POV de Alysson Eu estava ansiosa por meu encontro com NM. Eu tinha achado ele distante depois que conversamos na semana passada, mas ele desfez a má impressão durante a semana. E eu estou muito tensa, até demais, por causa do sumiço de Soraya e sua família, e com Robert no apartamento de Dilan. Por mais que os dois, Mary Jane e Dilan, me digam para ficar tranquila, eu não consigo! Sou apenas a babá que trouxe um “favelado” pra morar no apartamento dos patrões! Eu sei que essa situação é inusitada e muito sem noção. Mas eu não poderia deixar Robert lá sozinho. Logo o conselho tutelar ia acabar encontrando ele, e o estrago seria ainda maior! Eu queria entender o que estava acontecendo, porque todos sumiram e abandonaram o menino. Quem estava mandando as refeições pra ele? Mas não podia negar: Robert foi muito bem aceito por toda a família. Meu pai estava muito acostumado ao menino, que Soraya e eu criamos juntos enquanto crescemos. Então, eles dois eram parceiros e papai fazia com
POV de DilanEra um daqueles dias que Nova York parecia conspirar para me desafiar. O céu estava limpo, mas eu sentia o peso de uma tempestade invisível pairando sobre mim. Sentado na sala da detetive Debby, ajustando os grampos que ela insistiu em colar na parte interna do meu blazer, eu não conseguia evitar a irritação crescente.— Isso é realmente necessário? — perguntei, ajeitando o ponto eletrônico que ela enfiou no meu ouvido como se fosse um adereço qualquer.— Absolutamente. — A resposta dela veio sem hesitação, acompanhada de um sorriso cínico. — Dilan, você sabe que precisa disso. Eu não confio no Michael. E você também não deveria.Suspirei, passando as mãos pelo cabelo. — Ele é meu melhor amigo desde sempre, Debby. Isso não faz sentido. Eu só... não consigo acreditar que ele seria capaz disso. Eu sempre estive lá por ele. Você tem ideia do quanto eu o ajudei? Ele não seria metade do que é hoje sem mim.Ela ergueu uma sobrancelha, descrente. — Isso não significa que ele
POV de Alysson Eu estava em uma grande ressaca moral quando acordei na cobertura, quase dez horas da manhã no sábado, depois de confessar em voz alta que estou apaixonada por aquele arrogante do meu chefe! Mas a ressaca, não era por isso, claro que não. Porque era algo inviável e idiota! Meu problema era NM ter dito que estava apaixonado por mim. Eu gostava tanto de estar com ele, ele era sempre tão atencioso, cuidadoso e porra, o que esse homem fazia com a língua e o resto, não estava escrito! Mas era justo brincar com os sentimentos dele dessa forma? Eu deveria ser presa por estar fazendo tanta merda da minha vida, e ainda estar gostando, com minha amiga desaparecida! Saí da cama, peguei meu celular e liguei pra Mary Jane: — Bom dia, Mary. Me desculpa, eu perdi a hora e…— A noite deve ter sido ótima pra isso, hein. Não se preocupe, você está de folga até a hora do almoço. Além do mais, não é sacrifício nenhum cuidar do meu neto. — Mas eu deixei Robert aos seus cuidados também
POV de Alysson Terminei de me vestir, determinada a deixar meus devaneios eróticos e assumir a postura de uma profissional. Quando saí do meu quarto, trombei com Michael no corredor. Me assustei:— O que você está fazendo aqui, quem deixou você entrar? — Boa tarde para você também, Allysson. Eu não preciso de autorização, eu tenho a chave, já morei aqui, lembra? Me lembrei, também me lembrei que Michael é o melhor amigo de Dilan, e eu não sei porque. A presença dele me incomoda, e isso não mudou. Eu tinha me esquecido até da existência dessa pessoa, mas agora ali, tentando me encaminhar pra sala e levar ele comigo, parecia que toda minha alegria tinha se dissolvido! — Bem, não sei o que você veio fazer aqui, mas não tem ninguém. E eu estava de saída, então, como você tem as chaves, fique a vontade. Eu falei, mas estava agoniada. Iria voltar em meu quarto e trancar a porta, me lembrando da carta testamento de Melissa que estava em minha mochila. Também teria que trancar a porta d
