Gabriela se trancou no quarto, ficava pensando no quanto era corajosa. Mandou uma mensagem para o irmão, avisando que já estava em casa.
Não demorou muito e ele chegou.— Gabi, você ficou louca? Saiu com um desconhecido e me deixou lá.— Gu, não foi bem assim, encontrei o Otávio lá, ele trabalha como associado na sua empresa, me desesperei e corri dali. O mesmo homem que ficou preso comigo no elevador outro dia me trouxe pra casa, não era um total desconhecido.Gustavo suspirou, sabia o que a presença de Otávio significava.— Cuidado Gabriela, foi essa sua boa fé que te colocou em maus lençóis.Gabriela se sentia ofendida com o comentário, expulsou o irmão do quarto e foi dormir. Passou o fim de semana tranquila, cuidou da casa, da pequena horta que tem na entrada e estudou.Uma nova semana se inicia e muita coisa tinha que ser resolvida.— Bom dia senhor Diniz.— Bom dia Gustavo.Esse era o máximo de contato que eles tinham... Gustavo seguia sempre a mesma rotina, o chefe não precisava dizer o que queria.— Gustavo, sua irmã se divertiu na festa?— Sim, ela foi cedo pra casa, mas curtiu bastante, dançou, conheceu meus colegas...— Ah, pegue pra mim o contrato da empresa do senhor Otávio Martins.Gustavo o fez com contragosto e levou ao chefe.— Senhor o contrato que me pediu... — Gustavo parou na porta. — Senhor Diniz, me desculpe, mas tenho que perguntar, por que pediu o contrato da empresa do senhor Martins?— Pode ir Gustavo...Ele não respondeu, Gustavo já imaginava que Otávio teria uma reunião com ele e teria que dar um jeito de não estar presente.Gabriela enquanto isso estava tranquila, foi pra faculdade de manhã e buscou Fabíola na escola, passou a tarde com a menina, fez um assado para o almoço e janta.— Gabi, meu pai vai chegar em alguns minutos, disse que já pode ir se quiser.— Eu vou, porque estou em época de provas, preciso estudar.Gabriela pegou o carro e ligou para o irmão no caminho.— Gu, já saiu?— Não, estou revisando algumas coisas.— Tá, vou te buscar, até daqui a pouco.Ela estava no meio do caminho, quando o pneu de trás furou. Ela não era muito forte, então trocá-lo sozinha era difícil. Viu um farol alto se aproximar, o medo percorreu seu corpo, prendeu a respiração no momento que o carro parou.— Senhorita Petulante, não está muito longe de casa?— Ai meu Deus! Que susto senhor Diniz. — Ela precisou se apoiar no carro para controlar a respiração.— Gostei, não sou mais o senhor arrogante... O que houve com seu carro?— O pneu furou, estou com dificuldade para trocar.— Eu faço isso...Ele arregaçou as mangas da camisa branca e tirou a gravata, trocou o pneu em minutos e ela ficou apenas olhando para ele.— Pronto. Agora meu pagamento.Gabriela riu da audácia dele. — Seu pagamento? O que quer?— Te dou duas opções... Seu nome ou um beijo seu.— Está bem...— Como assim está bem?— Te dou um beijo.— Prefere me beijar a dizer seu nome.— Digamos que essa curiosidade te faz mais atraente, se eu disser meu nome perde a graça.— Você quem escolheu. — Fábio a encostou no carro e a beijou, foi lento e quente aquele beijo, Fábio deixou a mão deslizar para o seio dela, nesse momento Gabriela o parou e empurrou.— Nem pense nisso! Me solte.— Calma, estava apenas aproveitando...— Vou embora! — Ela disse com a voz trêmula, seus olhos denunciavam o medo.Fabio ficou confuso, gostava do atrevimento dela, pensava que os dois tinham a mesma intenção.— Espere, não vai sair assim.Gabriela ficou assustada, pensou nas palavras do irmão. — Por favor me deixe ir.