Vivienne recupera o controle de seu corpo, que parece ter momentaneamente se rendido à presença dele. Caminha com determinação forçada até a porta e a fecha, soltando um suspiro que carrega tanto alívio quanto frustração. A capacidade de Dominic de estressá-la na mesma proporção que desperta desejos incontroláveis a perturba profundamente. Vira-se para a amiga e move-se em sua direção, envolvendo-a num abraço que busca mais conforto do que expressa boas-vindas.— Bem-vinda de volta, amiga. — Vivienne declara, depositando um beijo suave em sua bochecha. — Como foi sua temporada no Brasil? — Pergunta, afastando-se apenas para encontrar aquele olhar de curiosidade investigativa que conhece tão bem.— O que exatamente aconteceu aqui, Vivienne? — Joana Lima questiona, ignorando completamente a pergunta sobre sua terra natal, seu tom deixa claro que os fragmentos de conversa captados através da porta exigem explicações imediatas. — Você está grávida? — A pergunta sai quase em um grito estra
Vivienne se pergunta quem poderia ser o visitante, um arrepio de apreensão percorrendo seu corpo. A ideia de que possa ser seu pai faz seu estômago revirar, será que uma única ligação teria sido suficiente para trazê-lo até ali? Ela se obriga a focar nas frigideiras à sua frente, como se o ato de cozinhar pudesse servir de escudo contra a tempestade de inseguranças que ameaça dominá-la.— Pede para voltar em outro dia, amiga. — Vivienne responde, elevando propositalmente o tom, enquanto tenta controlar o tremor em suas mãos.— Bem, o senhor a ouviu, quer deixar recado? — Joana questiona, com uma polidez obviamente forçada, sua postura protetora evidente.— Há pouco espaço no meu calendário para isso. — O homem responde num tom que carrega décadas de autoridade inquestionável, sua entrada abrupta quase derruba Joana.— O que o senhor está fazendo? — Questiona, indignada, fechando a porta apenas para ser completamente ignorada, como se sua presença fosse irrelevante.— Senhorita Bettend
Vivienne permanece petrificada diante daquela proposta absurda, seu corpo tenso e rígido. Seus olhos se alargam, enquanto a incredulidade toma conta de suas feições, a realidade brutal das palavras dele instala-se como ácido em suas veias. O olhar de Grant, frio e impassível como uma sentença de morte, deixa claro que aquilo não é apenas mais uma demonstração do poder dos Muller.— O que exatamente o senhor está dizendo? — Vivienne finalmente consegue articular, sua voz oscilando entre incredulidade e uma indignação que ameaça consumi-la por inteiro. — Não estamos falando de uma mercadoria que se negocia! — Assegura, sentindo o calor da raiva subir por seu corpo, a adrenalina pulsando tão forte em suas veias que a força a dar um passo desafiador em sua direção. — O senhor não pode simples…— Posso, tanto que já o fiz! — Grant a interrompe, com uma satisfação quase sádica, mantendo-se inabalável, enquanto ela avança. — Sempre estive ciente da sua existência, senhorita Bettendorf. — Dis
Vivienne, finalmente recuperando algum controle sobre seu corpo trêmulo, arrasta-se até o sofá e desmorona nele. Na solidão de seu apartamento, permite que todas as emoções reprimidas finalmente transbordem, seus medos, sua raiva, suas inseguranças fluindo livremente por meio de lágrimas incessantes. Seu pranto ecoa pelo vazio do ambiente, enquanto ela se encolhe, assumindo uma posição quase fetal. Sua mão move-se instintivamente para a barriga num gesto protetor, como se pudesse criar uma barreira física entre seus bebês e o mundo hostil que os aguarda.— Por que isso está acontecendo? — Sussurra, entre soluços, consciente de que em apenas vinte e quatro horas sua vida transformou-se num turbilhão incontrolável de emoções. — Como encontrarei uma solução para tudo isso? — Questiona-se, seu olhar vagando pelo ambiente até encontrar as malas ainda intocadas próximas à porta. A ideia de fuga novamente se apresenta tentadora. Seus olhos então captam a faca caída e seu coração dispara com
