Noah agarra seu pé com ambas as mãos, a dor pulsando onde ela o acertou. Com dificuldade, ergue-se usando a parede como apoio, seu olhar fixo no elevador onde ela desapareceu, ainda processando aquela explosão inesperada. Mancando visivelmente, arrasta-se em direção à saída do prédio, seu orgulho tão ferido quanto seu corpo.No interior do elevador, Vivienne sucumbe completamente ao descontrole que tentava segurar. Suas costas batem violentamente contra o metal gélido, enquanto seu corpo desaba no chão, como se suas pernas tivessem esquecido como funcionar. Sua cabeça tomba entre os joelhos, enquanto o oxigênio parece ter sido sugado do ambiente, cada tentativa desesperada de respirar mais sufocante que a anterior, seu peito subindo e descendo num ritmo alarmante.— Vivienne? — A voz aveludada ecoa pelo espaço confinado, fazendo-a erguer o rosto bruscamente, seus olhos desfocados, finalmente registrando que chegou ao seu andar. — Você está bem? — A mulher pergunta, claramente alarmada
Noah observa Dominic apoiado na porta de costas para ele, como se sua presença fosse irrelevante e isso o deixa ainda mais irritado. Mesmo após fazer um curativo e trocar de sapato, a dor ainda lateja em seu pé, um lembrete constante da afronta de Vivienne.— Quero que você fique longe dela, Dominic. — Noah ordena, enfim cortando o silêncio, apertando as mãos em punho, enquanto observa Dominic se virar lentamente e encará-lo com uma frieza intimidadora. — Não é um pedido, Dom, é uma ordem. — Afirma, observando um sorriso surgir no rosto do irmão.— Desde quando você acha que tem autoridade para me dar ordens? — Dominic pergunta, se apoiando na porta com elegância, cruzando os braços em frente ao peito. — Mesmo que vocês fossem um casal feliz, o que evidentemente não são, não há possibilidade de me manter longe da senhorita Bettendorf, não enquanto ela carrega os meus herdeiros. — Declara, com uma afirmação cortante, enquanto observa a raiva distorcer o rosto de Noah.— Que brincadeira
Os passos de Dominic até o sofá são pesados, seu corpo protesta a cada movimento. Deixa-se cair sobre as almofadas, sentindo cada músculo reclamar pelo esforço excessivo, a adrenalina da briga sendo substituída por exaustão. Do outro lado da porta, o olhar de Noah endurece, suas mãos fecham-se em punhos, irritado por mais uma vez terminar humilhado.— Sabe o que a Vivienne é, Dominic? — Noah grita, apoiando as mãos no chão e inclinando seu corpo para trás. — Uma mulher qualquer, como todas que passaram pela minha cama. — Declara, elevando propositalmente a voz, querendo provocar o irmão. Dominic aperta as têmporas com força, tentando conter não só a dor que lateja em sua cabeça, mas também a raiva que cresce a cada palavra do irmão. — Se formos contabilizar o tempo que ela me dedicou, foi praticamente uma prostituta particular. — Acrescenta, com uma risada maldosa. — E então, Dominic, já cansou? — Provoca, ciente do estado dele, resultado da noite anterior, uma informação que seu avô
Claire desliza a mão pelos cabelos, em movimentos que exalam toda sua sensualidade, enquanto observa o olhar de Dominic percorrendo deliberadamente seu corpo, ciente da atração inegável entre eles.— Que surpresa inoportuna, senhorita Gauthier. A que devo o prazer? — Dominic pergunta, novamente, com um sorriso enviesado, sua voz carregando uma formalidade proposital, enquanto fixa seu olhar no dela.— Sabe que detesto essa formalidade, Dom. — Claire reclama, se aproximando. Ela pousa as mãos no peito dele, abrindo devagar os botões do paletó.— Ah, mas que descuido o meu. — Declara, com falso pesar, segurando as mãos dela e afastando-as do seu peito. — Infelizmente, tenho assuntos urgentes a tratar, senhorita Gauthier. Talvez possamos marcar um horário mais apropriado? — Sugere, fechando a porta atrás de si.— Essa sua pose de executivo ocupado não me engana. — Rebate, a irritação evidente em sua voz. — É verdade o que estão dizendo?— E o que exatamente “estão dizendo”? — Indaga, com
