- Me conte sobre a mulher que você amou, Gabe! – mesmo que isto me destrua ainda mais.
Gabe manteve a cabeça junto da minha e seguiu:
- Ela era bonita e chamava a atenção de qualquer homem... E mulher. Desde que a vi, sabia que faria qualquer coisa para tê-la. Então começaram os olhares enquanto estávamos na aula... E poucos dias depois nos encontramos numa boate nos arredores do campus. Tínhamos alguns amigos em comum e naquela noite finalmente nos falamos e ao final dela transamos.
- Você era virgem?
- Teoricamente sim.
- O que é “teoricamente”?
- Não tinha comido uma mulher, mas já tinha gozado em algumas bocas.
- Gozou na boca dela?
- Sim.
- Gozou na cara dela?
- Sim.
- Lambeu seu esperma diretamente da cara dela?
- Não... – Ele estreitou os olhos e riu – Há coisas q
- E Aneliese e a parte dela?- Aneliese casou com Rowan e embora eu tenha a alertado e me posicionado contra, optou por comunhão de bens. Em poucos anos ele jogou toda a parte dela fora, em investimentos duvidosos.- O que você acha do seu cunhado?- Um filho da puta interesseiro. Jogou o dinheiro de Aneliese fora e depois se fez de vítima usando minha irmã para conseguir entrar na Clifford como sócio. Não faço sociedade com pessoas burras ou que não gostam de trabalhar duro. Abri mão de boa parte da minha vida para ter o patrimônio que tenho hoje.Antes que ele dissesse que tudo que batalhou ao longo dos anos foi para destruir meu pai, perguntei:- Aneliese nunca desconfiou de Rowan? No sentido de... Ser interesseiro e... Quem sabe trai-la...- Minha irmã sempre reclamou dos nossos pais. Mas quando se foram, escolheu alguém exatamente igual a eles para partilh
POV GABEPor mais que eu amasse Olívia, não poderia perdoar a dor que o pai dela me causou. Foram dez anos planejando uma vingança lenta e dolorosa, que eu não poderia botar a perder por uma mulher que apareceu em menos de quatro meses na minha vida.Mas não era “uma” mulher. Era Olívia, a “minha” mulher. Eu não tinha mais dúvidas dos sentimentos que tinha por ela. Ainda assim, por mais fortes que fossem, jamais conseguiria abrir mão de tudo. Eu odiava Ernest Abertton tão intensamente quanto amava sua filha.Enquanto eu pensava numa resposta, que certamente não a contentaria, Olívia levantou-se. Me olhou e sorriu de forma triste:- Eu sabia que você não voltaria atrás.- Entenda o meu lado, chuchu.- É bem difícil, Gabe. Principalmente porque você nunca entendeu o meu... Nem o do meu pai... Tampo
- Acho que não, Gabe.- Irá se arrepender, Olívia.- Você já disse isto! – Ela provocou.- Falo com relação também a Jorel.- Sempre se achou melhor que eu, não é mesmo, Gabe? – Jorel me fitou, com o sarcasmo visível em seu rosto – Olívia pode até não me conhecer o suficiente, mas conhece você. Então... Não é muito difícil fazer a escolha, não é mesmo?- Por favor, chuchu... Não vá! – Pedi numa última tentativa.- Tantas vezes pedi que você ficasse na nossa casa, Gabe. E nunca me ouviu.Afastei-me, deixando que Olívia entrasse no carro do meu irmão. Foda-se! Ela que se ferrasse ao descobrir quem era Jorel de verdade. Meu irmão posava de bom moço, mas era um bêbado que não dava valor ao dinheiro, um irr
Enquanto Jorel dirigia a máquina potente que chamava de carro, eu seguia em silêncio. Por mais que soubesse que Gabe merecia tudo aquilo, era dolorido, já que eu o amava. Então sempre que ele sofresse, eu sofreria junto.Desde o início imaginei que aquela comemoração do aniversário dele não fosse dar certo e que Gabe tivesse planos por trás. Mas não pensei que fossem envolver, por exemplo, minha irmã Rita, que veio de tão longe porque eu pedi, para que pudéssemos nos encontrar pessoalmente depois de tanto tempo.Há quanto tempo Gabe stalkeava minha família? Seria realmente só o fato de meu pai ser o dono da Concessionária Abertton na qual houve o acidente o motivo de ele querer se vingar? Para mim aquilo não era o suficiente para tanta raiva.Pelo menos Gabe se abriu comigo e contou a verdade, o que achei que nã
