Capítulo 45Felipe já havia perdido a noção de quanto tempo estava andando. Suas pernas doíam, seus pés estavam machucados, e o cansaço começava a pesar em seu corpo. As ruas da cidade pareciam intermináveis, um labirinto urbano que o deixava cada vez mais perdido. Ele tentava ignorar o desconforto, mas a fome e a sede eram implacáveis, e cada passo parecia mais difícil que o anterior."Eu vou encontrar ajuda... só preciso continuar andando.” Repetia mentalmente, usando essa ideia como combustível para seguir em frente.As ruas, antes vazias e silenciosas, começavam a dar lugar a um movimento sutil. Algumas pessoas caminhavam rapidamente, talvez apressadas para chegar a algum lugar que ele não fazia ideia de qual era. Felipe, porém, estava à deriva. O medo que antes o impulsionava agora começava a se misturar com o desespero. Ele olhava para todos os lados, tentando reconhecer alguma coisa, qualquer coisa que o ajudasse.Foi então que, no final da rua, ele avistou o que parecia ser um
Capítulo 46Carl entrou na base de operações com passos firmes, seu rosto ainda carregado de preocupação, mas com uma determinação inabalável. Ele sabia que cada segundo era crucial, e estava pronto para qualquer notícia que pudesse finalmente colocá-los no caminho de Felipe. Ao atravessar o saguão, avistou Hiro, seu parceiro de longa data, com uma expressão séria e focada no rosto.— Carl! — Hiro chamou, acenando para ele se aproximar. — Tenho novidades. Eles encontraram Felipe!Carl parou bruscamente, seu coração acelerando. Ele se aproximou de Hiro, a esperança crescendo rapidamente dentro dele.— Onde ele está? — perguntou Carl, com urgência na voz.— Em uma delegacia na zona sul. — Hiro respondeu, entregando uma folha de papel com o endereço. — Parece que ele apareceu por lá, exausto e pedindo ajuda. O policial que o atendeu o identificou pela descrição que enviamos e entrou em contato com a nossa equipe imediatamente.Carl respirou fundo, sentindo o alívio começar a tomar conta
Capítulo 47Aslan respirou fundo antes de pegar o telefone e discar o número de Tomás. O peso de todos daqueles dois dias de incerteza finalmente parecia começar a se dissipar. Ele estava sentado no sofá ao lado de Valentina e Felipe, que, apesar de seguro, ainda parecia distante, como se estivesse processando tudo o que havia acontecido. Valentina passava a mão de forma suave nos cabelos do menino, tentando tranquilizá-lo. Um silêncio reconfortante pairava na sala, mas havia algo que Aslan ainda precisava fazer: compartilhar a boa notícia com seu amigo.O telefone tocou apenas algumas vezes antes de Tomás atender. A voz dele era imediatamente marcada pela preocupação.— Aslan? — perguntou Tomás, sua voz carregada de ansiedade. Ele sabia que qualquer ligação de Aslan nesse momento poderia ser decisiva. — Tomás... — começou ele, a voz ligeiramente embargada. — Encontramos Felipe. Ele está em casa agora, seguro.O CEO tentou controlar a emoção em sua voz, mas era quase impossível. O al
Tomás chegou à imponente mansão de Aslan. Ele estacionou o carro e, ao descer, sentiu uma mistura de alívio e expectativa. Finalmente, Felipe estava seguro, e ele mal podia esperar para ver o garoto com seus próprios olhos.Ao caminhar até a entrada, ele se lembrou de suas conversas recentes com Aslan. Durante todo o tempo em que o amigo estava ausente da empresa, Tomás se esforçara para manter tudo funcionando, mas o peso da incerteza e da preocupação com o filho desaparecido de Aslan nunca deixou sua mente. Agora, com a situação resolvida, ele se sentia como se estivesse prestes a virar uma nova página - tanto na vida pessoal quanto profissional.Ele tocou a campainha, e quase de imediato a porta se abriu. Aslan estava lá, seu semblante calmo, mas marcado pelos dias de tensão e preocupação.- Tomás, que bom que veio - disse Aslan, estendendo a mão para cumprimentar o amigo, mas logo o puxando para um abraço forteTomás retribuiu o abraço, sentindo o alívio e a gratidão de Aslan em c
