Donna McNightEu disse "sim" no noivado e agora estou prestes a dizer "sim" outra vez. Mas dessa vez, é muito mais intenso, muito mais real. Meu casamento. Quem diria, né? Eu, Donna McNight, aquela que sempre teve um pé no caos, agora estou aqui, prestes a me casar com Juan Sales Moretti, o homem que trouxe paz para minha vida.O caos hoje está, claro, ao meu redor. Bella e minha mãe estão completamente surtadas, correndo de um lado para o outro como duas baratas tontas, tentando garantir que cada mínimo detalhe do meu dia seja perfeito.— Donna, você já arrumou o cabelo? — Bella grita pela terceira vez em quinze minutos.— Sim, Bella, está tudo pronto! — eu respondo, tentando não revirar os olhos. Afinal, eu estou tentando manter a calma aqui. O que não é exatamente fácil com minha irmã mais velha agindo como uma organizadora de eventos de alto nível.Minha mãe e Cecília não estão muito diferentes. Elas corriam de um lado para o outro, ajeitando o véu, mexendo nas flores, conferindo
Donna McNightA lua de mel na Grécia é mais do que apenas uma viagem idealizada; é um convite à intimidade, uma promessa velada de momentos que ninguém além de nós dois presenciaria. A casa de Juan, um refúgio sobre o mar Egeu, é a moldura perfeita para o que está por vir, mas a beleza ao nosso redor é ofuscada por outra energia, algo invisível e magnético, que preenche o ar entre nós. Cada passo dentro daquela casa, cada toque, mesmo o mais discreto, só aumenta a tensão entre nós, uma expectativa crescente e voraz que aperta meu peito.Juan sempre teve essa habilidade, de conduzir cada situação com naturalidade. À medida que ele me guia pelos corredores, cada detalhe da arquitetura some da minha mente. A única coisa que resta é a presença firme dele ao meu lado, cada roçar de dedos nas minhas costas enviando ondas de desejo pelo meu corpo. Há uma fome nele, algo que cresce à medida que nos aproximávamos do quarto, e eu sei, sem que ele precise dizer uma palavra, que aquela noite ser
Juan Sales MorettiDepois de seis meses perfeitos na Grécia, estava na hora de voltar para a Itália. A lua de mel durou mais do que qualquer um esperava, mas eu sabia que precisávamos voltar. Tenho negócios para resolver com Nero e os McNight, e Donna está ansiosa para rever a família. O plano era claro na minha cabeça desde o início — assumir o império de Nero e, eventualmente, nos mudar para a Espanha. Era meu destino, minha responsabilidade. Mas, desde que me casei com Donna, tudo mudou.Ela tinha um vínculo profundo com a Itália, com a família, com o trabalho dela, e eu sabia que não podia pedir que ela deixasse tudo isso para trás. Então, decidi que não iríamos. Nós ficaríamos aqui. Na Itália. Era uma decisão que me deixava em paz, porque sabia o quanto isso significaria para ela.Naquela noite, preparei um jantar especial. Queria contar a novidade de um jeito que ela se lembrasse para sempre. Não sou nenhum chef, mas caprichei nos pratos e na decoração. Velas na mesa, flores ao
Donna McNightA noite parecia estar seguindo o caminho perfeito, pelo menos até o momento em que senti aquele mal-estar no estômago. Tudo o que eu queria era curtir o jantar especial que Juan tinha preparado, mas de repente, uma náusea avassaladora tomou conta de mim. Foi tão rápido, tão inesperado, que eu mal consegui responder quando ele perguntou se estava tudo bem. Corro para o banheiro, o gosto amargo da bile subindo na minha garganta enquanto tento não pensar no que está acontecendo. Me curvo sobre o vaso, segurando as laterais da pia para manter o equilíbrio enquanto vomitava. Que maneira maravilhosa de terminar a noite...Ouço Juan me chamar do corredor, sua voz cheia de preocupação.— Donna? Você está bem?— Me dá só um minuto... — murmuro, tentando me recompor entre os episódios de vômito.Depois de um tempo que parece uma eternidade, levanto a cabeça e olho para o espelho. Meu rosto está pálido e eu sentia que tinha sido atropelada por um caminhão. Lavo o rosto com água fr
