suzy explode em gargalhadas. — Eu a amo! - diz ela em meio às risadas . Ah, aquela boquinha atrevida ... Eu vou dar um jeito nela. Saio da editora e recebo a ligação do Jhon. — Esta atrasado, amigo... ja encontrei ela— digo de forma um tanto ríspida. — Oh, que ótimo, senhor Rossi! Consegui levantar todo o histórico dela. O senhor gostaria que eu enviasse? — Claro, me mande por e-mail tudo o que conseguiu! Desligo o telefone e retorno à Rossi Enterprises. Agora, ela não me escapa mais.Rose Chego em casa com o corpo tremendo, sentindo uma turbulência de emoções. “Como pude ser tão irresponsável?” ecoa em minha mente. “Ele tem alguém... E ela é um doce.” Perguntas e desabafos pairam no ar. “Como isso pôde acontecer?” Sou uma pilha de nervos. Me jogo na cama, e as lágrimas começam a cair, enquanto me lembro do quanto fui tola por me entregar a um desconhecido, sem saber de suas obrigações. As lágrimas escorrem pelo meu rosto até que a exaustão me leva ao sono. Sou acordada pelos cutucões insistentes de Max. — Vamos, dorminhoca! Levanta! Me conta como foi! — diz Maxine, balançando-me como uma criança choramingando por doces. Levanto a cabeça e olho para ela, sentindo meu rosto inchado de tanto chorar. Ela me observa com espanto, os olhos arregalados. — Ok, mocinha! O que aconteceu? Por que essa cara de pão? — pergunta, enquanto a abraço e desabo em mais lágrimas. — Max, eu sou horrível! — balbucio entre soluços, enquanto ela acaricia meu cabelo, tentando
Rose Estava no meu quarto finalizando meu manuscrito, que preciso entregar na segunda-feira para avaliação. Na terça, os melhores candidatos seriam chamados para uma entrevista, e apenas três teriam a chance de preencher a vaga na nova Editora Rossi, em Nova York. De repente, escuto a porta do meu quarto se abrir e vejo, por cima dos meus óculos, a silhueta de Maxine. — E aí, Rosalie, você ainda não está pronta? — pergunta ela, com uma expressão de desdém. Maxine é ruiva e extremamente magra, parecendo uma modelo. Não é à toa que está trabalhando para um grande estilista de Nova York. Hoje, ela veste um vestido prateado justo que realça todas as suas curvas. — Max, eu preciso entregar esse manuscrito na segunda-feira. Não posso desperdiçar essa oportunidade; preciso de um emprego. Essa é a minha chance! Já se passaram dois anos desde que me formei e ainda não fui chamada para nenhuma vaga nas editoras para as quais enviei currículo. O trabalho na livraria não me paga o suficie
RoseEnquanto deixávamos a boate, a noite parecia estar apenas começando, repleta de promessas e possibilidades. Daniel segurou minha mão, seus dedos envolvidos nos meus, como se fosse um elo que nos unia, e a cada passo que dávamos, a tensão entre nós aumentava. Entramos em um táxi, e a cidade iluminada passava rapidamente pela janela. O aroma do perfume dele misturava-se com a adrenalina da noite, e eu mal conseguia conter a expectativa do que estava por vir. Sorríamos um para o outro, trocando olhares que diziam mais do que palavras poderiam expressar. Ao chegarmos ao hotel, Daniel puxou-me para perto de si, e sua presença era avassaladora. Com um gesto delicado, ele pressionou o botão do elevador, e o silêncio reinou entre nós enquanto subíamos. Sua mão ainda segurava a minha, firme e protetora. Quando finalmente chegamos ao nosso andar, Daniel não hesitou. Ele se virou para mim, e antes que eu pudesse pensar, ele já estava me beijando novamente. Seus lábios eram quentes e f
DanielAbro os olhos e me deparo com uma cena perfeita: Rose está dormindo tranquilamente em meus braços. Ela é linda, perfeita. A noite que tivemos juntos foi incrível, e as lembranças dessa experiência invadem minha mente como um furacão, fazendo meu corpo responder instantaneamente. Cuidadosamente, afasto meu braço para não acordá-la e sigo em direção ao banheiro para tomar um banho frio. No chuveiro, luto para afastar as lembranças daquela noite, mas é quase impossível. Meu corpo ainda arde por ela. O que está acontecendo comigo? Nunca me senti assim antes. Será que é porque tirei sua virgindade? Oh não, lá vêm mais lembranças. Acabo me masturbando pensando nela, desejando estar dentro dela, mas imagino que hoje ela esteja dolorida. Isso deve bastar por agora.Termino meu banho e saio com uma toalha enrolada na cintura. Rose deve estar com fome. Ao deixar o banheiro, percebo a cama vazia. Procuro por todo o quarto, mas não a encontro. Ela se foi, sem deixar uma palavra. Sinto-me
**Rose** Chego em casa e já encontro Maxine me esperando. — Ei, ei, senhorita! Pode me contar tudo em detalhes? — Começo a rir enquanto me dirijo ao meu quarto. — Bom... foi bom — respondo, soltando um sorriso, e saio. Ela me segue e segura meu braço. — Não, senhora! Desembucha! Com um homem daquele tamanho, deveria ser mais do que bom! Ele veio direto dos livros eróticos! — Ao ouvir suas palavras, meu rosto se ilumina. — Max, me dê umas duas horas e eu volto para te contar tudo em detalhes — digo antes de entrar no quarto. Tiro minha roupa e tomo um banho longo e relaxante, sentindo-me dolorida, mas extremamente feliz. Depois, visto um pijama confortável, me sento na minha cadeira e ligo o notebook. Vou descrever o que aconteceu no meu manuscrito; toda a noite passada vem em um turbilhão de lembranças que fazem minha intimidade pulsar. Preciso esquecê-lo, foi só uma noite... mas que noite! Finalizo as alterações e envio meu manuscrito, junto com meu currículo, par