Embaixo do chuveiro, Vivienne deixa a água quente aliviar sua tensão, buscando alguns minutos de paz em meio ao caos que sua vida se tornou. Após um banho prolongado, o ritual meticuloso de secar os cabelos, sua higiene pessoal e a escolha cuidadosa de roupas apropriadas para o ambiente corporativo, ela retorna à sala. Não encontrando Joana ali, segue o aroma convidativo de café fresco até a cozinha, onde se surpreende ao encontrar tudo perfeitamente organizado, café fresco e mesa impecavelmente posta.— Você é incrível. — Vivienne elogia, aproximando-se para depositar um beijo afetuoso na bochecha de Joana. — Obrigada. — Agradece, acomodando-se à mesa, seus olhos percorrendo com prazer o café da manhã caprichado.— Só retribuindo todas às vezes que você me mimou devido ao Ca... — Joana interrompe a si mesma, evitando trazer aquela lembrança à tona. — Bem, você sabe. — Finaliza, servindo-se de café.— Me desculpa pelo meu comportamento de ontem. — Murmura, aproveitando o momento. — Nã
Os burburinhos em volta só aumentam a humilhação e o desconforto que consomem Vivienne. Seus olhos inquietos vasculham o ambiente até encontrarem a figura imponente de Henrik. A expressão fechada em seu rosto não consegue mascarar o brilho de satisfação em seus olhos, evidenciando o prazer que sente ao exercer sua autoridade.— Realmente considerou necessária essa exposição pública, senhor Larsen? — Vivienne questiona, sua voz controlada, quase inaudível, numa tentativa de preservar o que resta de sua dignidade profissional.— Qual seria a abordagem adequada em sua opinião, senhorita Bettendorf? — Henrik retruca, sua voz carregada de autoridade. — Porventura, esperava uma recepção cordial após demonstrar tamanha insubordinação…— Com todo respeito, senhor Larsen. — Interrompe, sua voz ganhando força com sua indignação crescente. — O protocolo corporativo sugere uma reunião privada para tratar de questões disciplinares. Esta demonstração pública de autoridade beira o assédio moral. — A
Vivienne sente suas pernas vacilarem e seu coração acelerar em um ritmo frenético contra seu peito. A presença dele ali, provoca uma onda de náusea que ela luta para controlar. Instintivamente, recua um passo, pressionando a bolsa contra o corpo como se buscasse alguma proteção. — Não gosto de perder minhas posses, Vivi. — Noah vocifera, pressionando-a contra a parede com violência, seus braços criando uma prisão sufocante ao redor dela. Seus olhos brilham com satisfação ao notar o medo pulsando nas pupilas dela, sua respiração irregular denunciando seu desconforto. — Especialmente para o idiota do meu irmão. — Continua, a sua voz descendo para um tom suave, enquanto seu nariz traça um caminho predatório pelo pescoço dela. — Sinto sua falta. Você sempre foi minha favorita, a única que realmente me satisfaz. — Afirma, seus dedos tocando o rosto dela com uma delicadeza, que contrasta com a ameaça latente em sua postura. — Por favor, Vivi, volte para mim. — Implora, enquanto tenta captu
Noah agarra seu pé com ambas as mãos, a dor pulsando onde ela o acertou. Com dificuldade, ergue-se usando a parede como apoio, seu olhar fixo no elevador onde ela desapareceu, ainda processando aquela explosão inesperada. Mancando visivelmente, arrasta-se em direção à saída do prédio, seu orgulho tão ferido quanto seu corpo.No interior do elevador, Vivienne sucumbe completamente ao descontrole que tentava segurar. Suas costas batem violentamente contra o metal gélido, enquanto seu corpo desaba no chão, como se suas pernas tivessem esquecido como funcionar. Sua cabeça tomba entre os joelhos, enquanto o oxigênio parece ter sido sugado do ambiente, cada tentativa desesperada de respirar mais sufocante que a anterior, seu peito subindo e descendo num ritmo alarmante.— Vivienne? — A voz aveludada ecoa pelo espaço confinado, fazendo-a erguer o rosto bruscamente, seus olhos desfocados, finalmente registrando que chegou ao seu andar. — Você está bem? — A mulher pergunta, claramente alarmada