Capítulo 41Carl estacionou a viatura policial em frente à casa de Aslan, o motor ainda roncando enquanto ele desligava as luzes. Aslan abriu a porta da frente de sua casa enquanto Carl se aproximava, a postura rígida e calculista de um homem acostumado a lidar com situações de risco.Carl tomou a frente, sua expressão dura, mas profissional.— Precisamos ser rápidos e estratégicos — começou Carl, o tom de voz firme e autoritário. — O galpão da máfia é bem guardado, mas temos uma vantagem importante: sabemos que Agnes está lá, e possivelmente com Felipe. Precisamos entrar, resgatá-lo e sair sem sermos vistos. Qualquer erro pode colocar todos em risco, inclusive Felipe.Aslan cruzou os braços, engoliu em seco mantendo os olhos fixos em Carl, absorvendo cada palavra. Ele sabia que não podiam falhar, que a vida de Felipe estava por um fio. — Eu conheço algumas rotas alternativas — um policial que viera com Carl se pronunciou, quebrando o silêncio com uma voz controlada, mas carregada de
Capítulo 42Carl, Hiro, Samuel e Ebraim avançavam pelas ruas silenciosas em direção ao galpão da máfia. Cada um deles estava concentrado, sabendo que a missão exigia precisão e calma. Mas por trás da fachada controlada, a tensão crescia. Carl, ao volante, tinha as mãos firmes, mas seu olhar se desviava constantemente para o retrovisor, analisando o silêncio dos colegas.— Estamos perto — Carl disse, quebrando o silêncio, seus olhos cravados no galpão que surgia à frente. O lugar era sombrio, iluminado por apenas algumas lâmpadas que piscavam de maneira intermitente, quase como um prenúncio de algo sombrio que estava para acontecer. — Fiquem atentos. Hiro, sentado no banco do passageiro, verificou sua arma e murmurou: — Isso vai acabar rápido. Se tudo der certo, levamos Felipe de volta para casa em segurança. — E de preferência com Agnes sob custódia. — Carl disse firme, mas Carl sentia uma inquietação, uma sensação incômoda que crescia em seu peito. Algo estava errado, e ele sabia
Capítulo 43Dentro da casa de Aslan, a tensão era esmagadora. Valentina estava sentada no sofá, mexendo nervosamente nos dedos, os olhos fixos na porta como se, a qualquer momento, a solução para seus pesadelos pudesse entrar por ela. Aslan, impaciente, não parava de andar de um lado para o outro, incapaz de conter o turbilhão de pensamentos que o atormentava. Já Tomás, de pé junto à janela, olhava para a escuridão lá fora, os braços cruzados, tentando afastar os pensamentos sombrios que insistiam em assombrá-lo.O som distante de um carro se aproximando quebrou o silêncio da casa, e Valentina imediatamente se levantou, com o coração disparado. Sua respiração ficou curta, cheia de expectativa. Aslan, que havia interrompido sua andança inquieta, virou-se rapidamente para a porta, seu rosto refletindo a ansiedade que ele já não conseguia disfarçar. O olhar que ele lançou a Valentina foi suficiente para que ela soubesse que ele compartilhava da mesma apreensão.Quando a porta finalmente
Capítulo 44Felipe abriu os olhos lentamente, sentindo o coração martelar em seu peito. O quarto do hotel estava mergulhado em uma penumbra inquietante, apenas o leve ronco de sua mãe, Agnes, preenchendo o silêncio. Ele se virou na cama, observando o rosto de sua mãe, exausto pelas noites mal dormidas e pelas decisões que tomara. No dia anterior ouviu sua conversa ao telefone, soube que ela o entregaria à máfia pela manhã, e o tempo estava correndo.Ele sabia que não podia mais esperar. Precisava escapar. Sentiu seu corpo enrijecer enquanto a determinação crescia em seu coração. Mesmo com o medo rondando sua mente, algo maior o impulsionava — a necessidade de sobreviver e reencontrar Aslan e Valentina. Movendo-se com cuidado, ele se esgueirou para fora da cama, seus pés descalços tocando o chão frio com um arrepio. Cada movimento parecia ecoar pelo quarto, mas ele continuou, tomando cuidado para não fazer barulho.Felipe pegou a mochila que mantinha ao lado da cama. Não havia muito al
