Blair saiu do elevador, ambientando-se ao espaço amplo que encontrou naquele andar. Havia apenas uma porta, há poucos metros das portas magnéticas, como se o andar fosse exclusivo para aquela suíte.Ela estava esgotada, e não fisicamente. Sua mente estava cansada dos momentos junto ao pai, onde ela fingia que o passado deixara de ser importante.A mulher caminhou até a porta que separava o quarto do exterior e a abriu, usando o cartão de acesso no painel digital. O sistema moderno abriu-se para que a ruiva pudesse adentrar a suíte.Sua primeira impressão foi de intimidação. O enorme quarto, decorado em cinza e branco, era impessoal. Parecia claramente algo que uma pessoa com muito dinheiro exigiria de um hotel. Em partes, não parecia muito com o estilo de Michele. Estava escuro, iluminado apenas pelas luzes da cidade que ultrapassavam os vidros.Blair caminhou para dentro do espaço após fechar a porta. As luzes sensoriais acenderam-se, o que tornou o ambiente ainda mais luxuoso. O fri
Blair suspirou e concordou com um aceno quase imperceptível, tendo consciência de que seu corpo mal aguentaria o dilúvio de desejo que sentia.Banks contornou a boca dela com a língua, provando de um sabor que só encontraria nela. O beijo aconteceu quando ele percebeu que não conseguiria resistir, não estando tão perto. O homem absorveu o breve gemido de Blair em sua boca, anestesiado pelo som.E quando os lábios dela começaram a desenhar os de Ethan, e ela segurou o cabelo dele entre seus dedos, as estruturas do homem falharam. A respiração dela chegava em seu rosto com sopros quentes. Ele sentiu a doçura dela em doses pequenas. Naquele momento, a excitação era dolorosa.Lenta e intensamente, as línguas deslizavam e exploravam-se. Os sabores que encontravam nos lábios do outro era algo que os viciou no mesmo instante. Porque, apesar de saberem que aquele beijo seria explosivo, Blair e Ethan não acreditavam que um encaixe poderia ser tão perfeito. As sensações guardadas em um beijo qu
Só então Ethan percebeu que Mariah o acompanharia noite adentro. Porque, após o momento com Blair, seria difícil para ele notar a presença de alguma mulher. Ela resplandecia em sua mente. Não havia comparação justa.Eles partiram para fora, também. No exterior do luxuoso Baccarat, alguns carros enfileirados estavam à espera dos convidados, que saíam gradualmente do evento. Alguns repórteres aglomeravam-se, na tentativa falha de obter uma foto ou uma declaração da modelo, ou do empresário ao seu lado. Entretanto, a polícia de Nova Iorque formava uma corrente humana de proteção, para impedir que os repórteres infligissem a privacidade dos convidados. Os únicos fotógrafos que poderiam ter fotos ou declarações do ocorrido eram os que já estavam dentro do hotel, antes do atentado.Ethan estava ao lado de Mariah quando seu segurança abriu a porta da limusine para que entrassem, contudo, não era nela que o homem estava pensando. Cada célula de seu corpo pedia por uma companhia que outro home
A Semana da Moda havia chegado ao fim. Blair estava em Las Vegas novamente na semana seguinte. E dizer que muitos de seus pensamentos continuavam em Nova Iorque seria eufemismo.Após algumas ligações, alguns relatórios entregues e conversas breves, Spencer convidou Blair para o departamento. Haviam detalhes que precisariam ser discutidos pessoalmente.- "E então ele comprou as ações da empresa?" o inspetor questionou, inclinando-se para frente em sua mesa desorganizada.- "Sim. A justificativa é que ele não estava pronto para se afastar completa e subitamente" a ruiva relatou.Blair estava de frente para Spencer em seu escritório bagunçado. Ela usava roupas comuns; jeans escuro, casaco com capuz e tênis práticos; o possível para passar desapercebida. Àquela altura, ser descoberta seria como atear fogo na investigação.- "Alguma parte da história é uma inverdade" Blair divagou.- "Por que?" o inspetor demonstrou interesse.- "Ele alega que não estava pronto para abandonar as pistas. No