Enquanto Jorel freava bruscamente, segurei-me na porta do carro, percebendo o automóvel dando um giro no chão e parando exatamente na frente de uma lanchonete, na beira da estrada.- Está com fome? – Perguntou.Assenti, esperando que ele abrisse a porta do carro para me dirigir ao interior do lugar.A lanchonete era pequena, mas aconchegante. O ambiente era climatizado e haviam poucas pessoas. Aproveitei que não tinha ninguém me controlando e pedi meu prato favorito: creme brulée.Infelizmente não serviam o doce à base de açúcar. Então pedi uma fatia de torta e chá. Ainda estava imersa em meus pensamentos quando vi o copo de uísque na frente de Jorel.Meus olhos levantaram e encontram os dele, que me analisava, sorvendo lentamente o líquido âmbar.- Como consegue beber uísque esta hora do dia? – Questionei, lembrando sob
- Costumo beber bastante, Olie. Não se preocupe que não ficarei bêbado.Uma garota se aproximou da mesa e sorriu, entregando um guardanapo para Jorel, saindo logo em seguida. Fiquei curiosa ao vê-lo abrir, o sorriso dançando em seus lábios, deixando-o ainda mais atraente.- E então? – Perguntei, curiosa.- Alguém quer me encontrar no banheiro.Fiz careta:- Você não vai, não é mesmo?- Depende... Quer ir comigo? Desta forma posso recusar o convite da moça.- Você nem sabe se quem ela é... – Aleguei – E se for uma ladra? Se ela o assaltar? Estamos no meio do nada, num lugar que não é como os que frequenta.- Ela tem uma boceta! – ele levantou os ombros, pouco se importando com quem quer que quisesse ser comida.Homens e suas manias de pensarem com o pau antes de tudo!- Eu goste
POV GABEEu estava na minha casa, com o telefone na mão, incerto sobre mandar uma mensagem ou não para Olívia. Mas sabia que mais cedo ou mais tarde teria que fazer aquilo, para perguntar o que ela pretendia fazer. Sem contar que eu havia deixado o relógio no quarto dela na noite anterior e precisava dele. Ela já tinha o vendido uma vez e eu não sabia se tinha algum motivo para não fazer aquilo novo.Decidido a perguntar se ela já estava em casa, fui digitar seu nome e abri sem querer uma página na internet, sentindo o mundo cair sobre a minha cabeça. A primeira notícia com que me deparei foi a seguinte: “Jorel Clifford e acompanhante sofrem acidente em Ferrari”.Levantei, atordoado, sentindo as pernas trêmulas e liguei imediatamente para... Ingrid. Me dei em conta de que eu não tinha o número de telefone de ninguém da família de Olívia. Se ela e meu irmão estavam no hospital e impossibilitados de atender o telefone, se não através da minha secretária eu não tinha como contatar ningué
Quando vi Rael e Aneliese entrando na sala, respirei com mais tranquilidade, a tensão se dissipando um pouco. Minha irmã veio na minha direção rapidamente e me olhou:- Como ele está?- Quebrou uma perna e teve alguns ferimentos. Mas não vai morrer! – expliquei – Como você soube?- Pela imprensa... Porque você não foi capaz de me avisar. – Já me acusou, sem saber a verdade.- Ele não está morto.- “Ele” é meu irmão! Eu me preocupo com Jorel. Esqueceu que praticamente o criei? Ele é como um filho para mim.- Ok, vou reformular a frase: Seu “filho” não morreu.- Você é um idiota, Gabe! – Ela saiu furiosa, indo cumprimentar os parentes de Olívia.Rael me olhou de soslaio e deixou Rita, vindo falar comigo:- Eu... Sinto muito!- Por ter levado todos os Abertton no seu carro exceto minha esposa, o que fez com que ela pegasse carona com o meu irmão filho da puta ou pelo fato de ter me traído da forma mais vil que poderia?- Gabe, você não pode culpar todos os Abertton pelo que houve no seu