- "Me pergunte se eu matei Benedict, e as agentes de Spencer depois dele"As pupilas de Blair dilataram instantaneamente. Ela não sabia o que dizer, ou não queria dizer o que tinha em mente. Todas as palavras pareciam ser insuficientes.No entanto, a mulher ousou continuar olhando nos olhos de Banks, vendo o tom turmalina escurecer com uma clara mistura de sentimentos ruins. A raiva estava presente entre o verde e azul. O desprezo, a quebra de confiança, o arrependimento.Ethan inclinou-se na direção de Blair. Naquela posição, ela pôde ver seus olhos refletindo uma fresta de luz que infiltrava o carro. O azul quase pareceu vermelho de tanta raiva que continha.- "Eu quero saber o que disseram sobre mim" o tom dele foi quase irônico, como se já soubesse a resposta e estivesse testando o quão disposta ela estava a dizer a verdade.- "Coisas horríveis" Blair se limitou a dizer.- "E você acreditou, eu suponho" apesar de seu tom grave, ele não parecia estar alterado, pois seu autocontrole
Dizer que aquela conversa não destruiu o sistema nervoso de Ethan seria mentira. Dentro de si, ele estava desolado como nunca antes. Todas as esperanças que Blair o dia lhe dera foram dilaceradas pelos dentes da traição. Tudo que o homem pôde fazer foi sentir seu peito arder com uma dor que ele sequer sabia explicar.Blair desmoronou até restar apenas pó. Ela não soube como, com que força, mas se obrigou a levar a mão trêmula até a maçaneta e abrir a porta. Seu olhar ainda estava em Ethan, vendo como aquela conversa mudou em nada seu estado físico ou mental. Blair empurrou a porta e lançou as pernas para fora do carro, no entanto, de repente, sentiu que ainda tinha algo entalado em sua garganta, e que precisava ser dito.- "Você está me dizendo tudo isso... você me acusou de ser uma traidora. Mas me diga, o que você esperava? Seja honesto. Você esperava que eu acobertasse um criminoso sem princípios, um mentiroso, um corrupto?" ela foi obrigada a se calar quando soluçou, mas não demor
ETHAN5 anos antes...Existem apenas cinco segundos entre a linha de chegada e a sensação de vitória. Você não se sente um vencedor até, de fato, ver a torcida eufórica gritar em comemoração quando o esportivo cruza a linha final. É como se seu nome fosse uma música que todos no autódromo soubessem.E assim que meu carro ultrapassa a marca quadriculada, sei que sou o melhor entre os melhores. Não porque eu penso assim, mas porque competi com pessoas muito boas no que fazem. E no fim, é à mim que eles vão parabenizar.Os homens que estavam no pit-stop correm de encontro ao meu carro. Não ouço, mas sei que estão gritando como loucos. E também sei que os caras que chegaram em segundo e terceiro lugar estão muito irritados. Nas pistas, estar atrás do melhor é como ser o pior. Acredite em mim, o único lugar relevante no pódio é o topo.O esportivo para metros à frente da linha de chegada e, neste momento, a euforia me atinge. Agora posso sentir a adrenalina nas veias. Eu posso garantir que
Era uma manhã conturbada na Las Vegas downtown, assim como todas as outras. Os arranha-céus sempre acordados na cidade que nunca dorme exalavam dinheiro e poder. Aquele era um lugar onde as pessoas jamais se sentiriam em casa, no entanto, também não teriam vontade de sair dali.Ainda era muito cedo para o restante do mundo, mas não para a ambição dos cassinos e clubes que abriam as portas e mostravam ao público o melhor da vida; o prazer. Os prédios elegantes ao longo da avenida dispunham de escritórios, boates e residências. A mistura eclética era o que caracterizava a cidade do pecado, sua vastidão e amor pela novidade. O tédio jamais se instalaria em Vegas.Dentre os incontáveis prazeres na cidade do pecado, os departamentos policiais também não descansavam. Os telefones tocavam incansavelmente na delegacia, principalmente nas manhãs de sábado.E no meio do furacão que o departamento mostrava ser, Blair Collins caminhava pela recepção. Ela estava deslocada naquele ambiente conturba