Colton parou e analisou a expressão cansada de Spencer. Ele entendia a motivação do inspetor, pois também havia perdido pessoas importantes em sua vida. Contudo, o que ele não entendia era a confiança cega em Blair.- "Não, eu não conseguiria" por fim, o agente respondeu.- "Ela consegue. E mais, ela tem motivos pessoais para estar ao meu lado. Eu confio nela, porque não tenho outras opções. Agora volte para a sala e treine a garota"- "Espero que o tiro não seja na minha testa" Colton murmurou, e então voltou a caminhar para a área de treinamento antes de ouvir uma resposta.Dentro da sala, Blair analisava o revólver sobre a bancada. Ela sabia o básico sobre armas, mas isso não garantia que ela saberia manusear uma, caso fosse necessário. A ruiva notou a presença do agente quando a porta foi fechada, e analisou a expressão pouco contente dele ao se aproximar.- "Eu sei que você não confia em mim" Blair disparou.- "Não é pessoal"- "Se fosse pessoal, você não admitiria"Colton parou
- "Em partes, sim. Busco minha independência financeira, e acho que o caminho é este, ou algum parecido"As palavras da ruiva não eram uma mentira completa. Ela desejava a independência financeira, contudo, não era este o motivo pelo qual trabalhava com Michele.- "Eu serei muito sincera, Blair. Não vejo relacionamentos, vejo negócios. Sabe o que as pessoas dizem sobre mulheres como eu? Dizem que somos interesseiras, que não temos valor e que não merecemos respeito"- "Creio que tenha superado esses rumores" Blair inclinou-se na direção de sua chefe, um tanto quanto intrigada com a conversa.- "Eu precisei superar para seguir em frente. O que quero dizer é que as pessoas dizem coisas ruins sobre mulheres ambiciosas. Porém, eles se calam quando essas mulheres chegam ao topo"- "Pessoas comuns têm medo de pessoas poderosas" Blair comentou, e a pequena frase cativou Michele. Vinda de uma mulher jovem, aparentemente inexperiente, aquelas palavras pareceram sábias.- "Eu sou uma mulher pod
5 anos antes...A dança é uma prática que acalenta a alma. Quando movo meu corpo de acordo com um som ritmado, sinto-me como um pássaro. Eu juro, posso alcançar o céu. Consigo desligar minha mente e conectar o corpo com o melhor de mim. E, mesmo quando acaba, continuo sentindo asas em minhas costas e a leveza do pouso nos pés.Após sair da academia de dança, que, além de ser uma terapia, é meu local de trabalho, decido fazer uma visita à minha madrinha. Nós moramos na mesma rua, no entanto, a casa dela parece um castelo de doze décadas atrás. Mirtes nunca, nunca faz reformas. Ela deixa a casa que herdou de seus avós exatamente da mesma forma, como uma relíquia de família. O lugar vale milhões, mas ela jamais venderia.Por outro lado, a casa que aluguei para morar com Drake é pequena e moderna. Faz quase dois anos que moramos por aqui, em um dos bairros mais interessantes de Filadélfia, e amamos este lugar. Drake faz estágio na nossa antiga escola, o que é ótimo, e assim vivemos bem pa
Hoje eu entendo que, quando eu olhava para a imagem de Bloon, sentia esperanças irreais. Era impossível ter uma mãe novamente, ou uma casa bonitinha, ou um pai decente, ou um cachorro peludinho.- "Eu amo você, minha filha. Confie na família" Mirtes garante antes de me soltar de seu abraço confortável. Ela é uma senhora de cabelos escuros, poucas rugas em sua pele clara e castanhos olhos gentis.Eu nunca consegui responder essas palavras. Amor é forte, forte demais. Não sei se consigo suportar esse sentimento tão bonito e cruel. E o bordão da família Carey, esse sobre confiar, também não costumo dizer. De onde eu vim, família é sinônimo de destruição.- "David está em casa?" busco mudar de assunto.- "Sim. Ele está em seu quarto, estudando. Vá falar com ele"David Carey é o que posso chamar de namorado à três anos. Foi o primeiro homem em quem confiei depois de meu pai, e não tive motivos para me arrepender. Pelo menos até o presente momento. Ele foi o primeiro beijo, o primeiro toque