A confusão se instala primeiro, seguida pela surpresa e, então, por algo mais profundo, uma incredulidade silenciosa que faz Dominic franzir a testa, enquanto sua mente trabalha rapidamente, tentando absorver aquelas palavras e encaixá-las em uma realidade que simplesmente não faz sentido.Dominic pisca lentamente, enquanto tenta, em vão, encontrar uma explicação lógica para algo que, a cada nova informação, se torna ainda mais enigmático. Os fatos não se encaixam, as lacunas só aumentam, e quanto mais ele tenta conectar os pontos, mais a verdade parece se distorcer diante dele, como um enigma criado para jamais ser resolvido.— As possibilidades são limitadas. — Nicolas começa, sua expressão carregada de ceticismo. — Ou ela foi adotada e sua verdadeira identidade está oculta, ou aquela cidade opera sob um sistema altamente corrupto, onde a influência da família Devereaux dita as regras. — Acrescenta, expondo possibilidades, cada uma mais intrigante e desconcertante do que a outra. —
No apartamento, a campainha toca incessantemente, ecoando pelo ambiente silencioso. Vivienne apressa-se para atendê-la, seus passos rápidos pelo corredor, a expectativa crescendo dentro dela. Assim que gira a maçaneta e abre a porta, um sorriso genuíno ilumina seu rosto.— Finalmente! — Vivienne exclama, sem hesitar antes de envolver a amiga em um abraço apertado.— Que animação toda é essa? — Joana pergunta, arqueando uma sobrancelha assim que Vivienne encerra o abraço. — Mas, antes de qualquer coisa, preciso de informações urgentes sobre a muralha humana que me abordou na entrada. — Declara, jogando a bolsa no sofá como se estivesse prestes a iniciar um interrogatório oficial. — Não se faça de desentendida. — Adverte, apontando um dedo acusador. — Um armário de dois metros de altura, com cara de quem nunca deu uma risada na vida, parado na portaria como se estivesse guardando os segredos do Vaticano? — Acrescenta, dramatizando ainda mais a cena. — Achou mesmo que eu não iria notar?
O beijo se intensifica, carregado de paixão, desejo e um amor profundo. Dominic a beija como se cada segundo ao seu lado fosse precioso, como se precisasse gravar o sabor dela em sua memória. Há adoração em cada toque, em cada movimento, ele nunca perde a chance de exaltá-la, de lembrá-la de todas as suas qualidades, especialmente de sua beleza, que para ele era inigualável.Quando finalmente se afastam, seus lábios ainda se roçam suavemente, como se nenhum dos dois quisesse romper aquele momento. Dominic encosta sua testa na dela, suas respirações quentes e entrecortadas se misturam no ar carregado de eletricidade. Os olhos fechados, os corações acelerados, ambos imersos na intensidade daquele instante, como se o mundo lá fora simplesmente não existisse.— Parece que agora precisarei retocar a maquiagem. — Vivienne brinca, com um sorriso suave, afastando-se, enquanto sente o olhar atento de Dominic acompanhá-la a cada passo, como se ela fosse simplesmente impossível de ignorar. — Ded
Dominic solta uma risada baixa, já ciente de que ela reagiria assim. Ele se aproxima, percebendo a irritação emanando dela, mas sem demonstrar nenhuma intenção de ceder. De maneira alguma, eles irão ao evento com ela usando um salto daquela altura. As recomendações médicas estão gravadas em sua mente, e ele não renunciará a elas, não importa o quanto Vivienne proteste.— É isso ou não iremos, Vivienne. — Dominic declara, segurando o calçado de salto baixo com firmeza, seu tom decidido, deixando claro que aquela era a única opção.— Esse salto não combina com meu vestido! — Vivienne rebate, irritada, caminhando pelo quarto em um claro gesto de resistência. Seu tom firme e a expressão determinada deixam evidente que trocar de salto não é uma opção que ela está disposta a considerar.— E quem vai se importar com seus sapatos quando há tanta beleza para admirar? — Provoca, um sorriso divertido nos lábios, enquanto traça no ar o contorno do corpo dela, seu olhar cheio de encanto. — Além di
