Noah esboça um sorriso amargo, uma expressão discreta, mas carregada de frustração ao perceber seu erro. Sem pressa, ele sinaliza para o garçom, paga a conta e deixa o restaurante, seus passos firmes, porém mais pesados do que o normal.Ao entrar no carro, solta um longo suspiro, apoiando-se momentaneamente no volante antes de dar a partida. O trajeto até o hotel onde tem passado seus dias parece mais longo do que realmente é, cada minuto arrastando-se sob o peso do que aconteceu ou do que não aconteceu.Ao chegar ao quarto, retira o paletó com um movimento automático, sem sequer acender todas as luzes. O silêncio do ambiente só reforça o vazio que ele sente, um incômodo discreto, mas insistente.A noite se arrasta, interminável, enquanto ele revira na cama, sua mente reproduz cada olhar, cada palavra, cada instante daquela noite. Somente quando a exaustão vence finalmente a inquietação, ele consegue adormecer. Na manhã seguinte, Noah veste sua máscara de profissionalismo, ajustando-
Por outro lado, na OptiFin Solutions, Dominic já está indo para sua terceira reunião do dia. A manhã foi intensa, cheia de decisões estratégicas e debates exaustivos sobre investimentos, projeções e novas parcerias.Ele solta um suspiro pesado, sentindo a tensão acumular-se em seus ombros. Ainda faltam várias horas para o dia terminar, e a pilha de compromissos não parece diminuir. Quando o aviso de uma nova videochamada surge na tela, ele respira fundo antes de aceitar.— Muito bem. — Murmura para si, endireitando a postura antes de assumir uma expressão séria e profissional, preparado para conduzir a reunião com a precisão e objetividade que a ocasião exige.— Acho bom você me dizer que esse e-mail é uma brincadeira. — Nicolas dispara, assim que seu rosto aparece na tela, sua expressão carregada de seriedade e impaciência.— Se estivesse brincando, eu não teria enviado. — Dominic responde, com calma, sua voz firme, mas controlada.— Você realmente quer seguir por esse caminho? — Per
A confusão se instala primeiro, seguida pela surpresa e, então, por algo mais profundo, uma incredulidade silenciosa que faz Dominic franzir a testa, enquanto sua mente trabalha rapidamente, tentando absorver aquelas palavras e encaixá-las em uma realidade que simplesmente não faz sentido.Dominic pisca lentamente, enquanto tenta, em vão, encontrar uma explicação lógica para algo que, a cada nova informação, se torna ainda mais enigmático. Os fatos não se encaixam, as lacunas só aumentam, e quanto mais ele tenta conectar os pontos, mais a verdade parece se distorcer diante dele, como um enigma criado para jamais ser resolvido.— As possibilidades são limitadas. — Nicolas começa, sua expressão carregada de ceticismo. — Ou ela foi adotada e sua verdadeira identidade está oculta, ou aquela cidade opera sob um sistema altamente corrupto, onde a influência da família Devereaux dita as regras. — Acrescenta, expondo possibilidades, cada uma mais intrigante e desconcertante do que a outra. —
No apartamento, a campainha toca incessantemente, ecoando pelo ambiente silencioso. Vivienne apressa-se para atendê-la, seus passos rápidos pelo corredor, a expectativa crescendo dentro dela. Assim que gira a maçaneta e abre a porta, um sorriso genuíno ilumina seu rosto.— Finalmente! — Vivienne exclama, sem hesitar antes de envolver a amiga em um abraço apertado.— Que animação toda é essa? — Joana pergunta, arqueando uma sobrancelha assim que Vivienne encerra o abraço. — Mas, antes de qualquer coisa, preciso de informações urgentes sobre a muralha humana que me abordou na entrada. — Declara, jogando a bolsa no sofá como se estivesse prestes a iniciar um interrogatório oficial. — Não se faça de desentendida. — Adverte, apontando um dedo acusador. — Um armário de dois metros de altura, com cara de quem nunca deu uma risada na vida, parado na portaria como se estivesse guardando os segredos do Vaticano? — Acrescenta, dramatizando ainda mais a cena. — Achou mesmo que eu não iria notar?
