Eu me inclino, me ajoelho sob os seus pés
Tento escutar as vozes debaixo da terra,
Onde não há ninguém
Não se ouve nada, não há uma poça de lama para cobrir os dons dos inseparáveis
E é aí que minhas mãos se levantam em direção aos céus
Nessas lutas ardilosas,
A minha caminhada tem sido constante.
Eu clamo pelo retorno do Senhor
Para ver a sua ternura de perto
Em seu nome eu vi dissipar as trevas
E aprendi a aceitar as injustiças do vasto mundo contra mim
E hoje me vejo com um testemunho caminhando contra as ilusões que ele me apontou
E hoje meu corpo ainda não desaparecido suplica para ouvir Deus, para escutar a sua bondosa voz eterna.
Por onde passo, vejo as janelas e portas da mente tão fechadas para os corpos estenderem a mão ao próximo, vivendo na ignorância, se escravizando com os desejos do mundo e se afastando se Deus, acabamos nos deparando com uma realidade dolorosa. São milhares de informações atacando; alienação por todos os lados, um Império querendo controlar a todos para escravizar. Impurezas obscurecendo até mesmo os sons, não falando mais de sentimentos, nem de emoções. O autoconhecimento pareceu ser bem desprezado por muitos. Parece que boa parte da humanidade perdeu o sentido de existir. Muitos parecem até psicopatas, porque não falam do que poderia nos mover para a profundidade, mas vivem na superfície rasa em meio à sujeira, tornando as águas da vida um verdadeiro lodo. Não ensinam nada, não ajudam a pensar além, se envolvem em prazeres egoístas e só pecam. O inimigo deseja a morte, as guerras e semeia o mal por onde passa. O Império já falido quer tornar o homem submisso aos se
“A fé cristã é uma grande catedral com vitrais divinamente pintados. Contemplando-os de fora, nenhuma glória vemos nem sequer podemos imaginá-la. Contemplando-os de dentro, cada raio de luz revela a harmonia de indescritíveis esplendores”. – NATHANIEL HAWTHORNE. Aquilo soava como um delírio. Era como se fosse parte de uma atmosfera onírica na qual se encontra um paraíso onde muitos acham seu caminho depois de estarem envoltos por uma névoa. Não é de se pensar que muitos procuravam o Cabaret de la Mort por trazer surpresas mórbidas aos seus fregueses naquelas noites em que se busca algo visto como anormal. Um tanto esquisito, curioso e ao mesmo tempo aterrorizante, que faz seus corpos tremerem e os seus dentes rangerem. É de se sentir arrepios. Nada mais inusitado que esperar sentar às mesas e ver uma sala lotada de caixões. Os retratos nas paredes de pedras negras e cinzentas celebravam artes de defuntos, de seres vampirescos e de espíritos talvez vingativo
A rainha Vitória enchia os olhos de emoção com a apreciação que tinha pelo teatro. Conheceu Aurora em belos palcos e teve o prazer de convidá-la para uma celebração na corte onde existiria uma festa de máscaras. Aurora lhe foi apresentada como uma atriz de sucesso, estando entre as figuras mais famosas da Inglaterra. Ela estava com uma máscara dourada cheia de enfeites sublimes, ondulados, pareciam até deixam a aparência da máscara como uma armadura metálica; havia umas penas nela negras esverdeadas, lembrando as aves mais raras dos jardins de deuses da mitologia grega e a maquiagem de seus olhos brilhavam como a lua, lembrava purpurina carnavalesca. Suas vestes contemplavam o ar arrefecido da noite nos bosques mais densos, pois eram pretas. Aurora ainda que estivesse de luto, – com o seu isolamento social – deixara um pouco tudo um pouco de lado para viver a magia de um convite raro desses. Era preciso refrescar os dias com um baile, por causa de uma convocação da rainha.
