Gabriela pegou um bombom e colocou na boca de Fábio.— Nunca fui fã de doces, mas tenho que confessar, gostei desse sabor.— Que bom! Agora tenho que ir.— Como assim? Eu acabei de chegar.— Por isso mesmo, a Fabi não estará mais sozinha, posso ir tranquila.Gabriela ficou na ponta dos pés, e deu um beijo no canto da boca de Fábio, isso fez seu desejo aumentar, depois de tantas brigas, ter sua amada tão perto em sua casa. Ela ia saindo, mas Fábio a puxou e a encostou na parede próxima a saída da cozinha, que se ligava a sala.— Vai mesmo sair assim? É sério?— Vou! Se tiver paciência eu volto.— Gabriela, para de me fazer correr atrás de você, estou ficando cansado!— Não precisa correr atrás de mim, estou pedindo para me esperar.— Quanto tempo?— Um dia! Apenas um dia senhor Diniz.— É muito petulante mesmo, depois de tudo, ainda me pede um tempo.— Me conheceu assim, e sei que gosta...Fábio se afastou, e Gabriela sabia o que aquilo significava, Fabíola ap
Roberto fez sinal para pausar as gravações.— Senhorita, sabe que se me autorizar a usar as imagens não terá mais volta. Tem certeza que vai falar o motivo?— Tenho.— Podemos gravar. Senhorita Gabriela, por que não tem mais contato com seu primo?Gabriela chorava, seu sorriso desapareceu, ela respirou fundo, abaixou o olhar e se encheu de coragem para falar.— Meus pais faleceram quando eu tinha 15 anos, fiquei muito machucada, pois estava no carro com eles, quando saí do hospital ainda debilitada fiquei sob a guarda de meus tios.Gabriela fez uma pausa, tomou gole de água e secou um pouco o rosto com a mão.— Meu primo me drogou e me estuprou, e meu tio obrigou meu irmão a passar tudo que era de meus pais para ele, só assim me deixariam em paz.O estúdio inteiro ficou em silêncio, a revelação não era esperada.— Diria o nome de seu primo?— Sim, é o empresário Otávio Martins!— Senhorita, eu sinto muito, não sei o que lhe dizer nesse momento.— Diga que a entrev
Luciane desligou o telefone tranquila, pensou que até o momento Gabriela ainda era a ingênua e não sabia quem ela era realmente.— Gabi, minha amiga, que bom que veio me ver! — Luciane disse com um sorriso falso e forçado.— Pode parar de teatro! Eu sei que nunca fomos amigas, na verdade, você dizia que eu não estava a altura do Fábio. Mentiu descaradamente, mas ainda não entendi, porque! — Gabriela não abaixou a cabeça, finalmente enfrentaria sua rival como igual.Luciane se levantou e ficou próxima a ela.— Pelo menos não tenho mais que fingir gostar de você, nunca mereceu o Fábio, ainda não sei o que ele vê em você, ele precisa de uma mulher a altura dele... Aquela sonsa da mãe da fedelha era outra idiota, mas não precisei intervir, morreu por ser seu destino, aí você aparece? Não querida, não é assim, eu já estava aqui, eu já esperava por ele, para consola-lo em minha cama, ele merece uma mulher...— Uma mulher como você? — Gabriela entendeu que havia ali um interesse, m
No dia seguinte Gustavo foi trabalhar, ele havia comprado um carro dias atrás, mas Gabriela se recusava a dirigir, lembrava do recente acidente ao volante, ela terminou de arrumar o que queria levar e chamou um carro por aplicativo.— Bom dia senhorita, posso iniciar a viagem?— Bom dia, pode sim. — Ela respondeu tranquila, sempre checava as informações do carro antes de entrar.Ela estava olhando pela janela, o trajeto parecia ainda maior devido ao trânsito e aos desvios que o motorista fazia.— Senhor, o caminho é esse mesmo?— Sim, estamos só fugindo do trânsito, chegaremos logo senhorita Gabriela.— Claro sem problemas. — Ela disse ainda desconfiada.Gabriela estava ficando assustada, o caminho era muito diferente do que ela costumava fazer. Ainda estava em uma parte movimentada da cidade.— Senhor, pode me deixar por aqui mesmo, vou comprar algumas coisas. — Ela não era boba, tantos desvios, não era comum, pensou em uma desculpa para se ver livre dali.— Senhorita
