Capítulo 6

Capítulo 6

Valentina parou diante da mansão de Aslan, era imensa,para ela mais parecia um castelo do que uma casa, realmente digna do dono de um império de tecnologia. Com as pernas doendo de tanto que andou pelo condomínio, ela percorreu todo o passeio chegando à imponente e enorme porta de madeira maciça, tocou a campainha esperando que fosse atendida. A enorme porta foi aberta, uma mulher por volta de sessenta anos apareceu com um sorriso tímido no rosto, ela vestia seu uniforme de governanta.

— Valentina, entre pelas portas dos fundos, os funcionários não entram por aqui. — A mulher sussurrou gentilmente fechando a porta logo em seguida antes que Valentina pudesse dizer alguma coisa. Ela percorre todo o quarteirão dando a volta na casa, pois a entrada de funcionários era nos fundos da casa, e não tinha passagem pela frente.

Suada, cansada e esbaforida de tanto andar, Valentina finalmente tinha chegado à famigerada entrada dos funcionários, ela estava diante de uma porta de madeira maciça muito menor que a da frente.

“Pare de ser besta, Valentina. É claro que eles não colocariam uma porta gigantesca na entrada dos funcionários.” Valentina pensou enquanto se aproximava da porta para bater, quando a porta foi aberta pela governanta dando passagem para que ela entrasse.

— Oi, Bom dia! — Valentina a cumprimentou com as mãos unidas à sua frente, a porta se fechou atrás dela.

— Bom dia, ande rápido, não temos tempo para isso agora. Preciso te passar todas as informações do dia de Felipe antes que Aslan volte de sua corrida matutina. — A governanta disse rápido e firme, deixando Valentina aturdida com tanta informação. — Pela manhã Felipe vai para a escola e às 14:00 horas tem aula de Piano com um professor particular. Ao meio-dia em ponto é servido o almoço, às 15:00 horas um lanche da tarde, e às 19:00 horas o jantar é servido.

— Obrigado pela informação!? — Valentina disse ainda meio zonza por tanta informação que lhe foi fornecida.

— Venha, vou te apresentar a casa. — A governanta afirmou a puxando pelo braço esquerdo, empurrou uma porta dupla que dava entrada a cozinha, vozes e uma cacofonia característica de cozinhas podiam ser escutadas por Valentina, mesmo estando do lado de fora do recinto. — Ande logo!

— Aqui é onde é feita a comida da casa, temos o Jorge, o chefe e seu soulcheff, Augusto, as ajudantes, Melissa e Sarina e a nutricionista Olga que vem aqui uma vez por semana. — Ela disse passando depressa pelo cômodo. Valentina teve de andar mais rápido para alcançar sua “guia”, pois tinha ficado para trás observando como os móveis e utensílios estavam dispostos na cozinha. Valentina tinha a certeza de que cabia um apartamento seu dentro da cozinha de seu chefe. Tudo chegava a ser irreal. — Aqui é a copa da casa, você nunca e em hipótese alguma pode ficar neste cômodo quando estiver ocorrendo qualquer refeição.

Ella não deu tempo de Valentina respirar seguindo para o corredor cheio de porta-retratos tanto de Aslan quanto de Felipe.

“Cadê a mãe do Felipe?” Valentina pensou logo deixando de lado tal questionamento.

— Aqui é a sala de lazer e entrada da mansão, Felipe pode assistir Televisão por 30 minutos por dia. Espero que consiga controlar os horários do jovem mestre. — A governanta disse parando no meio da sala, se virou para trás vendo que Valentina estava saindo do corredor.

“Essa mulher não anda, ela voa!” Valentina pensou andando em direção a governanta, somente naquele instante que percebera que não sabia o nome da governanta, era verdade que tinham se falado por telefone, entretanto, ela não prestou atenção no nome dela. Ella e Valentina escutaram o tilintar da chave ao ser pega do outro lado da porta enorme que infelizmente não entrara.

Não sabendo o que fazer, Valentina encarou a porta tentando entender quem estaria entrando na casa do CEO todo poderoso e para qual não foi a sua surpresa senão o próprio arrogante e rude Aslan passando pela porta, contudo, ele estava diferente, com o suor pingando por todo seu tórax musculoso que estava a mostra para que todos vissem o quanto ele malhava, usava uma calça de moletom folgada lhe dando um charme a mais. Ela não sabia o que fazer a não ser, é claro, apreciar aquele pedaço de mau caminho ambulante e arrogante. Ele entrou em casa com a expressão tranquila, não parecia em nada o homem que a entrevistou.

Valentina praticamente babava olhando seu chefe que graças aos seus não notou sua presença ali, o observando, ela olhou para baixo com receio de que Aslan a visse o encarando.

Aslan levantou seu olhar vendo sua governanta com Valentina, a nova babá de seu filho, sua fisionomia muda por completo, de tranquilo para rude e bravo. Ele não conseguia compreender o que tinha de errado que toda vez que direcionava o olhar para a babá de seu filho, sentia algo estranho, uma coisa que não sabia muito bem nomear o que era.

— Bom dia! — Aslan disse seco, passou direto pelas duas não esperando por uma resposta, o que deixou Valentina atônita com tanta educação por parte de seu chefe.

“O que tem de bonito tem de grosso e sem educação!” Valentina pensou indignada pela situação que acabou de acontecer. “Como um CEO, dono da empresa, trata seus funcionários assim?” Pensou seguindo a governanta que já estava distante de onde Valentina estava.

Aslan entrou em seu quarto tirando sua roupa rispidamente, entrou no banheiro ligando o chuveiro para tomar uma ducha, ele precisava esfriar a cabeça, ficou debaixo do chuveiro por alguns minutos pensando se teria sido uma decisão acertada ou não ter contratado Valentina para ser babá de seu filho. Agora não tinha como voltar atrás, era esperar e observar se ela cometeria algum erro grave que justificasse sua demissão, mesmo assim, ele daria uma chance para que Valentina demonstrasse o quanto era profissional.

“Espero que Felipe não goste dela, assim terei um motivo para demiti-la, ou melhor ele a fará se demitir” Aslan pensou enquanto desligava o chuveiro indo se vestir para começar o seu dia. Ele conhecia bem o filho, apesar de ser distante e um tanto frio, ele sabia muito bem cada motivo de cada babá que se demitiu. “Seu filho é um pestinha!” “Ninguém pode com seu filho!” Essas foram umas das frases que Aslan escutou de babás anteriores que por “ventura do destino” se demitiram. Aslan sorriu ao se lembrar de como elas estavam apavoradas, ele sabia que era trágico, entretanto, não deixava de ser um tanto engraçado.

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