Os burburinhos em volta só aumentam a humilhação e o desconforto que consomem Vivienne. Seus olhos inquietos vasculham o ambiente até encontrarem a figura imponente de Henrik. A expressão fechada em seu rosto não consegue mascarar o brilho de satisfação em seus olhos, evidenciando o prazer que sente ao exercer sua autoridade.— Realmente considerou necessária essa exposição pública, senhor Larsen? — Vivienne questiona, sua voz controlada, quase inaudível, numa tentativa de preservar o que resta de sua dignidade profissional.— Qual seria a abordagem adequada em sua opinião, senhorita Bettendorf? — Henrik retruca, sua voz carregada de autoridade. — Porventura, esperava uma recepção cordial após demonstrar tamanha insubordinação…— Com todo respeito, senhor Larsen. — Interrompe, sua voz ganhando força com sua indignação crescente. — O protocolo corporativo sugere uma reunião privada para tratar de questões disciplinares. Esta demonstração pública de autoridade beira o assédio moral. — A
Vivienne sente suas pernas vacilarem e seu coração acelerar em um ritmo frenético contra seu peito. A presença dele ali, provoca uma onda de náusea que ela luta para controlar. Instintivamente, recua um passo, pressionando a bolsa contra o corpo como se buscasse alguma proteção. — Não gosto de perder minhas posses, Vivi. — Noah vocifera, pressionando-a contra a parede com violência, seus braços criando uma prisão sufocante ao redor dela. Seus olhos brilham com satisfação ao notar o medo pulsando nas pupilas dela, sua respiração irregular denunciando seu desconforto. — Especialmente para o idiota do meu irmão. — Continua, a sua voz descendo para um tom suave, enquanto seu nariz traça um caminho predatório pelo pescoço dela. — Sinto sua falta. Você sempre foi minha favorita, a única que realmente me satisfaz. — Afirma, seus dedos tocando o rosto dela com uma delicadeza, que contrasta com a ameaça latente em sua postura. — Por favor, Vivi, volte para mim. — Implora, enquanto tenta captu
Noah agarra seu pé com ambas as mãos, a dor pulsando onde ela o acertou. Com dificuldade, ergue-se usando a parede como apoio, seu olhar fixo no elevador onde ela desapareceu, ainda processando aquela explosão inesperada. Mancando visivelmente, arrasta-se em direção à saída do prédio, seu orgulho tão ferido quanto seu corpo.No interior do elevador, Vivienne sucumbe completamente ao descontrole que tentava segurar. Suas costas batem violentamente contra o metal gélido, enquanto seu corpo desaba no chão, como se suas pernas tivessem esquecido como funcionar. Sua cabeça tomba entre os joelhos, enquanto o oxigênio parece ter sido sugado do ambiente, cada tentativa desesperada de respirar mais sufocante que a anterior, seu peito subindo e descendo num ritmo alarmante.— Vivienne? — A voz aveludada ecoa pelo espaço confinado, fazendo-a erguer o rosto bruscamente, seus olhos desfocados, finalmente registrando que chegou ao seu andar. — Você está bem? — A mulher pergunta, claramente alarmada
Noah observa Dominic apoiado na porta de costas para ele, como se sua presença fosse irrelevante e isso o deixa ainda mais irritado. Mesmo após fazer um curativo e trocar de sapato, a dor ainda lateja em seu pé, um lembrete constante da afronta de Vivienne.— Quero que você fique longe dela, Dominic. — Noah ordena, enfim cortando o silêncio, apertando as mãos em punho, enquanto observa Dominic se virar lentamente e encará-lo com uma frieza intimidadora. — Não é um pedido, Dom, é uma ordem. — Afirma, observando um sorriso surgir no rosto do irmão.— Desde quando você acha que tem autoridade para me dar ordens? — Dominic pergunta, se apoiando na porta com elegância, cruzando os braços em frente ao peito. — Mesmo que vocês fossem um casal feliz, o que evidentemente não são, não há possibilidade de me manter longe da senhorita Bettendorf, não enquanto ela carrega os meus herdeiros. — Declara, com uma afirmação cortante, enquanto observa a raiva distorcer o rosto de Noah.— Que brincadeira
