Capítulo 39Aslan e Valentina desembarcaram do avião, exaustos após horas de viagem. O peso da preocupação estampada em suas expressões e gestos. O que deveria ser um retorno para casa agora era uma corrida contra o tempo para encontrar Felipe o quanto antes. Assim que pisaram no chão familiar, Valentina sentiu uma onda de determinação misturada à angústia.— Vamos logo — Aslan disse, sua voz firme, mas com um tremor sutil que revelava a apreensão que se encontrava. — Precisamos nos organizar e fazer as ligações necessárias.Valentina assentiu sabendo o quão era difícil para Aslan. O casal seguiu para casa em um silêncio sepulcral, nem mesmo o motorista ousou abrir a boca, o que gerou nela um desconforto momentâneo. A situação em que se encontravam era estritamente preocupante e seria, Felipe havia sido sequestrado por sua mãe que havia desaparecido das vidas de Aslan e Felipe há mais de 7 anos.Ao entrarem em casa, Valentina imediatamente pegou o telefone e acionou a polícia. Sua mão
Capítulo 40Tomás e Aslan atravessaram a porta de casa, o coração acelerado com a revelação que estavam prestes a compartilhar com Valentina. A sala estava silenciosa, e Valentina estava imersa em um livro, ela tentava distrair a mente para não endoidar em meio a tantas coisas ruins que estavam acontecendo, as páginas viradas suavemente sob seus dedos. Mas ao notar a expressão séria dos dois homens, ela fechou o romance que tentava ler e se levantou, a preocupação estampada em seu rosto.— O que aconteceu? — Perguntou, a voz trêmula de ansiedade.Aslan respirou fundo, o peso da notícia quase sufocante. Ele sabia que a informação que trazia era pesada, mas a urgência da situação não permitia hesitações.— Encontramos pistas sobre a Agnes — Ele disse com os olhos fixos nos dela. — Ela está em um galpão da máfia.Valentina franziu a testa, a ansiedade crescendo.— E o Felipe? Está com ela? — A voz de Valentina era um sussurro, como se temesse a resposta, ela passou a gostar e se importar
Capítulo 41Carl estacionou a viatura policial em frente à casa de Aslan, o motor ainda roncando enquanto ele desligava as luzes. Aslan abriu a porta da frente de sua casa enquanto Carl se aproximava, a postura rígida e calculista de um homem acostumado a lidar com situações de risco.Carl tomou a frente, sua expressão dura, mas profissional.— Precisamos ser rápidos e estratégicos — começou Carl, o tom de voz firme e autoritário. — O galpão da máfia é bem guardado, mas temos uma vantagem importante: sabemos que Agnes está lá, e possivelmente com Felipe. Precisamos entrar, resgatá-lo e sair sem sermos vistos. Qualquer erro pode colocar todos em risco, inclusive Felipe.Aslan cruzou os braços, engoliu em seco mantendo os olhos fixos em Carl, absorvendo cada palavra. Ele sabia que não podiam falhar, que a vida de Felipe estava por um fio. — Eu conheço algumas rotas alternativas — um policial que viera com Carl se pronunciou, quebrando o silêncio com uma voz controlada, mas carregada de
Capítulo 42Carl, Hiro, Samuel e Ebraim avançavam pelas ruas silenciosas em direção ao galpão da máfia. Cada um deles estava concentrado, sabendo que a missão exigia precisão e calma. Mas por trás da fachada controlada, a tensão crescia. Carl, ao volante, tinha as mãos firmes, mas seu olhar se desviava constantemente para o retrovisor, analisando o silêncio dos colegas.— Estamos perto — Carl disse, quebrando o silêncio, seus olhos cravados no galpão que surgia à frente. O lugar era sombrio, iluminado por apenas algumas lâmpadas que piscavam de maneira intermitente, quase como um prenúncio de algo sombrio que estava para acontecer. — Fiquem atentos. Hiro, sentado no banco do passageiro, verificou sua arma e murmurou: — Isso vai acabar rápido. Se tudo der certo, levamos Felipe de volta para casa em segurança. — E de preferência com Agnes sob custódia. — Carl disse firme, mas Carl sentia uma inquietação, uma sensação incômoda que crescia em seu peito. Algo estava errado, e ele sabia
