Capítulo 14Victor atendeu a ligação com um suspiro pesado.— Alô.— E aí, cara. Você sumiu hoje. Saiu da empresa mais cedo, aconteceu alguma coisa? — a voz do amigo soava preocupada.Victor se recostou na poltrona do escritório, passando a mão pelo rosto antes de responder.— Só precisava resolver umas coisas.— Sei... — Felipe fez uma pausa, mas não pressionou. — Olha, vou ser direto. Aquele contrato com a Pacific Global precisa da sua aprovação até amanhã de manhã. Eu sei que sua cabeça está cheia, mas você não quer que essa negociação vá para o ralo.Victor fechou os olhos por um instante. O mundo dos negócios não parava, independentemente de seus sentimentos.— Manda os documentos pro meu e-mail. Vou revisar ainda hoje.— Certo. Mas, Victor... — Felipe hesitou antes de continuar. — Se precisar conversar, sabe que tô aqui, né?Victor abriu um meio sorriso. Felipe era um dos poucos amigos que realmente se importavam, mas ele não estava pronto para falar sobre seus sentimentos agora
Capítulo 15Victor se sentiu um idiota por ter interferido na conversa entre Isabelle e o cozinheiro. O que diabos estava acontecendo com ele? Desde quando se importava com flertes inocentes dentro da própria casa?Ele passou a mão pelo rosto, irritado consigo mesmo. A verdade era que não conseguia ignorar o efeito que Isabelle tinha sobre ele. Tentava se convencer de que era apenas uma atração passageira, um desejo absurdo e inconveniente que logo passaria. Afinal, ela tinha idade para ser sua filha.Podia listar inúmeras razões para se afastar dela. A diferença de idade. O fato de que ela trabalhava para sua família. A maneira como sua presença o deixava inquieto, quebrando sua concentração no trabalho e até em momentos de descanso.E ainda assim, ali estava ele, remoendo o incômodo de vê-la sorrindo para outro homem.Bufou, irritado consigo mesmo, e decidiu que precisava se controlar. Não deixaria uma mulher-por mais linda e intrigante que fosse-abalá-lo dessa maneira.Assim que te
Capítulo 16Isabelle andou o mais rápido que pôde, querendo colocar o máximo de distância entre ela e Victor. Seu coração ainda martelava no peito, suas pernas estavam trêmulas, e ela sequer sabia explicar o porquê.Assim que encontrou um canto mais afastado, encostou-se na parede, respirando com dificuldade. Passou as mãos pelo rosto, tentando se recompor, mas o calor em suas bochechas continuava ali, queimando de um jeito diferente, novo… perigoso.— O que foi isso? — murmurou para si mesma, fechando os olhos por um instante.Mas em vez de acalmá-la, o gesto apenas trouxe de volta a lembrança do que acabara de acontecer.Ela sentiu de novo o choque do corpo dele contra o seu, a forma como os braços grandes e fortes a seguraram antes de girá-la no ar, como se fosse leve como uma pena. O toque quente de suas mãos, firmes e protetoras. O olhar intenso que trocaram antes de se darem conta da posição em que estavam.E, por fim, aquele sorriso.Aquele sorriso rouco e irresistível que fez
Capítulo 17A semana transcorreu tranquilamente, mas, na sexta-feira, Victor acordou com uma forte dor de cabeça, obrigando-se a ir ao médico. Após a consulta e a medicação, sentia-se melhor, mas não o suficiente para ir até a empresa.Assim que chegou em casa, subiu para o quarto e vestiu algo mais confortável: uma calça maleável, camiseta e tênis. Não gostava de ficar parado, então decidiu adiantar alguns compromissos e seguiu para o escritório.Mergulhado no trabalho, não percebeu o tempo passar. Estava tão concentrado que só se deu conta da hora ao ouvir o som da água.Franziu a testa por um instante, tentando identificar a origem do barulho. Logo supôs que fossem as crianças se divertindo na piscina.Respirou fundo e se recostou na cadeira, massageando as têmporas. O incômodo da dor de cabeça já havia diminuído, mas o cansaço ainda pesava em seu corpo. Talvez fosse uma boa ideia sair um pouco do escritório e ver como estavam as crianças.Com esse pensamento, levantou-se e seguiu
