- Como? Você cravou uma haste de ferro?
Olívia assentiu e falou de forma tranquila:
- Minha mãe estava trabalhando – olhou para todos, pouco se importando com os julgamentos – No que ela melhor de fazia, se prostituindo – sorriu e depois me encarou – Me deixou em casa, sozinha. E pediu para a vizinha me observar vez ou outra. Eu e a filha da vizinha estávamos jogando bola pelo muro que separava as casas. Era uma espécie de jogo de vôlei onde o muro era a rede. A menina, numa das jogadas, rebateu com tanta força que a bola foi parar no pátio do outro lado da minha casa. Lembro com se fosse hoje... Havia um muro de tijolos e a parte de cima era com uma grade. A vontade de me divertir jogando era tanta que decidi pular para o outro lado e recuperar a bola. Não cheguei a conseguir pegá-la...
- Quem a ajudou? – A garota quis saber – Doeu muito?
- Dor? &ndash
POV OLÍVIAAs palavras de Jorel me deram um nó na garganta. Não consegui sequer engolir a saliva. E o pior de tudo: foram diretamente para o meu coração.Eu não queria acreditar que era verdade. Sabia que Gabe não era uma pessoa boa, mas nunca imaginei que pudesse ir tão longe, ferrando com a vida de várias pessoas somente para se vingar de algo que meu pai fez e nenhum de nós sabia o que era.Se tivesse feito algo somente para prejudicar a mim eu até entenderia e talvez pudesse perdoar. Mas ele tinha ido longe demais. Pôs a vida de muitas pessoas em risco.O silêncio no ambiente era simplesmente mortal. E praticamente todos os olhares estavam na direção de Gabe, exceto o de Jorel e de Rael, que estavam em mim.- Não é verdade! – Gabe falou de forma firme – Jorel é um mentiroso.- Não sou um mentiroso
- Me conte sobre a mulher que você amou, Gabe! – mesmo que isto me destrua ainda mais.Gabe manteve a cabeça junto da minha e seguiu:- Ela era bonita e chamava a atenção de qualquer homem... E mulher. Desde que a vi, sabia que faria qualquer coisa para tê-la. Então começaram os olhares enquanto estávamos na aula... E poucos dias depois nos encontramos numa boate nos arredores do campus. Tínhamos alguns amigos em comum e naquela noite finalmente nos falamos e ao final dela transamos.- Você era virgem?- Teoricamente sim.- O que é “teoricamente”?- Não tinha comido uma mulher, mas já tinha gozado em algumas bocas.- Gozou na boca dela?- Sim.- Gozou na cara dela?- Sim.- Lambeu seu esperma diretamente da cara dela?- Não... – Ele estreitou os olhos e riu – Há coisas q
- E Aneliese e a parte dela?- Aneliese casou com Rowan e embora eu tenha a alertado e me posicionado contra, optou por comunhão de bens. Em poucos anos ele jogou toda a parte dela fora, em investimentos duvidosos.- O que você acha do seu cunhado?- Um filho da puta interesseiro. Jogou o dinheiro de Aneliese fora e depois se fez de vítima usando minha irmã para conseguir entrar na Clifford como sócio. Não faço sociedade com pessoas burras ou que não gostam de trabalhar duro. Abri mão de boa parte da minha vida para ter o patrimônio que tenho hoje.Antes que ele dissesse que tudo que batalhou ao longo dos anos foi para destruir meu pai, perguntei:- Aneliese nunca desconfiou de Rowan? No sentido de... Ser interesseiro e... Quem sabe trai-la...- Minha irmã sempre reclamou dos nossos pais. Mas quando se foram, escolheu alguém exatamente igual a eles para partilh
