Luna se aproxima daquele jeito que me tira do controle, seu quadril balançando de maneira que intensifica a tensão com cada passo. Pega a mesinha ao lado da minha cama e estende no meu colo.Seu cheiro enlouquecedor somado a sua mão sem querer tocar a minha, gera uma descarga elétrica que atravessa meu corpo, e toda a contenção que venho me esforçando para manter começa a se desfazer.— Caralho! — penso, tentando segurar as rédeas. O desejo que ela desperta é esmagador, impossível de ignorar. Sua proximidade não faz nada além de alimentar esse fogo que só cresce dentro de mim.Mesmo com todos os problemas e complicações que já carrego, o que sinto agora é intenso demais para ser negado. A realidade do meu desejo é inescapável, e tê-la aqui, tão perto, apenas intensifica a guerra interna que travo. Seu jeito, os olhos que me atravessam, a pele que parece convidar ao toque, e o corpo que faz meu desejo arder quase dolorosamente cada vez que olho. Tento desviar o olhar, mas é inútil. Ela
"Ela só pode estar fazendo isso para me provocar!" Seu sorriso, a maneira como ela me olha, tudo isso está me desestabilizando de formas que eu não consigo controlar. A ideia de que ela possa estar manipulando a situação para me provocar é perturbadora, mas, ao mesmo tempo, eu me sinto atraído por ela de uma forma que não posso ignorar.A maneira como ela me olha, como se soubesse exatamente o efeito que tem sobre mim, me faz questionar se ela está realmente tão alheia ao que está causando. Mas, por outro lado, é possível que eu esteja interpretando errado suas intenções. O desejo que sinto por ela pode estar me levando a ver manipulação onde não há.A lembrança da mulher que me traiu me assombra, e o medo de que Luna seja semelhante àquela pessoa só aumenta minha determinação em manter a distância. Meu instinto de autoproteção, afiado por anos de desilusão e traição, me diz para não me deixar levar pelas emoções. No entanto, a linha entre proteção e paranoia está se tornando cada vez
Conversamos por mais alguns minutos, e conforme a ligação vai terminando, sinto um alívio ao saber que minha mãe está tranquila.Depois de desligar o celular, eu me deito na cama, absorta em pensamentos. A conversa com minha mãe foi um bálsamo para minha alma, uma lembrança reconfortante da estabilidade e do calor de casa que sempre conheci.Olho ao redor do quarto, que embora seja confortável, não tem o mesmo calor que uma verdadeira casa familiar. As paredes, adornadas com quadros e móveis elegantes, não têm o mesmo carinho e intimidade de um lar onde cada objeto carrega uma história e cada canto é preenchido com amor.Já Alejandro sua vida é marcada por cicatrizes profundas, mais profundas do que qualquer um consegue perceber à primeira vista. E eu, de alguma forma, fui puxada para dentro desse emaranhado de dor e amargura.Penso na minha própria vida, nas coisas que sempre considerei certas: a segurança de um lar, o carinho da minha mãe, o conforto de saber o que, acontece o que a
— O que aconteceu? — A pergunta vem mais baixa, mais suave do que eu esperava, e a surpresa no rosto dele me atinge. Alejandro nunca pareceu preocupado com o que se passa dentro de mim. Até agora.Eu desvio o olhar, mordendo o lábio, tentando me recompor, mas não adianta. A pressão dentro de mim se rompe.— Meu pai... — começo, mas a palavra sai em um soluço. Respiro fundo e tento novamente, forçando a voz a sair. — Minha mãe ligou... Ele está de cama... a artrose piorou.Alejandro fica em silêncio por um momento, como se não soubesse o que dizer. Vejo seus olhos mudarem, suavizarem, enquanto ele absorve minhas palavras. Ele respira fundo e dá alguns passos até ficar mais próximo, sua expressão agora carregada de algo que não consigo identificar. Preocupação? Empatia?— Eu... sinto muito, Luna — ele diz, a voz baixa, mas cheia de uma sinceridade que me desarma.Eu não esperava isso. Dele, muito menos. Quando levanto o olhar, Alejandro não parece mais o magnata firme e implacável. Ele
