Regina acordou com uma sensação estranha no dia seguinte, como se tivesse vivido algo que não era certo. O sonho fora muito real, ela podia reviver claramente as sensações que as mãos de Ronan haviam proporcionado. Talvez toda a proximidade dos últimos dias, tivesse contribuído para seu inconsciente ficar criando essas fantasias. E que fantasias, ela lembrou, deitada na cama, com a cabeça escorada no travesseiro, encarando fixamente o teto do quarto. Em seu sonho Ronan fazia coisas com ela, que fariam corar qualquer pessoa de mais pudor. Ela mesmo se julgava cheia de pudores no que se referia a sexo, por isso mesmo estava chocada com as cenas que seu inconsciente havia projetado. De alguma forma, os dois haviam acabado na casa dele, e se beijavam como se não houvesse amanhã. Aqueles beijos expressavam uma necessidade tão grande, uma verdadeira fome um do outro. Ele soltou a grande massa de cabelos encaracolados dela, e entrelaçou seus dedos entre os cachos, segurando firmemente sua c
Quando Ronan chegou, ela já estava pronta esperando por ele. — Vamos onde princesa? — Hummm que elogio mais anos 90! — Me desculpe, vou reformular. Você gostaria de ir onde, moça da informática? Eles discutiam parados na frente da casa dela, antes de subir na moto. — Você é um babaca! — E você parece uma megera, nada é bom o suficiente para a senhorita. — Vamos ao shopping Beira Alta, tem uma coisa lá que eu gostaria de ver, daí já aproveito e olho os vestidos por lá mesmo. Ele colocou o capacete e entregou o dela. — O que tem lá de tão interessante? — Se eu te falar você vai pensar que sou estranha, então só segue a vibe e vamos lá. — Você manda megera. — Ronan disse deu partida na moto. Quando chegaram ao shopping, Regina não fazia a mínima ideia do que queria, então foram escolher a roupa de Ronan primeiro. Desde a primeira loja em que entraram, ele disse que não queria nada muito exagerado, acabaram comprando uma calça jeans escura, uma camisa branca e um blazer model
Os dois chamaram um motorista de aplicativo para levar as compras para casa, pois seria muito difícil carregar tudo aquilo na moto. — Você não precisa ir fazer alguma coisa? Eu posso ir com o motorista. Disse Regina, exitante, pois, na verdade não queria deixar a companhia dele ainda. — Não, eu estou de boa o resto do dia, vamos comer alguma coisa. — Nossa, está para nascer um homem mais ocupado do que você! — Olha quem está me chamando de desocupado, a própria pessoa que me contratou! Ele disse debochando dela. O carro chegou e eles carregaram com as sacolas das lojas. — Você quer comer aqui mesmo no shopping? — Pode ser, passamos por um café que parecia legal, tinha umas tortas bem bonitas. Ele balançou a cabeça sorrindo do fraco dela por doces. — O que foi? Deveria um ser crime não aproveitar a oportunidade de comer uma boa torta. — Sim, você que o diga. Parece uma formiga por doces. Eles foram até a lanchonete e pegaram uma mesa, o sonho que teve voltou a mente de Re
Maria do Céu insistiu em chamar uma profissional para ajudá-las a se arrumar para a festa. A mulher chegou na primeira hora da tarde, e teve trabalho para terminar cabelo e maquiagem das quatro mulheres. Todas se arrumaram juntas na casa de Regina, que ficava mais perto do local da festa. Ela havia mandado mensagem para o Ronan para que ele a encontrasse ali, e eles iriam de carona com seu pai. Regina havia gostado muito do resultado, a maquiagem ficou discreta, mas valorizou seu rosto. Como penteado, ela escolheu deixar o cabelo solto, com uma mecha de cada lado presas, que caiam em uma volumosa trança. Uma franja de fios rebeldes caía dos lados do rosto. O vestido havia ficado perfeito, e todas elogiaram muito, porém o sapato a machucou nos 5 minutos em que ficou com ele. Para o escândalo das outras mulheres, ela resolveu usar seu coturno, se olhando no espelho achou a combinação até exótica. — Você está maravilhosa. — Disse Céu. — Estaria perfeita se não fosse esse coturno horr