POV GABEPor mais que eu amasse Olívia, não poderia perdoar a dor que o pai dela me causou. Foram dez anos planejando uma vingança lenta e dolorosa, que eu não poderia botar a perder por uma mulher que apareceu em menos de quatro meses na minha vida.Mas não era “uma” mulher. Era Olívia, a “minha” mulher. Eu não tinha mais dúvidas dos sentimentos que tinha por ela. Ainda assim, por mais fortes que fossem, jamais conseguiria abrir mão de tudo. Eu odiava Ernest Abertton tão intensamente quanto amava sua filha.Enquanto eu pensava numa resposta, que certamente não a contentaria, Olívia levantou-se. Me olhou e sorriu de forma triste:- Eu sabia que você não voltaria atrás.- Entenda o meu lado, chuchu.- É bem difícil, Gabe. Principalmente porque você nunca entendeu o meu... Nem o do meu pai... Tampo
- Acho que não, Gabe.- Irá se arrepender, Olívia.- Você já disse isto! – Ela provocou.- Falo com relação também a Jorel.- Sempre se achou melhor que eu, não é mesmo, Gabe? – Jorel me fitou, com o sarcasmo visível em seu rosto – Olívia pode até não me conhecer o suficiente, mas conhece você. Então... Não é muito difícil fazer a escolha, não é mesmo?- Por favor, chuchu... Não vá! – Pedi numa última tentativa.- Tantas vezes pedi que você ficasse na nossa casa, Gabe. E nunca me ouviu.Afastei-me, deixando que Olívia entrasse no carro do meu irmão. Foda-se! Ela que se ferrasse ao descobrir quem era Jorel de verdade. Meu irmão posava de bom moço, mas era um bêbado que não dava valor ao dinheiro, um irr
Enquanto Jorel dirigia a máquina potente que chamava de carro, eu seguia em silêncio. Por mais que soubesse que Gabe merecia tudo aquilo, era dolorido, já que eu o amava. Então sempre que ele sofresse, eu sofreria junto.Desde o início imaginei que aquela comemoração do aniversário dele não fosse dar certo e que Gabe tivesse planos por trás. Mas não pensei que fossem envolver, por exemplo, minha irmã Rita, que veio de tão longe porque eu pedi, para que pudéssemos nos encontrar pessoalmente depois de tanto tempo.Há quanto tempo Gabe stalkeava minha família? Seria realmente só o fato de meu pai ser o dono da Concessionária Abertton na qual houve o acidente o motivo de ele querer se vingar? Para mim aquilo não era o suficiente para tanta raiva.Pelo menos Gabe se abriu comigo e contou a verdade, o que achei que nã
Enquanto Jorel freava bruscamente, segurei-me na porta do carro, percebendo o automóvel dando um giro no chão e parando exatamente na frente de uma lanchonete, na beira da estrada.- Está com fome? – Perguntou.Assenti, esperando que ele abrisse a porta do carro para me dirigir ao interior do lugar.A lanchonete era pequena, mas aconchegante. O ambiente era climatizado e haviam poucas pessoas. Aproveitei que não tinha ninguém me controlando e pedi meu prato favorito: creme brulée.Infelizmente não serviam o doce à base de açúcar. Então pedi uma fatia de torta e chá. Ainda estava imersa em meus pensamentos quando vi o copo de uísque na frente de Jorel.Meus olhos levantaram e encontram os dele, que me analisava, sorvendo lentamente o líquido âmbar.- Como consegue beber uísque esta hora do dia? – Questionei, lembrando sob
- Costumo beber bastante, Olie. Não se preocupe que não ficarei bêbado.Uma garota se aproximou da mesa e sorriu, entregando um guardanapo para Jorel, saindo logo em seguida. Fiquei curiosa ao vê-lo abrir, o sorriso dançando em seus lábios, deixando-o ainda mais atraente.- E então? – Perguntei, curiosa.- Alguém quer me encontrar no banheiro.Fiz careta:- Você não vai, não é mesmo?- Depende... Quer ir comigo? Desta forma posso recusar o convite da moça.- Você nem sabe se quem ela é... – Aleguei – E se for uma ladra? Se ela o assaltar? Estamos no meio do nada, num lugar que não é como os que frequenta.- Ela tem uma boceta! – ele levantou os ombros, pouco se importando com quem quer que quisesse ser comida.Homens e suas manias de pensarem com o pau antes de tudo!- Eu goste