— Não vou fazer nada, sou quero me desculpar com você.Gabriela parou na frente dele. Ele deu um beijo discreto nela.— Mais calma? — Gabriela balançou a cabeça que sim. — Me desculpe, não quero que pense mal de mim, não quis passar dos limites. — Disse ele.— Tudo bem... Eu preciso ir agora.Gabriela foi até o trabalho do irmão e depois para casa. Estava pensativa e Gustavo percebeu, aproveitou que ela estava na cozinha para conversar.— Aconteceu alguma coisa?— Meu pneu furou e encontrei aquele seu colega de trabalho, ele trocou pra mim, mas...— Mas o que?— Pela primeira vez eu senti medo dele.— Já te disse, você tem dado muita confiança para alguém que mal conhece. Eu sei que pensa que ele trabalha comigo, mas não sei quem é, ninguém sabe na verdade.Gabriela nem contou o que aconteceu, mas sentiu pelo tom do irmão que deveria impor algum limite.No dia seguinte, Gustavo saiu cedo, tinha levado os papéis que revisava pra casa, Gabriela estava pronta pra faculdade, olhou na mesa da sala e viu o documento, xingou mentalmente o irmão de todos os nomes possíveis. E ligou para ele.— Gustavo, onde está?— Chegando no trabalho, por quê?— Fala que o documento que está aqui não é pra hoje...— Merda Gabriela, esqueci! Odeio levar coisas pra casa por isso, sempre acabo esquecendo. Já sabe, precisa me trazer, por favor.— Tá, passo aí. — Gabriela disse revirando os olhos.Gabriela pegou o carro e correu para a editora Diniz, subiu e não encontrou ninguém, agradeceu por isso, assim que estava tirando o carro, outro veículo a bloqueou. Ela saiu furiosa do carro.— Vou começar a achar que trabalha aqui.— Bom dia para o senhor também, pode liberar a passagem, estou atrasada.Ele saiu do carro e se aproximou dela, pretendia beija-la, mas ela o impediu.— Ainda com medo de mim? Senhorita Petulante.— Me dei conta que não te conheço, acho que te dei uma liberdade que não devia, e não pretendo continuar com isso.Ele ficou magoado, gostava da altivez dela, mas a distância que ela colocou para ele era infundada.— Senhorita, me diga seu nome! Me deixe chamá-la pra jantar, se o problema é não nos conhecermos tudo bem... Vamos no conhecer.Gabriela riu, realmente a proposta não era má ideia, na verdade era a coisa mais normal do mundo.— Não vou fazer isso, não pretendo vê-lo novamente.— Falando assim parece até que nossos encontros são de propósito.— Me deixe ir, estou realmente atrasada...— Deixo com uma condição. Quero apenas saber seu nome.— Sabe que vou a pé se não liberar meu carro.— Façamos o seguinte, eu te deixo ir, mas na próxima vez que nos encontrarmos me dirá seu nome e ainda aceitará jantar comigo.— Ok, aceito sua proposta.— Quero mais uma coisa... Um beijo seu.Gabriela sorriu, não conseguia se fazer de difícil por muito tempo com ele.— Sabe que se não te encontrar novamente será um beijo de despedida. — Disse ele sorrindo. — Eu devo ser louca... Ela o beijou rapidamente. — Só isso? — Fábio reclamou. — Claro... Agora tire seu carro daí, estou realmente sem tempo hoje. Ele beijou o rosto dela e passou o nariz em seu pescoço. — Me diz pelo menos o nome do seu perfume. — Se nos encontrarmos novamente, te conto, mas esse sim um segredo antigo meu. — Gabriela disse e piscou para ele. Fábio tirou o carro e deixou Gabriela sair, tinha certeza que a encontraria novamente. Ele subiu ao escritório. — Bom dia senhor Diniz. — Bom dia Gustavo. Gustavo pegou o café e levou ao chefe. — Gustavo, que empresa passou por aqui hoje? — Nenhuma senhor. — Mas alguém veio fazer uma entrega, certo? — Não senhor, não tem nenhuma encomenda. Fábio riu, ele pensava que a moça era entregadora de alguma empresa, mas acaba de descobrir o engano. — Tá, Gustavo, marque uma reunião com o senhor Otávio Martins pra hoje ainda. — Senho