Capítulo 49Carl estava sentado na sala de operações, seus olhos fixos nas telas que exibiam várias imagens de vigilância da cidade. Depois de dias incansáveis de busca e de noites sem dormir, a equipe estava finalmente perto de capturar Agnes. A mulher que tinha mantido Felipe sob seu controle, usando-o como peão em um jogo perigoso, estava prestes a pagar pelos seus crimes. Carl não podia permitir que ela escapasse novamente.O som de passos apressados ecoou pelo corredor. Hiro, o analista de inteligência da equipe, entrou rapidamente na sala com uma expressão de urgência.— Carl, temos a localização dela — Hiro disse, sua voz baixa mas firme, enquanto entregava um tablet para Carl. — Ela está hospedada em um hotel na periferia da cidade. Pelos nossos registros, parece que está se preparando para fugir nas próximas horas.Carl franziu a testa e olhou atentamente para a tela. A imagem de Agnes na recepção do hotel aparecia nitidamente. Ela parecia inquieta, seus olhos varrendo o ambi
Capítulo 50Aslan havia feito questão de preparar uma semana de jantares especiais para Felipe, agora que o garoto estava em casa novamente. Era um momento de alívio para todos, após dias tensos e cheios de incertezas. Valentina sorria, brincando com Felipe enquanto o menino falava animadamente sobre as coisas que gostava de fazer antes de todo o caos causado por Agnes.— E quero jogar futebol amanhã! — Felipe exclamou, seus olhos brilhando de empolgação.— Claro, campeão, vamos dar uns chutes na bola — Aslan respondeu, sorrindo para o garoto. Ele estava visivelmente aliviado em ver Felipe começando a recuperar a vivacidade que tanto lhe era natural. — Mas só depois de terminar o dever de casa.Valentina riu, sua presença sempre trazendo uma leveza ao ambiente, tornando tudo mais acolhedor e sereno. Ela tocou o braço de Aslan de leve, trocando um olhar cúmplice com ele.— Sabe, Felipe, você tem sorte de ter o Aslan como seu mentor. Ele é muito bom nisso, não é? — comentou ela, piscand
Capítulo 51Aslan corria pelo gramado com Felipe, chutando a bola de um lado para o outro, em um jogo de futebol improvisado. A energia do garoto parecia inesgotável, e Aslan, mesmo suado e ofegante, não podia deixar de sorrir ao ver Felipe tão feliz e livre.— Vai, Felipe! — Aslan gritou, encorajando o garoto enquanto ele corria em direção ao gol improvisado. — Você consegue!Felipe, com o rosto iluminado por um sorriso enorme, chutou a bola com força, mandando-a direto para dentro do gol. Ele ergueu os braços em comemoração, pulando de alegria.— GOOOOOOL! — ele gritou, imitando os narradores de futebol que tanto gostava de ouvir. — Eu ganhei, pai!Aslan riu, fingindo cair de cansaço no chão, exausto depois de tentar acompanhar a energia de Felipe.— Ah, não! — brincou ele. — Você é muito rápido para mim, campeão!Valentina assistia à cena da varanda, rindo e aplaudindo o desempenho de Felipe. Havia algo incrivelmente mágico em ver os dois juntos, em um momento tão puro e despreocup
Capítulo 52Tomás estava parado em frente à porta da casa de Alana, o coração batendo em um ritmo acelerado que ele raramente sentia. Embora ele fosse geralmente seguro de si, havia algo naquela noite que o deixava nervoso. Talvez fosse a expectativa de surpreendê-la, ou talvez a crescente conexão entre eles que tornava cada encontro ainda mais intenso. Ele ajustou a gola da camisa pela terceira vez, respirando fundo. "Calma, é só um jantar", pensou. Mas ele sabia que aquela noite prometia ser mais do que isso.O som da fechadura girando fez o estômago dele revirar de ansiedade. Quando a porta se abriu, lá estava ela — deslumbrante. Alana vestia um vestido simples, mas que caía perfeitamente em seu corpo. Seus cabelos soltos brilhavam sob a luz suave da varanda, e o sorriso que ela deu ao vê-lo quase fez Tomás perder o fôlego.— Você está linda. — As palavras escaparam dele antes que pudesse contê-las, sua voz mais suave do que ele planejava.Alana riu, um som que sempre o deixava rel