Capítulo 45Felipe já havia perdido a noção de quanto tempo estava andando. Suas pernas doíam, seus pés estavam machucados, e o cansaço começava a pesar em seu corpo. As ruas da cidade pareciam intermináveis, um labirinto urbano que o deixava cada vez mais perdido. Ele tentava ignorar o desconforto, mas a fome e a sede eram implacáveis, e cada passo parecia mais difícil que o anterior."Eu vou encontrar ajuda... só preciso continuar andando.” Repetia mentalmente, usando essa ideia como combustível para seguir em frente.As ruas, antes vazias e silenciosas, começavam a dar lugar a um movimento sutil. Algumas pessoas caminhavam rapidamente, talvez apressadas para chegar a algum lugar que ele não fazia ideia de qual era. Felipe, porém, estava à deriva. O medo que antes o impulsionava agora começava a se misturar com o desespero. Ele olhava para todos os lados, tentando reconhecer alguma coisa, qualquer coisa que o ajudasse.Foi então que, no final da rua, ele avistou o que parecia ser um
Capítulo 46Carl entrou na base de operações com passos firmes, seu rosto ainda carregado de preocupação, mas com uma determinação inabalável. Ele sabia que cada segundo era crucial, e estava pronto para qualquer notícia que pudesse finalmente colocá-los no caminho de Felipe. Ao atravessar o saguão, avistou Hiro, seu parceiro de longa data, com uma expressão séria e focada no rosto.— Carl! — Hiro chamou, acenando para ele se aproximar. — Tenho novidades. Eles encontraram Felipe!Carl parou bruscamente, seu coração acelerando. Ele se aproximou de Hiro, a esperança crescendo rapidamente dentro dele.— Onde ele está? — perguntou Carl, com urgência na voz.— Em uma delegacia na zona sul. — Hiro respondeu, entregando uma folha de papel com o endereço. — Parece que ele apareceu por lá, exausto e pedindo ajuda. O policial que o atendeu o identificou pela descrição que enviamos e entrou em contato com a nossa equipe imediatamente.Carl respirou fundo, sentindo o alívio começar a tomar conta
Capítulo 47Aslan respirou fundo antes de pegar o telefone e discar o número de Tomás. O peso de todos daqueles dois dias de incerteza finalmente parecia começar a se dissipar. Ele estava sentado no sofá ao lado de Valentina e Felipe, que, apesar de seguro, ainda parecia distante, como se estivesse processando tudo o que havia acontecido. Valentina passava a mão de forma suave nos cabelos do menino, tentando tranquilizá-lo. Um silêncio reconfortante pairava na sala, mas havia algo que Aslan ainda precisava fazer: compartilhar a boa notícia com seu amigo.O telefone tocou apenas algumas vezes antes de Tomás atender. A voz dele era imediatamente marcada pela preocupação.— Aslan? — perguntou Tomás, sua voz carregada de ansiedade. Ele sabia que qualquer ligação de Aslan nesse momento poderia ser decisiva. — Tomás... — começou ele, a voz ligeiramente embargada. — Encontramos Felipe. Ele está em casa agora, seguro.O CEO tentou controlar a emoção em sua voz, mas era quase impossível. O al
Tomás chegou à imponente mansão de Aslan. Ele estacionou o carro e, ao descer, sentiu uma mistura de alívio e expectativa. Finalmente, Felipe estava seguro, e ele mal podia esperar para ver o garoto com seus próprios olhos.Ao caminhar até a entrada, ele se lembrou de suas conversas recentes com Aslan. Durante todo o tempo em que o amigo estava ausente da empresa, Tomás se esforçara para manter tudo funcionando, mas o peso da incerteza e da preocupação com o filho desaparecido de Aslan nunca deixou sua mente. Agora, com a situação resolvida, ele se sentia como se estivesse prestes a virar uma nova página - tanto na vida pessoal quanto profissional.Ele tocou a campainha, e quase de imediato a porta se abriu. Aslan estava lá, seu semblante calmo, mas marcado pelos dias de tensão e preocupação.- Tomás, que bom que veio - disse Aslan, estendendo a mão para cumprimentar o amigo, mas logo o puxando para um abraço forteTomás retribuiu o abraço, sentindo o alívio e a gratidão de Aslan em c