Capítulo 43Dentro da casa de Aslan, a tensão era esmagadora. Valentina estava sentada no sofá, mexendo nervosamente nos dedos, os olhos fixos na porta como se, a qualquer momento, a solução para seus pesadelos pudesse entrar por ela. Aslan, impaciente, não parava de andar de um lado para o outro, incapaz de conter o turbilhão de pensamentos que o atormentava. Já Tomás, de pé junto à janela, olhava para a escuridão lá fora, os braços cruzados, tentando afastar os pensamentos sombrios que insistiam em assombrá-lo.O som distante de um carro se aproximando quebrou o silêncio da casa, e Valentina imediatamente se levantou, com o coração disparado. Sua respiração ficou curta, cheia de expectativa. Aslan, que havia interrompido sua andança inquieta, virou-se rapidamente para a porta, seu rosto refletindo a ansiedade que ele já não conseguia disfarçar. O olhar que ele lançou a Valentina foi suficiente para que ela soubesse que ele compartilhava da mesma apreensão.Quando a porta finalmente
Capítulo 44Felipe abriu os olhos lentamente, sentindo o coração martelar em seu peito. O quarto do hotel estava mergulhado em uma penumbra inquietante, apenas o leve ronco de sua mãe, Agnes, preenchendo o silêncio. Ele se virou na cama, observando o rosto de sua mãe, exausto pelas noites mal dormidas e pelas decisões que tomara. No dia anterior ouviu sua conversa ao telefone, soube que ela o entregaria à máfia pela manhã, e o tempo estava correndo.Ele sabia que não podia mais esperar. Precisava escapar. Sentiu seu corpo enrijecer enquanto a determinação crescia em seu coração. Mesmo com o medo rondando sua mente, algo maior o impulsionava — a necessidade de sobreviver e reencontrar Aslan e Valentina. Movendo-se com cuidado, ele se esgueirou para fora da cama, seus pés descalços tocando o chão frio com um arrepio. Cada movimento parecia ecoar pelo quarto, mas ele continuou, tomando cuidado para não fazer barulho.Felipe pegou a mochila que mantinha ao lado da cama. Não havia muito al
Capítulo 45Felipe já havia perdido a noção de quanto tempo estava andando. Suas pernas doíam, seus pés estavam machucados, e o cansaço começava a pesar em seu corpo. As ruas da cidade pareciam intermináveis, um labirinto urbano que o deixava cada vez mais perdido. Ele tentava ignorar o desconforto, mas a fome e a sede eram implacáveis, e cada passo parecia mais difícil que o anterior."Eu vou encontrar ajuda... só preciso continuar andando.” Repetia mentalmente, usando essa ideia como combustível para seguir em frente.As ruas, antes vazias e silenciosas, começavam a dar lugar a um movimento sutil. Algumas pessoas caminhavam rapidamente, talvez apressadas para chegar a algum lugar que ele não fazia ideia de qual era. Felipe, porém, estava à deriva. O medo que antes o impulsionava agora começava a se misturar com o desespero. Ele olhava para todos os lados, tentando reconhecer alguma coisa, qualquer coisa que o ajudasse.Foi então que, no final da rua, ele avistou o que parecia ser um
Capítulo 46Carl entrou na base de operações com passos firmes, seu rosto ainda carregado de preocupação, mas com uma determinação inabalável. Ele sabia que cada segundo era crucial, e estava pronto para qualquer notícia que pudesse finalmente colocá-los no caminho de Felipe. Ao atravessar o saguão, avistou Hiro, seu parceiro de longa data, com uma expressão séria e focada no rosto.— Carl! — Hiro chamou, acenando para ele se aproximar. — Tenho novidades. Eles encontraram Felipe!Carl parou bruscamente, seu coração acelerando. Ele se aproximou de Hiro, a esperança crescendo rapidamente dentro dele.— Onde ele está? — perguntou Carl, com urgência na voz.— Em uma delegacia na zona sul. — Hiro respondeu, entregando uma folha de papel com o endereço. — Parece que ele apareceu por lá, exausto e pedindo ajuda. O policial que o atendeu o identificou pela descrição que enviamos e entrou em contato com a nossa equipe imediatamente.Carl respirou fundo, sentindo o alívio começar a tomar conta