Os lábios de Margot se entreabrem, como se sua mente buscasse desesperadamente por uma resposta. Mas as palavras dele ainda ecoam, repetindo-se em sua mente, dominando seus pensamentos.Ela tenta reagir, tenta recuperar o controle da situação, mas suas próprias palavras ficam presas na garganta, esmagadas pelo peso daquela ordem. Como se, contra toda a sua razão, seu corpo decidisse permanecer ali.Como se algo invisível, mais forte do que a lógica, a mantivesse enraizada naquele momento, naquele lugar. Como se, por mais que tentasse negar, fosse exatamente a companhia que ele queria e pior, como se fosse a companhia perfeita para ele.— Não estou pedindo para você terminar na minha cama. — Noah declara, a voz firme, mas impecavelmente controlada. No entanto, o brilho malicioso em seu olhar conta outra história. Um jogo silencioso se desenha ali, nas entrelinhas de suas palavras, na forma calculada como ele a observa, como se cada mínima reação dela fosse uma peça essencial para um d
Noah sorri de canto, aquele sorriso preguiçoso e perigoso que nunca entrega completamente suas verdadeiras intenções. Ele inclina ligeiramente a cabeça, os olhos percorrendo cada detalhe de sua expressão, como se procurasse algo além das palavras.Algo que Noah sempre fez com maestria ao longo dos anos foi flertar, conquistar e ter qualquer mulher que desejasse. Nunca precisou se esforçar, seu charme afiado e sua presença dominante sempre foram o suficiente para abrir portas, para atraí-las como um ímã. Mas nada, além disso.Porque, no fim, sua vida sempre foi moldada por aparências. Um jogo bem ensaiado de controle e poder, onde cada movimento era calculado não apenas para manter sua posição, mas para atender às expectativas dos outros. Cada relação era superficial, um cenário perfeitamente construído, e cada laço, quando se tornava inconveniente, era descartado sem hesitação.Mas agora, nada mais o prende. Seu relacionamento falso com Natasha não existe mais. Ele saiu dos domínios d
Noah esboça um sorriso amargo, uma expressão discreta, mas carregada de frustração ao perceber seu erro. Sem pressa, ele sinaliza para o garçom, paga a conta e deixa o restaurante, seus passos firmes, porém mais pesados do que o normal.Ao entrar no carro, solta um longo suspiro, apoiando-se momentaneamente no volante antes de dar a partida. O trajeto até o hotel onde tem passado seus dias parece mais longo do que realmente é, cada minuto arrastando-se sob o peso do que aconteceu ou do que não aconteceu.Ao chegar ao quarto, retira o paletó com um movimento automático, sem sequer acender todas as luzes. O silêncio do ambiente só reforça o vazio que ele sente, um incômodo discreto, mas insistente.A noite se arrasta, interminável, enquanto ele revira na cama, sua mente reproduz cada olhar, cada palavra, cada instante daquela noite. Somente quando a exaustão vence finalmente a inquietação, ele consegue adormecer. Na manhã seguinte, Noah veste sua máscara de profissionalismo, ajustando-
Por outro lado, na OptiFin Solutions, Dominic já está indo para sua terceira reunião do dia. A manhã foi intensa, cheia de decisões estratégicas e debates exaustivos sobre investimentos, projeções e novas parcerias.Ele solta um suspiro pesado, sentindo a tensão acumular-se em seus ombros. Ainda faltam várias horas para o dia terminar, e a pilha de compromissos não parece diminuir. Quando o aviso de uma nova videochamada surge na tela, ele respira fundo antes de aceitar.— Muito bem. — Murmura para si, endireitando a postura antes de assumir uma expressão séria e profissional, preparado para conduzir a reunião com a precisão e objetividade que a ocasião exige.— Acho bom você me dizer que esse e-mail é uma brincadeira. — Nicolas dispara, assim que seu rosto aparece na tela, sua expressão carregada de seriedade e impaciência.— Se estivesse brincando, eu não teria enviado. — Dominic responde, com calma, sua voz firme, mas controlada.— Você realmente quer seguir por esse caminho? — Per