Aurora tinha um vizinho chamado Lord Pierre. Ele era um talentoso artista; religioso, frequentava a igreja cristã e adorava compor músicas e escrever histórias com toques sombrios.Ele costumava a dizer que era um servo de Cristo. Que todas as vezes que ele se sentia vazio, clamava por ele, e confessava sua fé por onde passava. Ele era forte e corajoso, tinha um gosto pelas artes invejável, não costumava amar a vida de uma forma tão exagerada, mas, embora dissesse ser pecador, se humilhava para seguir o caminho do Salvador. E seus gestos de bondade eram agradáveis aos olhos de Aurora, que compartilhava bons momentos com sua companhia. Ele orava e sempre pedia bênçãos para sua amiga, dizia que ela era um presente de Deus.A madame se perguntava se ela um dia teria um dom assim, de ajudar as pessoas a se tranquilizarem. Não era fácil passar pelas provações que a vida d
As irmãs de Aurora sempre disseram à ela que nunca se importaram com ela. Um fato triste de se ver, mas Aurora pensava que se elas tinham muito pouco amor por ela, que nunca tinha feito nada de mal para elas, pensava que elas se revoltavam sem motivo. Isso era realmente ruim.Elas já comemoraram em algumas festas juntas, lotadas de amigos delas. Para Aurora, era incrível como essas pessoas se reuniam nas noites para algo com sons tão fúteis e danças tão ridículas, sem classe, até mesmo onde postulava a indecência. Bebiam, faziam a festa até altas horas da madrugada e também jogavam.Aurora tinha muitos poucos amigos. Para ela, naquela situação, muitas pessoas que gostava e tinham consideração a haviam deixado de falar com ela. Talvez tenham a abandonado por causa de sua doença. Não é fácil estar com humor para baixo e viver d
Na casa de Aurora começa-se a sentir um cheiro estranho, como se algo houvesse incendiado. De supetão, num estalo de dedos, Aurora que estava apenas cochilando, começa a tossir e se levanta com um pulo da cama, sentindo uma ameaça querendo cobrir seu corpo e penetrar suas narinas. E para o seu espanto, uma fumaça voraz estava prestes a entrar pela janela e a engolir como se fosse um monstro gigante. Bem, não era tão assustador assim, mas aquelas cinzas poderiam ser tóxicas para os pulmões da delicada mulher que fez abriu todas as janelas e portas da casa para ela ir embora.“O perigo deve estar rondando a minha casa. Devo pedir ajuda?” – pensou a dama - “Não quero incomodar ninguém, talvez o serviço de socorro da cidade não precise vir”. A primeira pessoa em quem pensou foi em seu amigo da vizinhança, mas pelo horário da noit
Aurora de repente ficou mais ansiosa. Não queria fazer tal coisa, mas preferiu ligar para as irmãs. Poderia ser uma questão de vida ou morte. Mesmo que a fumaça tenha passado, Aurora criava um pesadelo, para onde caía no próprio inferno mental. Estava trêmula, seu rosto estava pálido de medo por causa do perigo, mas sentia que não tinha escolha.Pegou o telefone e discou o número da casa de suas irmãs:- Alô? – atendeu a irmã caçula, com voz cansada, bocejando.- Aqui é a Aurora. Desculpe ligar tão tarde, mas não estou conseguindo dormir. É que senti um cheiro estranho e vi que tinha uma fumaça entrando na minha casa. Será que poderiam me ajudar?- Ah, não! O que é que você está pensando? Como pode nos ligar uma hora dessas! Você não sabe resolver seus problemas sozinha?&nbs
“Nós precisamos sonhar até o fim de nossas vidas... [...]. Podemos ver Deus em todas as coisas? Quando você precisa acordar e não escutar nenhum relógio, poderá ouvir vozes em sua cabeça: essa é a perfeição ou a imperfeição da Criação nessa Terra ou isso é o fundo penhasco onde nós estamos caindo como anjos invisíveis para voarmos com nossa imaginação em direção aos céus”. Eu costumava a sonhar com um grupo de ilusionistas na selva, às vezes. Não sei se seria clarividência, mas pressentia que algo mágico estaria para acontecer. Eu costumo olhar sempre em meu espelho - com molduras que lembram as iluminuras com seus arabescos tão bem desenhados, parecem galhos de árvore dançantes ao encanto do som suave da chuva - meus olhos