Mia não conseguia parar de pensar no bebê. Não se preocupava com o que o veneno estava fazendo a ela, na verdade, se preocupava apenas com o bebê. Não podia perder outro filho. Precisava que desse tudo certo. E enquanto pensava nisso, pensava também no que gostaria de fazer com aquela pessoa horrível que a envenenou. Freya. Sabia que tinha sido ela só pelo olhar de seu noivo. Ele não disse uma palavra. Não foi necessário. Haviam descoberto que ela havia sido envenenada no mesmo dia em que sofreu o acidente. A prova havia sido a seringa e outras coisas mais que haviam encontrado no apartamento dela. Havia fotos. Dela. De Liam. Planos. Freya realmente queria sumir com ela. E isso, apenas Liam e Finn estavam sabendo por enquanto. A rosada fitou seu pai, sentado ao seu lado, lhe doando sangue. Acharam que teria um efeito melhor se fizessem daquela forma. Uma mangueira passava o sangue dele para ela. Ele não havia pensado duas vezes antes de aceitar. Havia aparecido cerca de meia hora dep
— Ela vai ser liberada, mas vai ficar de repouso. — Infelizmente. — Não seja teimosa, está bem? É pelo bem desse bebê aí dentro de você. — Eu sei, não faria nada que pudesse fazer mal a ele. – Diz ao pai, levando a mão a barriga, sentido em seguida, a mão do noivo sobre a mão dela. – Nós vamos ficar bem. — É claro que sim. Você é forte e seu filho também é. A rosada sorriu para o pai. O primeiro sorriso em tanto tempo. Ele não sabia a última vez que a viu sorrir para ele. De verdade. Com aqueles olhos verdes brilhando. E ele se sentiu tão bem. Talvez ele não devesse, não merecesse, mas estava acontecendo. E ele aproveitaria aquilo ao máximo. — Bom, eu vou indo. Não gosto de ficar muito tempo fora. – Se levantou quase ao mesmo tempo em que o filho adentrava o quarto. — Elliot. — Como está se sentindo? O médico disse para mim que vai ser liberada. — Estou bem. Ele balançou a cabeça. — Só preciso esperar que o resultado seja positivo. — E vai ser. – Fitou o “cunhado”. – F
— Você está para entrar no seu primeiro trimestre. Mia olhou para a médica loira, que tinha um sorriso nos lábios. — Sério? — Apenas dois dias. O casal trocou um olhar emocionado. — Vai precisar ser mais cautelosa. — Eu sei. — Mas estaremos acompanhando-a o tempo todo, então não tem por que não ficar bem. — Mesmo com o veneno no meu corpo?— Nós acreditamos de verdade que a transfusão que fizemos hoje deu um bom resultado. Mas é como eu disse, ficaremos de olho, então não tem porque nos preocuparmos. Mia Balançou a cabeça. — Eu sei que passou por uma gravidez complicada há anos atrás, e imagino que sua mente deve estar à mil, voltando a se lembrar desse passado, mas confie em mim, não diria nada... se não acreditasse que posso realmente cumprir. Você vai ficar bem e seu bebê também. — Eu disse. Mia olhou para o noivo.— Ela é boa, e vai cuidar muito bem de vocês. — Eu vou mesmo, ainda mais quando essa criança é tão esperada por pais tão ansiosos.— E... por falar em a
— Querida, você parece estar muito bem. Mia trocou um olhar com o namorado, mesmo sem deixar de ter seus pequenos em seus braços. Eles haviam decidido não contar a ninguém mais sobre o veneno. Não queria preocupar sua família e também sentia que já estava resolvido. Não tinha por que preocupar as pessoas, principalmente quando tinham algo muito mais importante e especial para eles saberem, então sua resposta foi apenas um sorriso e um “estou me sentindo muito bem”. Sua sogra havia feito seus pratos preferidos. Quando chegou, já estava tudo pronto. E ela tinha de admitir, estava faminta, e aquele cheiro só realçava sua fome. Agora compreendia melhor a fome que vinha sentindo e aquela água na boca que sentia quando pensava em alguma comida. Como foi com o hamburguer há alguns dias trás, como foi quando pediu um donuts no café-da-manhã. Era desejo. Bem que estranhou seu noivo não se importar e ir comprar o bendito donuts. Ele chegou com uma caixinha com quatro sabores, um mais deli