Os passos de Dominic até o sofá são pesados, seu corpo protesta a cada movimento. Deixa-se cair sobre as almofadas, sentindo cada músculo reclamar pelo esforço excessivo, a adrenalina da briga sendo substituída por exaustão. Do outro lado da porta, o olhar de Noah endurece, suas mãos fecham-se em punhos, irritado por mais uma vez terminar humilhado.— Sabe o que a Vivienne é, Dominic? — Noah grita, apoiando as mãos no chão e inclinando seu corpo para trás. — Uma mulher qualquer, como todas que passaram pela minha cama. — Declara, elevando propositalmente a voz, querendo provocar o irmão. Dominic aperta as têmporas com força, tentando conter não só a dor que lateja em sua cabeça, mas também a raiva que cresce a cada palavra do irmão. — Se formos contabilizar o tempo que ela me dedicou, foi praticamente uma prostituta particular. — Acrescenta, com uma risada maldosa. — E então, Dominic, já cansou? — Provoca, ciente do estado dele, resultado da noite anterior, uma informação que seu avô
Claire desliza a mão pelos cabelos, em movimentos que exalam toda sua sensualidade, enquanto observa o olhar de Dominic percorrendo deliberadamente seu corpo, ciente da atração inegável entre eles.— Que surpresa inoportuna, senhorita Gauthier. A que devo o prazer? — Dominic pergunta, novamente, com um sorriso enviesado, sua voz carregando uma formalidade proposital, enquanto fixa seu olhar no dela.— Sabe que detesto essa formalidade, Dom. — Claire reclama, se aproximando. Ela pousa as mãos no peito dele, abrindo devagar os botões do paletó.— Ah, mas que descuido o meu. — Declara, com falso pesar, segurando as mãos dela e afastando-as do seu peito. — Infelizmente, tenho assuntos urgentes a tratar, senhorita Gauthier. Talvez possamos marcar um horário mais apropriado? — Sugere, fechando a porta atrás de si.— Essa sua pose de executivo ocupado não me engana. — Rebate, a irritação evidente em sua voz. — É verdade o que estão dizendo?— E o que exatamente “estão dizendo”? — Indaga, com
O sorriso de Dominic é uma fachada, tentando esconder sua frustração crescente. Vivienne o manipula como se fosse um peão em seu tabuleiro, desafiando seu controle e despertando nele uma irritação crescente. Ele tenta manter a compostura, mas sente-se vulnerável diante de sua confiança desafiadora.— Obrigado. — Dominic agradece, com uma polidez forçada. — Fique com isso, imagino que não houve tempo para preparar o almoço. — Afirma, estendendo os pacotes de comida com educação. — Insisto. — Declara, diante da hesitação evidente. — Aparentemente, minha companhia para o almoço esqueceu nosso compromisso. — Comenta, sua voz controlada, mal disfarçando a fúria que ferve por dentro.— Obrigada, senhor. — A mulher aceita a gentileza com gratidão. — Deseja deixar algum recado para a senhorita Bettendorf? — Oferece, solícita.— Não será necessário, obrigado. — Responde, dirigindo-se ao elevador. No espaço confinado que parece diminuir a cada segundo, pega o celular e disca para Vivienne. — Ond
Com o grito de Vivienne, Joana corre até a sala e a encontra encostada à porta, como se tivesse visto um fantasma, a mão pressionando o peito, os olhos arregalados em pânico e a respiração descompassada, como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulmões.— Vivi, o que houve? — Joana pergunta, alarmada, aproximando-se da amiga em pânico.— El… El… — Vivienne tenta falar, mas as palavras se engasgam em sua garganta. Ela apenas aponta para a porta, por cima do ombro, como se estivesse paralisada.— Não estou entendendo. — Joana comenta, a confusão em sua voz. Ela se aproxima rapidamente, afastando Vivienne da porta com um gesto firme. — Pelo amor de Deus, não! — Impede, num sussurro exaltado, usando o corpo inteiro como barricada humana. — O senhor controlador supremo está aqui. — Sussurra, sua voz ecoando nada discretamente.— Senhorita Bettendorf, presumo que esteja ciente de que o “senhor controlador supremo” possui uma audição impecável? — A voz de Dominic ressoa pela porta, fazen