Vivienne sorri, sentindo-se uma boba por sua própria oscilação de emoções. Ela mesma se surpreende com a rapidez com que seu humor muda, em um momento se sente animada, quase invencível, e no seguinte, está se martirizando, presa em julgamentos internos que parecem não ter fim.Mas a vida, sábia como é, a levou até um homem que a entende sem que ela precise dizer uma única palavra. Dominic lê suas emoções como se fossem páginas abertas, acalmando-a com gestos e palavras que parecem sempre declarações grandiosas de amor. E é por isso que, mesmo nos momentos de incerteza, ela sabe que nunca está sozinha.Ela observa atentamente cada gesto de Dominic, a maneira cuidadosa com que ele desliza a esponja por sua pele, como se cada toque fosse uma demonstração silenciosa de amor. Ele não tem pressa, somente paciência, devoção e um carinho inabalável.Quando ele lava seus cabelos, não se importa em se molhar, não se preocupa com o desconforto. Seu foco está inteiramente nela, no bem-estar dela,
Vivianne está visivelmente ansiosa, com o coração batendo de maneira rápida e intensa. O momento que ela tanto esperou finalmente chegou. Após horas de angústia, incertezas e uma saudade inexplicável de algo que ainda não teve nos braços, ela está prestes a conhecer seus filhos.Uma mistura de ansiedade e emoção percorre seu corpo como uma corrente elétrica, tornando sua respiração curta e entrecortada. Dominic, percebendo sua inquietação, inclina-se suavemente e deposita um beijo carinhoso no topo de sua cabeça. O gesto é simples, mas carrega o peso de tudo o que passaram até ali. Ele segura suas mãos por um breve instante, como se dissesse, sem precisar de palavras, estamos juntos nisso.Com delicadeza, ele a ajuda a se acomodar na cadeira de rodas. Seus movimentos são cuidadosos, como se quisesse protegê-la do mundo. Assim que ela está pronta, ele começa a empurrá-la pelos corredores do hospital, guiando-a até a UTI neonatal, um lugar que ele já conhece como a palma da mão, pois de
Vivienne permanece ali por mais alguns minutos, contemplando seus meninos com um amor que parece maior do que ela. Seu coração bate forte, como se estivesse fora do peito, pulsando naqueles pequenos seres que agora significam tudo para ela.Cada detalhe, cada movimento mínimo, cada respiração dos bebês é precioso. Ela grava tudo em sua memória, como se nunca quisesse esquecer aquele instante. Mas ainda falta um pedaço do seu mundo.Algum tempo depois, a enfermeira retorna, guiando-os até outra ala da UTI neonatal, a de cuidados intensivos. O simples pensamento faz o peito de Vivienne apertar. Ali estava sua filha. Sua guerreira.Dominic empurra sua cadeira com delicadeza, mas dentro dela, a ansiedade cresce como uma tempestade. A vontade de se levantar e correr até sua pequena é quase incontrolável. Ela queria segurá-la nos braços, protegê-la, sussurrar palavras de amor e transferir para ela toda a força que tinha.O ambiente é silencioso, quebrado apenas pelo ritmo constante dos moni
Após o tempo de visita se encerrar, Dominic guia Vivienne de volta ao quarto, auxiliando-a a se acomodar na cama com todo o cuidado. O silêncio se instala entre eles, mas não é um silêncio pesado, é um silêncio carregado de esperança.— Foi assustador, Dom. — Vivienne começa, a voz baixa, quase um sussurro. — Pulei da ambulância. — Murmura, quase para si mesma, enquanto as peças finalmente se encaixam. O carro. O impacto. O som da ambulância. O medo sufocante. A fuga. Vivienne sente o coração acelerar, como se seu corpo ainda estivesse preso àquele momento. Como se, por um instante, o perigo ainda fosse real.O entendimento se solidifica em sua mente, como um choque elétrico percorrendo seu corpo. Ela não tinha somente fugido. Tinha se jogado no desconhecido, no desespero, na necessidade instintiva de proteger seus filhos.Dominic segura a mão de Vivienne, acariciando-a com delicadeza, como se quisesse confortá-la e, ao mesmo tempo, a si mesmo. Pensar em tudo o que ela passou não era
