Capítulo 04

-- Aquele bêbado miserável enfiou a minha casa no rabo! – Gritou madame Carrero, bem ali, no centro do seu salão, onde funcionava o seu bordel. – Tudo virou cinzas!

-- Ele morreu, madame Carrero! – Disse uma de suas garotas, que atendia a noite na casa.

-- Eu não me, importo, que ele tenha morrido, Eu importo com a minha casa! Que prejuízo, meu Deus, que prejuízo!

Madame Carrero era uma mulher loira, de sessenta anos, ainda muito bem conservada e bonita.

Com elegância e sempre com um sorriso no rosto, ela recebia os homens mais ricos e poderosos ali em seu bordel.

Pessoas importantes frequentavam o seu bordel. Seu bordel era bem falado, por ter as mais lindas garotas.

-- De forma alguma que eu vou ficar no prejuízo! Madame Carrero nunca fica no prejuízo!

-- O homem morreu, madame Carrero, não tem como ele pagar o prejuízo para a senhora. E mesmo se não tivesse morrido, ele nem tinha onde cair morto!

-- Ele morreu. Mas a filha, não!

Florinda se espantou! E de repente, sentiu pena da filha de Dito Bianchi, caso o que ela imaginava se concretizasse.

-- Ele tem uma filha linda! Como eu disse, madame Carrero nunca fica no prejuízo. Se eu não me engano, o nome dela é Blanka.

-- Sim. Ela está no hospital!

-- Acho que preciso fazer uma visita a ela! Linda e virgem! Não é segredo para ninguém que ela é virgem.

-- Por Deus, madame. A senhora não está pensando em...

-- Leiloar a virgindade dela. Claro que estou!

Florinda mesmo acostumada com aquele tipo de coisa ficou chocada.

-- Ela nunca vai aceitar uma coisas dessas, madame, nunca!

-- Por causa do pai dela, eu perdi uma boa fonte de renda, e como eu já disse, madame Carrero não fica no prejuízo. Querendo ou não, ela vai ser a nova garota de madame Carrero. Ou ela aceita, ou então eu terei um imenso prazer em mandá-la para um hospício, ou para prisão. E você sabe que eu conheço muita gente influente que pode mandá-la para qualquer um desses lugares, e jogar para sempre a chave fora!

    Florinda sempre soube que madame Carrero, não valia nada, mas ela não imaginava que ela fosse capaz de ir tão longe para não ficar no prejuízo.

-- Pega leve com ela, madame Carrero, ela acabou de perder o pai.

-- Tá com pena dela? – Madame Carrero acendeu o cigarro, tragando e dando uma baforada bem no rosto de Florinda. – Ajuda ela então a pagar a minha casa.

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