POV GABE
Não sei se algum dia eu já tinha chamado alguém para um encontro. E mesmo que o tenha feito (e esquecido, óbvio), tenho certeza de que nunca me senti tão nervoso quanto naquele momento.
Não sei se ela atrasou propositalmente para me maltratar ou porque... Meus pensamentos morreram no exato momento em que a vi no restaurante.
Ela entrou como quem não quisesse chamar atenção, mas o ar parou. Até os garçons pausaram. O vestido roxo sussurrava sedução, mas seu rosto, com uma maquiagem leve dizia "não me subestime".
O vestido era puro impacto: um roxo-violeta que mudava de tom sob a luz dos lustres. Justo nos ombros, com duas pequenas aberturas no tecido que deixavam a pele à mostra, contrastando com o tecido que se moldava ao seu corpo como uma segunda pele. Chuchu não sabia ser menos que impactante. Os detalhes matavam: a cintura marcada p
Olívia pegou meu dedo e pôs na boca, sugando-o o máximo que pôde, fazendo com que meu pau latejasse dentro da calça. Caralho, eu ainda tinha o restante da surpresa para a noite.- Gostei do sabor das folhas de ouro. – Mencionou, provocante.- Não quer saber sobre o cardápio 100% adaptado para diabéticos, chuchu?- Sim. – Assentiu, feito uma criança que não sabia do que brincar primeiro.- Gostou do restaurante?- É... Incrível. E tem ótimas opções para diabéticos.- Você não viu o menu, chuchu, já que os pratos foram preparados especificamente para você. Este restaurante só serve pratos dietéticos... E adapta os pratos tradicionais mais requintados em pratos com baixo índice glicêmico.- Você... Está por trás disto? – Perguntou, desconfi
- Jura? E isto justifica o fato de ela ter me traído?- Você sabia ou não? – Aquela resposta me importava.- Não.- Entende agora o motivo de ela tomar medicamentos? E o fato de querer ser feliz? Aneliese não sabe quanto tempo ainda tem.- Estou me fodendo para isto, Gabe!Eu ri, com desdém:- Enfim, você está mostrando quem realmente é, Rowan!- Surpreso?- Não, na verdade, satisfeito. Não gosto de lidar com pessoas que se escondem através de máscaras.- Claro que sou o vilão da história agora. Estou sendo sincero, Gabe, enquanto todos vocês fingem ser santos. Aliás, ganhou sua a auréola quando? Ah, sim, depois que decidiu perdoar o papaizinho da filha da prostituta. Ops, desculpe... Esqueci que você não gosta que eu fale dela assim... Mas como estou me referindo &ag
Estreitei os olhos, confuso sobre onde ela queria chegar.- Eu acabei sendo rápida no banheiro e quando retornei, vi Rowan e Mônica com as mãos entrelaçadas... Ele falava algo no ouvido dela... E ela ria. Estavam de forma bem íntima, Gabe.Eu ri, atordoado:- Você está louca!- A vida inteira eu tentei pensar que foi coisa da minha cabeça...- E realmente foi.- Não, não foi.- Rowan deve ter pego a mão dela à força.- Eu... Também acho. – Aneliese abaixou a cabeça – Ou achava... Porque agora não consigo mais ver desta forma. Não parecia nada forçado... Mônica parecia bem a vontade do jeito que ele estava ao seu lado e da forma como a tocava.Abri a porta e mostrei a saída à Aneliese:- Só porque sua vida está fodida quer fazer o mesmo com a minha
Eu batia a ponta dos dedos sobre a mesa do médico, nervoso. Era como se precisasse fazer aquilo imediatamente ou Olívia morreria. Nunca vi tanta necessidade de fazer algo na vida para salvar alguém.O médico, o qual eu já conhecia anteriormente por consultas de rotina, olhou meu prontuário atentamente antes de dizer:- Por que quer fazer uma vasectomia, senhor Clifford?- Porque não quero ter filhos. – Foi minha resposta óbvia, que saiu cortante e gélida.- Perfeito, você não quer filhos hoje. Mas e se daqui a 15 anos você mudar de ideia? Ou pior: e se amanhã você sofrer um acidente e perder os testículos?- Ficarei grato pela minha má sorte. – Fui sincero – Quanto ao fato de eu poder mudar de ideia... Isto não acontecerá. Tenho certeza de minha decisão.- E ao menos pensou na possibilidade de co