Pietro KuhnFiz muita merda na vida. Grande novidade, não é? A diferença é que agora, eu realmente entendi o estrago que causei. Não só com Donna, mas com todo mundo ao meu redor. Fui tão cego pelo meu próprio ego que nem vi o que estava fazendo até ser tarde demais.Quando Isabel foi morta por Juan, alguma coisa mudou. De uma hora para outra, o peso de tudo que eu fiz caiu sobre mim de um jeito que nunca tinha sentido antes. Isabel... ela só estava no lugar errado, na hora errada, e acabou pagando o preço pelas minhas escolhas erradas, pela minha influência e falta de noção. Pela primeira vez, percebi que não podia continuar assim. Não queria repetir os mesmos erros. Não queria arruinar a vida de outra pessoa como fiz com Donna.As palavras dela ainda ecoavam na minha cabeça, quase como uma maldição. Ela disse que eu não sabia o que era gostar de alguém. Na época, ignorei, empurrei a culpa para o fundo da minha mente, mas agora? Agora, eu via que ela estava certa. Nunca soube o que e
Donna McNight Dezesseis anos— Quem é esse garoto? — Alicia pergunta, coloca uma das suas mãos em cima dos meus ombros e olha a foto que eu estava olhando no Instagram.— Ele é irmão do noivo da minha irmã — eu respondo suspirando e o sinal toca, avisando que as aulas já haviam se encerrado e eu finalmente estou livre.Eu estava um pouco ansiosa, pois hoje seria a festa de noivado da minha sorella [irmã em Italiano], e seria a primeira vez que as famílias se reuniriam. É claro que como sou uma boa filha, fiz o meu dever de casa, procurando a família Kuhn em todas as redes sociais, e foi assim que encontrei Pietro Kuhn.— Ele é um gato — Alicia diz e pega sua bolsa, me fazendo levantar. — Ele parece um modelo.Eu acabo rindo ao ouvir isso e deslizo o dedo na tela do celular, seguindo para a próxima foto. — Acho que já o vi em algum lugar — ela diz e eu acabo sorrindo. — Deve ser nas revistas famosas da cidade — completo. — Não o seu cunhado, o outro… — Ela pega o celular da minha
Donna McNight Dezesseis anosNo começo da noite, nós nos arrumamos para a tão esperada festa de noivado, e outra vez o nosso papa deixou claro para Bella que ela poderia desfazer o contrato de casamento se esse fosse seu desejo. Por mais que ela não o conhecesse tão bem, era algo possível para ela, mas minha irmã não o quis fazer. E como seria a primeira vez que eu veria Pietro Kuhn além das fotos, caprichei no meu look. Optei por um vestido rose longo, com uma fenda na perna esquerda, um leve decote coração sem alças e finalizei o cabelo com um rabo de cavalo baixo. A maquiagem foi batom nude, olho bem marcado com um delineado gatinho e eu estava pronta, perfeita.Eu me olho no espelho me sentindo satisfeita com o resultado e ouço minha barriga roncar. Aquilo era suficiente pra mim, então saio do meu quarto e vou direto para a cozinha, afinal, eu precisava comer alguma coisa.E como não havia nenhum dos empregados naquele cômodo, decido preparar um sanduíche eu mesma. Mas enquanto
Pietro Kuhn Dezoito anosSer o filho do meio tinha suas vantagens, meu pai decidiu assim que eu fiz 15 anos, que iria fazer minha iniciação dentro da máfia alemã, enquanto procurava uma noiva para o meu irmão.Viver na sombra do meu irmão mais velho e do nosso primo Brian, que era seu consigliere [conselheiro], era mais fácil, pois não havia tantas cobranças. Minha iniciação não foi nada fácil, nunca gostei do estilo de vida que levávamos, é claro que seria muita hipocrisia se dissesse que não gostava do dinheiro, poder e das mulheres que iam e viam com facilidade, é claro queaproveitava cada segundo que o poder me proporcionava, mas isso não queria dizer que eu gostava de todo o resto.— Pietro, nos vemos amanhã? — Isabel pergunta toda manhosa. — Talvez, tenho muito trabalho. — Me levanto da cama a procura das minhas roupas. — Sabe que posso estar indisponível se não me der a certeza que virá. — Enrolada no lençol, ela me encara.Isabel é uma acompanhante de luxo, já tem um ano q