Início / Romance / A Deusa filha do CEO / Capítulo 4 - Meu gigolô particular.
Capítulo 4 - Meu gigolô particular.

Foram na moto dele até o shopping mais próximo, e ela buscava peças parecida com as que sempre usava. Depois dela lhe mostrar umas 15 e ele só balançar a cabeça em negativa, Regina começou perder a paciência.

— Mas você não gosta de nada que eu escolho.

— Porque parece que está escolhendo a mesma coisa que está usando agora.

— Você disse não haver nada de errado com o que eu uso.

Ela usou as palavras dele contra ele mesmo.

— Eu disse, mas combinamos que o objetivo aqui é uma mudança, lembra?

Ele falou e pegou um vestido rosa, coberto com uma renda preta. A parte rosa era mais curta um pouco e a renda ia até passar pouco os joelhos. As alças eram finas de amarrar, e o decote era sutil e arredondado.

— Esse aqui ia ficar ótimo com um coturno, e não adianta negar, eu tenho certeza que você tem um, no armário.

Ela fez uma careta com o comentário dele.

— É tão óbvio assim?

Ele só fez que sim, colocou a peça no ombro e foi procurar mais na arara de roupas. Pegou mais umas camisetas e croppeds com certo decote, umas calças jeans cintura alta e se deu por satisfeito.

— Assim já está bom, preciso avaliar seu guarda roupas também, tenho certeza que tem muitas coisas legais, você só não está sabendo combinar. E esse cabelo? Por que sempre que a vejo ele está preso desse jeito?

Ela alisou o rabo de cavalo, seu penteado padrão de todos os dias.

— Porque meu cabelo tem muito volume, não para arrumado.

Ele foi em direção ao caixa para pagar pelas compras, colocou tudo no balcão. A mulher no balcão sorriu para ele, passou as compras e disse o valor, ele virou a cabeça em direção a Regina que estendeu o cartão de crédito para a funcionária da loja.

— Hoje ela vai pagar, eu esqueci minha carteira em casa.

Ele disse à mulher.

— Na verdade, ele é meu gigolô, depois daqui vamos em uma loja de roupas masculinas, renovar o guarda-roupa dele.

Regina disse a funcionária.

Ele se virou para ela, arregalou os olhos e abriu a boca com a surpresa do comentário. A mulher do caixa ficou muito vermelha, não sabia se ria ou levava a sério o comentário.

Regina apenas pegou as sacolas e saiu, calmamente caminhando pela porta com ele a seguindo.

— Eu não acredito que você falou aquilo lá dentro.

Ronan disse quando eles pararam mais adiante. Regina estava sorrindo eufórica.

— Eu também não, eu só vi o momento chegando e não pude perder a oportunidade de te zoar, se fosse antigamente eu pensaria, mas não teria coragem de falar em voz alta. Você é realmente ótimo e uma péssima influência!

— Você está indo muito bem, se no primeiro dia está assim, eu vou acabar te tirando de cima de uma mesa em um bar, fazendo um striptease.

Ele falou divertido.

— Vai com calma, Ronan, eu não vou fazer um transplante de cérebro.

— Falando em cabeça, acho melhor entrarmos naquele salão ali, você precisa saber usar o seu cabelo solto quando quiser, e acho que ali podem te ajudar.

Ela o seguiu e entraram no salão de beleza. Ele a ajudou a explicar à cabeleireira que o problema era que ela não sabia lidar com o cabelo, então acabava sempre o mantendo preso. A profissional explicou que ela tinha um cabelo bastante ondulado, que precisava ser finalizado. A ensinou a fazer e indicou os produtos certos, Regina aproveitou também para fazer uma hidratação profissional, que deixou o cabelo com uma aparência muito melhor.

— Nossa, que diferença! — Ela disse colocando novamente os óculos para se olhar no espelho.

— Viu, se quiser usar solto, é só lavar o cabelo com esse monte de coisas que ela indicou, e fazer tudo isso que ela fez.

Ele disse soando confuso até para si mesmo. O que a fez rir da tentativa de incentivo dele.

— Agora vamos logo, que eu vou me atrasar.

Ele a levou até a faculdade e ela conseguiu entregar os documentos e pegar as cartas de recomendação com alguns professores. Estava contando com elas para conseguir um bom estágio quando se formasse. Faltaram apenas duas que voltaria para buscar outro dia. Depois foram para a casa dela, olhar suas roupas como ele havia sugerido.

— O que você vai dizer para a sua família sobre mim? 

Ele perguntou descendo da moto na frente da casa dela.

— Eu pensei em não dizer nada. Para todos os efeitos você é só um amigo.

— Se a fofoca já tinha começado, só vai piorar.

Ela deu de ombros e abriu a porta.

— Eu não ligo, elas que usem a imaginação. De mim não vão tirar nada.

— Hum, que gata misteriosa.

Ele disse a provocando, eles ainda estavam rindo quando entraram e encontraram a mãe dela na sala. Ela os olhou surpresa e se levantou.

— Regina, por que não avisou que traria um convidado?

— Porque ele não é bem um convidado. Nós só vamos fazer uma coisa lá em cima.

Ela respondeu já se dirigindo às escadas, ele não sabia ao certo se a acompanhava ou ficava onde estava, a mãe dela não tirava os olhos deles, com visível curiosidade.

— Ronan, meu quarto é por aqui.