Mia estava decidida. O noivo não queria, ou qualquer um de sua família, mas ela não podia deixar de visitá-la. Mas dessa vez foi diferente. Não mentiu, não escondeu, apenas disse a verdade e saiu com os agentes em seu encalço, mas claro que ela sabia o que aconteceria logo em seguida. Liam a seguiu também, e entrou no carro quase ao mesmo tempo que ela, sentando-se atrás e deixando aqueles homens que contratou guiá-los até “aquele lugar”. Já estava resolvido, mas sabia que ela tinha o direito de fazer aquilo. Não podia negar isso a ela, mas também não a deixaria ir “sozinha”. Bem, mais ou menos sozinha, porque sabia que aqueles homens não a deixariam só nem por um segundo. Conhecia sua mulher para saber que ela não desistiria. Quando aqueles olhos verdes tão diferentes do que normalmente era, transparecendo firmeza, só o que pode fazer foi ir atrás dela. E ele não a deixaria sozinha nem por um segundo. Ele já estava todo protetor antes, e agora, com aquele encontro, que ele não quer
— Você está melhor? — Muito melhor. Ah, sim, ela se sentindo mais leve agora que finalmente esteve cara a cara com Freya. Suas mãos coçaram por dias, toda vez que se lembrava daquela mulher, do que ela fez. O sofrimento dos gêmeos foi o que a fez agir de uma vez por todas. Eles haviam sofrido tanto. E se lembrar disso, era muito doloroso. Freya havia causado aquilo, e ela precisava pagar. Tudo bem, ela estava atrás das grades e passaria anos ali, mas só isso não bastava para Mia. Ela precisava encarar aquela mulher novamente. Principalmente quando sabia de todos os crimes dela. — Obrigada por me apoiar nisso. — Fiquei preocupado, mas sei que tinha esse direito depois de tudo. — Eu espero que ela mofe na cadeia. — Bem, nesse caso, eu também. – Murmurou. – Mas agora é vida nova. Temos um casamento para organizar e um chá de bebê para participar. — Um chá de bebê e um noivado. — Em pensar que só vai conhecer sua cunhada hoje. — Como será que ela é? – Estava muito curiosa. –
— Eu já posso ver? Silêncio por meio segundo até finalmente ela escutar um “sim”. A mão do noivo abaixou e então pode ver tudo ao seu redor. Os convidados estavam espalhados ao seu lado, havia balões dourados em formato de estrela “voando” em cima de sua cabeça e logo a frente, uma mesa decorada lindamente com balões rosa e verde-água, nas mesmas cores das caixinhas e forminhas de doces. Tinha um bolo em formato de um urso branco e marrom-claro e um painel atrás da mesa que mostrava algumas fotos dela e de Liam de quando eram crianças. Até havia algumas de sua mãe junto dela. Estava muito surpresa, porque não achou que seu pai havia guardado tantas. Seus olhos lacrimejaram. Se sentia muito emocionada. — Está tudo tão lindo. — Sério? Gostou mesmo? — É melhor dizer, porque minha mãe está quase enlouquecendo aqui. – Diz rindo. — Eu amei, minha sogra. – A abraçou. – Ficou perfeito. — Eu também mereço agradecimento. A rosada se virou, encontrando Luna e Allison lado a lado. — Nó
— A gente ia levar isso para o túmulo, Mia. — Como é que você me abre a boca, algodão-doce? — Ai, gente, eles estavam me pressionando. — Fracote. – Dizem juntos. — Foi só um selinho. — Que fez eu sentir como se estivesse cometido um crime. — É, incesto, totalmente. O outro balançou a cabeça, de acordo. — Eca. – Dizem juntos, estremecendo. Enquanto isso, Liam ria. — Você esnobou tanto, que se sujou também, né? — Ah, cala a sua boca. Você acha que eu queria, é? Fui obrigada, diferente da sua noiva, que beijou porque quis. Cinco minutos inteirinhos. E houve língua. O som das risadas ecoou pelo salão de festa. — Luna. – Repreendeu a amiga, corando dos pés à cabeça. — O que é? Você gostou mesmo. – Cruzou os braços. – E repetiu. — O que? – Liam acabou sendo pego de surpresa. — Para de falar. – Praticamente rosnou, pegando no braço da amiga. — Por que eu tenho que me calar? Você contou meu segredo. — Quem é a criança aqui? — Eu estou na dúvida ainda. – Sophia