Vivienne, finalmente recuperando algum controle sobre seu corpo trêmulo, arrasta-se até o sofá e desmorona nele. Na solidão de seu apartamento, permite que todas as emoções reprimidas finalmente transbordem, seus medos, sua raiva, suas inseguranças fluindo livremente por meio de lágrimas incessantes. Seu pranto ecoa pelo vazio do ambiente, enquanto ela se encolhe, assumindo uma posição quase fetal. Sua mão move-se instintivamente para a barriga num gesto protetor, como se pudesse criar uma barreira física entre seus bebês e o mundo hostil que os aguarda.— Por que isso está acontecendo? — Sussurra, entre soluços, consciente de que em apenas vinte e quatro horas sua vida transformou-se num turbilhão incontrolável de emoções. — Como encontrarei uma solução para tudo isso? — Questiona-se, seu olhar vagando pelo ambiente até encontrar as malas ainda intocadas próximas à porta. A ideia de fuga novamente se apresenta tentadora. Seus olhos então captam a faca caída e seu coração dispara com
Embaixo do chuveiro, Vivienne deixa a água quente aliviar sua tensão, buscando alguns minutos de paz em meio ao caos que sua vida se tornou. Após um banho prolongado, o ritual meticuloso de secar os cabelos, sua higiene pessoal e a escolha cuidadosa de roupas apropriadas para o ambiente corporativo, ela retorna à sala. Não encontrando Joana ali, segue o aroma convidativo de café fresco até a cozinha, onde se surpreende ao encontrar tudo perfeitamente organizado, café fresco e mesa impecavelmente posta.— Você é incrível. — Vivienne elogia, aproximando-se para depositar um beijo afetuoso na bochecha de Joana. — Obrigada. — Agradece, acomodando-se à mesa, seus olhos percorrendo com prazer o café da manhã caprichado.— Só retribuindo todas às vezes que você me mimou devido ao Ca... — Joana interrompe a si mesma, evitando trazer aquela lembrança à tona. — Bem, você sabe. — Finaliza, servindo-se de café.— Me desculpa pelo meu comportamento de ontem. — Murmura, aproveitando o momento. — Nã
Os burburinhos em volta só aumentam a humilhação e o desconforto que consomem Vivienne. Seus olhos inquietos vasculham o ambiente até encontrarem a figura imponente de Henrik. A expressão fechada em seu rosto não consegue mascarar o brilho de satisfação em seus olhos, evidenciando o prazer que sente ao exercer sua autoridade.— Realmente considerou necessária essa exposição pública, senhor Larsen? — Vivienne questiona, sua voz controlada, quase inaudível, numa tentativa de preservar o que resta de sua dignidade profissional.— Qual seria a abordagem adequada em sua opinião, senhorita Bettendorf? — Henrik retruca, sua voz carregada de autoridade. — Porventura, esperava uma recepção cordial após demonstrar tamanha insubordinação…— Com todo respeito, senhor Larsen. — Interrompe, sua voz ganhando força com sua indignação crescente. — O protocolo corporativo sugere uma reunião privada para tratar de questões disciplinares. Esta demonstração pública de autoridade beira o assédio moral. — A
Vivienne sente suas pernas vacilarem e seu coração acelerar em um ritmo frenético contra seu peito. A presença dele ali, provoca uma onda de náusea que ela luta para controlar. Instintivamente, recua um passo, pressionando a bolsa contra o corpo como se buscasse alguma proteção. — Não gosto de perder minhas posses, Vivi. — Noah vocifera, pressionando-a contra a parede com violência, seus braços criando uma prisão sufocante ao redor dela. Seus olhos brilham com satisfação ao notar o medo pulsando nas pupilas dela, sua respiração irregular denunciando seu desconforto. — Especialmente para o idiota do meu irmão. — Continua, a sua voz descendo para um tom suave, enquanto seu nariz traça um caminho predatório pelo pescoço dela. — Sinto sua falta. Você sempre foi minha favorita, a única que realmente me satisfaz. — Afirma, seus dedos tocando o rosto dela com uma delicadeza, que contrasta com a ameaça latente em sua postura. — Por favor, Vivi, volte para mim. — Implora, enquanto tenta captu