Ali, no calor dos braços um do outro, na segurança reconfortante que Dominic lhe proporciona, Vivienne adormece lentamente, embalada pelos toques afetuosos dele. Cada carícia, cada movimento suave de seus dedos em sua pele é uma promessa silenciosa de amor e proteção.Dominic observa o rosto sereno dela, absorvendo cada detalhe, as pálpebras cerradas, a respiração ritmada, o leve movimento do peito subindo e descendo em um ritmo tranquilo. Ela finalmente estava descansando, e isso era tudo o que ele queria.Por um longo tempo, ele simplesmente fica ali, sem vontade de se mover, sem querer quebrar aquele momento. Então, a realidade o alcança. Seu próprio corpo exige atenção.Soltando um suspiro pesado, ele se obriga a sair do quarto, afastando-se de Vivienne com o máximo de cuidado para não a despertar. Seu olhar permanece nela até o último instante antes de cruzar a porta. Ele precisava se cuidar também, se manter forte para ela, para os filhos, para tudo que estava por vir.Dominic c
Florence caminha de um lado para o outro, seus saltos ecoando de maneira ritmada contra o mármore impecável do quarto luxuoso onde está. O brilho refinado do ambiente contrasta com o turbilhão de frustração que cresce dentro dela.Sua paciência já se esgotou há muito tempo, e o silêncio do outro lado da linha só faz sua irritação aumentar. Ela pressiona o telefone contra o ouvido com força, os dedos tamborilando impacientemente na lateral do corpo, enquanto sua mandíbula se contrai, refletindo a tensão que pulsa sob sua pele. Cada segundo sem resposta é uma afronta.— Já chega dessa incompetência. — Florence começa, a voz cortante, afiada, carregada de uma irritação fria e contida. — Não me interessa que ela esteja no hospital, Maximilian. — Continua, sua entonação se torna ainda mais rígida, cada palavra carregada de desprezo. — Você me garantiu que tinha o controle da situação, e agora tudo está desmoronando diante dos meus olhos.— Bem, as coisas seriam muito mais fáceis se você nã
O tempo parecia ter adquirido um novo significado para Vivienne e Dominic nos últimos vinte dias. Enquanto os bebês lutavam para crescer e se fortalecer, Vivienne travava sua própria batalha, a de se recuperar.Os primeiros dias haviam sido difíceis. A cicatriz da cesariana ardia a cada movimento, os passos eram lentos, limitados, e a perda de sangue a deixava em um estado de exaustão constante. Havia momentos em que seu corpo parecia não acompanhar a força que sua mente insistia em ter. Mas Dominic estava ali, sempre. A cada instante, ao menor sinal de dor ou cansaço, ele estava presente, atento, cuidando dela como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.Com o tempo, seu corpo foi recuperando forças. Já conseguia caminhar pelo hospital sem ajuda, a dor havia diminuído consideravelmente, e os exames indicavam que seus níveis de ferro estavam normalizados. Ainda sentia o corpo mais fraco do que gostaria, mas os médicos estavam satisfeitos com sua evolução. Seus filhos estavam vencend
Dominic e Vivienne observam a filha com os olhos marejados, o coração pulsando de alívio e gratidão. Diana conseguiu. Contra todas as probabilidades, sua pequena guerreira respirava sozinha. Era um momento que eles desejaram, temeram e finalmente estavam vivendo.Vivienne sente o peito se expandir, como se, pela primeira vez em semanas, pudesse respirar sem o peso esmagador da incerteza. Dominic, ao seu lado, mantém o olhar fixo na bebê, e um suspiro carregado de emoção escapa de seus lábios. Mas a sensação de alívio dura pouco. O monitor emite um som diferente, sutil no início, mas suficiente para fazer a tensão se infiltrar no ambiente como uma corrente fria. Vivienne sente o corpo enrijecer, os dedos de Dominic se fecham ao redor da mão dela, e em um instante, o medo que haviam acabado de afastar volta a se instalar com força.— Monitorando. — Informa a enfermeira, a voz baixa, mas firme, enquanto seus olhos permanecem cravados nos monitores.Diana respirava, mas seu pequeno peito