A confusão se instala primeiro, seguida pela surpresa e, então, por algo mais profundo, uma incredulidade silenciosa que faz Dominic franzir a testa, enquanto sua mente trabalha rapidamente, tentando absorver aquelas palavras e encaixá-las em uma realidade que simplesmente não faz sentido.Dominic pisca lentamente, enquanto tenta, em vão, encontrar uma explicação lógica para algo que, a cada nova informação, se torna ainda mais enigmático. Os fatos não se encaixam, as lacunas só aumentam, e quanto mais ele tenta conectar os pontos, mais a verdade parece se distorcer diante dele, como um enigma criado para jamais ser resolvido.— As possibilidades são limitadas. — Nicolas começa, sua expressão carregada de ceticismo. — Ou ela foi adotada e sua verdadeira identidade está oculta, ou aquela cidade opera sob um sistema altamente corrupto, onde a influência da família Devereaux dita as regras. — Acrescenta, expondo possibilidades, cada uma mais intrigante e desconcertante do que a outra. —
No apartamento, a campainha toca incessantemente, ecoando pelo ambiente silencioso. Vivienne apressa-se para atendê-la, seus passos rápidos pelo corredor, a expectativa crescendo dentro dela. Assim que gira a maçaneta e abre a porta, um sorriso genuíno ilumina seu rosto.— Finalmente! — Vivienne exclama, sem hesitar antes de envolver a amiga em um abraço apertado.— Que animação toda é essa? — Joana pergunta, arqueando uma sobrancelha assim que Vivienne encerra o abraço. — Mas, antes de qualquer coisa, preciso de informações urgentes sobre a muralha humana que me abordou na entrada. — Declara, jogando a bolsa no sofá como se estivesse prestes a iniciar um interrogatório oficial. — Não se faça de desentendida. — Adverte, apontando um dedo acusador. — Um armário de dois metros de altura, com cara de quem nunca deu uma risada na vida, parado na portaria como se estivesse guardando os segredos do Vaticano? — Acrescenta, dramatizando ainda mais a cena. — Achou mesmo que eu não iria notar?
O beijo se intensifica, carregado de paixão, desejo e um amor profundo. Dominic a beija como se cada segundo ao seu lado fosse precioso, como se precisasse gravar o sabor dela em sua memória. Há adoração em cada toque, em cada movimento, ele nunca perde a chance de exaltá-la, de lembrá-la de todas as suas qualidades, especialmente de sua beleza, que para ele era inigualável.Quando finalmente se afastam, seus lábios ainda se roçam suavemente, como se nenhum dos dois quisesse romper aquele momento. Dominic encosta sua testa na dela, suas respirações quentes e entrecortadas se misturam no ar carregado de eletricidade. Os olhos fechados, os corações acelerados, ambos imersos na intensidade daquele instante, como se o mundo lá fora simplesmente não existisse.— Parece que agora precisarei retocar a maquiagem. — Vivienne brinca, com um sorriso suave, afastando-se, enquanto sente o olhar atento de Dominic acompanhá-la a cada passo, como se ela fosse simplesmente impossível de ignorar. — Ded
Dominic solta uma risada baixa, já ciente de que ela reagiria assim. Ele se aproxima, percebendo a irritação emanando dela, mas sem demonstrar nenhuma intenção de ceder. De maneira alguma, eles irão ao evento com ela usando um salto daquela altura. As recomendações médicas estão gravadas em sua mente, e ele não renunciará a elas, não importa o quanto Vivienne proteste.— É isso ou não iremos, Vivienne. — Dominic declara, segurando o calçado de salto baixo com firmeza, seu tom decidido, deixando claro que aquela era a única opção.— Esse salto não combina com meu vestido! — Vivienne rebate, irritada, caminhando pelo quarto em um claro gesto de resistência. Seu tom firme e a expressão determinada deixam evidente que trocar de salto não é uma opção que ela está disposta a considerar.— E quem vai se importar com seus sapatos quando há tanta beleza para admirar? — Provoca, um sorriso divertido nos lábios, enquanto traça no ar o contorno do corpo dela, seu olhar cheio de encanto. — Além di