Noah agarra seu pé com ambas as mãos, a dor pulsando onde ela o acertou. Com dificuldade, ergue-se usando a parede como apoio, seu olhar fixo no elevador onde ela desapareceu, ainda processando aquela explosão inesperada. Mancando visivelmente, arrasta-se em direção à saída do prédio, seu orgulho tão ferido quanto seu corpo.No interior do elevador, Vivienne sucumbe completamente ao descontrole que tentava segurar. Suas costas batem violentamente contra o metal gélido, enquanto seu corpo desaba no chão, como se suas pernas tivessem esquecido como funcionar. Sua cabeça tomba entre os joelhos, enquanto o oxigênio parece ter sido sugado do ambiente, cada tentativa desesperada de respirar mais sufocante que a anterior, seu peito subindo e descendo num ritmo alarmante.— Vivienne? — A voz aveludada ecoa pelo espaço confinado, fazendo-a erguer o rosto bruscamente, seus olhos desfocados, finalmente registrando que chegou ao seu andar. — Você está bem? — A mulher pergunta, claramente alarmada
Noah observa Dominic apoiado na porta de costas para ele, como se sua presença fosse irrelevante e isso o deixa ainda mais irritado. Mesmo após fazer um curativo e trocar de sapato, a dor ainda lateja em seu pé, um lembrete constante da afronta de Vivienne.— Quero que você fique longe dela, Dominic. — Noah ordena, enfim cortando o silêncio, apertando as mãos em punho, enquanto observa Dominic se virar lentamente e encará-lo com uma frieza intimidadora. — Não é um pedido, Dom, é uma ordem. — Afirma, observando um sorriso surgir no rosto do irmão.— Desde quando você acha que tem autoridade para me dar ordens? — Dominic pergunta, se apoiando na porta com elegância, cruzando os braços em frente ao peito. — Mesmo que vocês fossem um casal feliz, o que evidentemente não são, não há possibilidade de me manter longe da senhorita Bettendorf, não enquanto ela carrega os meus herdeiros. — Declara, com uma afirmação cortante, enquanto observa a raiva distorcer o rosto de Noah.— Que brincadeira
Os passos de Dominic até o sofá são pesados, seu corpo protesta a cada movimento. Deixa-se cair sobre as almofadas, sentindo cada músculo reclamar pelo esforço excessivo, a adrenalina da briga sendo substituída por exaustão. Do outro lado da porta, o olhar de Noah endurece, suas mãos fecham-se em punhos, irritado por mais uma vez terminar humilhado.— Sabe o que a Vivienne é, Dominic? — Noah grita, apoiando as mãos no chão e inclinando seu corpo para trás. — Uma mulher qualquer, como todas que passaram pela minha cama. — Declara, elevando propositalmente a voz, querendo provocar o irmão. Dominic aperta as têmporas com força, tentando conter não só a dor que lateja em sua cabeça, mas também a raiva que cresce a cada palavra do irmão. — Se formos contabilizar o tempo que ela me dedicou, foi praticamente uma prostituta particular. — Acrescenta, com uma risada maldosa. — E então, Dominic, já cansou? — Provoca, ciente do estado dele, resultado da noite anterior, uma informação que seu avô
Claire desliza a mão pelos cabelos, em movimentos que exalam toda sua sensualidade, enquanto observa o olhar de Dominic percorrendo deliberadamente seu corpo, ciente da atração inegável entre eles.— Que surpresa inoportuna, senhorita Gauthier. A que devo o prazer? — Dominic pergunta, novamente, com um sorriso enviesado, sua voz carregando uma formalidade proposital, enquanto fixa seu olhar no dela.— Sabe que detesto essa formalidade, Dom. — Claire reclama, se aproximando. Ela pousa as mãos no peito dele, abrindo devagar os botões do paletó.— Ah, mas que descuido o meu. — Declara, com falso pesar, segurando as mãos dela e afastando-as do seu peito. — Infelizmente, tenho assuntos urgentes a tratar, senhorita Gauthier. Talvez possamos marcar um horário mais apropriado? — Sugere, fechando a porta atrás de si.— Essa sua pose de executivo ocupado não me engana. — Rebate, a irritação evidente em sua voz. — É verdade o que estão dizendo?— E o que exatamente “estão dizendo”? — Indaga, com