A noite Gabriela estava em casa, cansada, pois estava sem carro e o trajeto de ônibus era cansativo.— Boa noite Gu, como foi hoje?— Boa noite senhorita petulante!— Ai meu Deus! Ele falou com você? Estou morta de vergonha.Gustavo riu da reação da irmã, ela não imaginava que ele simplesmente contaria tudo para o irmão.— Agora eu quero saber de você, como foi na casa do senhor Diniz? Ele gostou de você, mesmo sendo desbocada.— Não fale assim, eu sou muito educada...— Fala logo! — Disse Gustavo rindo.— A filha dele, a Fabíola é encantadora e adora minha comida, aquela casa só tinha enlatados, acho que dificilmente comiam algo fresco. Ela é inteligente, ajudar nos deveres da escola é coisa simples, é uma menina falante e alegre, sempre arruma coisas para passar o dia e é obediente também, pensei que seria um problema pela idade, mas é uma menina tranquila.— Não é isso que quero saber.— Tá! Ontem eu estava na cozinha quando o Fábio chegou...— Fábio? Já o tra
No outro dia Gabriela não iria trabalhar, logo pela manhã mandou uma mensagem a Fábio.Gabriela — "Bom dia senhor Diniz, hoje me sinto indisposta, não posso cuidar da Fabíola."Ele teria que dar um jeito na menina por aquele dia.Fábio a levou para a escola e ele mesmo a buscaria na hora do almoço, assim que chegou no escritório chamou Gustavo para conversar.— Bom dia senhor Diniz. — O tom era diferente de outros dias, Fábio notou a frieza de Gustavo.— Bom dia Gustavo. Pegue meu café e venha a minha sala.Gustavo obedeceu, levou o café e pretendia sair em seguida.— Espere! Preciso falar com você.— Não, não vou ser a ponte entre você e minha irmã, não vou contar coisas que não cabe a mim, ela me disse que você não a machucou, que foi algo da cabeça dela, então não te perguntarei nada também.— Ela me disse que nunca esteve com um homem por vontade própria. O que ela quis dizer com isso?— Tem certeza que não entendeu? Eu lhe disse, ela já passou muita coisa, mas alg
Fábio a deixava na universidade todas as vezes que ela dormia lá, ele até tentava, mas ela nunca o deixou passar dos beijos.Na universidade passou a ser tratada diferente, algumas colegas que nunca falaram com ela, agora queria sentar ao seu lado e se consideravam amigas.— Estela do céu, isso está me enlouquecendo. Antes era só eu e você, agora as pessoas agem como se me conhecessem. — Disse Gabriela.— Daqui a pouco o povo esquece e tudo volta ao normal.Elas estavam no refeitório da universidade, sempre escolhiam uma mesa pequena para não dar chance de outras pessoas se aproximarem.— Que droga, a menina trocou meu sanduíche de novo, vou lá ver se resolvo. — Gabriela se levantou e foi até a atendente da lanchonete. — Com licença... Acho que houve um engano, eu pedi peito de peru e veio presunto, poderia trocar por favor?— Ah, senhora Diniz, que vergonha, me perdoe, eu não sei onde estava com a cabeça. — A atendente parecia nervosa, Gabriela não entendeu essa reação
O homem ainda segurava seu braço e Gabriela lutava pra respirar, Fábio do outro lado do salão percebeu e foi até ela.— Solte-a! — A expressão de Fábio era de poucos amigos, alguns poucos conhecidos diziam que ele era implacável nos negócios, mas pior ainda com as mulheres, ele não era visto com muitas, mas sempre arrumava briga por alguém ter olhado ou cumprimentado a pessoa com quem estava.Ela o abraçou, não conseguia dizer uma só palavra, o homem sorriu e cumprimentou Fábio.— Senhor Diniz, que prazer em revê-lo, faz tempo desde o último evento...— Senhor Martins, pensei que a essa altura não teria mais que olhar pra sua cara.— Ah, claro! Não temos mais um sociedade, eu vim a convite de outro cliente, não pensei que estaríamos no mesmo local tão cedo, ainda mais que sua misteriosa namorada fosse uma velha conhecida minha... Gabriela, seu rosto é inconfundível, não mudou nada desde aquela noite. — Otávio tinha um olhar depravado sobre ela, media seu corpo de cima a bai