O sorriso de Dominic é uma fachada, tentando esconder sua frustração crescente. Vivienne o manipula como se fosse um peão em seu tabuleiro, desafiando seu controle e despertando nele uma irritação crescente. Ele tenta manter a compostura, mas sente-se vulnerável diante de sua confiança desafiadora.— Obrigado. — Dominic agradece, com uma polidez forçada. — Fique com isso, imagino que não houve tempo para preparar o almoço. — Afirma, estendendo os pacotes de comida com educação. — Insisto. — Declara, diante da hesitação evidente. — Aparentemente, minha companhia para o almoço esqueceu nosso compromisso. — Comenta, sua voz controlada, mal disfarçando a fúria que ferve por dentro.— Obrigada, senhor. — A mulher aceita a gentileza com gratidão. — Deseja deixar algum recado para a senhorita Bettendorf? — Oferece, solícita.— Não será necessário, obrigado. — Responde, dirigindo-se ao elevador. No espaço confinado que parece diminuir a cada segundo, pega o celular e disca para Vivienne. — Ond
Com o grito de Vivienne, Joana corre até a sala e a encontra encostada à porta, como se tivesse visto um fantasma, a mão pressionando o peito, os olhos arregalados em pânico e a respiração descompassada, como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulmões.— Vivi, o que houve? — Joana pergunta, alarmada, aproximando-se da amiga em pânico.— El… El… — Vivienne tenta falar, mas as palavras se engasgam em sua garganta. Ela apenas aponta para a porta, por cima do ombro, como se estivesse paralisada.— Não estou entendendo. — Joana comenta, a confusão em sua voz. Ela se aproxima rapidamente, afastando Vivienne da porta com um gesto firme. — Pelo amor de Deus, não! — Impede, num sussurro exaltado, usando o corpo inteiro como barricada humana. — O senhor controlador supremo está aqui. — Sussurra, sua voz ecoando nada discretamente.— Senhorita Bettendorf, presumo que esteja ciente de que o “senhor controlador supremo” possui uma audição impecável? — A voz de Dominic ressoa pela porta, fazen
Vivienne sente suas pernas vacilarem diante daquela proximidade e das palavras dele, carregadas de segundas intenções. Seus olhos deslizam pelo corpo dele, quase contra sua própria vontade, enquanto ela luta para reunir cada grama de autocontrole e resistir ao impulso de se render àqueles braços. Quando seus olhares finalmente se encontram, ela percebe as pupilas dilatadas, e as íris de cores diferentes, brilhando com um desejo quase incontrolável, ameaçando fazer seu último resquício de resistência desmoronar.— Você é um homem muito abusado. — Vivienne repreende, balançando a cabeça numa tentativa desesperada de afastar os pensamentos impróprios, enquanto ele parece se deliciar com seu desconforto evidente. — Um homem irritante e completamente inconveniente. — Acrescenta, sua irritação aumentando a cada instante, acompanhando o sorriso provocante dele. Um sorriso que a deixa dividida entre o desejo tentador de beijar aqueles lábios novamente e a vontade descabida de arrancar aquele
Vivienne desliza as mãos nervosamente pelos cabelos, sua mente trabalhando freneticamente em busca de uma saída que não envolva revelar seu passado. As palavras cruéis do pai ecoam em sua memória, aumentando sua ansiedade e a última coisa que deseja é qualquer associação com sua família, conhecendo bem demais as consequências de contrariar aquele homem.— Não estou entendendo essa conversa! — Joana comenta, quebrando o silêncio tenso e trazendo Vivienne de volta à realidade. — Conheço…— Amiga, o senhor Muller já sabe sobre algumas falhas no meu currículo. — Vivienne interrompe, rapidamente, lançando à amiga um olhar suplicante, tentando fazê-la entender a situação. — Ele sabe que não cursei a faculdade. — Acrescenta, em um esforço desesperado para controlar a conversa, enquanto Dominic observa atentamente, capturando cada palavra e troca de olhares, analisando meticulosamente cada reação delas.— Até quando planeja sustentar essa mentira, senhorita Bettendorf? — Dominic questiona, o