Regina subiu as escadas que davam acesso ao palco e sinalizou para a banda que havia chegado o momento. Eles foram gradativamente diminuindo o som, até que a música parou e todos olharam em direção ao palco. Ela tremia muito, mas se obrigou a estender a mão e pegar o microfone do pedestal. Nunca havia cantado na frente de ninguém, nem dos seus pais, apenas quando era criança. Aquele dia no bar, só havia ido ao karaokê pela alta quantidade de álcool que havia ingerido. Agora todos já estavam olhando para ela, não havia como retroceder.— Boa noite! Ela começou a falar exitando.— Eu queria primeiramente agradecer a presença de todos aqui. Esse é um dia muito especial para a nossa família, o dia em que nossos pais prometeram ficar juntos para sempre. Até o momento estão conseguindo, vamos torcer para continuarem assim.Todos riram do comentário dela, e ela foi ficando mais desinibida.— Bem, eu e a Céu planejamos essa noite com muito carinho, espero que todos estejam se divertindo. Ma
Ronan estava tomando coragem para colocar o plano em ação. Por providência divina havia recebido uma ligação de sua mãe, que estava preocupada com ele morando sozinho na cidade grande. Ele então teve a ideia de ir visitá-la e levar Regina com ele, era a desculpa perfeita para tirá-la da cidade. Só precisava convencê-la a acompanhá-lo. Quando se sentaram novamente em sua mesa ele tratou de abordar o assunto.— Regina, eu preciso da sua ajuda com algo. Minha mãe está surtando comigo morando sozinho aqui, ela acha que eu não estou comendo, que estou sem teto, essas coisas. Eu pensei em ir até lá tranquilizar ela, você podia ir comigo e confirmar que eu tenho um teto. Estou pensando em dizer que trabalho para o seu pai, é melhor que revelar a verdadeira origem dos nossos negócios. Ela pareceu em dúvida sobre o assunto.— Mas é que como nossos pais vão viajar, eu e Céu combinamos de ficar juntas.— Sim, mas eu não te pediria se não fosse importante. Se eu for sozinho, talvez ela nem deixe
A família de Ronan era encantadora, em muitos pontos se parecia com a dela, eram pais amáveis e carinhosos, que amavam o filho, era bonito vê-los juntos. Depois do café a mãe dele havia trazido vários álbuns de fotos que retratavam a infância dele. Regina acho bastante divertido vê-lo naquelas situações inusitadas e muitas vezes comprometedoras. A mãe dele parecia ser incontrolável com uma câmera fotográfica em mãos.— Esta bem mãe, eu acho que já chega de fotos. Ela já tem provas o suficiente de como eu era uma criança ativa e feliz.Regina tirou a mão da folha do álbum e depositou na perna de Ronan, que estava sentado ao seu lado no sofá. Aquele gesto foi na intenção de chamar a atenção dele, mas poderia ser facilmente interpretado como um carinho.— Definitivamente eu preciso de mais. Eu quero mais do pequeno Ronan no chiqueiro com os porcos, na sala de espera do hospital com o braço quebrado, andando de bicicleta com uma galinha no bagageiro e principalmente, tomando banho de rio
Aquilo era uma loucura! Ronan pensou, sabia que definitivamente não era certo as coisas tomarem aquele caminho, não com tantas mentiras envolvidas. Então por que cargas d'água ele não estava conseguindo tirar as mãos dela? Alguma coisa o atraía como se fosse um ímã, ele só conseguia pensar em te-la.— Se você não me impedir agora, é muito provável que a teoria da minha mãe se concretize. Ele disse ainda com a mão pousada no quadril de Regina. — Você mesmo disse que ela já estava pensando isso de qualquer forma! Ele sorriu, queria que ela se virasse para poder beijá-la, mas achou que era muito cedo, talvez ela ainda não estivesse cem por cento confortável em estar com ele e lhe restasse alguma dúvida. Ronan julgou que o melhor era não fazer movimentos bruscos. Ele voltou a colocar a mão por baixo da blusa dela e beijar o seu pescoço e o ombro que a camiseta larga dele que ela usava deixava exposto. Ele subiu a mão até tocar exitante o seio dela, que deu um leve gemido em resposta.