Os passos de Dominic até o sofá são pesados, seu corpo protesta a cada movimento. Deixa-se cair sobre as almofadas, sentindo cada músculo reclamar pelo esforço excessivo, a adrenalina da briga sendo substituída por exaustão. Do outro lado da porta, o olhar de Noah endurece, suas mãos fecham-se em punhos, irritado por mais uma vez terminar humilhado.— Sabe o que a Vivienne é, Dominic? — Noah grita, apoiando as mãos no chão e inclinando seu corpo para trás. — Uma mulher qualquer, como todas que passaram pela minha cama. — Declara, elevando propositalmente a voz, querendo provocar o irmão. Dominic aperta as têmporas com força, tentando conter não só a dor que lateja em sua cabeça, mas também a raiva que cresce a cada palavra do irmão. — Se formos contabilizar o tempo que ela me dedicou, foi praticamente uma prostituta particular. — Acrescenta, com uma risada maldosa. — E então, Dominic, já cansou? — Provoca, ciente do estado dele, resultado da noite anterior, uma informação que seu avô
Claire desliza a mão pelos cabelos, em movimentos que exalam toda sua sensualidade, enquanto observa o olhar de Dominic percorrendo deliberadamente seu corpo, ciente da atração inegável entre eles.— Que surpresa inoportuna, senhorita Gauthier. A que devo o prazer? — Dominic pergunta, novamente, com um sorriso enviesado, sua voz carregando uma formalidade proposital, enquanto fixa seu olhar no dela.— Sabe que detesto essa formalidade, Dom. — Claire reclama, se aproximando. Ela pousa as mãos no peito dele, abrindo devagar os botões do paletó.— Ah, mas que descuido o meu. — Declara, com falso pesar, segurando as mãos dela e afastando-as do seu peito. — Infelizmente, tenho assuntos urgentes a tratar, senhorita Gauthier. Talvez possamos marcar um horário mais apropriado? — Sugere, fechando a porta atrás de si.— Essa sua pose de executivo ocupado não me engana. — Rebate, a irritação evidente em sua voz. — É verdade o que estão dizendo?— E o que exatamente “estão dizendo”? — Indaga, com
O sorriso de Dominic é uma fachada, tentando esconder sua frustração crescente. Vivienne o manipula como se fosse um peão em seu tabuleiro, desafiando seu controle e despertando nele uma irritação crescente. Ele tenta manter a compostura, mas sente-se vulnerável diante de sua confiança desafiadora.— Obrigado. — Dominic agradece, com uma polidez forçada. — Fique com isso, imagino que não houve tempo para preparar o almoço. — Afirma, estendendo os pacotes de comida com educação. — Insisto. — Declara, diante da hesitação evidente. — Aparentemente, minha companhia para o almoço esqueceu nosso compromisso. — Comenta, sua voz controlada, mal disfarçando a fúria que ferve por dentro.— Obrigada, senhor. — A mulher aceita a gentileza com gratidão. — Deseja deixar algum recado para a senhorita Bettendorf? — Oferece, solícita.— Não será necessário, obrigado. — Responde, dirigindo-se ao elevador. No espaço confinado que parece diminuir a cada segundo, pega o celular e disca para Vivienne. — Ond
Com o grito de Vivienne, Joana corre até a sala e a encontra encostada à porta, como se tivesse visto um fantasma, a mão pressionando o peito, os olhos arregalados em pânico e a respiração descompassada, como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulmões.— Vivi, o que houve? — Joana pergunta, alarmada, aproximando-se da amiga em pânico.— El… El… — Vivienne tenta falar, mas as palavras se engasgam em sua garganta. Ela apenas aponta para a porta, por cima do ombro, como se estivesse paralisada.— Não estou entendendo. — Joana comenta, a confusão em sua voz. Ela se aproxima rapidamente, afastando Vivienne da porta com um gesto firme. — Pelo amor de Deus, não! — Impede, num sussurro exaltado, usando o corpo inteiro como barricada humana. — O senhor controlador supremo está aqui. — Sussurra, sua voz ecoando nada discretamente.— Senhorita Bettendorf, presumo que esteja ciente de que o “senhor controlador supremo” possui uma audição impecável? — A voz de Dominic ressoa pela porta, fazen
Vivienne sente suas pernas vacilarem diante daquela proximidade e das palavras dele, carregadas de segundas intenções. Seus olhos deslizam pelo corpo dele, quase contra sua própria vontade, enquanto ela luta para reunir cada grama de autocontrole e resistir ao impulso de se render àqueles braços. Quando seus olhares finalmente se encontram, ela percebe as pupilas dilatadas, e as íris de cores diferentes, brilhando com um desejo quase incontrolável, ameaçando fazer seu último resquício de resistência desmoronar.— Você é um homem muito abusado. — Vivienne repreende, balançando a cabeça numa tentativa desesperada de afastar os pensamentos impróprios, enquanto ele parece se deliciar com seu desconforto evidente. — Um homem irritante e completamente inconveniente. — Acrescenta, sua irritação aumentando a cada instante, acompanhando o sorriso provocante dele. Um sorriso que a deixa dividida entre o desejo tentador de beijar aqueles lábios novamente e a vontade descabida de arrancar aquele
Vivienne desliza as mãos nervosamente pelos cabelos, sua mente trabalhando freneticamente em busca de uma saída que não envolva revelar seu passado. As palavras cruéis do pai ecoam em sua memória, aumentando sua ansiedade e a última coisa que deseja é qualquer associação com sua família, conhecendo bem demais as consequências de contrariar aquele homem.— Não estou entendendo essa conversa! — Joana comenta, quebrando o silêncio tenso e trazendo Vivienne de volta à realidade. — Conheço…— Amiga, o senhor Muller já sabe sobre algumas falhas no meu currículo. — Vivienne interrompe, rapidamente, lançando à amiga um olhar suplicante, tentando fazê-la entender a situação. — Ele sabe que não cursei a faculdade. — Acrescenta, em um esforço desesperado para controlar a conversa, enquanto Dominic observa atentamente, capturando cada palavra e troca de olhares, analisando meticulosamente cada reação delas.— Até quando planeja sustentar essa mentira, senhorita Bettendorf? — Dominic questiona, o
Vivienne recua até sentir as costas pressionarem contra a porta, sua visão embaçando, enquanto a presença imponente de Dominic se transforma num borrão à sua frente. Suas pernas fraquejam, e, quando começa a deslizar, braços fortes a amparam, segurando-a com firmeza antes que atinja o chão. — Vivienne, você está bem? — Dominic pergunta, toda sua postura autoritária dando lugar a uma preocupação genuína. — Ei, inspira e expira. — Instrui, notando sua dificuldade para respirar, enquanto a guia cuidadosamente até o sofá. — Senhorita Lima? — Chama, sem desviar a atenção de Vivienne.— O qu… — Joana interrompe sua fala, ao entrar na sala e deparar-se com o estado da amiga. — O que você fez com ela? — Questiona, acusadoramente, aproximando-se rapidamente.— Traga água. — Ordena, ignorando a acusação. — Agora. — Insiste, sua voz denunciando a preocupação que tenta mascarar. — Continue respirando. — Incentiva, checando o pulso acelerado dela e as mãos frias.— Aqui! — Joana retorna apressada
Vivienne observa, intrigada, aquela metamorfose no comportamento de Dominic. Ele parece uma pessoa completamente diferente do homem intimidador de minutos atrás, agora mais atento, mais cuidadoso, como se a tensão tivesse dado lugar a um interesse genuíno pelo seu bem-estar. Essa mudança a desconcerta, e ela sente um conflito interno surgir, enquanto tenta entender o que está acontecendo.A suavidade com que ele a trata provoca reações físicas distintas, um tipo de vulnerabilidade que ela não está acostumada a sentir. Não é o desejo ardente que suas provocações costumam despertar, mas uma sensação mais profunda, mais intimista, que a faz questionar a linha tênue entre o controle e a entrega.— Bem, cogito ficar mais um tempo aqui. — Vivienne responde, notando como um sorriso contraditório surge nos lábios dele, não combinando com a decepção mal disfarçada em seu olhar.— Tudo bem. — Dominic comenta, recompondo sua postura, numa tentativa visível de recuperar sua indiferença caracterís