Dominic entrelaça seus dedos aos de Vivienne, segurando sua mão com firmeza, enquanto empurra as portas da fisioterapia e a guia para dentro. O ambiente é preenchido por um murmúrio suave, conversas entre pacientes e fisioterapeutas misturam-se ao som dos equipamentos sendo ajustados, criando um cenário de luta e superação. Vivienne caminha ao lado de Dominic, seu olhar curioso percorrendo o espaço. Crianças se esforçam para se equilibrar nas barras paralelas, enquanto adultos se dedicam a exercícios para fortalecer pernas e braços. Há esforço, determinação e, acima de tudo, esperança em cada canto da sala. Dominic efetua um leve gesto com a cabeça, chamando sua atenção para um menino de aproximadamente sete anos. Ele segura a barra com força, os pequenos dedos apertando o metal, enquanto a fisioterapeuta ao seu lado o incentiva a dar mais um passo. O esforço está estampado em seu rosto, mas também a vontade de seguir em frente. — Ele tem CMT1A, um dos subtipos mais comuns. — Domini
Na manhã seguinte, Vivienne acorda mais tarde do que o habitual. Assim que seus olhos se abrem, ela encontra, sobre a cômoda, a rosa e o bilhete que sempre a esperam. Ela sorri, como faz todas as manhãs, mas hoje, o gesto parece menos instintivo. Há um peso diferente no ar, uma inquietação silenciosa que se instala em seu peito.A noite anterior, embora repleta de momentos agradáveis, carregava um peso invisível. Ao compartilhar sua história, Dominic pareceu reviver sua dor, e Vivienne percebeu os sinais sutis, o tremor quase imperceptível de suas mãos, a tensão em seu rosto sempre que ela o tocava. Foi como se, ao expor sua vulnerabilidade, ele tivesse permitido que a dor voltasse a assombrá-lo.E então havia a clínica. As imagens ainda estavam nítidas em sua mente, crianças lutando para dar passos, adolescentes presos a cadeiras de rodas, pais que carregavam no olhar uma mistura de amor e medo.Vivienne sabia, com cada fibra do seu ser, que amaria seus filhos incondicionalmente, não
Assim que abre a porta do quarto, um grito rasga o ar, cortante, brutal, desesperado. O som se enrosca nas paredes, ecoando como um lamento de algo que foi partido ao meio. Noah congela por um segundo, o estômago se revirando com a urgência daquela dor que não entende. O cenho se fecha, o coração dispara. Algo está errado. Muito errado.O olhar dele varre o ambiente como um raio, caçando respostas até que congela e, então, se fixa nas mãos dela, retorcidas ao redor de algo. Algo que, em um segundo agonizante, ele percebe ser cabelo.Punhados inteiros de fios loiros, arrancados como se fossem ervas daninhas, se enroscam entre os dedos dela. Ele dá um passo à frente, a boca se abrindo para dizer algo, qualquer coisa. Mas Natasha se vira.Noah sente um riso subir à garganta, histérico, mas ele se engasga antes que o som escape. Porque a visão à sua frente é grotesca demais até para o absurdo. O couro cabeludo dela surge entre falhas irregulares, exposto, remendado por tufos de cabelo que
Por um instante, a expressão de Noah vacila, sutil, mas inegável, revelando a surpresa e a incredulidade que se instalam em seu olhar. Seu coração dispara, a respiração vacila. Afinal, ele estava ali para acompanhá-la e descobrir, com ela, o sexo do bebê. Não que ele se importasse com Natasha, ele já conhece bem sua frieza e crueldade, mas, por mais que tente negar, a decepção está estampada em seu olhar. Perder aquele momento pesa mais do que ele quer admitir.— Uma menina? — Noah murmura, a voz quase falhando, enquanto uma onda de emoção indefinível o atinge. — Não iríamos fazer a ecografia juntos? — Pergunta, tentando manter a postura firme, mesmo quando a decepção ameaça transparecer. — Então, por que me fez vir aqui? — Continua, a frustração em seu tom se mistura com algo mais profundo, algo que ele se recusa a encarar.— Sim, essa peste é uma menina. — Natasha cospe as palavras, voltando a encarar seu reflexo nos estilhaços do espelho espalhados pelo chão. Seus lábios se contra
As palavras de Noah saem carregadas de um sentimento que ele nunca experimentou antes. E, por um instante, ele percebe que nada no mundo poderia se comparar a essa nova realidade. Uma filha, sua filha.O peito se aperta, não de medo, mas de uma emoção tão avassaladora que quase o sufoca. A respiração vacila, as mãos tremem levemente. Ele se levanta da cadeira sem nem perceber, como se seu corpo reagisse antes mesmo de sua mente assimilar completamente.E então, sem hesitar, Dominic se aproxima. O abraço vem forte, apertado, entendendo exatamente o que Noah estava sentindo e, acima de tudo, feliz por perceber que, enfim, seu irmão havia aceitado essa realidade. Porque, naquele instante, ficou claro que Noah abriu o seu coração. Que se permitiu, talvez pela primeira vez, apreciar uma nova forma de amar.— Nem consigo acreditar, Dom! — Noah murmura, a voz embargada, carregada de um sentimento que ele mal consegue processar. Seus olhos brilham, a respiração vacila. — Isso é surreal.— É i
Dominic sorri de lado, entendendo o recado sem que nenhuma palavra precisasse ser dita. Com um breve aceno de cabeça, ele reconhece a determinação do irmão e, sem mais delongas, vira-se e deixa a sala, permitindo que Noah fique sozinho com seus pensamentos.Noah se permite respirar por alguns minutos, esvaziando a mente dos problemas que terá com Natasha e da batalha iminente pela sua filha. Mas, naquele momento, ele precisa focar.Negócios primeiro. Seu império precisa estar intacto, sólido, inabalável. Porque quando chegar a hora de confrontar Natasha, ele precisará de muito mais do que palavras, precisará de poder, influência e estratégia. Ele reconhece a complexidade de tudo, sabe que essa guerra não será simples, e não pode se dar ao luxo de falhar.No início da noite, Dominic finalmente chega ao seu apartamento, exausto após um dia interminável de reuniões e problemas que pareciam se multiplicar. Solta um suspiro pesado ao fechar a porta atrás de si, sentindo o peso das responsab
Sem dar espaço para objeções, Dominic se levanta e segue diretamente para o banheiro. Após longos minutos lá dentro, ele retorna ao quarto vestindo apenas sua roupa íntima, o corpo impecavelmente definido à mostra, as gotas de vapor ainda brilhando em sua pele quente.Vivienne morde o lábio, o olhar deslizando lentamente por cada linha daquele corpo que ela tanto deseja. Um sorriso malicioso surge em seus lábios, sua apreciação descarada, sem pressa, sem pudor. Dominic percebe, é claro que percebe. E gosta do que vê nos olhos dela. Ele sorri de canto, um brilho intenso no olhar, antes de estender a mão.— Vem comigo. — Dominic murmura, a voz suave, irresistível.Vivienne aceita sem hesitar, os dedos se entrelaçando, o contato despertando um arrepio delicioso em sua pele. Juntos, seguem para o banheiro, onde o vapor quente já preenche o ambiente, tornando tudo mais íntimo, mais envolvente. Dominic para diante dela, segurando a barra da camisola com firmeza, o olhar cravado no dela, len
Dominic fecha os olhos, sua respiração irregular, o autocontrole perigosamente à beira do colapso. Cada fibra do seu corpo clama por rendição, o impulso de se levantar, tomá-la nos braços e pressioná-la contra a pia, reivindicando-a ali mesmo, se tornando quase insuportável.O desejo reprimido percorre suas veias como um incêndio descontrolado, pulsando com uma necessidade bruta, exigindo a entrega dela. Seu corpo anseia pelos suspiros entrecortados, pelos gemidos suaves, uma melodia viciante, feita apenas para ele.— Ah, minha pequena diabinha. — Dominic murmura, abrindo os olhos lentamente, a voz densa, carregada de um aviso pecaminoso. — Quando esses bebês nascerem, irei te ensinar direitinho a não me provocar assim e garanto que você irá sentir cada lição.Seu olhar percorre cada curva do corpo dela, enquanto Vivienne desliza o roupão sobre a pele, cobrindo pouco a pouco o que, instantes atrás, o fazia perder o controle. Mas não antes que ele captasse cada detalhe, cada linha que