Capítulo 18A noite de sexta-feira foi difícil para Victor. A reação do seu corpo o incomodou, mas ele acreditava que havia conseguido manter o controle, convencendo-se de que tinha colocado um ponto final nessa loucura. No entanto, ao acordar no sábado e ao longo do dia, ele percebeu que, na verdade, o desejo ainda estava lá, latente, esperando um momento para se manifestar novamente.Na noite de sábado, a situação piorou. Enquanto ele tentava se distrair e relaxar bebendo, um simples olhar, um gesto, algo tão sutil que ele mal conseguiu perceber durante o dia, despertou novamente aquele impulso dentro dele. Victor sabia que estava se enganando ao achar que isso poderia simplesmente desaparecer. A atração por Isabelle era mais forte do que ele imaginava.Ele sentiu a pressão da bebida pesando sobre ele enquanto tentava controlar seu corpo, mas o desgosto por si mesmo o levou a beber mais do que deveria durante o sábado. Passou o dia inteiro afundado no copo de whisky, tentando entorp
Capítulo 19Seus lábios se moveram para o pescoço dela, deixando um rastro de beijos suaves e quentes que fizeram Isabelle arquear de prazer. Ela entrelaçou os dedos em seus cabelos, puxando-o ainda mais para perto, como se temesse que ele pudesse se afastar.A respiração dela estava acelerada, e cada toque de Victor parecia acender uma chama dentro dela que ela nem sabia que existia. Ele sussurrou algo em seu ouvido, palavras baixas e roucas que fizeram seu corpo tremer de antecipação. Isabelle sentiu as pernas ficarem fracas, mas Victor estava lá, segurando-a com firmeza.Ele deslizou as mãos pelas costas dela, puxando o zíper do vestido lentamente, como se estivesse desembrulhando um presente. O tecido caiu suavemente no chão, revelando a pele macia e quente de Isabelle.Ele parou por um momento, apenas olhando para ela, como se estivesse memorizando cada detalhe. Seus olhos escuros estavam cheios de admiração e desejo, e Isabelle sentiu-se exposta, mas de uma maneira que a fazia s
Capítulo 20Victor despertou no meio da noite com uma forte dor de cabeça. Gemeu baixo e deslizou para fora da cama com cuidado. Vestiu uma calça rapidamente e saiu do quarto, descendo as escadas até a cozinha.Abriu o armário e pegou um analgésico, engolindo-o com um copo de água gelada. A dor latejava em suas têmporas, e ele seguiu para a sala de estar, onde afundou no sofá, esperando o remédio fazer efeito.Os minutos passaram e, sem perceber, seus olhos começaram a pesar. O cansaço e o calor que ainda sentia no corpo o venceram, e ele adormeceu ali mesmo.Em seu sonho, tudo parecia tão real. Isabelle estava em seus braços, os lábios quentes e sedentos pelos dele, o toque suave percorrendo sua pele. O perfume dela invadia seus sentidos, e ele podia sentir a maciez dos cabelos deslizando entre seus dedos. O desejo acendia dentro dele como uma chama incontrolável.Victor se moveu inquieto no sofá, o corpo respondendo às sensações do sonho, sem perceber que não estava mais no quarto,
Capítulo 21Isabelle sentiu o rosto esquentar quando ouviu as palmas ecoando pelo jardim. Seu coração ainda acelerado pela dança se descompassou.— Muito bom, excelente apresentação. — A voz de Mercedes carregava um tom neutro, mas os olhos avaliavam Isabelle com atenção.— Obrigada, senhora. — Isabelle abaixou a cabeça, sentindo o constrangimento subir pela espinha. Não esperava ter plateia, muito menos da cunhada de Victor.Mercedes sorriu de canto e, sem dizer mais nada, caminhou em direção ao motorista que a aguardava próximo ao jardim. Isabelle a observou se afastar, um peso estranho se instalando em seu peito, mas logo desviou os pensamentos e entrou na casa.Subiu para o quarto, fechando a porta atrás de si, soltando um suspiro longo. Seu corpo ainda estava leve pelo efeito da dança, mas sua mente teimava em vagar por caminhos perigosos.Victor.Ela fechou os olhos, mas tudo o que viu foi a imagem dele. Seu toque. O calor da pele contra a dela. O desejo incontrolável que os con