Blair Collins era uma mulher exuberante. Os longos fios ruivos em contraste com a pele clara lhe deixavam afrodisíaca, diferente de qualquer outra mulher. Os olhos azuis como o mar das Maldivas eram um atrativo, chamavam e clamavam por atenção. As pessoas se perguntavam se ela podia ser tão bonita e, sim, podia. Era impossível olhar uma única vez para ela, pois seus detalhes convidavam para uma avaliação.Ao chegar no luxuoso hotel Bellagio, localizado na Strip, a limusine parou em frente ao carpete vermelho estendido diante da construção que mais parecia ser um palácio. O hotel inspirado na Itália seria sede do evento organizado para prestigiar Jean Keanu Collins pela direção de seu último filme, sucesso de bilheteria.As luzes embaçaram a vista de Blair. Os holofotes voltados para a frente do prédio lhe davam o ar que somente uma construção em Las Vegas teria. Também haviam dezenas de fotógrafos para prestigiar o mais novo querido da América, Jean. Contudo, os seguranças do local ga
E, ao contrário do que ela esperava, ele teve tempo para esticar a mão e impedir que as portas de aço se fechassem. Então o nervosismo a abraçou novamente.A primeira coisa a ser sentida por ela foi o perfume do homem. Era como se seu olfato fosse desenvolvido apenas para aquele aroma. Forte, másculo e viciante. Não era só o perfume; aquela sensualidade não poderia ser encontrada em um frasco de vidro. Grande parte da atração que aquele cheiro espalhava era a persona do homem, em si.Ela não via seu rosto coberto pela máscara cinza, mas o sentia na pele como se emanasse fogo. O homem era alto e forte, cada parte de seu corpo preenchia o smoking negro de maneira estratégica.A máscara acima dos lábios desenhados, do nariz perfeitamente alinhado e da mandíbula marcada levava mistério ao homem, como um cavaleiro negro.E sob aquela névoa estavam olhos azuis esverdeados. A ruiva sabia que precisaria de muito tempo olhando para eles até decidir se eram verdes ou azuis, mas também sabia que
Era um sábado chuvoso em toda Las Vegas e, no banco traseiro do carro, Blair analisava a paisagem que se desenrolava através da janela. Seus pensamentos estavam dispersos, percorrendo um passado não muito recente.- "A noite foi uma loucura" Drake comentou.Ele estava usando óculos escuros para esconder as olheiras após passar grande parte da noite bebendo com sua amiga. Depois do evento, eles voltaram para o apartamento onde moravam e abriram algumas garrafas de um bom vinho.- "Com certeza" Blair concordou, imediatamente se lembrando do encontro com certo cavaleiro no elevador.Ela ainda não era capaz de acreditar que aquele homem havia lhe seduzido a ponto de avançar sobre ele. O que a confortava era a ideia de que não ver-se-iam novamente, pois a maioria das pessoas presentes no evento da noite anterior moravam em Los Angeles, não em Vegas.- "Nunca mais vou beber" Drake se aconchegou no banco traseiro do Bentley ao murmurar, feliz pelos mimos que o pai de Blair lhes oferecia. Na
Naquele momento, o mundo de Blair deixou de girar e saiu de órbita. Dentre todas as pessoas na festa, todos os homens, todos os rostos, ela havia encontrado Ethan Banks, o nome na lista negra de Spencer. Ela não sabia como reagir, e pareceu esquecer-se de respirar também. Não se tratava apenas de um possível criminoso sendo investigado, mas sim do homem mais atraente que seus olhos tiveram o prazer de ver.- "Bem, eu poderia começar pegando leve. Mas você conhece essas garotas, elas querem saber se você está disponível" o apresentador brincou, e a sombra de um sorriso pouco sincero cruzou o rosto de Ethan.- "Isso pode ser discutido" foi sua resposta.A voz do homem foi como um sopro de vida em Blair, mesmo não pessoalmente. Grave e rouca, aquela era a definição do som que mais parecia sair de um trovão do que de cordas vocais. E, mais uma vez, a plateia explodiu em gritos.- "Felizes, meninas?" Jimmy estendeu os braços como se tivesse acabado de entregar uma conquista para as moças.