Capítulo 16Isabelle andou o mais rápido que pôde, querendo colocar o máximo de distância entre ela e Victor. Seu coração ainda martelava no peito, suas pernas estavam trêmulas, e ela sequer sabia explicar o porquê.Assim que encontrou um canto mais afastado, encostou-se na parede, respirando com dificuldade. Passou as mãos pelo rosto, tentando se recompor, mas o calor em suas bochechas continuava ali, queimando de um jeito diferente, novo… perigoso.— O que foi isso? — murmurou para si mesma, fechando os olhos por um instante.Mas em vez de acalmá-la, o gesto apenas trouxe de volta a lembrança do que acabara de acontecer.Ela sentiu de novo o choque do corpo dele contra o seu, a forma como os braços grandes e fortes a seguraram antes de girá-la no ar, como se fosse leve como uma pena. O toque quente de suas mãos, firmes e protetoras. O olhar intenso que trocaram antes de se darem conta da posição em que estavam.E, por fim, aquele sorriso.Aquele sorriso rouco e irresistível que fez
Capítulo 17A semana transcorreu tranquilamente, mas, na sexta-feira, Victor acordou com uma forte dor de cabeça, obrigando-se a ir ao médico. Após a consulta e a medicação, sentia-se melhor, mas não o suficiente para ir até a empresa.Assim que chegou em casa, subiu para o quarto e vestiu algo mais confortável: uma calça maleável, camiseta e tênis. Não gostava de ficar parado, então decidiu adiantar alguns compromissos e seguiu para o escritório.Mergulhado no trabalho, não percebeu o tempo passar. Estava tão concentrado que só se deu conta da hora ao ouvir o som da água.Franziu a testa por um instante, tentando identificar a origem do barulho. Logo supôs que fossem as crianças se divertindo na piscina.Respirou fundo e se recostou na cadeira, massageando as têmporas. O incômodo da dor de cabeça já havia diminuído, mas o cansaço ainda pesava em seu corpo. Talvez fosse uma boa ideia sair um pouco do escritório e ver como estavam as crianças.Com esse pensamento, levantou-se e seguiu
Capítulo 18A noite de sexta-feira foi difícil para Victor. A reação do seu corpo o incomodou, mas ele acreditava que havia conseguido manter o controle, convencendo-se de que tinha colocado um ponto final nessa loucura. No entanto, ao acordar no sábado e ao longo do dia, ele percebeu que, na verdade, o desejo ainda estava lá, latente, esperando um momento para se manifestar novamente.Na noite de sábado, a situação piorou. Enquanto ele tentava se distrair e relaxar bebendo, um simples olhar, um gesto, algo tão sutil que ele mal conseguiu perceber durante o dia, despertou novamente aquele impulso dentro dele. Victor sabia que estava se enganando ao achar que isso poderia simplesmente desaparecer. A atração por Isabelle era mais forte do que ele imaginava.Ele sentiu a pressão da bebida pesando sobre ele enquanto tentava controlar seu corpo, mas o desgosto por si mesmo o levou a beber mais do que deveria durante o sábado. Passou o dia inteiro afundado no copo de whisky, tentando entorp
Capítulo 19Seus lábios se moveram para o pescoço dela, deixando um rastro de beijos suaves e quentes que fizeram Isabelle arquear de prazer. Ela entrelaçou os dedos em seus cabelos, puxando-o ainda mais para perto, como se temesse que ele pudesse se afastar.A respiração dela estava acelerada, e cada toque de Victor parecia acender uma chama dentro dela que ela nem sabia que existia. Ele sussurrou algo em seu ouvido, palavras baixas e roucas que fizeram seu corpo tremer de antecipação. Isabelle sentiu as pernas ficarem fracas, mas Victor estava lá, segurando-a com firmeza.Ele deslizou as mãos pelas costas dela, puxando o zíper do vestido lentamente, como se estivesse desembrulhando um presente. O tecido caiu suavemente no chão, revelando a pele macia e quente de Isabelle.Ele parou por um momento, apenas olhando para ela, como se estivesse memorizando cada detalhe. Seus olhos escuros estavam cheios de admiração e desejo, e Isabelle sentiu-se exposta, mas de uma maneira que a fazia s