Na escada, elegantemente vestida e de braços dados com Finn Parker, está Margot. O impacto da cena atinge Noah como um golpe direto no peito. Seu maxilar se contrai e, por um instante, o impulso de reagir é quase incontrolável.Antes que possa sequer dar um passo, a mão firme de Dominic segura seu braço, impedindo qualquer atitude impensada. Com um olhar de aviso, ele o guia pelo salão, afastando-o discretamente para um canto mais reservado, longe de olhares curiosos.— O que diabos está acontecendo? — Charles questiona, observando com curiosidade, enquanto Dominic praticamente arrasta Noah pelo salão.— Me solta, Dominic — Noah ordena, a voz carregada de tensão, o corpo rígido como se estivesse pronto para agir.Seus olhos disparam para a escada, buscando-a instintivamente. Mas Margot não está mais lá. A frustração se instala em seu peito, um nó apertando sua garganta ao perceber que, em questão de segundos, ela desapareceu de sua vista, como se fosse apenas uma miragem passageira.—
Os olhos de Margot brilham com uma mistura perigosa de incredulidade e raiva contida. Sua mandíbula se contrai, os dedos pressionam discretamente o balcão, como se lutasse para manter o controle.Então, em vez de recuar, ela sorri, um sorriso lento, quase desafiador. Com elegância calculada, inclina-se para perto dele, seus lábios perigosamente próximos ao seu rosto. A respiração quente roça contra a pele de Noah, enviando um arrepio involuntário por sua nuca. — Não, de forma alguma, senhor Muller. — Margot sussurra, próximo ao ouvido dele, sua voz suave, porém carregada de intenção. Ela se afasta ligeiramente, apenas o suficiente para encontrar seu olhar, mantendo a postura impecável. — Com o senhor Parker, minha relação ultrapassava as barreiras profissionais. Costumávamos resolver certos assuntos, diretamente sobre a mesa do escritório. — Provoca, a voz revestida de insinuação, cada palavra meticulosamente escolhida para causar impacto.Ela se deleita com a surpresa e o espanto es
A constatação atinge-a como um golpe certeiro, afundando como um peso insuportável em seu peito. O anel que sempre desejou, que sonhou exibir em sua mão, nem que fosse por meio de Noah, agora reluz no dedo de Vivienne.E o pior? Foi colocado por Dominic. O único homem que realmente quis para si.Cada detalhe parece uma afronta. O anel, a posição, o nome, o homem. Tudo o que ela ambicionou agora pertence à Vivienne, enquanto ela se vê forçada a assistir, impotente, a uma vitória que jamais deveria ter acontecido.— Senhoritas. — Vivienne inicia, a voz aveludada e impecavelmente controlada, enquanto desliza o olhar entre as duas, apreciando cada mínima reação. — Aproveitem a festa da família do meu marido. — Finaliza, entoando a palavra marido com uma suavidade provocativa, um golpe refinado, mas irrefutável, direcionado a Natasha.Com a mesma graça com que a desarmou, ela se vira com elegância e sai do banheiro acompanhada por Amélie, abandonando o silêncio pesado, que parece atravessa
O som suave da música que preenche o ambiente não é suficiente para abafar a voz de Grant. Suas palavras cortam o salão como um trovão, fazendo com que, instantaneamente, o burburinho das conversas cesse. Dezenas de olhares se voltam para eles, carregados de curiosidade e choque.Vivienne tenta puxar sua mão, mas Grant a segura com ainda mais força. O aperto é brutal, seus dedos pressionando sua pele com uma agressividade crescente, como se quisesse arrancar dela algo que, em sua mente distorcida, jamais deveria lhe pertencer.— Me solte. — Vivienne exige, sua voz vacilante, mas ainda firme, enquanto tenta fechar a mão em um reflexo instintivo para proteger o anel.— Não ouse me dirigir a palavra, sua vagabunda insignificante! — Grant vocifera, a voz carregada de ódio e repulsa.Seu aperto se intensifica, os dedos esmagando a mão de Vivienne com brutalidade, forçando-a a abrir. Ele não apenas quer o anel, ele quer a humilhar, arrancar dela qualquer resquício de dignidade.Dominic avan