O coração de Gabriela falhou uma batida, ele não precisava fazer apresentações, sabia bem de quem era aquela voz, ela não se virou, não encontrava forças pra isso. Pensava que poderia estar sonhando ou o destino estava lhe pregando uma peça.Ele se aproximou sem fazer muito barulho. Colocou a mão na cintura dela e falou perto de seu ouvido.— Quem diria que nos encontraríamos aqui, na minha casa.Nessa hora Gabriela se virou, ficou de frente com Fábio, ele estava realmente perto, fez o mesmo do elevador, colocou as mãos uma de cada lado a impedindo de fugir, aproximou o nariz de seu pescoço e sentiu seu perfume.— Agora não tem como fugir... — Fábio falou no meio de um suspiro.Gabriela fechou os olhos e ele deu um passo para trás. Ela ficou sem entender o que aconteceu ali. Fabíola apareceu na porta.— O jantar estar pronto? Boa noite papai, agora já conhece a Gabi. Gabriela colocou a mesa para duas pessoas, enquanto Fabíola tagarelava a sobre o colégio, os olhos de Fábio
No dia seguinte Fábio desceu e encontrou a filha tomando café com uma mesa farta, uma variedade de alimentos frescos tinham sido feitos, claro por Gabriela, até mesmo panquecas ela preparou a pedido de Fabíola, a menina viu o prato apenas na televisão e queria experimentar. Estava descobrindo o carinho de uma mãe em sua babá.— Bom dia, meninas!— Bom dia senhor Diniz.— Bom dia mano.Fábio sentou-se ao lado da filha e Gabriela colocou uma xícara de café para ele.— Assim ficarei mal acostumado, acordar e encontrar uma mesa dessa, comida caseira toda noite... Isso é bom demais pra ser verdade.— Isso foi só hoje, a Fabi sabe que o café só poderei fazer nos dias que passar a noite aqui, já o almoço dela e o jantar eu consigo deixar pronto.— Claro... Fabi pegue suas coisas já vamos sair e Gabriela eu te deixo na universidade, sei que aqui é mais longe que sua casa de lá.Fabíola subiu e Fábio aproveitou para puxar Gabriela para um beijo, ela não o repeliu, gostava dos beijos ousa
A noite Gabriela estava em casa, cansada, pois estava sem carro e o trajeto de ônibus era cansativo.— Boa noite Gu, como foi hoje?— Boa noite senhorita petulante!— Ai meu Deus! Ele falou com você? Estou morta de vergonha.Gustavo riu da reação da irmã, ela não imaginava que ele simplesmente contaria tudo para o irmão.— Agora eu quero saber de você, como foi na casa do senhor Diniz? Ele gostou de você, mesmo sendo desbocada.— Não fale assim, eu sou muito educada...— Fala logo! — Disse Gustavo rindo.— A filha dele, a Fabíola é encantadora e adora minha comida, aquela casa só tinha enlatados, acho que dificilmente comiam algo fresco. Ela é inteligente, ajudar nos deveres da escola é coisa simples, é uma menina falante e alegre, sempre arruma coisas para passar o dia e é obediente também, pensei que seria um problema pela idade, mas é uma menina tranquila.— Não é isso que quero saber.— Tá! Ontem eu estava na cozinha quando o Fábio chegou...— Fábio? Já o tra
No outro dia Gabriela não iria trabalhar, logo pela manhã mandou uma mensagem a Fábio.Gabriela — "Bom dia senhor Diniz, hoje me sinto indisposta, não posso cuidar da Fabíola."Ele teria que dar um jeito na menina por aquele dia.Fábio a levou para a escola e ele mesmo a buscaria na hora do almoço, assim que chegou no escritório chamou Gustavo para conversar.— Bom dia senhor Diniz. — O tom era diferente de outros dias, Fábio notou a frieza de Gustavo.— Bom dia Gustavo. Pegue meu café e venha a minha sala.Gustavo obedeceu, levou o café e pretendia sair em seguida.— Espere! Preciso falar com você.— Não, não vou ser a ponte entre você e minha irmã, não vou contar coisas que não cabe a mim, ela me disse que você não a machucou, que foi algo da cabeça dela, então não te perguntarei nada também.— Ela me disse que nunca esteve com um homem por vontade própria. O que ela quis dizer com isso?— Tem certeza que não entendeu? Eu lhe disse, ela já passou muita coisa, mas alg
Fábio a deixava na universidade todas as vezes que ela dormia lá, ele até tentava, mas ela nunca o deixou passar dos beijos.Na universidade passou a ser tratada diferente, algumas colegas que nunca falaram com ela, agora queria sentar ao seu lado e se consideravam amigas.— Estela do céu, isso está me enlouquecendo. Antes era só eu e você, agora as pessoas agem como se me conhecessem. — Disse Gabriela.— Daqui a pouco o povo esquece e tudo volta ao normal.Elas estavam no refeitório da universidade, sempre escolhiam uma mesa pequena para não dar chance de outras pessoas se aproximarem.— Que droga, a menina trocou meu sanduíche de novo, vou lá ver se resolvo. — Gabriela se levantou e foi até a atendente da lanchonete. — Com licença... Acho que houve um engano, eu pedi peito de peru e veio presunto, poderia trocar por favor?— Ah, senhora Diniz, que vergonha, me perdoe, eu não sei onde estava com a cabeça. — A atendente parecia nervosa, Gabriela não entendeu essa reação
O homem ainda segurava seu braço e Gabriela lutava pra respirar, Fábio do outro lado do salão percebeu e foi até ela.— Solte-a! — A expressão de Fábio era de poucos amigos, alguns poucos conhecidos diziam que ele era implacável nos negócios, mas pior ainda com as mulheres, ele não era visto com muitas, mas sempre arrumava briga por alguém ter olhado ou cumprimentado a pessoa com quem estava.Ela o abraçou, não conseguia dizer uma só palavra, o homem sorriu e cumprimentou Fábio.— Senhor Diniz, que prazer em revê-lo, faz tempo desde o último evento...— Senhor Martins, pensei que a essa altura não teria mais que olhar pra sua cara.— Ah, claro! Não temos mais um sociedade, eu vim a convite de outro cliente, não pensei que estaríamos no mesmo local tão cedo, ainda mais que sua misteriosa namorada fosse uma velha conhecida minha... Gabriela, seu rosto é inconfundível, não mudou nada desde aquela noite. — Otávio tinha um olhar depravado sobre ela, media seu corpo de cima a bai
Fábio voltou a beija-la, deixou sua mãos descer pelo corpo de Gabriela, ela não parecia com medo, a levantou e colocou sentada na bancada, ela ainda estava com o vestido de festa ele queria tirar aquela peça dela.— Fábio, espere! — Gabriela estava ofegante.— Querida fiz algo errado? Se sente bem?— Eu só preciso respirar um pouco, você me deixa sem ar.Fábio e a desceu da bancada, a virou de costas, ela parecia desinibida e tranquila com o toque dele.— Ok, respire enquanto eu tiro seu vestido...Ele quis falar o que ia fazer, prestava atenção se ela o repreendia, ou até mesmo se tinha medo.Ela ficou com as mãos apoiadas na bancada enquanto ele descia o zíper do vestido. Deixou a peça cair no chão e a colocou novamente na bancada, sorriu e voltou a beijar sua boca, ele apertava seus seios, até a fazer se inclinar para trás, passou a mão pelas suas pernas e notou algo ali, ele olhou a cicatriz que ia da coxa até quase o joelho.— Por favor não fique olhando... — Ele n