O beijo se intensifica, carregado de paixão, desejo e um amor profundo. Dominic a beija como se cada segundo ao seu lado fosse precioso, como se precisasse gravar o sabor dela em sua memória. Há adoração em cada toque, em cada movimento, ele nunca perde a chance de exaltá-la, de lembrá-la de todas as suas qualidades, especialmente de sua beleza, que para ele era inigualável.Quando finalmente se afastam, seus lábios ainda se roçam suavemente, como se nenhum dos dois quisesse romper aquele momento. Dominic encosta sua testa na dela, suas respirações quentes e entrecortadas se misturam no ar carregado de eletricidade. Os olhos fechados, os corações acelerados, ambos imersos na intensidade daquele instante, como se o mundo lá fora simplesmente não existisse.— Parece que agora precisarei retocar a maquiagem. — Vivienne brinca, com um sorriso suave, afastando-se, enquanto sente o olhar atento de Dominic acompanhá-la a cada passo, como se ela fosse simplesmente impossível de ignorar. — Ded
Dominic solta uma risada baixa, já ciente de que ela reagiria assim. Ele se aproxima, percebendo a irritação emanando dela, mas sem demonstrar nenhuma intenção de ceder. De maneira alguma, eles irão ao evento com ela usando um salto daquela altura. As recomendações médicas estão gravadas em sua mente, e ele não renunciará a elas, não importa o quanto Vivienne proteste.— É isso ou não iremos, Vivienne. — Dominic declara, segurando o calçado de salto baixo com firmeza, seu tom decidido, deixando claro que aquela era a única opção.— Esse salto não combina com meu vestido! — Vivienne rebate, irritada, caminhando pelo quarto em um claro gesto de resistência. Seu tom firme e a expressão determinada deixam evidente que trocar de salto não é uma opção que ela está disposta a considerar.— E quem vai se importar com seus sapatos quando há tanta beleza para admirar? — Provoca, um sorriso divertido nos lábios, enquanto traça no ar o contorno do corpo dela, seu olhar cheio de encanto. — Além di
Na escada, elegantemente vestida e de braços dados com Finn Parker, está Margot. O impacto da cena atinge Noah como um golpe direto no peito. Seu maxilar se contrai e, por um instante, o impulso de reagir é quase incontrolável.Antes que possa sequer dar um passo, a mão firme de Dominic segura seu braço, impedindo qualquer atitude impensada. Com um olhar de aviso, ele o guia pelo salão, afastando-o discretamente para um canto mais reservado, longe de olhares curiosos.— O que diabos está acontecendo? — Charles questiona, observando com curiosidade, enquanto Dominic praticamente arrasta Noah pelo salão.— Me solta, Dominic — Noah ordena, a voz carregada de tensão, o corpo rígido como se estivesse pronto para agir.Seus olhos disparam para a escada, buscando-a instintivamente. Mas Margot não está mais lá. A frustração se instala em seu peito, um nó apertando sua garganta ao perceber que, em questão de segundos, ela desapareceu de sua vista, como se fosse apenas uma miragem passageira.—
Os olhos de Margot brilham com uma mistura perigosa de incredulidade e raiva contida. Sua mandíbula se contrai, os dedos pressionam discretamente o balcão, como se lutasse para manter o controle.Então, em vez de recuar, ela sorri, um sorriso lento, quase desafiador. Com elegância calculada, inclina-se para perto dele, seus lábios perigosamente próximos ao seu rosto. A respiração quente roça contra a pele de Noah, enviando um arrepio involuntário por sua nuca. — Não, de forma alguma, senhor Muller. — Margot sussurra, próximo ao ouvido dele, sua voz suave, porém carregada de intenção. Ela se afasta ligeiramente, apenas o suficiente para encontrar seu olhar, mantendo a postura impecável. — Com o senhor Parker, minha relação ultrapassava as barreiras profissionais. Costumávamos resolver certos assuntos, diretamente sobre a mesa do escritório. — Provoca, a voz revestida de insinuação, cada palavra meticulosamente escolhida para causar impacto.Ela se deleita com a surpresa e o espanto es