O julgamento durou horas, jornalistas se amontoaram na porta do tribunal exigindo declarações, foram ouvidos apenas os advogados e promotores, nenhuma testemunha esteve presente, no outro dia dariam continuidade ao processo.Gustavo foi pra casa e Gabriela foi com Fábio para casa dele. Chegaram e estava tudo quieto.— Meu bem, cadê a Fabi?— Ela ficará uns dias com a Marine, cuidar dela, da empresa, do processo e de você, está sendo difícil. A Marine como madrinha se ofereceu de bom grado... E é melhor para preservar a Fabi desse assunto.Gabriela pensou todo estresse que estava causando, não queria isso.— Meu bem, suba e tome um banho, vou fazer algo para comer.Fabio lhe deu um beijo e subiu, Gabriela prendeu o cabelo e foi ver o que tinha na geladeira. Ela sempre comprava coisas frescas para preparar, resolveu fazer alguns pedaços de frango grelhado, uma salada com croutons e ainda tinha um pouco do molho de pimenta, ela usou no frango, montou os pratos e abriu um vinho b
FuturoEles correram para a delegacia mais próxima, Fabio estava transtornado com a ideia do sequestro de Fabíola.— Senhor Diniz, quem poderia querer levá-la? Ou acha que foi algo aleatório atrás de dinheiro?— Eu não sei, apesar da minha vida empresarial nunca fui de fazer inimigos.— Fabio... — Gabriela disse baixo.— Oi Gabi.— O Otávio, ele lhe fez uma ameaça quando saímos do tribunal, será que... — Ela não queria pensar na possibilidade de uma vingança.— Mas ele está preso.— E se ele mandou alguém fazer isso?Eles encararam o investigador que estava em pé, o homem anotou a informação e pediu que eles fossem para casa. Se a pessoa quisesse dinheiro teriam que aguardar um contato.Dois policiais foram com eles e estavam a espera de notícias. Quando passaram pelos portões o segurança estranhou o carro da polícia que chegou junto com eles.— Senhor Diniz, me desculpe a intromissão, mas o que a polícia faz aqui?— Sérgio, a Fabi foi sequestrada, levaram a min
No dia seguinte Sérgio pegou Fabíola na escola mais cedo e ficou esperando Gabriela na entrada da faculdade, buzinou assim que ela surgiu com a amiga Estela ao lado.— Sérgio, eu ia pra minha casa agora, você vai me levar?— Não, você e a senhorita Fabi tem compromisso. — Ele disse e sorriu, a vida parecia entrar finalmente nos eixos.A menina abaixou o vidro, estava com o uniforme xadrez do colégio e óculos escuros, gostava de sentir grande, era uma adolescente já.— Vamos as compras mãe, a Estela pode vir também se quiser. — Disse Fabíola colocando os óculos na cabeça.— Mãe? — Estela repetiu questionando e encontrou um sorriso doce e derretido de Gabriela. Ser chamada de mãe, aquecia o seu coração.— Sim, já faz algum tempo, agora somos mãe e filha...— Vou amar ir com vocês! — Disse Estela.Elas entraram no carro, não sabiam para onde estavam indo.— Sérgio, vamos comprar o que?— Vou te deixar na loja e você vai perceber.Ele parou em frente a uma requintada loja
Gabriela cuidou de cada detalhe do casamento, as flores, a cerimônia ao ar livre e tudo mais que poderia querer, boa parte de tudo foi pago por Fabio, mas Gustavo agora era um empresário também, insistiu em contribuir com o casamento da irmã.Falta uma semana para o casamento e eles tinham a festa da editora. Gabriela propositalmente ficou em uma mesa com as meninas da recepção, foi um pedido de Fábio, depois ele daria um jeito de deixar Sérgio com Kátia. Eles sentaram e as meninas ficaram tímidas, o presidente da empresa na mesma mesa que duas recepcionistas e uma assistente, elas não esperavam por isso. Gabriela estava alegre, se balançava ao som da música.O lugar era uma boate animada reservada apenas para os funcionários do grupo Diniz.— Gabi, eu lembrei da festa do ano passado, todas as meninas ficaram comentando que o presidente estava aos beijos com uma funcionária que ninguém sabia quem era.— Kátia, que vergonha! Era eu mesma... Eu tinha vindo com o Gustavo...— Ele