POV de AlyssonMary Jane me abraçou até eu me acalmar. Depois me levou para o banheiro e tirou minha roupa, me ajudando a entrar na banheira e me perguntou porque eu estava tão nervosa. — Você também desconfia do meu pai? Eu não posso acreditar que ele seja capaz de algo assim, Mary Jane! — E não é, Allysson. Você sabe mais do homem que te criou do que qualquer um aqui. — Eu sei, sei de verdade. Mas sempre achei muito estranha a nossa contratação. Em um dia , estávamos despejados e desesperados. No outro, estávamos empregados na casa do inimigo, com tudo o que qualquer moça pobre sonha em um emprego. Eu sempre pensei muito na sorte que meu pai e eu tivemos, e com essas dúvidas, não acho inviável que meu pai tenha feito algo assim para garantir meu futuro. — Não fez! Allysson, vou te contar minha história. Mas quero a garantia de que vai ficar apenas entre nós duas. — Eu sei que você não fala do seu passado, Mary Jane. E eu nem quero que você fale mesmo só para me acalmar, está tu
Eu estava surtando, muito! Estava guardando o segredo da minha irmã, antes mesmo de saber que era minha irmã! Quando eu era pequena, eu sempre pedia uma irmãzinha para minha mãe. Me lembro como se fosse hoje ela dizendo: — Você tem uma irmã, Allysson. Sabe qual é o papel da irmã? Ser amiga, parceira, guardar os segredos, cuidar, amar e proteger. Você tem quem faça isso por você? — Tenho a Soraya. E eu faço isso por ela também! — Então você tem uma irmã, filha. Não precisa de mais…— Você também tem uma irmã, mamãe? Me lembro do olhar perdido da minha mãe todas as vezes. Hoje entendo que ela estava se lembrando de Mary Jane, antes de me responder: — Eu sou filha única. Eu estava guardando o segredo da minha irmã. Estava guardando a carta em que ela contava para o Dilan que tinha um amante. E deixava todo o seu patrimônio para esse homem. Eu sei que quando soltar essa carta, todos vão ficar muito decepcionados com ela, não pelo dinheiro, que só com a metade de Dilan, Cris já está
POV de Dilan Quando tive a idéia de ficar no parque e chamar Mary Jane para trazer as crianças para se divertir um pouco, queria me acalmar. Debby me orientou em como tirar os pontos de escuta e depois que liguei pra Mary, soube que Allysson ainda não tinha chegado. Olhei no relógio, mais de dez horas da manhã, e eu imaginei isso mesmo. A semana foi bem puxada pra ela, com mais uma criança pra tomar conta, depois do encontro com o ex que teve, a amiga desaparecida. Eu saí do quarto com bastante cuidado, deixando ela em um sono gostoso. O encontro com Michael tirou toda a alegria da noite, mas agora estava voltando! Eu ainda não sabia como ia resolver aquilo, mas já estava me sentindo muito melhor: Allysson admitiu estar apaixonada por mim e isso era incrível. Eu não sabia como aconteceu, só faz seis meses que minha mulher morreu, e eu já estou como um adolescente, apaixonado por uma menina…Mas isso era incrível também, e eu não ia deixar Michael estragar minha relação! Estava curio
POV de Dilan— Debby, você entende o que está dizendo? — Claro que sim, Dilan. Na verdade, era o que você deveria ter feito desde o começo! Você deixou essa história toda chegar nessa situação, você está dormindo com sua babá há mais de mês as cegas. — Ela me odeia como Dilan, Debby. E eu não planejei me envolver com ela. Eu não tenho culpa de aquela maluca querer um relacionamento as cegas, e não consegue me reconhecer quando está vendada. Mas esse não é o ponto! — Tentei afundar em minha mente as lembranças de Allysson me explicando porque não me reconheceu. Essa é uma parte da minha intimidade que Debby não precisa saber. — Você sabe o que ela descobriu que a faz me rejeitar? — Sei! Claro que sei! — E o que é? — Dilan, seja inteligente. Sabe que não vou te falar? — Porque não, Debby? Não somos amigos? — Sim, somos amigos. Mas as informações pessoais que tenho sobre todos os envolvidos no caso, eu consegui na condição de detetive, e se não é relevante para o caso, explanar a