Fábio voltou a beija-la, deixou sua mãos descer pelo corpo de Gabriela, ela não parecia com medo, a levantou e colocou sentada na bancada, ela ainda estava com o vestido de festa ele queria tirar aquela peça dela.— Fábio, espere! — Gabriela estava ofegante.— Querida fiz algo errado? Se sente bem?— Eu só preciso respirar um pouco, você me deixa sem ar.Fábio e a desceu da bancada, a virou de costas, ela parecia desinibida e tranquila com o toque dele.— Ok, respire enquanto eu tiro seu vestido...Ele quis falar o que ia fazer, prestava atenção se ela o repreendia, ou até mesmo se tinha medo.Ela ficou com as mãos apoiadas na bancada enquanto ele descia o zíper do vestido. Deixou a peça cair no chão e a colocou novamente na bancada, sorriu e voltou a beijar sua boca, ele apertava seus seios, até a fazer se inclinar para trás, passou a mão pelas suas pernas e notou algo ali, ele olhou a cicatriz que ia da coxa até quase o joelho.— Por favor não fique olhando... — Ele n
Gustavo saiu da sala com a desculpa de pegar um café, ele atendeu algumas ligações em sua mesa e checou os emails, fez quase a rotina normal, Fábio também aproveitou para cuidar de alguns negócios.Já passava da hora do almoço quando chamou Gustavo novamente.— Na minha sala...Gustavo entrou e se sentou sem cerimônia.— Fugindo de mim? — Perguntou Fábio, sua expressão revelava que não gostou da atitude.— Me desculpe senhor Diniz, eu precisava me acalmar e pensar no que poderia ou não revelar.— Tudo bem, eu entendo, mas não vai fugir. O que teve Otávio Martins com a Gabriela? Ele estava no jantar, quando Gabriela esbarrou nele por acidente ficou extremamente assustada, não me disse quem era, apenas queria sair dali. Pelo tom dele entendi que tiveram um passado juntos.— Não posso dizer tudo, só que ele nunca foi nada dela e te peço por favor não a deixe perto dele, Otávio Martins não é um bom homem e foi um desgraçado com ela.— Foi ele, não foi?— Olha, não fica me
No outro dia Fábio destrancou o quarto da filha, ela ainda dormia, provavelmente não acordou nenhuma vez.Ele a chamou... — Bom dia minha princesa, dormiu bem?— Bom dia, papai. Já está na hora da escola?— Quase... tem algo de importante hoje na escola, prova, trabalho?— Não, hoje é tranquilo por que?— Não vai a escola hoje, não terei ninguém para te pegar, tudo bem fica em casa com as empregadas hoje?— Mas e a Gabi?— Estará comigo. Mas lhe prometo que vou rouba-la de você só hoje.— Tudo bem, então me deixa dormir...Fabíola se virou e adormeceu. Fábio beijou a testa da filha e sussurrou que a amava, desceu e encontrou Gabriela sentada no sofá.— Bom dia.— Bom dia, acabei de chamar a Fabi, acho que ela está cansada demais, hoje não vai a aula. Gabriela foi para o quarto que ocupava, tomou um banho, se vestiu e foi para cozinha fazer o café. Preparou a mesa como a menina Fabíola gosta. Tomaram café apenas Fábio e ela, Fabi ainda dormia. Fábio levou Gabriela
Luciane, Fábio e Gabriela pegaram o mesmo elevador, Fábio desceu com Luciane dois andares antes do último que era o de Fábio.— Fala mana! O que te trás aqui?— Você falou pro Fábio que eu estava aqui? Coitada da funcionária!— Na verdade eu ia avisá-lo que estava descendo pra te buscar, mas ele disse que faria isso ele mesmo. Onde ele está?— Não sei, foi conversar com a menina que não queria me deixar subir.Enquanto isso no escritório de Luciane a conversa não era boa.— Qual é o seu problema? Você conhece a Gabriela.— Eu não a reconheci logo de cara...— Ah não, e aquele comentário sobre o que eu vi nela, foi pra uma desconhecida?Luciane estava se enrolando ainda mais.— Senhor Diniz me desculpe, sei o quanto é profissional, não imaginava que ela tinha livre acesso, apenas quis preservar o ambiente de trabalho, me perdoe, errei em meu julgamento. — O argumento de Luciane parecia válido, afinal ela trabalhava a anos com ele, não seria nada de outro mundo priori