— Com licença. — Ele disse e a acompanhou até o andar de cima.

Ambos entraram e ela fechou a porta atrás deles. Foi ele quem falou primeiro.

— A sua mãe parecia tão chocada que não teve reação ao nos ver subindo.

— Sim, isso com certeza foi uma novidade. A única pessoa que eu já trouxe aqui em casa foi a Céu. Subir para o quarto com um exemplar do sexo oposto foi uma coisa bem atípica para aqui.

— Então vamos logo com isso, quanto menos demoramos melhor.

— Relaxa, eu não estou preocupada. Eu sou uma adulta, certamente tenho permissão para isso. 

Ela abriu todas as portas do seu guarda roupa e fez um sinal para que ele se aproximasse.

— Pronto, pode ficar à vontade, senhor coach.

Ele começou a olhar as roupas e tirou algumas, as jogando sobre a cama de casal onde ela estava sentada assistindo-o.

— Você tem coisas ótimas aqui, só tem que pensar na combinação certa. Com esses que compramos hoje vai ficar com uma boa variedade. Se tiver dúvidas, antes de sair tira uma foto e me manda que eu digo o que achei.

— Você tem noção o quanto isso é estranho? Onde você aprendeu a dar palpite nas roupas e no estilo dos outros? Parece muito à vontade com isso.

Ele se aproximou e sentou-se na cama também.

— Eu adorava assistir ao programa "Esquadrão da moda" com minha mãe. Embora eu ache que estou sendo bem mais gentil que aqueles apresentadores.

Ela deitou-se para trás e se escorou na cabeceira da cama

— E qual será o valor dos seus honorários? 

Ronan precisava de um valor razoável para que ela não desconfiasse de nada.

— Eu pensei em 300 por semana, é justo e eu sei que você pode pagar.

— Na realidade eu imaginei que seria até mais caro. Tem certeza que quer só isso?

Ele se deitou de costas na cama e ficou encarando o teto.

— Digamos que isso é o suficiente, porque parte do meu pagamento é a satisfação de saber que eu sou ótimo em qualquer coisa que eu faça. 

— Sim, é bastante humilde também. Mas qual será o próximo passo? 

— Não sei, eu só pensei em sair por aí e te ajudar a ver as possibilidades do mundo. Fazer o que te der vontade, descobrir mais coisas de que gosta. Claro que sempre com a minha assessoria, na verdade, só em desfilar por aí comigo, já vai ser um glow up na sua vida.

Ela se sentou novamente e estendeu a mão para que ele a apertasse.

— Fechado, então, 300 por semana, enquanto for necessário.

— Sim, as despesas também são por sua conta.

— Muito justo! Amanhã eu preciso ir à faculdade outra vez, vou testar uma das roupas novas, preciso que vá comigo para me dar confiança.

— É só me avisar a hora, que eu estarei aqui.

O celular dela vibrou e ela foi verificar, era uma mensagem da mãe, avisando que o jantar estava pronto.

— A comida está pronta, você não quer ficar?

— Não, é melhor eu ir para casa e deixar a cargo da imaginação dela.

Regina sorriu e concordou.

Levantou-se e desceram juntos as escadas. Ela abriu a porta para ele sair se despedindo. Dava para ver a mãe sentada no sofá da sala fingindo ler alguma coisa.

— Obrigada Ronan.

— Não precisa me agradecer, é o meu trabalho.

Ele respondeu espontaneamente, ela arregalou os olhos, e apontou na direção em que sua mãe estava. Ele se deu conta e tentou consertar.

— Quero dizer, você sabe, que o meu trabalho é te fazer feliz.

A emenda havia saído pior que o soneto. Ela só balançou a cabeça para que ele não falasse mais nada e fechou a porta quando ele saiu. Quando foi até a cozinha, sua mãe já a estava esperando.

— O seu amigo não quis ficar?

— Não, ele precisava ir. 

A mulher mais velha ficou quieta por um momento e então falou.

— Olha filha, eu sei que você já é adulta, e pode fazer o que bem entender. Mas vai ter que concordar que esse é um comportamento estranho. De onde saiu esse rapaz? Vocês se conheceram ontem e hoje você o trouxe aqui e ficaram mais de hora trancados no seu quarto. Nós sempre fomos amigas, esse silêncio seu não me deixa confortável.

Regina sentiu-se culpada pela preocupação da mãe.

— Está tudo bem, dona Maria do Céu, eu juro que não estou fazendo nada impróprio ou ilegal. O Ronan é meu amigo, me ajudou em um momento difícil. Não precisa se preocupar, a outra Céu da minha vida, já me deu muitos conselhos sobre usar camisinha e não fazer nada em cima da moto.

As duas riram do comentário.

— Eu fico mais tranquila, então, você mesma só está aqui porque eu esqueci de tomar uma pílula do dia seguinte.

— Mãe! Só, poupe-me dos detalhes. E falando nisso, cadê o papai?

— Saiu com o Andreas para tomar uma bebida, o mesmo ritual de sempre. Até foi bom, pois ele iria cair duro quando visse você subindo com o rapaz. Vamos comer então antes que esfrie.

Regina estava bem surpreendida com o pensamento das mulheres a sua volta, todas tinham certeza que ela pularia em cima do Ronan na primeira oportunidade. Tudo bem que ele era apreciável, mas esse não era o seu estilo e certamente ela não devia ser o estilo dele.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo