POV OLÍVIAJorel Clifford era exatamente do jeitinho que sempre imaginei. E mal tinha chegado e já tinha a atenção de toda minha família. Olhei ao longe Gabe e meu pai conversando enquanto observavam o lago e me deu um pingo de esperança de que pudessem estar tendo uma conversa franca, onde meu marido dizia ao meu pai o que ele havia lhe feito no passado.Eu podia estar longe de Gabe, mas sentia o olhar dele me queimando como uma tocha de fogo. Como aquele homem conseguia ter um poder tão grande sobre mim? Aquilo duraria para sempre? O amor fazia com que meus olhos não conseguissem desviar de onde ele estava? E era este sentimento tão grandioso que me deixava incerta e confusa, como nunca estive na vida?A parte boa de estar com Jorel Clifford é que ele não insistia em me levar para o fundo do lago, testando meus medos. Aceitava meus limites e não me obrigava a vencê-los nem cogitava usar meus medos contra mim.Fiquei ali bem menos tempo do que eu gostaria, porque me preocupei com meu
- O colete está bom – ele avisou – Não tenha medo. Se cair, não afundará.Ele não disse que se eu caísse me salvaria. Mas eu nunca fui o tipo de mulher que esperou ser salva por um playboy gostoso. Durante toda a minha vida eu salvei a mim mesma.Mesmo hesitante, fui abrindo os braços devagar até que consegui erguê-los e gritei de felicidade. A sensação de liberdade era simplesmente incrível. E eu poderia ter feito aquilo com Gabe e sabia que seria um momento que jamais esqueceria. Mas ele preferiu outra pessoa a mim.Demos algumas voltas e depois Jorel desligou o jet ski, no meio do lago. A visão da casa numa parte mais alta era de tirar o fôlego. E por sorte eu não via mais ninguém a não ser a água e a paisagem. Livre de Gabe e seus olhares maquiavélicos e ameaçadores.Jorel levantou-se e virou de frente para mim, me surpreendendo. Suas pernas se abriram e me deixou entre elas, encarando-me:- Por que você gostava de mim sem nem me conhecer? – Quis saber.Eu ri:- Acho que primeiram
- Eu não tinha noção do tamanho do meu patrimônio. Só queria dinheiro vivo e cartões. Só que a fonte foi secando. Quando sobrou somente a minha parte na empresa, Gabe propôs comprá-la e me pagar uma mesada até o final da vida. O que eu poderia querer mais? Ele me daria dinheiro e ainda garantiria o meu futuro. Enfim... Vendi por um valor bem abaixo do mercado e fiquei dependente de Gabe para o resto da vida.- Não teve advogados neste contrato de venda?- Eu tinha 18 anos... E só queria jogar, foder e beber. E ele era o meu irmão! Por que porra eu precisaria de um advogado? Gabe me pegou num momento de bebedeira e conseguiu facilmente que eu assinasse tudo.- Nunca pensou em fazer algo a respeito?- Meu irmão se tornou inatingível, Olie. Entrar na justiça contra Gabe é pedir para ser excluído da sociedade. Entende agora na porra que seu pai se meteu?- Ele propôs que você me traísse... E desta forma receberia ainda mais?- Exatamente isto.Engoli em seco:- E eu que achava que tinha p
- Olívia, não me tire do sério!- Você não é meu dono. – Provoquei.- Está se oferecendo para o meu irmão, porra!- Esqueceu que o nome dele está na minha aliança? Quantas vezes vou ter que lembrá-lo disto?- Pouco tempo... Logo terá um diamante tão grande no seu dedo que não conseguirá sequer mover a mão de tão pesada que ficará.Eu não duvidava que Gabe fizesse aquilo, com o intuito de provar sua superioridade.- Jorel é exatamente do jeito que eu pensava: incrível! – sorri, olhando para o meu cunhado.Gabe ligou o jet ski e se pôs ao nosso lado, me puxando de forma tão rápida que sequer deu tempo de eu me defender e impedir ser tirada de Jorel. Quando me dei em conta estava entre suas pernas, com seu braço direito me segurando pela barriga.- Com você eu falo depois! – Gabe disse para Jorel, entredentes.- Só fui levar sua esposa para ter uma experiência que você não foi capaz de dar. – Jorel provocou.- Filho da puta!Gabe me segurou pela cintura com força e saiu dali em alta velo
Aproximou o rosto do meu, ficando a centímetros de distância. Fechei os olhos e esperei por um beijo... Que não veio. Suspirei e tentei rir, mas não tinha como, já que Gabe segurava meus lábios entre seus dedos. Eu sabia que haveria o dia em que ele imploraria por um beijo meu, assim como eu fazia naquele momento. E eu teria o prazer de me vingar. E eu era esperta o bastante para saber que aquele dia não demoraria a chegar.Gabe soltou meu queixo e retirou os cabelos das minhas costas, jogando-os para o lado. Depois alisou minha cicatriz da nuca e, num ato que me deixou impressionada, beijou-a de forma gentil e delicada, fazendo com que todo meu corpo se arrepiasse àquele toque de carinho, que jamais havia feito antes.- Quero voltar para as margens, Gabe! – pedi, atordoada, não querendo ceder aos desejos do meu corpo.- Podemos voltar... Se prometer que se comportará.- Não gosto de fazer promessas que não posso cumprir, marido. Sinto muito.- Por favor, Chuchu...- Você foi um garot
Senti minhas pernas amolecerem e o sol me fazer mal instantaneamente. Por que porra aquilo me doeu tanto? Se pudesse, eu me jogava num buraco profundo naquela areia e não sei se levantava novamente. Foi como se naquele exato momento o iceberg me atingisse, partindo meu casco devagar, de fora a fora... Eu sentia exatamente a dor de estar sendo dividida em pedaços.Olhei para Gabe, que parecia tentar encontrar uma palavra para me dizer, mesmo sabendo que não havia nenhuma que diminuísse minha sensação de ter sido enganada.Então Mônica era verdade. A mulher da vida de Gabe. E por que ele não me contou a verdade? Por que mentiu que o relógio era importante por ter sido dado pela mãe? Achou que se tivesse sido dado por uma mulher eu não tentaria resgatá-lo?E no fim ele estaria certo, porque realmente eu não tentaria pegar o relógio de volta se pertencesse à uma de suas vagabundas... Principalmente a vagabunda preferida.Minha madrasta e Rita saíram da água e se juntaram a nós. Mesmo ator
- O que seria esta parte sinalizada como “pagamento”? – Gabe questionou.- Como você tem uma profissão, cada vez que passar sobre a casa verde escrito “pagamento” receberá o valor do seu salário mensal.- Hum – ficou olhando para o tabuleiro, pensativo – Jorel, será que pode vender a si mesmo em troca de um pagamento em dobro?Jorel ficou encarando-o, confuso. Abriu a boca para responder, mas pareceu hesitar.- Não pode vender a si mesmo nem a sua esposa ou esposo. – Rael sabia das regras do jogo.- Meu irmão se vende por mesadas em dobro... Até mesmo para ferir pessoas. – Gabe sorriu, olhando de forma sarcástica para o irmão.- Ferir pessoas... – Rita franziu a testa – Você sabe o que significa isto, Gabe Clifford?Rael tossiu, tentando amenizar a situação que começava a se criar.- Por que não tenta ser mais claro, Gabe? – Jorel desafiou-o, recostando-se para trás na cadeira, de forma tranquila.- No passeio que fez de jet ski com a minha esposa, disse a ela que fez um trato comigo
- Pode-se dizer que sim. E é isto... Jorel explicou perfeitamente.Jorel sorriu, satisfeito.- Ele entende tudo sobre isto. Vive a vida com este tipo de mulher. – Gabe não se conteve, em tom de crítica, óbvio.- Escolha minha – Jorel deixou claro – Gosto de sexo, pago por sexo e nunca nenhuma das mulheres que paguei pegou no meu pé. Não quero me envolver. Não quero alguém que ache que porque transei desejo namorar ou casar. Sou um adorador de mulheres bonitas e que cobram por umas horas de boa f... – olhou para Isabelle – Qualidade.- Espero que não esteja disposto a contratar os serviços dela. – Rael franziu a testa.- Lamento informar, cavalheiros, mas estou de folga. – Rita deixou claro, não sei se decepcionando seus futuros clientes.- Já lamentei. – Rael se manifestou.- Estou dizendo que sou Rita... Não quem você estará pagando para que eu seja. – O olhar dela para Rael foi encantador.- Com beijo ou sem beijo? – Isabelle quis saber, confusa.- E se eu quisesse pagar um acompanh