Dois dias depois...LunaO sol da manhã se filtra pelas janelas altas do corredor, inundando o casarão com uma luz suave, mas isso não dissipa a tensão que pesa em meus ombros. Sob a claridade do dia, os corredores parecem menos ameaçadores, mas a sensação de inquietação permanece comigo.Depois de arrumar a cama de Enzo, perdida em pensamentos, viro o corredor sem prestar atenção. De repente, meu corpo se choca contra algo firme e sólido. O ar escapa dos meus pulmões com o impacto, e o calor familiar que me envolve logo em seguida me faz reconhecer sua presença antes mesmo de erguer os olhos.Alejandro.Levanto o rosto devagar, encontrando seus olhos como um ímã que me prende. A intensidade em seu olhar é como uma tempestade contida — uma força poderosa, prestes a romper. Ele me encara como se estivesse segurando palavras que jamais serão ditas, mas que pairam pesadas no ar entre nós. O tempo desacelera, nos aprisionando nesse instante, e o calor que emana dele me envolve.O calor en
Ele se aproxima mais, como se cada centímetro que nos separa fosse um obstáculo insuportável. O ar no quarto de hóspedes parece mais pesado, abafado pela tensão sufocante entre nós. Sinto meu corpo se enrijecer, dividido entre a necessidade de resistir e a atração inevitável que ele exerce sobre mim.— Não podemos... — Minha voz sai fraca, quase como um lamento, mas Alejandro já está tão perto que sinto o calor de sua respiração.— Podemos, sim — ele murmura, sua voz baixa, carregada de uma urgência que ecoa dentro de mim. — Ninguém precisa saber. Eu manterei isso em segredo... por nós dois.Suas mãos deslizam lentamente para os meus quadris, puxando-me contra ele com uma firmeza que faz meu coração acelerar ainda mais. Seu toque é possessivo, quase desesperado, e, por um instante, toda a racionalidade parece se dissolver no desejo que lateja entre nós. Eu deveria me afastar, mas o magnetismo entre nós é forte demais, irresistível.— Alejandro... — tentei resistir, mas minha voz saiu
— Isso não é uma mentira, é uma proteção! — ele rebate, a voz cortante. — Uma proteção para nós dois. Você não entende as implicações de tudo isso!— E o que exatamente você acha que eu não entendo? — desafio, sentindo a adrenalina subir. — Eu entendo muito bem que você está com medo de se envolver, Alejandro! Que está usando essa fachada de dureza como escudo!Ele hesita por um instante, a expressão de dor e raiva se misturando em seu rosto. A luta interna que passa por ele é evidente, e isso me faz sentir uma ponta de culpa, como se eu estivesse pressionando um botão que não deveria.— Não é só medo. — Ele tenta se defender, mas sua voz falha. — É a realidade. Minha vida não é fácil. Estou cercado por pessoas que só querem me usar.— E isso justifica tudo? — retruco, a raiva e a tristeza se entrelaçando dentro de mim. — Justifica nos escondermos como se fôssemos amantes secretos? Como se isso não fosse real?Ele parece lutar contra suas emoções, a intensidade do momento nos envolven
AlejandroQuando ela se vira e me deixa ali, algo dentro de mim se despedaça. O peso das palavras dela reverbera na minha mente como um eco incessante, e as minhas mãos começam a tremer. O aperto no meu peito é quase sufocante, mas eu fico parado, incapaz de fazer qualquer coisa para detê-la. Meu orgulho, esse maldito escudo, me paralisa.O incômodo cresce, espalhando-se por todo o meu corpo, e a dor começa a se enraizar, como se cada palavra dela tivesse cravado uma faca no meu coração. Respiro fundo, tentando afastar a confusão, mas a única coisa que vejo quando fecho os olhos é a imagem dos seus lábios vermelhos e inchados pelo nosso beijo.Oh Dios! Ela está me queimando de dentro para fora, e eu não sei como lidar com isso. Não consigo simplesmente deixar para lá. Essa paixão é uma tempestade, e eu sou o barco à deriva, incapaz de encontrar um porto seguro. A ideia de perdê-la é como um veneno que corrói minhas entranhas, e quanto mais eu a ignoro, mais forte ela se torna.Por que