- Eu... Não preciso fazer isto.- Precisar não precisa. – sorri – Mas sabe que se não o fizer, terá consequências.- Se eu pedir desculpas... O senhor poderia não seguir adiante com o processo?Eu ri, com sarcasmo. Será que depois de tantos anos Ingrid ainda não me conhecia? Ou achava que o fato de eu ter me apaixonado por Olívia havia amolecido meu coração com relação a todos ao meu redor?- O processo seguirá, senhorita Ferrari. Quem decidirá o veredito é o juiz.- E desde quando... O senhor aceita o que o juiz define? – A voz soou fraca.- Pelo menos me conhece um pouco – sorri – Imaginei que pudesse ter aprendido algo neste tempo que esteve me servindo e recebendo muito bem para isto. Peça desculpas... E não transferirei para o seu filho a raiva que sinto de você.Ela engo
POV GABEOuvi uma batida na porta e Jorel entrou. Meu irmão era a única pessoa na face da terra que se atrevia a entrar na minha sala sem bater. E que pouco se preocupava em ser anunciado, como se a presença dele fosse importante o bastante para não precisar de nenhuma formalidade.- Recebi seu recado. – Ele sentou-se à minha frente, pegando uma caneta que estava sobre a mesa – Quanto você pagou por esta porra?- Menos do que você paga por uma prostituta. – Mal retirei os olhos do que eu estava fazendo no computador.- Não saio com prostitutas. Sou um homem disputado o bastante para felizmente não precisar pagar ninguém para me satisfazer sexualmente, como “uns e outros” por aí. – Deu uma risadinha debochada.Minimizei a tela importante na qual eu estava trabalhando e o olhei:- Não lembro de ter lhe dado o direito de sequer “pensar” no que faço ou deixo de fazer. – Deixei bem claro.- Quando levanta a sobrancelha deste jeito você parece um velho. – Seguiu me provocando.Respirei fund
- Se eu não casar com ela ficarei sem dinheiro?- Não só isto!- Não? – O olhar dele se estreitou, como se quisesse pagar para ver.- Vou ferrar com a sua vida.- Vou mandar fazer um exame de DNA. Duvido que tenhamos o mesmo sangue nas veias, Gabe. Olhe o que você está me dizendo!- Você poderia ser o bebê da mamãe, Jorel, mas não é o meu! Sabe que meu tempo é precioso para que eu o perca com você. Então não teria lhe chamado aqui para “brincar”.Meu irmão ficou um tempo em silêncio, pensativo. Mas eu o conhecia o bastante para saber o que o atormentava. Ele não era capaz de ficar comendo uma única boceta.- Entenda uma coisa, Jorel. Eu só quero que você case com Olívia Abertton. Em momento algum eu disse que deveria deixar de viver a sua vida como sempre viveu? Aliás, eu já falei sobre um bônus a mais na sua mesada, não é mesmo?- Quer dizer que... Se eu casar com a tal Olívia... Posso continuar fazendo tudo que sempre fiz? E... Ainda vou ganhar uma mesada maior? – Os olhos dele se a
POV OLÍVIADesci as escadas correndo atrás de Isa, que decidiu me torturar com cócegas quando encontrei um “Isa e Marcelo” no seu caderno, escrito com a sua letra. Ela gargalhava e fugia de forma ágil, como sempre. Eu tentava desviar dos tapetes e pulava por cima dos degraus. E assim chegamos na sala de jantar.Rose nos olhou com cara de insatisfação. Dei um beijo no meu pai e sentei-me à mesa, de frente para Isabelle.- Como foi seu dia, pai? – perguntei enquanto via a comida ser posta no meu prato: peixe com leguminosas.Olhei para o macarrão com camarão que seria o prato principal dos demais e cheguei a sentir água na boca.- Se comportar-se eu lhe dou um camarão depois. – Isabelle provocou, pegando um com a mão e me mostrando, rindo.Fiz careta para ela e lambi os beiços ao ver o camarão:- Isto é injusto, sua pestinha. Eu com este peixe sem tempero e você com um camarão gigante.- Injusto? – Rose riu, daquele jeito cruel – Deve dar-se por satisfeita de ter um prato diferente para