Capítulo 20Victor despertou no meio da noite com uma forte dor de cabeça. Gemeu baixo e deslizou para fora da cama com cuidado. Vestiu uma calça rapidamente e saiu do quarto, descendo as escadas até a cozinha.Abriu o armário e pegou um analgésico, engolindo-o com um copo de água gelada. A dor latejava em suas têmporas, e ele seguiu para a sala de estar, onde afundou no sofá, esperando o remédio fazer efeito.Os minutos passaram e, sem perceber, seus olhos começaram a pesar. O cansaço e o calor que ainda sentia no corpo o venceram, e ele adormeceu ali mesmo.Em seu sonho, tudo parecia tão real. Isabelle estava em seus braços, os lábios quentes e sedentos pelos dele, o toque suave percorrendo sua pele. O perfume dela invadia seus sentidos, e ele podia sentir a maciez dos cabelos deslizando entre seus dedos. O desejo acendia dentro dele como uma chama incontrolável.Victor se moveu inquieto no sofá, o corpo respondendo às sensações do sonho, sem perceber que não estava mais no quarto,
Capítulo 21Isabelle sentiu o rosto esquentar quando ouviu as palmas ecoando pelo jardim. Seu coração ainda acelerado pela dança se descompassou.— Muito bom, excelente apresentação. — A voz de Mercedes carregava um tom neutro, mas os olhos avaliavam Isabelle com atenção.— Obrigada, senhora. — Isabelle abaixou a cabeça, sentindo o constrangimento subir pela espinha. Não esperava ter plateia, muito menos da cunhada de Victor.Mercedes sorriu de canto e, sem dizer mais nada, caminhou em direção ao motorista que a aguardava próximo ao jardim. Isabelle a observou se afastar, um peso estranho se instalando em seu peito, mas logo desviou os pensamentos e entrou na casa.Subiu para o quarto, fechando a porta atrás de si, soltando um suspiro longo. Seu corpo ainda estava leve pelo efeito da dança, mas sua mente teimava em vagar por caminhos perigosos.Victor.Ela fechou os olhos, mas tudo o que viu foi a imagem dele. Seu toque. O calor da pele contra a dela. O desejo incontrolável que os con
Capítulo 22Victor passou o restante do dia agoniado, sentindo que algo não se encaixava. Sua mente estava inquieta, presa em pensamentos que não lhe davam trégua. No fim da tarde, incapaz de se concentrar no trabalho, decidiu sair mais cedo e foi direto para casa.No caminho, ao passar pelo cemitério, algo dentro dele o fez reduzir a velocidade e, sem pensar muito, estacionou o carro ali perto. Ficou alguns minutos em silêncio, observando a entrada do local, enquanto lembranças de seus pais e do irmão inundavam sua mente.Suspirou pesadamente, apoiando as mãos no volante, sentindo o peito apertado. Parte de si queria descer e visitá-los, mas a outra parte não sabia se estava pronto para encarar as emoções que viriam junto com isso.Suspirando pesadamente, Victor olhou pelo retrovisor, ligou a seta e saiu em direção à mansão.Ao chegar, foi recebido por Mercedes, que o aguardava na entrada com um sorriso típico.— Olá, querido.— Boa tarde — respondeu ele, sem muita entonação.Mercede
Capítulo 23Victor desceu as escadas com a intenção de chamar Isabelle para conversar, mas antes que pudesse alcançá-la, seu celular tocou. Com um suspiro frustrado, atendeu e logo se viu preso em uma longa conversa com um cliente irritado, reclamando de cláusulas no contrato que estava prestes a assinar.A discussão se arrastou por quase duas horas, consumindo sua paciência. Enquanto isso, Isabelle levou as crianças para o banho, ajudando-os a se vestirem para o jantar.Quando finalmente desligou a ligação, sentindo um leve latejar na têmpora, o mordomo entrou no escritório.— O jantar será servido em cinco minutos, senhor.Victor assentiu, passando a mão pelo rosto para aliviar o estresse antes de seguir para a sala de jantar.Ao chegar, cumprimentou os sobrinhos com um aceno de cabeça e sentou-se à mesa. As crianças, animadas, começaram a contar sobre o dia na escola e a diversão na praça. Ele os escutava com atenção, aproveitando aqueles momentos simples para se distrair das preoc